29/12/2017

O ALVORECER DOS ASSASSINOS! - ASSASSIN'S CREED ORIGINS (REVIEW)



Depois de um ano de hiato após o lançamento de Assassin’s Creed Syndicate, a Ubisoft nos brinda com a renovação mais brutal da sua principal franquia. Trazendo novos elementos que se diferem totalmente dos títulos anteriores, mas mantendo antigos que preservam a essência da saga, Assassin’s Creed Origins trouxe novo vigor ao já desgastado Credo dos Assassinos.

História
    
Neste novo capítulo da saga dos assassinos, acompanhamos a história de Bayek de Suiá, um dos últimos Medjai do Antigo Egito. Após vivenciar um trauma que abala completamente sua vida, ele inicia uma incansável busca por vingança contra os que lhe fizeram mal e se vê envolto numa trama política e religiosa, muito maior do que imaginava, que pode mudar os rumos do Egito e levará o jogador pelos primórdios da origem do credo. Bayek é corajoso, destemido, honrado, passional, de personalidade forte e dedicado a ir até o fim em tudo que se propõe, características mais do que suficientes para torna-lo um dos protagonistas mais carismáticos da franquia. Também temos a presença de Aya, esposa do protagonista e peça fundamental da trama, e como é de costume, temos a presença de personagens históricos bem relevantes, dentre eles Ptolomeu, Cleópatra e Júlio César.

O Presente não foi esquecido e desta vez podemos jogar com Layla, uma misteriosa jovem em busca das origens da Irmandade dos Assassinos, apesar desta parte continuar mal aproveitada desde a morte de Desmond em Assassin’s Creed 3, Layla apresenta potencial para uma história bem desenvolvida em próximos títulos.



Jogabilidade

A Jogabilidade sofreu consideráveis mudanças, em especial no combate, que teve seus comandos totalmente modificados, algo que pode causar estranheza aos mais veteranos na franquia (como eu) porém, algumas horas de gameplay já conseguem situar o jogador aos novos modos de combate. Bayek pode correr, saltar obstáculos, escalar e descer construções ao melhor estilo Parkour (característica marcante da série), atacar, defender, atacar com mais força, usar a visão de águia (agora aqui chamada Pulso Animus) para procurar itens pelo cenário e usar cavalos e camelos como montaria. Uma adição muito útil e bem vinda é Senu, a fiel águia de Bayek, com o apertar de um simples botão você passa a controlá-la e pode fazer um verdadeiro “pente-fino” no cenário, descobrindo itens do local, objetivos de missão, localizando alvos e marcando inimigos; com as habilidades certas adquiridas as possibilidades de Senu se ampliam, ela poderá atordoar inimigos, atormentá-los para lhe dar a chance de atacar e prever o caminho que o alvo está fazendo, definitivamente a melhor adição à Jogabilidade e espero que nos próximos títulos este recurso possa existir e ser ainda mais aprimorado. 




A de Assassin’s e de ARPG

Assassin’s Creed sempre foi um game de ação-aventura com elementos de stealth, mas agora isso mudou, Origins é definido como um game do gênero ARPG, o que não é bem uma novidade para a franquia que sempre flertou com elementos de RPG à medida que mais títulos eram lançados, essa mudança fez um bem enorme ao gameplay. Agora temos uma Barra de Experiência para aumento de nível que enche à medida que executamos tarefas básicas como descobrir um local no mapa, matar inimigos ou completar missões, as armas também possuem nível e características únicas, sendo essencial estratégia para montar o seu conjunto de equipamentos antes de enfrentar inimigos de nível mais forte ou numerosos, principalmente quando se entra em um dos inúmeros fortes espalhados pelo mapa. Junto a isso temos uma árvore de habilidades, compradas com os Pontos de Habilidade, que por sua vez são obtidos com aumento de nível ou conclusão de tumbas e outros. Esta nova roupagem caiu como uma luva para a franquia.



Arma é o que não falta

Bayek possui um vasto arsenal a seu dispor, podemos usar espadas comuns, espadas duplas, lanças, machados, arcos de três tipos diferentes (Caçador, Leve e Guerreiro), escudos e ferramentas que compõem dardos envenenados, tranquilizantes e bombas de fogo. Cada arma possui atributos como capacidade de incendiar o inimigo, envenenar, causar dano crítico com mais facilidade, defender com mais precisão os ataques de longa distância, regenerar a vida, entre outras; isso abre um leque gigante de possibilidades estratégicas de batalha, tornando o combate mais versátil e imprevisível, tirando a monotonia do mesmo.




