21/07/2019

Stranger Things - 3° Temporada


Demoramos? Um pouco, mas aqui estamos para falar sobre a terceira temporada do elenco infantil mais queridinho da Netflix, e mais amado pelo meu coraçãozinho. 

Se você nunca assistiu Stranger Things, aqui vai um resuminho para você se situar: (contém spoiler)! 

Criada pelos Irmãos Duffer, a série se passa na cidade fictícia de Hawkins, e gira em torno de um grupo de amigos: Mike, Will, Lucas e Dustin. Após uma maravilhosa noite de RPG, uma das crianças desaparece, e toda a cidade procura fervorosamente por Will. Em uma dessas buscas, os garotos acabam encontrando Eleven, um experimento secreto do governo que fugiu do laboratório da cidade. Eles descobrem que Will foi levado para o Mundo Invertido, que basicamente é um universo paralelo e completamente destruído do nosso mundo, e Eleven, ou simplesmente El, consegue se conectar e transitar pelos mundos. eles conseguem salvar o garoto e o mundo de uma invasão perturbadora de Demogorgons, quando EL se sacrifica.

Stranger Things: Poster da primeira temporada.

Mas nada de se desesperar, na segunda temporada ela retorna e sai em busca de sua origem, mais um monstro aparece para infernizar a vida do pequeno Will, que é possuído pelo Devorador de Mentes e acaba se tornando um espião involuntário da criatura. Felizmente, eles descobrem o ponto fraco do monstro, e conseguem expulsá-lo do corpo do garoto, enquanto El fecha o portal que liga os dois mundos. Há também uma nova garota na turma: Max.


Stranger Things: Poster da segunda temporada.
Agora que vocês estão por dentro do que rola nessa seriezinha maravilhosa que tomou conta do meu coração, vamos falar da terceira temporada? 

Recheada novamente de inúmeras referências, Stranger Things traz de volta o terrível Devorador de Mentes. Como? Soldados russos estão em Hawkins tentando reabrir o portal, o que torna o elo de ligação entre aquela partezinha do monstro que saiu do corpo do pequeno Will, e permanecia 'desativada' no nosso mundo, e tudo que nosso vilão quer, é destruir EL, pois ela foi a responsável por fechar o portal.

Com atritos no grupo por causa do namoro dos garotos: Mike e El, Lucas e Max. Will se sente sozinho e jogado de lado alguém jogue D&D com o garoto por favor eles precisam enfrentar, além do monstro que se fortificou, Billy, o irmão de Max que está sendo controlado pelo Devorador.

Estou evitando ao máximo dar spoiler sobre a 3° temporada pois eu acho que ela merece ser apreciada com todo o sabor de novidade possível. Confesso que demorei alguns dias para assistir e enrolei nos dois primeiros episódios, mas puta que pariu que série que me prende viu. 

Sou suspeita pra falar pois eu realmente gosto dela, mas eles conseguem manter m roteiro totalmente cativante mesmo trazendo de volta um monstro que já havia sido trabalhando na temporada anterior. 

Palmas infinitas para os atores que nos fazem sentir tudo aquilo que os personagens estão passando, sofrer e chorar como se fossemos nós mesmos passando por aquela situação. O ultimo episódio conseguiu me fazer chorar três vezes e me deixar apreensiva com a cena pós-créditos que nos dá uma ideia sobre o que irá pontuar a próxima temporada. 

Espero que vocês assistam mais essa série original da Netflix, que mostra como o a netflix tem crescido e investido bastante nas produções próprias. finalizo esse post com uma musiquinha para vocês.





Crítica | Saint Seiya - Os Cavaleiros do Zodíaco


Em meio a uma enxurrada de remakes, reboots e reformulações desnecessárias, um dos animes mais aclamados e famosos de todos os tempos, não ficaria de fora, e como previsto, acabou se afogando.

A Netflix estreou no dia 19/07/2019 “Saint Seiya - Os Cavaleiros do Zodíaco”, sua adaptação para a série “Os Cavaleiros do Zodíaco”, e as previsões acabaram corretas, o desenho é realmente muito ruim.

