21/07/2019

Stranger Things - 3° Temporada


Demoramos? Um pouco, mas aqui estamos para falar sobre a terceira temporada do elenco infantil mais queridinho da Netflix, e mais amado pelo meu coraçãozinho. 

Se você nunca assistiu Stranger Things, aqui vai um resuminho para você se situar: (contém spoiler)! 

Criada pelos Irmãos Duffer, a série se passa na cidade fictícia de Hawkins, e gira em torno de um grupo de amigos: Mike, Will, Lucas e Dustin. Após uma maravilhosa noite de RPG, uma das crianças desaparece, e toda a cidade procura fervorosamente por Will. Em uma dessas buscas, os garotos acabam encontrando Eleven, um experimento secreto do governo que fugiu do laboratório da cidade. Eles descobrem que Will foi levado para o Mundo Invertido, que basicamente é um universo paralelo e completamente destruído do nosso mundo, e Eleven, ou simplesmente El, consegue se conectar e transitar pelos mundos. eles conseguem salvar o garoto e o mundo de uma invasão perturbadora de Demogorgons, quando EL se sacrifica.

Stranger Things: Poster da primeira temporada.

Mas nada de se desesperar, na segunda temporada ela retorna e sai em busca de sua origem, mais um monstro aparece para infernizar a vida do pequeno Will, que é possuído pelo Devorador de Mentes e acaba se tornando um espião involuntário da criatura. Felizmente, eles descobrem o ponto fraco do monstro, e conseguem expulsá-lo do corpo do garoto, enquanto El fecha o portal que liga os dois mundos. Há também uma nova garota na turma: Max.


Stranger Things: Poster da segunda temporada.
Agora que vocês estão por dentro do que rola nessa seriezinha maravilhosa que tomou conta do meu coração, vamos falar da terceira temporada? 

Recheada novamente de inúmeras referências, Stranger Things traz de volta o terrível Devorador de Mentes. Como? Soldados russos estão em Hawkins tentando reabrir o portal, o que torna o elo de ligação entre aquela partezinha do monstro que saiu do corpo do pequeno Will, e permanecia 'desativada' no nosso mundo, e tudo que nosso vilão quer, é destruir EL, pois ela foi a responsável por fechar o portal.

Com atritos no grupo por causa do namoro dos garotos: Mike e El, Lucas e Max. Will se sente sozinho e jogado de lado alguém jogue D&D com o garoto por favor eles precisam enfrentar, além do monstro que se fortificou, Billy, o irmão de Max que está sendo controlado pelo Devorador.

Estou evitando ao máximo dar spoiler sobre a 3° temporada pois eu acho que ela merece ser apreciada com todo o sabor de novidade possível. Confesso que demorei alguns dias para assistir e enrolei nos dois primeiros episódios, mas puta que pariu que série que me prende viu. 

Sou suspeita pra falar pois eu realmente gosto dela, mas eles conseguem manter m roteiro totalmente cativante mesmo trazendo de volta um monstro que já havia sido trabalhando na temporada anterior. 

Palmas infinitas para os atores que nos fazem sentir tudo aquilo que os personagens estão passando, sofrer e chorar como se fossemos nós mesmos passando por aquela situação. O ultimo episódio conseguiu me fazer chorar três vezes e me deixar apreensiva com a cena pós-créditos que nos dá uma ideia sobre o que irá pontuar a próxima temporada. 

Espero que vocês assistam mais essa série original da Netflix, que mostra como o a netflix tem crescido e investido bastante nas produções próprias. finalizo esse post com uma musiquinha para vocês.





Crítica | Saint Seiya - Os Cavaleiros do Zodíaco


Em meio a uma enxurrada de remakes, reboots e reformulações desnecessárias, um dos animes mais aclamados e famosos de todos os tempos, não ficaria de fora, e como previsto, acabou se afogando.

A Netflix estreou no dia 19/07/2019 “Saint Seiya - Os Cavaleiros do Zodíaco”, sua adaptação para a série “Os Cavaleiros do Zodíaco”, e as previsões acabaram corretas, o desenho é realmente muito ruim.

RECICLAGEM ETERNA DE UM ANIME ATEMPORAL 
Os personagens saídos dos mangás, sempre viveram de um looping eterno, contando e recontando a mesma história em diversas mídias, gerando filmes (de roteiros duvidosos e repetitivos), jogos, continuações mal faladas e histórias inacabadas. A luta pela Terra, já havia chego ao seu final em um certo ponto da história. É claro que nada é duradouro quando se trata de paz, seria inevitável uma nova grande ameaça. Mas aqui a história se repete várias vezes.