O amigo do Povo!

Por ser um Medjai, Bayek acaba por ajudar bastante os cidadãos de todos os lugares por onde passa, rendendo numerosas e variadas Side Missions como procurar por alguém perdido, livrar um vilarejo do ataque de animais selvagens, encontrar itens, escoltar alguém etc...,que irão consumir muito tempo de jogo e render boas recompensas ao serem concluídas, e caso você se sinta enjoado das missões, pode se aventurar em corridas no hipódromo ou disputar brutais batalhas nas arenas de gladiadores.




Gráficos

A parte gráfica de Assassin’s Creed Origins é altamente competente, com expressões faciais bem-feitas, personagens detalhados e movimentação plástica e natural, mas onde os gráficos brilham de verdade é nos cenários, a Ubisoft caprichou na beleza deles. De oásis paradisíacos a desertos áridos, o esmero com simples grãos de areia é notório e as paisagens são de cair o queixo, os efeitos de sombra e luz são maravilhosos e a transição entre dia e noite acontece com naturalidade. Você irá usar e abusar do modo fotografia do game e se deleitar com a incrível experiência de escalar e descer deslizando uma das pirâmides ao pôr-do-sol, visitar a emblemática Esfinge, desbravar tumbas milenares à procura de tesouros ou um simples passeio pelas ruas da cidade de Alexandria; também existe a possibilidade de usar cavalos e camelos como montaria para ir de um lugar a outro do mapa, apreciando as paisagens e contemplando o anoitecer ou amanhecer egípcio quando não se quiser fazer uso de viagens rápidas ou quando a distância até seu objetivo é curta. A fauna do game é bem variada, desde garças dóceis a leões e elefantes bem hostis. A gigante francesa mostrou mais uma vez sua competência em reproduzir as ambientações de seus games de forma a encher os olhos do jogador.






Trilha Sonora

A talentosíssima Sarah Schachner é a responsável pela envolvente trilha do game, já havendo trabalhado em outros títulos da franquia como Assassin’s Creed Unity e Black Flag, e também tendo participado na composição de trilhas para filmes como Homem de Ferro 3, Truque de Mestre e Os Mercenários 2, Sarah em sua vasta experiência, conseguiu captar todo o mistério e esplendor do Egito Antigo em composições melódicas misturadas com fortes batidas  enaltecendo os belíssimos sons de instrumentos musicais tipicamente árabes, como o Alaúde e o Bouzouki.


Nem tudo São Oásis...

Em games  de RPG e ARPG, os atributos dos equipamentos são um ponto importante e fazem parte da estratégia de combate e evolução do personagem, porém aqui as roupas e peças de roupas não tem função alguma, são puramente perfumaria, algo muito elogiado em Unity, onde cada peça da roupa de Arno possuía atributos especiais e dependendo da peça nova que se pegava, essas características iam se balanceando em conjunto com as outras peças da roupa dele, como por exemplo um capuz que pode aumentar a percepção da visão de águia enquanto  o casaco aumenta o fator furtividade, e o cinto a barra de vida. Senti que este seria o game da franquia que mais poderia se valer desse recurso, uma pena não ter sido implementado, algo que seu “irmão francês” fez com muita competência, as partes da “armadura” de Bayek podem ser upadas, melhorando barra de vida, força de ataque etc..., porém está longe do leque de possibilidades visto em Unity.

Outro Ponto Negativo do game é a falha de Level Design, temos um mapa imenso, que não é explorado com mais afinco pela história, que te leva somente a alguns pontos dele entre vai e vêm, e a menos que você seja muito curioso, muitos pontos do mapa você sequer terá interesse de explorar, o game não te dá motivações suficientes para isso (apenas se seu objetivo for a  platina), o que é uma pena, um mapa imenso que poderia ter sido melhor aproveitado pela história e pelas side missions, também existe uma má distribuição de pontos de exploração do mapa, em determinada parte existem milhares de coisas a se fazer enquanto outro é apenas um espaço vazio.