RECICLAGEM ETERNA DE UM ANIME ATEMPORAL 
Os personagens saídos dos mangás, sempre viveram de um looping eterno, contando e recontando a mesma história em diversas mídias, gerando filmes (de roteiros duvidosos e repetitivos), jogos, continuações mal faladas e histórias inacabadas. A luta pela Terra, já havia chego ao seu final em um certo ponto da história. É claro que nada é duradouro quando se trata de paz, seria inevitável uma nova grande ameaça. Mas aqui a história se repete várias vezes.

A Saga do Santuário, que cobre os episódios da Guerra Galáctica até o confronto com o Mestre do Santuário, já foi adaptada várias vezes. Mas ainda assim a desculpa de apresentar os personagens a nova geração, é usada para tentar um lucro aqui e alí com novos consumidores. A adaptação original para TV, foi encerrada no ano em que eu nasci, e mesmo assim conheci os personagens, e me tornei fã, mesmo não sendo parte da minha “geração” em sí. Porém, estamos falando de uma época em que tudo é descartável, em sua fórmula “fast” e o “ontem” já é velho demais. Não é sentimento nostálgico, é apenas a percepção do que é desnecessário.

Os Cavaleiros de Bronze
ANIME PRA GRINGO VER
A animação borrachuda da série, remete a filmes B do gênero, como Barbie e animações realmente feitas para a televisão, não é horrível, mas pelos padrões atuais... Nada dessas lindas sombras e iluminações mostradas nas imagens promocionais. Não há muita preocupação com expressões, até mesmo o movimento dos personagens parecem fora do prumo quando se comunicam com o corpo; ou talvez seja a dublagem cheia de gírias e maneirismos para agradar o público alvo. Para os nostálgicos, da época onde se precisava realmente economizar em animações por questões de gastos, podem matar a saudades, cenas de ataques e de apresentações de cenários, são repetidas várias e várias vezes por aqui, me senti assistindo um desenho da década de 90.

"Imagens meramente ilustrativas"
Os seis episódios resumem os quinze da série original da maneira mais rápida e fácil possível. Em sua essência pelo menos, já que adaptação introduz um novo vilão que parece ter saído dos desenhos do “Inspetor Bugiganga”, com o típico plano cafona de dominar um poder que nem ao menos sabe como controlar. É claro que depois de tantas re-adaptações, o mínimo que poderiam fazer era trazer algo novo, mas convenhamos, algo novo com qualidade. 

É um anime japonês pra agradar “gringo” sem sombra de dúvidas. Na década de 80 e 90, o público era bombardeado com produtos que remetiam às vontades reprimidas da geração da época, o entretenimento tinha como representação os brucutus bombados e armados até os dentes que sobrevivam a rajadas de balas vindas de helicópteros e tanques de guerra. E o que brota por aqui? Você já imaginou os Cavaleiros da deusa Atena lutando contra tanques e soldadinhos armados? Nem nas nossas maiores aventuras imaginárias quando brincávamos com os bonecos, essa mistura acontecia. Mas de alguma forma os produtores imaginaram isso em seus devaneios e gastaram alguns milhares de dólares para que isso fosse animado.

POLÊMICA POR NADA...
Uma das maiores reclamações antes da estreia, era a troca de gênero do Cavaleiro de Andrômeda, Shun, deixando de ser um garoto e passando a ser uma garota. Até então a birra vinha com os famosos “argumentos” machistas: “mas são Cavaleiros, se não se chamariam Amazonas”; ou “já foi estabelecido que era um homem, mudaram para mulher para lacrar?”, "o fim de um clássico". Bobagens disfarçadas de “opiniões”, algumas delas dadas até por envolvidos oficiais no trabalho, como o dublador original do personagem. Ao assistir a animação, a tal modificação chega a ser irrelevante.


O fato de Shun ser uma menina, não traz nada novo ao personagem, a aparência da personagem é bem mascarada, e a escolha da dubladora brasileira, Úrsula Bezerra, que em sua maioria dubla personagens masculinos, me soou como um disfarce para que os “atacadinhos” não se sentissem tão ofendidos por essa mudança que afetaria suas vidas. Os machistas acabaram ganhando um prêmio de consolação por sua birra e choradeira...