A Saga do Santuário, que cobre os episódios da Guerra Galáctica até o confronto com o Mestre do Santuário, já foi adaptada várias vezes. Mas ainda assim a desculpa de apresentar os personagens a nova geração, é usada para tentar um lucro aqui e alí com novos consumidores. A adaptação original para TV, foi encerrada no ano em que eu nasci, e mesmo assim conheci os personagens, e me tornei fã, mesmo não sendo parte da minha “geração” em sí. Porém, estamos falando de uma época em que tudo é descartável, em sua fórmula “fast” e o “ontem” já é velho demais. Não é sentimento nostálgico, é apenas a percepção do que é desnecessário.

Os Cavaleiros de Bronze
ANIME PRA GRINGO VER
A animação borrachuda da série, remete a filmes B do gênero, como Barbie e animações realmente feitas para a televisão, não é horrível, mas pelos padrões atuais... Nada dessas lindas sombras e iluminações mostradas nas imagens promocionais. Não há muita preocupação com expressões, até mesmo o movimento dos personagens parecem fora do prumo quando se comunicam com o corpo; ou talvez seja a dublagem cheia de gírias e maneirismos para agradar o público alvo. Para os nostálgicos, da época onde se precisava realmente economizar em animações por questões de gastos, podem matar a saudades, cenas de ataques e de apresentações de cenários, são repetidas várias e várias vezes por aqui, me senti assistindo um desenho da década de 90.

"Imagens meramente ilustrativas"
Os seis episódios resumem os quinze da série original da maneira mais rápida e fácil possível. Em sua essência pelo menos, já que adaptação introduz um novo vilão que parece ter saído dos desenhos do “Inspetor Bugiganga”, com o típico plano cafona de dominar um poder que nem ao menos sabe como controlar. É claro que depois de tantas re-adaptações, o mínimo que poderiam fazer era trazer algo novo, mas convenhamos, algo novo com qualidade. 

É um anime japonês pra agradar “gringo” sem sombra de dúvidas. Na década de 80 e 90, o público era bombardeado com produtos que remetiam às vontades reprimidas da geração da época, o entretenimento tinha como representação os brucutus bombados e armados até os dentes que sobrevivam a rajadas de balas vindas de helicópteros e tanques de guerra. E o que brota por aqui? Você já imaginou os Cavaleiros da deusa Atena lutando contra tanques e soldadinhos armados? Nem nas nossas maiores aventuras imaginárias quando brincávamos com os bonecos, essa mistura acontecia. Mas de alguma forma os produtores imaginaram isso em seus devaneios e gastaram alguns milhares de dólares para que isso fosse animado.

POLÊMICA POR NADA...
Uma das maiores reclamações antes da estreia, era a troca de gênero do Cavaleiro de Andrômeda, Shun, deixando de ser um garoto e passando a ser uma garota. Até então a birra vinha com os famosos “argumentos” machistas: “mas são Cavaleiros, se não se chamariam Amazonas”; ou “já foi estabelecido que era um homem, mudaram para mulher para lacrar?”, "o fim de um clássico". Bobagens disfarçadas de “opiniões”, algumas delas dadas até por envolvidos oficiais no trabalho, como o dublador original do personagem. Ao assistir a animação, a tal modificação chega a ser irrelevante.


O fato de Shun ser uma menina, não traz nada novo ao personagem, a aparência da personagem é bem mascarada, e a escolha da dubladora brasileira, Úrsula Bezerra, que em sua maioria dubla personagens masculinos, me soou como um disfarce para que os “atacadinhos” não se sentissem tão ofendidos por essa mudança que afetaria suas vidas. Os machistas acabaram ganhando um prêmio de consolação por sua birra e choradeira...

Shun desta vez é uma personagem do gênero feminino
SENTA QUE LÁ VEM MAIS...
Os Cavaleiros do Zodíaco atravessaram décadas, os personagens já haviam se consolidado, mas a insistência da desculpa barata de “apresentar a nova geração” um produto que é atemporal, terminam no registro para a eternidade da consolidação da falta de criatividade atual perante uma marca, que pode saturar quando usada até sua exaustão. Lembrando que ainda há um live-action por vir.

Os seis primeiros episódios (de um total de 12) de “ Saint Seiya - Os Cavaleiros do Zodíaco”, já estão disponíveis na Netflix.

Avaliação: 0.5 / 5

03/07/2019

Crítica | Turma da Mônica - Laços



A “Dona da Rua” ganhou vida e está com a sua turma em live-action na tela grande. A criação de Maurício de Souza chega aos cinemas em “Turma da Mônica - Laços” mostrando que o cinema brasileiro pode ir além das comédias enlatadas. 

Acho que fica mais fácil dizer: "quem nunca leu uma revistinha da Turma da Mônica", do que o contrário. Nos ajudou a melhorar a leitura, descobrir coisas novas, e aprender dando muita risada. A décadas encantando gerações e se renovando, as histórias que ganharam espaço e conquistaram o público brasileiro e internacional, inevitavelmente chegaria cedo ou tarde em sua versão de “carne e osso”. Se isso funcionaria? Até Maurício de Sousa teve suas dúvidas durante anos, até que o momento certo chegou. 