Mas o principal “calcanhar de Aquiles” de Origins  em minha opinião é sua dublagem em Português do Brasil. Vozes que não combinam em nada com a personalidade dos personagens, entonações erradas, má dicção e até tentativas frustradas dos dubladores de disfarçar seus sotaques, são alguns dos problemas desta dublagem que de longe é a pior feita para um game da Ubisoft, é definitivamente um retrocesso e não dá para entender o trabalho amador feito aqui, principalmente depois de dublagens primorosas como as de Assassin’s Creed Syndicate e Rogue e títulos de suas outras franquias como Watch_Dogs 2 e Ghost Recoon: Wildlands, principalmente em um ano em que somos brindados com as dublagens excelentes de Injustice 2 e The Evil Within 2. Se você não quer comprometer sua experiência e imersão no game, opte pelo áudio original.


Conclusão

A decisão da Ubisoft de dar uma pausa em sua principal franquia provou-se acertadíssima, Assassins’s Creed Origins traz um novo vigor e renovo para a saga que já vinha mostrando desgaste há um tempo e ao abraçar um novo gênero de game, a curiosidade de jogadores novos e veteranos foi aguçada e a experiência provou-se muito satisfatória. O game é polido e muito caprichado em todos os seus aspectos. Com uma história densa e imersiva, personagens carismáticos, gameplay refinado e um Egito lindo e altamente explorável, Assassin's Creed Origins é compra garantida e consagra-se como um dos melhores títulos da franquia, trazendo a Irmandade dos Assassinos novamente para os holofotes, figurando como um dos melhores games de 2017.

PRÓS:

+ PERSONAGENS CARISMÁTICOS
+ HISTÓRIA ENVOLVENTE
+ GAMEPLAY REFINADO
+ GRÁFICOS DE ENCHER OS OLHOS
+ MUITAS SIDE MISSIONS
+ VARIEDADE DE ARMAS
+ ADIÇÃO DA ÁGUIA SENU AO GAMEPLAY

CONTRAS:

- A OPORTUNIDADE DE USAR ATRIBUTOS DE ROUPAS PARA AMPLIAR O GAMEPLAY COMO EM AC UNITY FOI DESPERDIÇADA.
- DUBLAGEM SOFRÍVEL E TOTALMENTE DESCARTÁVEL QUE PODE ATÉ PREJUDICAR A EXPERIÊNCIA DO JOGADOR.
- MAL APROVEITAMENTO DE UM MAPA IMENSO.

NOTA: 9,5




27/12/2017

Back In Time : Alien o 8º Passageiro



Desde pequeno sempre tive muito medo de filmes de terror, mas mesmo assim tomei coragem de assistir Alien vs Predador 2, que foi o primeiro filme a me apresentar a um Xenomorfo (Alien)  e um Hunter (Predador), não senti medo assistindo, assim como qualquer garoto de 10 anos achei  o máximo ver aquelas duas criaturas fechando o pau, mas desconhecia os filmes solos de ambos, foi depois disso que resolvi ir atrás dos filmes, primeiro  Assisti Predador, filme solo do nosso querido Hunter, e depois de alguns anos descobri o incrível Alien o 8 passageiro, diferente de qualquer filme que tinha visto antes, ele foi tanto o inicio da minha paixão por filmes antigos, quanto a porta de entrada para o universo do incrível e complexo Xenormorfo, e daí em diante eu perdi completamente o meu medo e comecei a “devorar” filmes de terror.




Alien o 8º passageiro é um filme de 1972 de suspense e ficção cientifica escrito e dirigido por Ridley Scott, diretor de inúmeros outros filmes, como exemplo, Blade Runner (1982) e o mais recente Perdido em Marte (2015).