Shun desta vez é uma personagem do gênero feminino
SENTA QUE LÁ VEM MAIS...
Os Cavaleiros do Zodíaco atravessaram décadas, os personagens já haviam se consolidado, mas a insistência da desculpa barata de “apresentar a nova geração” um produto que é atemporal, terminam no registro para a eternidade da consolidação da falta de criatividade atual perante uma marca, que pode saturar quando usada até sua exaustão. Lembrando que ainda há um live-action por vir.

Os seis primeiros episódios (de um total de 12) de “ Saint Seiya - Os Cavaleiros do Zodíaco”, já estão disponíveis na Netflix.

Avaliação: 0.5 / 5

03/07/2019

Crítica | Turma da Mônica - Laços



A “Dona da Rua” ganhou vida e está com a sua turma em live-action na tela grande. A criação de Maurício de Souza chega aos cinemas em “Turma da Mônica - Laços” mostrando que o cinema brasileiro pode ir além das comédias enlatadas. 

Acho que fica mais fácil dizer: "quem nunca leu uma revistinha da Turma da Mônica", do que o contrário. Nos ajudou a melhorar a leitura, descobrir coisas novas, e aprender dando muita risada. A décadas encantando gerações e se renovando, as histórias que ganharam espaço e conquistaram o público brasileiro e internacional, inevitavelmente chegaria cedo ou tarde em sua versão de “carne e osso”. Se isso funcionaria? Até Maurício de Sousa teve suas dúvidas durante anos, até que o momento certo chegou. 

Laços tem inspiração na história da graphic novel homônima escrita e desenhada por Vitor e Lu Cafaggi, mas com a essência visual característica dos quadrinhos de Maurício. Aliás a fotografia desse filme é de um bom gosto que só, muito agradável aos olhos contribuindo para a ambientação do que vemos nas HQ’s. A história segue a Turma da Mônica, indo atrás de Floquinho, o cachorrinho de Cebolinha, que foi raptado de maneira misteriosa. As coisas se complicam quando eles precisam atravessar uma floresta atrás do sequestrador e deixar as desavenças de lado, e estreitar os laços que há entre os quatro amigos para chegarem ao seu objetivo. 

O filme é dirigido por Daniel Rezende, que até a estréia na direção em “Bingo: O Rei das Manhãs”, era conhecido como editor de uma vasta lista de sucessos, incluindo é claro “Cidade de Deus”, para o qual ganhou o prêmio de melhor edição no Bafta e sendo indicado para o Oscar na mesma categoria (nota do redator : Cidade de Deus é meu filme favorito e merece ser assistido infinitas vezes, a edição desse filme é realmente incrível).

Daniel Rezende e Maurício de Sousa. Os pais de "Turma da Mônica - Laços"
Uma das maiores preocupações em produções audiovisuais protagonizadas por crianças, é o convencimento das tais perante a atuação. É muito fácil se deparar com textos inexpressivos ou até mesmo incoerentes com a idade dos atores, o que causa aquele desconforto no espectador de estar assistindo algo meticulosamente ensaiado e sem vida. Caso totalmente contrário em “Laços”. As histórias da turma da Mônica sempre tiveram como alicerce os personagens, tanto pela quantidade quanto pela qualidade. As características são distintas e complementares e a memória afetiva corresponde pela qualidade; você reconhece cada um deles, mesmo se não lembrar os nomes. Seria arriscado adaptar quatro personagens que já estão estabelecidos na cultura brasileira se eles não escolhessem as crianças certas. E as agulhas no palheiro foram encontradas, e elas vieram brilhando… 

Giulia Benite é a dentucinha valentona de vestido vermelho que nós amamos, Mônica. Kevin Vechiatto vai “doblar” a língua de qualquer um que duvidar do seu Cebolinha. Não tem melância suficiente no mundo para substituir a fofura que é a Magali da Laura Rauseo. E Gabriel Moreira corre mais que a chuva, tanto quanto o Cascão. A interação entre os quatro é crível, os diálogos são naturais entre seu propósito e não resta dúvidas que a associação será fácil, não só pela caracterização do vestuário, mas pela personalidade de cada um. Uma adaptação de personagens de um mundo de papel e tinta, para a realidade que realmente funcionou. 

