27/10/2021

Crítica | A Familia Addams 2: Pé Na Estrada


O Halloween está batendo a nossa porta, e para aproveitar o embalo do terror A Familia Addams 2: Pé Na Estrada chega para garantir o "terror" fofo dos pequenos no cinema.

No segundo filme da nova franquia de animação da Família Addams, Mortícia e Gomez Addams planejam uma viajem em família para que possam aproveitar a infância de seus filhos e criarem memórias em conjunto, mas, um segredo que envolve Wandinha Addams pode separar a família para sempre.

Sem dúvidas um dos pontos de maior destaque no filme, é o elenco de dublagem brasileiro, que não recebe o título de ser um dos melhores do mundo atoa. A equipe realmente merece todos os elogios pela qualidade da dublagem, que aqui capta perfeitamente toda a essência dos personagens, e acredite, isso faz uma diferença incrível, seja para o publico adulto ou para o publico infantil. 


Além disso, a animação conta com várias referências engraçadas que proporcionam um certo sorriso de canto de boca, referencias que vão de filmes de terror como "Carrie, a Estranha" a "O Rei Leão" e ainda não deixa de lado a piada pronta do mãozinha se banhando em álcool e a preferencia obvia de Wandinha pelo distanciamento social.

Apesar dos personagens fofos e da excelente dublagem, o filme deve seguir a linha de comentários que o primeiro filme recebeu, já que não pode ser definido bem como uma animação de comédia, drama, ou qualquer outro gênero cinematográfico, pois não consegue se aprofundar muito, e deixa o espectador esperando que algo grande demais aconteça durante todo o filme. 

O questionamento que fica é: sentimos uma espécie de saudosismo por ser um 'remake' de algo que fez parte da nossa infância? ou a animação é realmente para um publico infantil? E a resposta é simples, é um pouco de cada. Esperamos algo muito maior e específico para que possamos sentir como se estivéssemos vendo A Familia Addams pela primeira vez de novo, e vamos com a expectativa de que tudo o que iremos ver nos levará a uma viagem no tempo, mas os novos filmes não são feitos para nós, e sim para a nova geração, que por sua vez recebe um plot totalmente previsível, que torna fácil o desenrolar da história.

A Família Addams 2 tem personagens fofos, uma excelente dublagem e uma temática familiar super indicada para o público jovem, e que prova ainda mais que a família excêntrica não é pra todo mundo.


Nota: 3.0/5.0

Crítica | Marighella


A história de um dos principais nomes da luta armada contra a ditadura militar finalmente chega aos cinemas brasileiros, depois de sua estreia em grandes festivais como o de Berlim, onde o filme foi aplaudido de pé, chegou a nossa vez de assistir ao aclamado Marighella. 

Neste filme biográfico, acompanhamos a história de Carlos Marighella, em 1969, um homem que não teve tempo pra ter medo. De um lado, uma violenta ditadura militar. Do outro, uma esquerda intimidada. Cercado por guerrilheiros 30 anos mais novos e dispostos a reagir, o líder revolucionário escolheu a ação. Marighella era político, escritor e guerrilheiro contra à ditadura militar brasileira.

Adaptado da biografia "Marighella - O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo" escrita por Mário Magalhães, o filme tem consigo a grande missão de apresentar os últimos 5 anos de vida de Carlos Marighella à um público mais jovem que por algum motivo, nunca sequer tinha ouvido esse nome.

A frente dessa missão estão grandes nomes do cenário nacional, encabeçando a lista temos Wagner Moura, o eterno "Capitão Nascimento" que dessa vez não atua, mas estreia como diretor. Logo em seguida temos um elenco de nome que conta com Seu Jorge, Bruno Gagliasso e Adriana Esteves.




E é na junção entre direção e elenco que temos um dos pontos mais legais de Marighella, a união do elenco e o carinho perceptível que as pessoas envolvidas tem pelo projeto. Seu Jorge se mostra maduro e entrega em sua atuação um excelente líder, nos colocando na pele de Carlos Marighella de uma forma completamente imersiva, passando sensação de que esse papel só podia ser dele. Por outro lado, temos Bruno Gagliasso interpretando o "Vilão" da história de Marighella, e confesso que ele fez tão bem o papel do antagonista que só de aparecer em tela temos repulsa do personagem.    
 



Por se passar em uma época tão marcante para o Brasil, Marighella não tem medo de exibir cenas de tortura e crueldade, e para dar uma sensação ainda mais angustiante a tortura da época, Wagner Moura e o diretor de fotografia Adrian Teijido abusam de planos sequência e close nos rostos dos personagens passando durante todo o filme um tom intimista, fechado, preso como se realmente estivéssemos em uma panela de pressão que explodirá a qualquer momento, representando sentimentos do que provavelmente foi a época da ditadura militar.  
 