No filme acompanhamos a historia da tripulação de uma nave comercial conhecida como Nostromo que leva a bordo 7 passageiros em um crio-sono que serão despertados apenas em uma situação emergência que não pode ser solucionada pela inteligência artificial da nave nomeada de mãe, ou quando chegarem próximo ao seu destino, e é em uma dessas emergências que a tripulação é acordada, uma espécie de sinal de socorro vinda de um planeta inóspito próximo é recebido pela Nostromo, e a tripulação decide ir atrás do sinal para ver do que se trata e acabam descobrindo uma espécie de nave que esta lá aparentemente a anos sem nenhum vestígio de vida ou tripulação,  ao explorar a nave eles descobrem uma câmara onde há vários “ovos” de alguma vida alienígena, um dos Facehuggers (nome dado a criatura que sai do ovo), se prende ao rosto de Kane (um dos tripulantes da Nostromo), assim incubando o 8º passageiro, que por ingenuidade da tripulação acaba o levando a abordo da Nostromo, onde o Facehugger se solta do rosto de Kane. Depois de algumas horas Kane aparentemente bem se junta ao resto da tripulação que esta em volta de uma mesa, e é aí que o nosso tão querido, amado e temido Alien da as caras pela primeira vez, no seu estagio inicial que é nomeado de Chestbraker (nomeado assim pois sai do peito do hospedeiro) saindo do peito de Kane, dando inicio ao real terror dos tripulantes da Nostromo.


Alien o 8º Passageiro é o primeiro filme de uma quadrologia, e o único onde o terror e  o suspense realmente são o foco, tanto que até o final do filme fica aquele suspense de “será que tem algum Alien mesmo” isso porque o filme demora muito para nos apresentar a criatura nomeada de Xenormorfo, a demora é tanta que algumas pessoas podem acha-lo  “chato” ou “entediante”, mas tudo isso se deve ao clima que Ridley Scott deseja criar, nos deixando tensos em algumas cenas, e ele consegue fazer isso com a ajuda da  trilha sonora, sempre com batidas mais “sombrias” ou se ausentando em algumas cenas, e a fotografia que abusa de cenas muito escuras, tanto para esconder as imperfeições do corpo do Alien quanto para assustar a quem assiste, dando sempre destaque a algumas luzes que atraem a atenção do espectador.  outro destaque é a ótima atuação dos personagens, em uma das cenas Ridley Scott optou por não contar aos atores de que o Chestbraker iria realmente explodir o peito de Kane assustando realmente os atores o que e bem visível nos rostos dos atores, mas algo que realmente deixou a cena assustadora foi o fato de que Ridley Scott optou por usar efeitos práticos ao invés de afeitos gráficos, deixando o filme com um nível realístico impressionante, mesmo assistido hoje em dia, foram usadas varias peças e sucata na fantasia do Xenomorfo, inclusive pecas de moto, Ridley Scott tinha no primeiro filme da saga uma visão muito interessante de futuro e na minha opinião isso acabou deixando o filme ainda mais único, Ridley Scott não quis usar toda aquela parafernália tecnológica vista em Star Trak como hologramas e teletransportes, vemos aqui algo mais rustico, como computadores antigos que rodavam o sistema DOS e varias parafernálias eletrônicas que deixam muitas pessoas confusas quanto a época do filme.



Alien o 8º passageiro foi o ponta pé inicial para uma das mais adoradas series de filmes com temática terror sci-fi, embora seja um filme um tanto maçante para ser visto hoje em dia é um clássico que de forma nenhuma pode ser esquecido, tanto para amantes de filmes de suspense quanto para qualquer adorador de filmes clássicos. 




    

19/12/2017

O PRIMOR DO MAL INTERIOR! - THE EVIL WITHIN 2 (REVIEW)




The Evil Within surgiu em 2013 com a proposta de ser um “Sucessor Espiritual” de Resident Evil, em especial o 4, com a diferença de ser voltado totalmente para o terror de sobrevivência, assim como eram os primeiros títulos de seu predecessor, e apesar das semelhanças e referências, Shinji Mikami criador de ambas franquias, encontrou o ponto de equilíbrio necessário para que sua nova empreitada não só homenageasse seu filho primogênito, mas tivesse sua própria identidade.


Com dificuldade acentuada (que poucos encararam), história afiada, protagonista carismático e todas as características de um verdadeiro Survival, o game conquistou fãs fiéis e sedentos por uma continuação. Pouco mais de três anos após o lançamento do título original, somos brindados com aquele que consagraria de uma vez por todas esta franquia como referência de seu gênero, The Evil Within 2 consegue aprimorar as características do game anterior, trazendo uma experiência memorável do mais pleno Survival Horror e desta vez totalmente localizado em português, contando com uma dublagem profissional e você reconhecerá algumas vozes com certeza.