Inevitavelmente, o protagonismo da história acaba sendo de Cebolinha, até pelo contexto em que a aventura se passa. Mas nem por isso os outros se tornam coadjuvantes da própria história… Afinal é “Turma da Mônica, não do Cebolinha”, como eles mesmo dialogam. Aliás, prestem atenção em easter-eggs de outros personagens famosos, na participação do Pai desses personagens incríveis, e uma conversa sobre “calçados” que dá um significado hilário a tantos anos de dúvidas.

Gabriel Moreira, Kevin Vechiatto, Giulia Benite e Laura Rauseo
Os nomes mais conhecidos do grande público para os personagens adultos são Monica Iozzi (Dona Luiza) e Paulinho Vilhena (Seu Cebola), mas quem realmente brilha é Rodrigo Santoro como Louco, inclusive escolhido para atuar no filme antes mesmo do elenco principal. Sua cena é uma adição a história, que não existe nos quadrinhos. Uma interação com Cebolinha (que acontece muito nos quadrinhos), que dá o significado abstrato do título do filme, onde o ator traduz toda a essência do personagem com movimentos corporais de encher os olhos e seus diálogos malucos que te fazem pensar. Sem dúvidas, é principalmente nessa cena que a influência e o dedo mágico de Daniel Rezende entra em ação na edição do filme.

Rodrigo Santoro, Louco de pedra!
Mas nem tudo são flores e o filme volta e meia cai em um marasmo de repetições das andanças pela floresta, que poderia ter sido facilmente evitado se por exemplo os adultos tivessem uma participação maior durante a trama, parando de procurar as crianças apenas pela rua do Limoeiro, e indo mais a fundo. Seus filhos sumiram, vão ficar em casa esperando o que? Os “Laços”, desta vez o significado literal do filme, são introduzidos durante a história e poderiam ser essa sub-trama, mas acabam não servindo para nada no decorrer do que vemos em tela. 

“Turma da Mônica” é a prova de que o cinema brasileiro pode criar conteúdo de qualidade para todas as idades se ele se permitir (ou os patrocinadores no caso). Para uma geração que viu “Menino Maluquinho” nos cinemas, “Chiquititas” na TV e toda a outra infinidade de produções tupiniquins voltadas para crianças com abrangente de todas as idades, inclusive produções recentes como os filmes de “Carrossel”; "Laços" é um frescor não só emotivo, mas de qualidade, do que podemos ver com mais recorrência se o cinema se permitir, e o público prestigiar.

"Sou a Mônica, sou a Mônica, dentucinha e sabichona"
Divertido, nostálgico, e feito com muito carinho; “Turma da Mônica - Laços”, merece sua ida ao cinemas. E você, já foi assistir? O que achou? Qual seu personagem favorito? A minha contraparte nos quadrinhos de Mauricio de Sousa, é sem dúvidas do “Do Contra” (descubra o personagem antes de levar seu nome ao pé da letra; seja mais “Do Contra”), e o seu? 

AVALIAÇÃO: 4/5





Shingeki no Kyojin/Attack on Titan: Um dos animes mais envolventes dos últimos tempos



Shingeki no Kyojin: A humanidade a um passo da extinção

Olá, colossais!
AVISO: Spoilers ligados a primeira temporada abaixo!
Eu demorei horrores pra ceder às diversas investidas de amigos para começar a ver esse anime (não, não li o mangá, para as obras asiáticas sigo o mesmo esquema de assistir primeiro as adaptações para depois ler porque sabemos que livro e mangá são sempre melhores) e em minha defesa, digo que a sinopse que fizeram é muito ruim, em nada condiz com a grandeza do anime ("mimimi mas não dá pra fazer uma boa sinopse sem spoiler" = dá sim) e então eu sempre acreditei que não me identificaria com o enredo e não me apegaria à nenhum personagem.
Levi e Mikasa: os exploradores e protetores incansáveis
Até porque esse tema de "mundo pós apocalíptico" já está começando a ficar 'batido' e perder o encanto por não ter mais nada surpreendente e por ter sido quase que completamente esgotado; Logo, pensei que ficaria beeeem entediada. Essa é a hora que vocês podem rir da minha cara e dizer: você estava MUITO errada. Porque eu estava mesmo. É impressionante o que fizeram com essa história e a forma como a contaram. 
Sasha, em destaque: um dos alívios humorísticos do anime