Laços tem inspiração na história da graphic novel homônima escrita e desenhada por Vitor e Lu Cafaggi, mas com a essência visual característica dos quadrinhos de Maurício. Aliás a fotografia desse filme é de um bom gosto que só, muito agradável aos olhos contribuindo para a ambientação do que vemos nas HQ’s. A história segue a Turma da Mônica, indo atrás de Floquinho, o cachorrinho de Cebolinha, que foi raptado de maneira misteriosa. As coisas se complicam quando eles precisam atravessar uma floresta atrás do sequestrador e deixar as desavenças de lado, e estreitar os laços que há entre os quatro amigos para chegarem ao seu objetivo. 

O filme é dirigido por Daniel Rezende, que até a estréia na direção em “Bingo: O Rei das Manhãs”, era conhecido como editor de uma vasta lista de sucessos, incluindo é claro “Cidade de Deus”, para o qual ganhou o prêmio de melhor edição no Bafta e sendo indicado para o Oscar na mesma categoria (nota do redator : Cidade de Deus é meu filme favorito e merece ser assistido infinitas vezes, a edição desse filme é realmente incrível).

Daniel Rezende e Maurício de Sousa. Os pais de "Turma da Mônica - Laços"
Uma das maiores preocupações em produções audiovisuais protagonizadas por crianças, é o convencimento das tais perante a atuação. É muito fácil se deparar com textos inexpressivos ou até mesmo incoerentes com a idade dos atores, o que causa aquele desconforto no espectador de estar assistindo algo meticulosamente ensaiado e sem vida. Caso totalmente contrário em “Laços”. As histórias da turma da Mônica sempre tiveram como alicerce os personagens, tanto pela quantidade quanto pela qualidade. As características são distintas e complementares e a memória afetiva corresponde pela qualidade; você reconhece cada um deles, mesmo se não lembrar os nomes. Seria arriscado adaptar quatro personagens que já estão estabelecidos na cultura brasileira se eles não escolhessem as crianças certas. E as agulhas no palheiro foram encontradas, e elas vieram brilhando… 

Giulia Benite é a dentucinha valentona de vestido vermelho que nós amamos, Mônica. Kevin Vechiatto vai “doblar” a língua de qualquer um que duvidar do seu Cebolinha. Não tem melância suficiente no mundo para substituir a fofura que é a Magali da Laura Rauseo. E Gabriel Moreira corre mais que a chuva, tanto quanto o Cascão. A interação entre os quatro é crível, os diálogos são naturais entre seu propósito e não resta dúvidas que a associação será fácil, não só pela caracterização do vestuário, mas pela personalidade de cada um. Uma adaptação de personagens de um mundo de papel e tinta, para a realidade que realmente funcionou. 

Inevitavelmente, o protagonismo da história acaba sendo de Cebolinha, até pelo contexto em que a aventura se passa. Mas nem por isso os outros se tornam coadjuvantes da própria história… Afinal é “Turma da Mônica, não do Cebolinha”, como eles mesmo dialogam. Aliás, prestem atenção em easter-eggs de outros personagens famosos, na participação do Pai desses personagens incríveis, e uma conversa sobre “calçados” que dá um significado hilário a tantos anos de dúvidas.

Gabriel Moreira, Kevin Vechiatto, Giulia Benite e Laura Rauseo
Os nomes mais conhecidos do grande público para os personagens adultos são Monica Iozzi (Dona Luiza) e Paulinho Vilhena (Seu Cebola), mas quem realmente brilha é Rodrigo Santoro como Louco, inclusive escolhido para atuar no filme antes mesmo do elenco principal. Sua cena é uma adição a história, que não existe nos quadrinhos. Uma interação com Cebolinha (que acontece muito nos quadrinhos), que dá o significado abstrato do título do filme, onde o ator traduz toda a essência do personagem com movimentos corporais de encher os olhos e seus diálogos malucos que te fazem pensar. Sem dúvidas, é principalmente nessa cena que a influência e o dedo mágico de Daniel Rezende entra em ação na edição do filme.

Rodrigo Santoro, Louco de pedra!
Mas nem tudo são flores e o filme volta e meia cai em um marasmo de repetições das andanças pela floresta, que poderia ter sido facilmente evitado se por exemplo os adultos tivessem uma participação maior durante a trama, parando de procurar as crianças apenas pela rua do Limoeiro, e indo mais a fundo. Seus filhos sumiram, vão ficar em casa esperando o que? Os “Laços”, desta vez o significado literal do filme, são introduzidos durante a história e poderiam ser essa sub-trama, mas acabam não servindo para nada no decorrer do que vemos em tela. 