A saga de Sebastian agora é em mundo aberto, o que pode causar estranheza e certo receio a respeito do fator terror, porém a desenvolvedora conseguiu criar uma atmosfera tensa macabra, onde o receio em avançar cada passo é real e o mundo aberto potencializou tudo isso, andar pelas ruas de Union é um exercício de coragem, haja vista que um inimigo pode pular em cima de você vindo de qualquer direção.



História:

O Enredo deste novo capítulo da franquia de horror da Tango Gameworks (distribuído pela Bethesda) se passa três anos após os eventos ocorridos no Hospício Beacon, cenário do primeiro game. Temos o retorno do emblemático e agora atormentado Sebastian Castellanos, o agora ex-policial encontra-se mergulhado em seus traumas, afogando no álcool sua culpa pela morte de sua filha e desaparecimento de sua esposa, até que em mais um dia de bebedeira, surge em seu caminho uma pessoa inesperada, que além de lhe revelar que sua filha está viva e presa dentro de uma nova versão do STEM oferece-lhe a chance de resgatá-la do caos instaurado no novo sistema onde a mesma encontra-se perdida fora do alcance até mesmo dos olhos da empresa MOBIUS. Sebastian cheio de raiva e vingança, agora sem nada a perder, aceita entrar novamente no sistema que tantos traumas lhe causou no passado em uma missão de redenção para resgatar sua amada Lilli, começa então uma corrida contra o tempo entre as locações tenebrosas da cidade de Union para encontrar sua garotinha desaparecida.



Jogabilidade:

Se por um lado essa característica parecia um tanto quanto truncada no game anterior, neste ela foi refinada em todos os aspectos, com movimentos mais orgânicos, Sebastian pode andar, correr, agachar, pular obstáculos, esconder-se em arbustos, mirar enquanto anda e agachar além de surpreender os inimigos com ataques stealth como esfaquear pelas costas e dar garrafadas que inclusive podem ser usadas pra se livrar de determinados ataques inimigos, o combate é divertido, intuitivo, responsivo e flui muito bem, e como todo game do gênero, é essencial saber administrar seus recursos pois dependendo da dificuldade em que se joga, ervas e pólvoras são bem escassas.


Sebastian conta com um variado arsenal que vai desde uma faca, passando por pistolas, escopetas, fuzis e a já clássica Besta, que possui diversos tipos de munições, porém cabe a você definir a estratégia para decidir entre “descer o fogo” ou passar despercebido, pois isso pode ser a diferença entre viver e morrer.

O game possui duas side missions, por um lado isso parece ser muito pouco e vem logo aquele pensamento: “poderia ter muito mais”, e realmente poderia, a cidade possui arquivos que revelam algumas histórias que poderiam ser aproveitadas em missões variadas, porém esse escasso número evita que você perca o foco da história principal, que é o cerne do game.

O Sistema de Upgrade de armas e personagem está de volta, você poderá distribuir o nojento Gel Verde entre cinco categorias (Saúde, Atleticismo, Combate, Furtividade e Recuperação) enquanto as Peças de Armas servirão para upar seu arsenal. Saiba distribuir bem esses recursos, pois pode facilitar sua vida.




Inimigos 

The Evil Within 2 possui inimigos perturbadores e muito mais agressivos que no game anterior, os habitantes da cidade de Union são os mais comuns  de se enfrentar e são muito ágeis, eles correm, pulam, alertam outros por perto, usam machados e podem te dilacerar com dentes e unhas, além deles temos inimigos que cospem ácido, te perseguem com serras, lançam fogo e entre outras bizarrices. As batalhas contra chefes são excelentes, tensas, divertidas e bem elaboradas, onde qualquer erro pode causar Game Over!.