Vou falar primeiro da minha personagem favorita, ícone sem defeitos e que as pessoas que me recomendaram essa obra já o fizeram certamente sabendo que eu a adoraria: eu estou perdidamente apaixonada pela Mikasa. Normalmente, as personagens femininas que são competentes e que desequilibram ganham o meu coração fácil e esse é o caso. O passado dela com Eren e a forma com que ela lida com isso, especialmente por ele ser sua única família atualmente é bacana demais; inclusive um dos pontos altos desse enredo é a carga dramática e o passado de personagens centrais, porque são todos muito bem construídos e coerentes durante toda a temporada. 
Mikasa frente a frente com a Titã Fêmea
O personagem é apresentado e você entende exatamente o porquê dele agir de determinada maneira porque no decorrer dos episódios a personalidade e as características dele ou dela foram extremamente bem elaboradas. Particularmente, personagens como Levi, Sasha, Annie e Jean eu já amei logo de cara porque são bem marcantes nas cenas; Armin e Eren eu tenho momentos, porque me incomoda o Armin "travar" quando não devia e o Eren demorar a aceitar que precisa se "desfazer" pelo menos parcialmente de sua humanidade para justamente salvar todo mundo. 
Eren, nosso protagonista: transformação através da dor

Achei maravilhoso também essa questão das três muralhas e de como o pessoal mais "político" fica alimentando a corrupção de dentro da Sina, mesmo após a destruição de Maria e a invasão de Rose; qualquer semelhança com a realidade definitivamente não é mera coincidência e eu sou muito grata pelo enredo ser infinitamente mais profundo do que apenas "monstros gigantes destruindo a raça humana". Annie ser também capaz de se transformar em titã é uma conclusão de temporada sinistra e arrepiantemente real, enquanto achamos que seremos destruídos e erradicados por fatores ou seres externos, na verdade, desde o início dos tempos, a humanidade é a principal causa do seu próprio declínio, é de uma sacada maestral quando Smith pergunta para o Eren se ele realmente estava enxergando quem eram os inimigos. 
As três muralhas: A humanidade enjaulada
Somos nós, oras. Anime muito completo, violento sim, com altas doses de crueldade (eu mesma, viúva de Marco e Petra) mas também muito sagaz e impactante. Viciada estou.



Crítica | TOY STORY 4



A nova aventura de Woody e seus amigos chegou aos cinemas, e após muitos contestamentos de sua necessidade, uma afirmação e um questionamento podem ser feitos ao fim da exibição: “O filme é sim muito bom!”, “Era realmente necessário?”. 

O histórico da franquia Toy Story é repleto de êxitos, glorificado como primeiro filme de animação totalmente em 3D (um dia a gente conversa sobre o nosso nacional, “Cassiopeia”, novamente dona Pixar), três continuações, animações derivadas, jogos e curta metragens, além é claro das infinidades de produtos que já sabemos que esses filmes geram; os brinquedos de Andy, criaram um legado indiscutível não só para a animação como para o cinema mundial. Mas o maior “problema” que atinge a quarta aventura é o final totalmente satisfatório e emotivo do seu antecessor. 

Os anos se passaram, e um Andy adulto passa seus brinquedos para uma nova criança, Boonie. Quem assistiu aos filmes, sabe que a história não é sobre uma criança e seus brinquedos, mas sim os brinquedos dessa criança. Tudo sempre gira em torno de como viviam esses objetos que na nossa realidade só criam vida quando resolvemos dá-la a eles, criando suas aventuras. Porém o brinquedo protagonista, o cowboy Woody sempre entrava em discussões sobre “ser o brinquedo do Andy”, e suas aventuras se resumiam em como “salvar” o garoto de alguma forma. A palavra chave sempre foi amizade. 