“Turma da Mônica” é a prova de que o cinema brasileiro pode criar conteúdo de qualidade para todas as idades se ele se permitir (ou os patrocinadores no caso). Para uma geração que viu “Menino Maluquinho” nos cinemas, “Chiquititas” na TV e toda a outra infinidade de produções tupiniquins voltadas para crianças com abrangente de todas as idades, inclusive produções recentes como os filmes de “Carrossel”; "Laços" é um frescor não só emotivo, mas de qualidade, do que podemos ver com mais recorrência se o cinema se permitir, e o público prestigiar.

"Sou a Mônica, sou a Mônica, dentucinha e sabichona"
Divertido, nostálgico, e feito com muito carinho; “Turma da Mônica - Laços”, merece sua ida ao cinemas. E você, já foi assistir? O que achou? Qual seu personagem favorito? A minha contraparte nos quadrinhos de Mauricio de Sousa, é sem dúvidas do “Do Contra” (descubra o personagem antes de levar seu nome ao pé da letra; seja mais “Do Contra”), e o seu? 

AVALIAÇÃO: 4/5





Shingeki no Kyojin/Attack on Titan: Um dos animes mais envolventes dos últimos tempos



Shingeki no Kyojin: A humanidade a um passo da extinção

Olá, colossais!
AVISO: Spoilers ligados a primeira temporada abaixo!
Eu demorei horrores pra ceder às diversas investidas de amigos para começar a ver esse anime (não, não li o mangá, para as obras asiáticas sigo o mesmo esquema de assistir primeiro as adaptações para depois ler porque sabemos que livro e mangá são sempre melhores) e em minha defesa, digo que a sinopse que fizeram é muito ruim, em nada condiz com a grandeza do anime ("mimimi mas não dá pra fazer uma boa sinopse sem spoiler" = dá sim) e então eu sempre acreditei que não me identificaria com o enredo e não me apegaria à nenhum personagem.
Levi e Mikasa: os exploradores e protetores incansáveis
Até porque esse tema de "mundo pós apocalíptico" já está começando a ficar 'batido' e perder o encanto por não ter mais nada surpreendente e por ter sido quase que completamente esgotado; Logo, pensei que ficaria beeeem entediada. Essa é a hora que vocês podem rir da minha cara e dizer: você estava MUITO errada. Porque eu estava mesmo. É impressionante o que fizeram com essa história e a forma como a contaram. 
Sasha, em destaque: um dos alívios humorísticos do anime

Vou falar primeiro da minha personagem favorita, ícone sem defeitos e que as pessoas que me recomendaram essa obra já o fizeram certamente sabendo que eu a adoraria: eu estou perdidamente apaixonada pela Mikasa. Normalmente, as personagens femininas que são competentes e que desequilibram ganham o meu coração fácil e esse é o caso. O passado dela com Eren e a forma com que ela lida com isso, especialmente por ele ser sua única família atualmente é bacana demais; inclusive um dos pontos altos desse enredo é a carga dramática e o passado de personagens centrais, porque são todos muito bem construídos e coerentes durante toda a temporada. 
Mikasa frente a frente com a Titã Fêmea
O personagem é apresentado e você entende exatamente o porquê dele agir de determinada maneira porque no decorrer dos episódios a personalidade e as características dele ou dela foram extremamente bem elaboradas. Particularmente, personagens como Levi, Sasha, Annie e Jean eu já amei logo de cara porque são bem marcantes nas cenas; Armin e Eren eu tenho momentos, porque me incomoda o Armin "travar" quando não devia e o Eren demorar a aceitar que precisa se "desfazer" pelo menos parcialmente de sua humanidade para justamente salvar todo mundo. 
Eren, nosso protagonista: transformação através da dor

Achei maravilhoso também essa questão das três muralhas e de como o pessoal mais "político" fica alimentando a corrupção de dentro da Sina, mesmo após a destruição de Maria e a invasão de Rose; qualquer semelhança com a realidade definitivamente não é mera coincidência e eu sou muito grata pelo enredo ser infinitamente mais profundo do que apenas "monstros gigantes destruindo a raça humana". Annie ser também capaz de se transformar em titã é uma conclusão de temporada sinistra e arrepiantemente real, enquanto achamos que seremos destruídos e erradicados por fatores ou seres externos, na verdade, desde o início dos tempos, a humanidade é a principal causa do seu próprio declínio, é de uma sacada maestral quando Smith pergunta para o Eren se ele realmente estava enxergando quem eram os inimigos. 
As três muralhas: A humanidade enjaulada
Somos nós, oras. Anime muito completo, violento sim, com altas doses de crueldade (eu mesma, viúva de Marco e Petra) mas também muito sagaz e impactante. Viciada estou.



Crítica | TOY STORY 4



A nova aventura de Woody e seus amigos chegou aos cinemas, e após muitos contestamentos de sua necessidade, uma afirmação e um questionamento podem ser feitos ao fim da exibição: “O filme é sim muito bom!”, “Era realmente necessário?”. 