Trilha sonora

A composição da trilha ficou a cargo do competente Masatoshi Yanagi, também responsável pela trilha do primeiro game, com batidas fortes que enaltecem os momentos de tensão e combate, e sons perturbadores como grunhidos, gritos, gemidos e passos que vão se aproximando, ajudam a compor o clima de medo e apreensão. A trilha sonora também conta com uma incrível versão do clássico “Ordinary World” da banda inglesa Duran Duran criada exclusivamente para o game. (se tornou obrigatória na minha playlist kkk)


Gráficos

Ahh os gráficos....são um espetáculo, a evolução é notória comparada ao seu predecessor, toda a composição gráfica de The Evil Within 2 é linda de se ver, a vivacidade salta aos olhos tanto nos cenários riquíssimos em detalhes quanto nos personagens, onde até os poros da pele podem ser percebidos, os efeitos de luz e sombras são magníficos e ajudam ainda mais a compor a atmosfera de horror, sem falar no gore, o game não poupa esforços em mostrar muito sangue jorrando, cabeças explodindo e corpos sendo mutilados.

Temos aqui um dos melhores gráficos de 2017 rodando redondinho a 1080p no PS4 e One, e 4k no PS4 Pro e One X (sim é upscaling, mas muito bem feito). Em toda minha experiência com o game, não presenciei um bug gráfico sequer ou problema de renderização dos cenários ou objetos.



Conclusão

Com uma jogabilidade refinada, dublagem e menus totalmente em português, história envolvente e cheia de reviravoltas, dificuldade acentuada, e gráficos esplêndidos, The Evil Within 2 provou-se uma grata surpresa no ano de 2017, mostrando que é uma franquia de peso que veio pra ficar definitivamente e figurar como um dos grandes nomes do gênero Survival Horror. É compra Garantida.


PRÓS: 

+ HISTÓRIA IMERSIVA
+ JOGABILIDADE APRIMORADA
+ GRÁFICOS LINDOS
+ DUBLAGEM E MENUS EM PORTUGUÊS
+TERROR, TERROR E MAIS TERROR...

CONTRAS:

- POUCAS SIDE MISSIONS

NOTA: 9,8

Star Wars: The Last Jedi - Passagem de geração...



Quando o capítulo VII O Despertar da Força saiu, as comparações imediatas com o episódio IV Uma Nova Esperança, foram inevitáveis, afinal o filme usa uma estrutura quase que igual ao filme que deu origem a gigante saga que todos amamos. Mas em Despertar da Força foram deixadas perguntas, que o episódio VIII teria que responder, e foi deixado também algumas preocupações, tais como: Seria esta nova trilogia apenas uma releitura da que deu certo? Veremos tudo acontecer exatamente da maneira que já vimos nos episódios originais? Não teremos nada de novo? Será a mesma fórmula?

O novo capítulo tinha não só a obrigação de responder as perguntas levantadas no episódio anterior, mas também o grande fardo de apontar o caminho que esta nova trilogia trilharia. Muitas teorias foram levantadas, algumas plausíveis, outras nem tanto. Com uma legião de fãs tão apaixonados, o risco de gerar uma decepção enorme era alto. Então o episódio VIII chegou, e o que ele nos reserva? O que Rian Johnson traz para a série? Ele acerta? Erra? É o pior filme ou o melhor capítulo já feito? Confira agora na nossa review sem spoilers do filme.




The Last Jedi começa imediatamente após o final de Despertar da Força, a Nova Ordem está atrás do que restou dos Rebeldes e Rey está na ilha com Luke, onde tenta convencê-lo a treiná-la e busca entender melhor a força. A Nova Ordem fecha o cerco dos rebeldes e consegue enclausurá-los em uma situação de vida e morte que gera o estado de emergência que decorre o filme. Este é o plot do episódio VIII. 

Sem  entrar em spoilers, a palavra que mais define o sentimento do filme é URGÊNCIA, Ao decorrer do filme, como ele se inicia diretamente após o final do Despertar da Força, a sensação de estar acompanhando aquela ação há algum tempo é transpassada para o telespectador, e ajuda a montar o sentimento de que tudo tem que acontecer rápido.

A história é muito boa, pela primeira vez na saga, Rian Johnson tem a coragem de quebrar alguns paradigmas estabelecidos há décadas e desafia o fã a contemplar algo novo, mas sem necessariamente desaparecer com o antigo. As cenas de ação são impressionantes e o diretor tem um olhar para a fotografia impressionante. Estamos diante do Star Wars mais belo tecnicamente falando, fotografia e direção de arte andam lado a lado, compondo todo aquele sentimento de fantasia que um bom filme de Star Wars pede. Efeitos práticos alternam com os efeitos digitais e casam muito bem, gerando uma enorme veracidade para o universo do filme. Tudo é muito bem composto, detalhes são empregados não só para enfeitar visualmente o filme, mas para ajudar na imersão do telespectador e aproximá-lo da obra.