Na quarta aventura, a nova dona dos brinquedos Bonnie, acaba dando vida a um garfo de plástico ao criá-lo como brinquedo em sua escola. O “Garfinho” ao contrário dos outros brinquedos, questiona sua existência, já que foi criado a partir do lixo, e Woody em prol da proteção de sua nova criança, quer provar a importância que o novo brinquedo tem para a garota. É em uma viagem de férias da família de Bonnie, que os brinquedos acabam parando em um parque de diversões, encontrando a antiga amiga “Betty” e fazendo o cowboy se questionar o que realmente mais importa para ele…

Betty está de volta e é o elo entre Woody e uma decisão que mudará os rumos da história
A premissa do filme é em sua totalidade muito interessante na história da franquia. Nós sabemos que Woody não consegue se desvincular de Andy, e é aqui que tudo fica mais intenso. Ele faz novas descobertas sobre o mundo e com todo histórico de suas aventuras, o questionamento e é claro sua decisão, são válidas. Porém, necessários a essa altura? 

O quarto longa deixa de lado até o protagonismo de Buzz Lightyear para que uma nova camada de emotividade seja criada para que a experiência convença o espectador ao final de sua exibição. Apesar de no meu ver, os acontecimentos e temas tratados durante o filme (a história de Garfinho, Gabby Gabby e Duke Kaboom são grandes exemplos disso), sejam mais emotivos que sua conclusão. Por várias vezes me peguei emocionado com dilemas e nuances dos brinquedos (que também podem ser trazidos para a vida de um ser humano), do que na tão falada cena final que fez os dubladores originais se emocionarem tanto. Assistam e digam se ela é realmente tão emotiva quanto a do terceiro filme, ou sou eu ficando um pouquinho mais “insensível” a cada dia.

Vocês acabam de ser substituídos por um garfo!
Mas há de se convir que os novos personagens (e a reapresentação de antigos) são excelentes. “Garfinho” é um exemplo de como uma coisa banal, criada de lixo, se torna um dos personagens mais engraçados e interessantes da trama, seu questionamento, suas descobertas como um brinquedo, e a insistência em se chamar de “lixo”, são tão marcantes que é melhor ter cuidado ao sair do cinema e começar a chamar as pessoas assim também… “Lixo…” LOL 

E o retorno de Betty não passa em branco, ela é uma das chaves mais importantes nas decisões do roteiro deste filme. Sem contar que a bonequinha de porcelana mostra que não tem medo de nada, e que se o seu exterior é frágil, seu interior é mais forte e racional que muito ser humano por aí. Não adianta reclamar, é “GIRL POWER” sim, e manda mais que tá pouco. A evolução técnica é incrível e só te faz questionar até que ponto ela será levada. Os personagens são evidentemente “desenhos”, mas os cenários estão cada vez mais absurdamente reais.

"Lixo?"
A Disney/Pixar está passando por reformulações em sua equipe, e as produções da casa que antes pareciam mais exclusivas, se tornam cada vez mais comerciais. Antigamente você poderia esperar sonhando por continuações de filme da Pixar, hoje eles vem aos montes. Toy Story é o que mais possui continuações (exceto pelo universo onde “Carros” tem dentes e “Aviões” saem sem passar pelo setor de qualidade da cas), mas depois do desfecho anterior, ninguém esperava mais histórias dos brinquedos, nem mesmo o estúdio. A crítica se cega pelo selo “Disney”, mas o mercado sabe que um filme desse tipo é feito com o intuito de vender brinquedos, e aqui o brinquedo em questão seria a “Toy Story Land” dos parques da Disney, inaugurado já a um tempo. 

Para quem consome com consciência disso, aproveita como pode. Mas às vezes forçar a barra acaba diminuindo o peso que a marca tem no imaginário das pessoas. Há sim uma história a ser contada, ela é válida, mas nessa altura do campeonato pareceu mais como um plot twist de 1:40 do que propriamente um encerramento da história dos brinquedos… Aliás aí fica o questionamento… Se antes era identificável um final, e não haviam planos para continuações, mas ela logo surgiu, então quer dizer que esse final, não é também um final de verdade? O problema está aí, se o propósito deste é encerrar um ciclo, o outro o fez de maneira mais satisfatória. Se o propósito é iniciar um novo, existe um mundo de possibilidades episódicas para a franquia, o que em si não é lá uma coisa boa. 

Mas e você, já assistiu, o que achou? Qual seu filme favorito da franquia Toy Story até agora?! 

AVALIAÇÃO: 3.5/5