O histórico da franquia Toy Story é repleto de êxitos, glorificado como primeiro filme de animação totalmente em 3D (um dia a gente conversa sobre o nosso nacional, “Cassiopeia”, novamente dona Pixar), três continuações, animações derivadas, jogos e curta metragens, além é claro das infinidades de produtos que já sabemos que esses filmes geram; os brinquedos de Andy, criaram um legado indiscutível não só para a animação como para o cinema mundial. Mas o maior “problema” que atinge a quarta aventura é o final totalmente satisfatório e emotivo do seu antecessor. 

Os anos se passaram, e um Andy adulto passa seus brinquedos para uma nova criança, Boonie. Quem assistiu aos filmes, sabe que a história não é sobre uma criança e seus brinquedos, mas sim os brinquedos dessa criança. Tudo sempre gira em torno de como viviam esses objetos que na nossa realidade só criam vida quando resolvemos dá-la a eles, criando suas aventuras. Porém o brinquedo protagonista, o cowboy Woody sempre entrava em discussões sobre “ser o brinquedo do Andy”, e suas aventuras se resumiam em como “salvar” o garoto de alguma forma. A palavra chave sempre foi amizade. 

Na quarta aventura, a nova dona dos brinquedos Bonnie, acaba dando vida a um garfo de plástico ao criá-lo como brinquedo em sua escola. O “Garfinho” ao contrário dos outros brinquedos, questiona sua existência, já que foi criado a partir do lixo, e Woody em prol da proteção de sua nova criança, quer provar a importância que o novo brinquedo tem para a garota. É em uma viagem de férias da família de Bonnie, que os brinquedos acabam parando em um parque de diversões, encontrando a antiga amiga “Betty” e fazendo o cowboy se questionar o que realmente mais importa para ele…

Betty está de volta e é o elo entre Woody e uma decisão que mudará os rumos da história
A premissa do filme é em sua totalidade muito interessante na história da franquia. Nós sabemos que Woody não consegue se desvincular de Andy, e é aqui que tudo fica mais intenso. Ele faz novas descobertas sobre o mundo e com todo histórico de suas aventuras, o questionamento e é claro sua decisão, são válidas. Porém, necessários a essa altura? 

O quarto longa deixa de lado até o protagonismo de Buzz Lightyear para que uma nova camada de emotividade seja criada para que a experiência convença o espectador ao final de sua exibição. Apesar de no meu ver, os acontecimentos e temas tratados durante o filme (a história de Garfinho, Gabby Gabby e Duke Kaboom são grandes exemplos disso), sejam mais emotivos que sua conclusão. Por várias vezes me peguei emocionado com dilemas e nuances dos brinquedos (que também podem ser trazidos para a vida de um ser humano), do que na tão falada cena final que fez os dubladores originais se emocionarem tanto. Assistam e digam se ela é realmente tão emotiva quanto a do terceiro filme, ou sou eu ficando um pouquinho mais “insensível” a cada dia.

Vocês acabam de ser substituídos por um garfo!
Mas há de se convir que os novos personagens (e a reapresentação de antigos) são excelentes. “Garfinho” é um exemplo de como uma coisa banal, criada de lixo, se torna um dos personagens mais engraçados e interessantes da trama, seu questionamento, suas descobertas como um brinquedo, e a insistência em se chamar de “lixo”, são tão marcantes que é melhor ter cuidado ao sair do cinema e começar a chamar as pessoas assim também… “Lixo…” LOL 

E o retorno de Betty não passa em branco, ela é uma das chaves mais importantes nas decisões do roteiro deste filme. Sem contar que a bonequinha de porcelana mostra que não tem medo de nada, e que se o seu exterior é frágil, seu interior é mais forte e racional que muito ser humano por aí. Não adianta reclamar, é “GIRL POWER” sim, e manda mais que tá pouco. A evolução técnica é incrível e só te faz questionar até que ponto ela será levada. Os personagens são evidentemente “desenhos”, mas os cenários estão cada vez mais absurdamente reais.

"Lixo?"
A Disney/Pixar está passando por reformulações em sua equipe, e as produções da casa que antes pareciam mais exclusivas, se tornam cada vez mais comerciais. Antigamente você poderia esperar sonhando por continuações de filme da Pixar, hoje eles vem aos montes. Toy Story é o que mais possui continuações (exceto pelo universo onde “Carros” tem dentes e “Aviões” saem sem passar pelo setor de qualidade da cas), mas depois do desfecho anterior, ninguém esperava mais histórias dos brinquedos, nem mesmo o estúdio. A crítica se cega pelo selo “Disney”, mas o mercado sabe que um filme desse tipo é feito com o intuito de vender brinquedos, e aqui o brinquedo em questão seria a “Toy Story Land” dos parques da Disney, inaugurado já a um tempo. 