Temos  no episódio VIII a história mais pé no chão de toda a saga, e aqui entra o ponto controverso do filme, Rian Johnson aponta para um futuro onde algumas coisas do passado têm que ser esquecidas, e coisas novas têm que nascer. Se antes os personagens sempre tinham planos mirabolantes que davam certo no fim, aqui aprendemos que nem sempre dará, vemos que nossos heróis erram e planos falham. Finalmente temos uma história corajosa que ousa a confrontar alicerces estabelecidos no passado e que pareciam ser intocáveis.


Mas e os personagens, como voltam? Se resolvem? Perguntas foram respondidas? Bem, Rey e Kylo Ren se afirmam aqui como os protagonistas da história, mas dividem o palco com Luke Skywalker, que faz o papel de mestre frustrado no filme, vale ressaltar que a atuação do Mark Hamill está impecável, ele transmite toda frustração que ele obteve através destes anos num Luke amargo, azedo e até mesmo chato, e não se preocupe se isso não parece combinar com ele, no filme você entenderá o porquê dele ter ficado assim. Leia também está excelente e é uma peça fundamental para ajudar o segundo núcleo de personagens, compostos por Finn, Poe e a estreante Rose, que finalmente assumem seus papéis de estrelas do filme, e desenvolvem seus próprios plots e desfechos. 

O Episódio VIII aprofunda tudo que era neutro demais no VII, e os personagens novos que deveriam ser as caras novas da trilogia finalmente ganham o destaque merecido. Os alívios cômicos são pontuais e muito bem encaixados, quebrando a tensão no momento certo pra não deixar o filme cair na tentação de se tornar algo "dark" demais, uma vez que o roteiro é o mais maduro da saga, e não se preocupe, o sentimento pipoca de se ver um filme Star Wars ainda está aqui e é muito bem representado. Ainda é o nosso filme de fantasia espacial que aprendemos a amar.

No  fim, temos em The Last Jedi finalmente o filme que muitos queriam ver, caminhos são tomados, os vilões são separados dos mocinhos, mesmo que exista um caminho cinza no filme, que aliás é muito bem debatido, aqui vemos os heróis assumirem seus postos, os vilões idem. Acho que o que mais pude perceber neste episódio foi coragem, o filme transmite uma mensagem linda de passagem de bastão onde algumas coisas antigas têm de ir, e novas têm que tomar o seu posto, e isso é muito bem feito no filme. Com o devido respeito, Rian Johnson mostra que quer agradar os antigos fãs, mas mostra principalmente que para que a saga continua existindo e conquistando novos fãs, ela precisa se arriscar, fazer o novo, estabelecer novas bases e novos paradigmas, e Johnson faz isso, ele ousa, cria, aponta novos caminhos e quebra leis que muitos achavam ser o básico de um filme Star Wars, e ao mesmo tempo honra e entrega o melhor terceiro ato de toda saga para quem é fã da trilogia original.



Resumindo, Star Wars: The Last Jedi é um filme sensacional. Ação, comédia e drama casam bem, e apesar de alguns erros de plot como personagens sem background e algumas perguntas ainda permanecerem sem respostas, o filme entrega o episódio mais ousado de toda saga, e brilha muito em todos os aspectos técnicos. Este talvez não seja o Episódio VIII que todos imaginavam ou teorizavam, mas não julgue o filme pelas expectativas erradas que você criou ou teorias que você tanto debateu na internet, julgue pelo que o diretor te entrega através da visão dele, e entenda que ser diferente não é ser errado, e as vezes se faz necessário para manter algo tão grande como a série Star Wars, viva e empolgante.

A mensagem do filme é clara, Star Wars é grande demais para se prender ao passado e precisa de novas ideias para demonstrar a diversidade de uma galáxia enorme de oportunidades e novas historias que podem ser contadas. The Last Jedi terá a honra de andar ao lado de Empire Strikes Back como os melhores filmes da saga.

NOTA: 9.2/10