Para quem consome com consciência disso, aproveita como pode. Mas às vezes forçar a barra acaba diminuindo o peso que a marca tem no imaginário das pessoas. Há sim uma história a ser contada, ela é válida, mas nessa altura do campeonato pareceu mais como um plot twist de 1:40 do que propriamente um encerramento da história dos brinquedos… Aliás aí fica o questionamento… Se antes era identificável um final, e não haviam planos para continuações, mas ela logo surgiu, então quer dizer que esse final, não é também um final de verdade? O problema está aí, se o propósito deste é encerrar um ciclo, o outro o fez de maneira mais satisfatória. Se o propósito é iniciar um novo, existe um mundo de possibilidades episódicas para a franquia, o que em si não é lá uma coisa boa. 

Mas e você, já assistiu, o que achou? Qual seu filme favorito da franquia Toy Story até agora?! 

AVALIAÇÃO: 3.5/5




24/06/2019

ANTES TARDE DO QUE NUNCA | NEON GENESIS EVANGELION


Com a chegada no Netflix de “Neon Genesis Evangelion”, o anime de 1995 criado por Hideaki Anno está de volta nas rodas de conversas geeks, e para quem apenas “conhecia de vista” a obra, mas que não assistiu na época do lançamento como eu, tem agora a oportunidade de ver a série e analisá-la de maneira mais crítica e aprofundada. 

Minha ligação com Evangelion começa a uns bons dezessete anos atrás. Leitor assíduo de revistas como “Ultra Jovem” e “Herói”, eu era bombardeado com produções que não estavam ao meu alcance, e passando o olho pelas páginas que falavam sobre o desenho em questão (eu trato “anime” apenas como mais um termo do que no resultado final é um desenho, lide com isso), não tive meu interesse despertado de uma boa maneira. 

Nunca gostei do gênero ‘Mecha’ (lê-se “méca”; robôs gigantes pilotados por humanos), e a minha ignorância tratava os resumos genéricos das páginas da magazine como desinteressantes. Nos traços eu não compreendia a androginia do personagem principal, eu sempre vi em seu macacão desenhos de seios femininos e em seu cabelo, “arquinhos” … Só eu achava que o Shinji (protagonista da série) era uma menina? E era essa básicamente minha ideia sobre o que poderia ser Neon Genesis Evangelion. 

Agora eu concluo como foi bom eu não ter me interessado mais e assistido naquela época. Com toda certeza eu teria odiado, largado pela metade, e não compreendido nem uma fração da complexidade da história contada. E olha... Como o “olhar crítico” da gente muda, hoje eu tenho vergonha do meu eu do passado que falou mal de qualquer traço da animação… Ultrajante, blasfematório.

O mecha EVA-01
Pois eis que agora, em 2019, maratonei os 26 episódios e os 2 filmes disponíveis na Netflix, e experimentei da sensação que o pessoal viciado em séries tem ao praticar tal ato. Corpo destruído, mente em chamas e uma dor de cabeça… Me pergunto se é sempre assim ou foi efeito da história de Evangelion? Eu acho que ambos, mas vou dar os créditos da “mente em chamas” e da dor de cabeça para a obra referida. 

Em resumo, Neon Genesis Evangelion conta a história de um mundo pós-apocalíptico, onde uma organização chamada NERV, combate monstros chamados de Anjos, utilizando de suas próprias monstruosidades, os robôs gigantes chamadas de EVAs ou Unidades Evangelion, controlados por adolescentes treinados e compatíveis com o mecanismo. Nós somos introduzidos a história, quando o filho do diretor dessa organização, Shinji Ikari, chega a cidade de Tokyo 3, com a missão de pilotar um desses EVAs na tentativa de impedir que os Anjos causem o que chamam de “Terceiro Impacto”, a destruição final da humanidade.

Os pilotos dos Evangelion: Rei Ayanami, Shinji Ikari e Asuka Langley Soryu
Escrever sobre Evangelion não é tarefa fácil, por isso não quis aqui dissecar enredos, analisar cada personagem individualmente ou responder perguntas de uma história que precisa primeiramente ser assistida, absorvida, digerida e depois sair em busca de respostas e confirmações com base em quem entende melhor do assunto. Precisava comentar a experiência, e pensei muito na minha abordagem, chegando a conclusão de que então isso seria uma indicação.

Neon Genesis Evangelion é uma obra que precisa ser assistida por conta própria, no momento certo, e principalmente com a cabeça aberta.

Da mesma maneira que a animação passou despercebida por mim a tantos anos atrás, talvez ela passe por outros agora, caso não se interessem por histórias de robôs gigantes enfrentando aberrações extraterrestres, como antes eu não me interessava. 
Sim, você verá batalhas insanas de monstros gigantes; Gore (representações gráficas de violência de modo teatral, ou seja ainda mais visceral e exagerado) e até insinuações sexuais são mostradas aqui, mas isso somado não chega em sua essência. 

É a ciência, religião e a psique, que realmente te fazem entrar em uma viagem “desagradável” do que é “ser humano”. Os conflitos internos e externos de cada personagem são desesperadores, como espectador você vai travando embates ideológicos com cada um deles para no final sair com a mente cheia e a boca calada. Mesmo os coadjuvantes menos participativos, se dado a devida atenção, tem algo a contar. Ao meu ver ninguém está ali à toa, coisa rara em qualquer obra. A densidade da trama vai sendo construída a cada episódio, você sabe que há mais do que está vendo e anseia para que as respostas cheguem. Mas talvez elas não venham assim tão fáceis. 

De maneira técnica, a animação e trilha sonora são de uma qualidade tão absurdas que fica fácil entender os problemas com orçamento e tempo que tiveram na época de sua produção. As faixas criadas por Shiro Sagisu vão de temas descontraídos, comuns em animações japoneses (é bossa-nova que estou ouvindo?), até acordes mais frenéticos ou calmos que transpassam a tensão necessária; a faixa "Making Time, Waiting for Death" me causa calafrios toda vez que é apresentada, a gente sabe que coisa boa não vem...

Os conflitos em "ser humano" em Neon Genesis Evangelion
Em suma, Ou você relaxa e curte a “trip” para absorver o que verá, ou a transforma em uma experiência sem relevância (não indico). 

A indicação: Assista a série de 26 episódios, “Neon Genesis Evangelion” e depois o filme “The End of Evangelion” (O outro filme adicionado no Netflix “Death (True)²” é um compilado que hoje em dia é dispensável).

 Se você se interessa por esse tipo de história, e saiu correndo para ver o anime e o filme, mas ficou com a cabeça fritando atrás de respostas, APÓS e SÓ APÓS ISSO (guarde a vontade de lamber o pote antes de comer o doce); eu indico que veja os vídeos do canal “Video Quest”, listados abaixo. Provavelmente as respostas de dúvidas sobre a história serão respondidas, e o interesse na franquia que também posuí mangás, jogos e uma continuação de filmes ainda em lançamento chamada “Rebuild of Evangelion” será maior ainda.


Neon Genesis Evangelion e The End of Evangelion se encontram disponíveis na NETFLIX.




12/06/2019

Crítica | Obsessão (2019)


Chega aos cinemas nacionais, o filme “Obsessão”, do original “GRETA”, nome da personagem vivida por Isabelle Humppert (Eva), que protagoniza a trama ao lado de Chloë Grace Moretz (Kick Ass), que dá vida a Frances. 

O suspense conta a história de Frances, cujo o falecimento recente da mãe a trouxe a viver em Nova York com sua amiga Erika (Miaka Moroe). Ao achar uma bolsa esquecida em um vagão do metrô de Manhattan, Frances procura a dona do objeto e encontra Greta Hideg, uma senhora solitária que logo cria um laço com a garota, surgindo assim uma amizade improvável entre as duas. Porém, quanto mais amigas se tornam, mais invasiva e sinistra se mostram as intenções de Greta com Frances, e um segredo obscuro será revelado. 

AQUELE MAIS DO MESMO QUE A GENTE GOSTA DE CONFERIR 
Em sua essência, “Obsessão” é o típico filme que seria exibido aos sábados no “Supercine”, aquele suspense padrão, onde você já sabe o que esperar, resta o filme ser bom ou não. Para esse grupo do gênero, que não lhe fará grandes revelações na trama, o filme aqui quem questão, pode ser considerado satisfatório. Não apelam em cafonices, sexualidade barata ou violência gratuita que não tinha sido indicada anteriormente; clássicos meios desesperados de saída fácil que este tipo de filme encontra quando não vê mais para onde ir por falta de um grande “plot twist”. E posso garantir, que em contra-parte dos fictícios adolescentes que andam saindo por aí, esse daqui não romantiza o psicopata em questão. Aliás o trailer já mostra tudo o que você poderá encontrar durante o filme. 

A personagem “enciclopédia” (os famosos personagens que são introduzidos para explicar o filme de forma didática para o personagem principal e o expectador subestimado), entrega uma história incompleta que não deixa assim tão claro esse lado obsessivo de Greta, apenas um detalhe é pontuado, mas que não “justifica” a loucura inconsequente da personagem, o que dá ainda mais impressão de que não tinha um roteirista para pensar em algo além do que já esperávamos. Nem todo tempero de Mãe é bom ...



PARA QUEM ESTÁ CANSADO DE BLOCKBUSTERS 
Levando em consideração as atuações, não temos nada notório. Isabelle Humppert mostra para os alunos como se deve atuar em um filme de suspense em várias cenas ótimas, e Clhoë Moretz se aplica na carteira da frente, mas no fim só consegue tirar um “B”. Intercalando entre dramas baratos, e romances água com açúcar; a atriz parece não sair do lugar no quesito atuação. Ela não é ruim, mas nunca mostra nada novo, sempre parece entregar a mesma coisa. 

Ganhador do Oscar de roteiro original em 1992 por “Traídos Pelo Desejo”, fora da direção desde 2012; Neil Jordan (Café da Manhã em Plutão - 2005), parece querer voltar ao gênero e essa seria uma tentativa de ser notado novamente. Vale a pena ser assistido no cinema? Uma meia entrada, num dia de bobeira que você queira levar alguém que também já esteja cansado de blockbusters espalhafatosos? Sim. Do contrário, veja em casa descompromissadamente que será ainda mais satisfatório. 

Avaliação: 3/5


10/06/2019

ANTES TARDE DO QUE NUNCA | LÚCIFER



Olá, diabinhos!

(Atenção: Você poderá se deparar com spoilers)

Devo confessar que fui submetida à um bocado de pressão (interna e externa; de cristãos e de ateus) para começar finalmente a assistir as peripécias de Lúcifer (ou Lucy, para os íntimos, né Amenadiel) na badalada Los Angeles.

Eu estava um pouco preocupada, mas ressalte-se que nunca tive dúvidas com relação à atuação do Tom Ellis pois, apesar de não ter feito parte da Lúcifer-mania, eu vi de perto a luta deste homem para salvar a série, então por si só já nutria um carinho grande por ele porque é notório que ele ama o personagem e sabemos que, quem ama o que faz, tem tendência a dar o melhor de si sempre. 

Lucifer e suas asas: A eterna contradição entre o bem e o mal

Então, recapitulando, ele nunca foi a minha preocupação. Meu receio era com o núcleo suporte e as tramas a serem desenvolvidas em cada um dos episódios, especialmente sendo eu uma fã inveterada de séries policiais longas como Law & Order. Eu coloquei na minha cabeça que a Detetive Decker não traria nada de novo neste sentido porque existem 500 milhões de séries com temáticas parecidas e até mesmo envolvendo seres mitológicos e/ou sobrenaturais, então deduzi que originalidade não seria talvez o forte aqui.

Dito isso, digo que achei os primeiros dois episódios, especialmente o piloto, bem basicões mesmo; não é que sejam ruins, só não me fizeram ficar super animada. Porém, a partir do episódio 3, quando de fato entrei no ritmo do enredo, comecei a entender os motivos pelos quais essa série caiu nas graças do público.


Linda, Chloe, Maze (ao fundo): As mulheres da vida de Lucy

O crime do jogador profissional, apesar de não ser tão inovador, trouxe de fato um refresco e foi uma investigação bem montada, assim como o episódio do roubo das asas de Lúcifer (o leilão em si foi incrível). Então, quando aliados fatores como o charme de Lucifer, uma boa trama e uma investigação bem elaborada, o episódio fica sensacional; quando se soma tudo isso aos embates vulgo romance gato e rato entre Amenadiel e Maze (que pra mim dá de 10 a 0 na Chloe), pautados pela análise precisa da Dra. Martin, é quando a série mostra o seu melhor lado. Contudo, não é sempre. Eu fiquei com a mesma sensação de quando assisti a algumas temporadas de Supernatural: são séries com premissas boas, mas com irregularidade no quesito qualidade. É um epi muito bom, seguido por um epi morno. Não nutro, até este momento, nenhum apreço pela protagonista que me faça compreender a razão pela qual Lúcifer prefere ficar na Terra; acho que são muito mais interessantes as interações de pavor que ele tem com a Trixie, por exemplo. 


Particularmente, não creio que o relacionamento complicado e fraternal do nosso ex-protetor da luz com o seu irmão angelical tenha sido bem explorado e, na minha concepção, o disfarce de Amenadiel foi desfeito rápido demais; teria sido mais divertido poder acompanhar Lucy pulando de consultório em consultório e sendo obrigado a manter segredo da Linda por mais tempo. 


Chloe e Trixie: o que esperar pela próxima temporada?

Absurdamente, vemos a incrivelmente sexy Maze (que também é meio ninja) ser mantida de lado, mesmo sendo uma agente dupla a serviço tanto dos interesses do capiroto como de sua própria vontade, quando poderia estar sendo mais ativa (tal qual na cena em que cura o anjo com uma das penas das asas que foram destruídas do Sr. Morningstar). É uma série interessante, mas que poderia ser mais, se quisesse. Fiquei com a sensação de ser uma série com picos de ótimos momentos, mas com pitadas de nada novo sob o sol. 

- Lucifer está disponível na Netflix.

Amenadiel e Maze: O confronto entre o querer e o dever