Ao longo de 2 horas e 35 minutos de filme, somos levados de volta a 1969 e convidados a conhecer um pouco mais da história do nosso país, em certos momentos temos cenas de tirar o fôlego em outros temos um marasmo na história que acaba deixando o filme para alguns longo demais ou até mesmo arrastado.

Marighella não é um filme para qualquer um, principalmente pelo momento político do país, certamente teremos uma certa divisão entre amar e odiar. Vale pela história difícil retratada no filme que deixa ainda mais claro o quanto sempre fomos e seremos divididos, infelizmente. 

Nota 4.0/5.0


21/10/2021

Crítica | Duna


Com a missão de adaptar o famoso livro de ficção-científica escrito em 1965 por Frank Herbert Denis Villeneuve (“A Chegada”, “Blade Runner 2049”) nos introduz ao vasto universo de DUNA de uma forma épica e grandiosa, abrindo portas para o que provavelmente será uma grande franquia de filmes. 

Uma jornada do herói mítica e emocional, Duna conta a história de Paul Atreides, jovem talentoso e brilhante que nasceu com um destino grandioso, para além até da sua própria compreensão, e precisa viajar ao planeta mais perigoso do universo para garantir o futuro de sua família e de seu povo. Enquanto forças malévolas levam à acirrada disputa pelo controle exclusivo do fornecimento do recurso mais precioso existente no planeta uma especiaria capaz de liberar o maior potencial da humanidade, apenas aqueles que conseguem vencer seu medo vão sobreviver.

Confesso que não li o livro e não assisti a primeira tentativa de adaptação de 1984, cheguei para assistir DUNA (2021) sem saber absolutamente nada do que encontraria, fui comprado pelos trailers e pelo hype gerado em cima do filme.



O filme foca em contar uma historia de início, e é perceptível como Dennis Villeneuve, Jon Spaihts e Eric Roth  se dedicaram em escrever um roteiro detalhado que nos envolve com a história e nos apresenta o vasto universo de DUNA explicando em detalhes quem são os Atreides, os Harkonnen, os Fremen e a especiaria Mélange e o por que ela é tão importante. 

Por se tratar de um universo completamente novo (pra minha pessoa), temos uma enxurrada de nomes e personagens ao longo das 2 horas e 35 minutos de filme, demorando um pouco pra associar os nomes ao rosto dos personagens. 

Aliado ao detalhado roteiro, temos um elenco experiente e cativante que manda super bem, em destaque estão Oscar Isaac, Josh Brolin, Stellan Skarsgård, Dave Bautista, Jason Momoa e Timothée Chalamet que protagoniza um excelente Paul Atreides, com alguns minutos de filme ele consegue transparecer a sensação de medo e curiosidade pelo destino de seu personagem. 



Tudo é Grandioso em Duna, em aspectos técnicos o filme dá um show a parte e merecer ser assistido no cinema, de preferência em Imax. Os efeitos especiais são incríveis, a fotografia em seus tons azuis e amarelos deixam o deserto de Arrakis ainda mais vivo. O figurino se destaca e acredito no mínimo em uma indicação ao OSCAR nessa categoria. Complementando os quesitos técnicos de imagem, tanto a mixagem de som quanto a trilha sonora dão ainda mais glamour ao filme, dificilmente você vai sair do cinema sem a música tema do filme na sua cabeça.

Duna é um épico prelúdio de um vasto universo, com uma introdução bem feita, nos resta esperar pelas sequências e torcer para que elas nos entreguem experiências tão boas ou melhores do que a primeira parte. EXPECTATIVAS FORAM CRIADAS!

NOTA 4.5/5

14/10/2021

Crítica | Halloween Kills: O Terror Continua



Michael Myers e Laurie Strode estão de volta aterrorizando geral na aguardada continuação de Halloween (2018).

Em Halloween Kills: O Terror Continua, depois de quatro décadas se preparando para enfrentar Michael Myers, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) acredita que enfim venceu. Minutos depois de deixar o assassino queimando, Laurie vai direto para o hospital com ferimentos graves de vida ou morte. Mas quando Michael consegue escapar da armadilha de Laurie, sua vingança e desejo por um banho de sangue continua. Enquanto Laurie luta contra a dor, ela tem que se preparar mais uma vez para se defender de Michael e consegue fazer toda a cidade de Haddonfield se juntar para lutar contra o monstro. Mulheres se juntam e formam um grupo de vigilantes que vão atrás de Michael e acabá-lo de uma vez por todas, garantindo o retorno de um Halloween tranquilo e paz na cidade.



Para os fãs do clássico de terror o filme possui um clima frenético e ao mesmo tempo sombrio que consagrou Michael Myers como um dos maiores serial killers do cinema.  Com a diferença de que desta vez Myers é caçado pelos habitantes da cidade, que querem por um fim ao seu legado de terror. O longa não contém muitos " jumpscares", os famosos sustos aleatórios que são marca registrada do gênero, o que é bom para aqueles que não gostam desse tipo de cena e só querem curtir a história.

Por ser um tradicional filme de terror slasher, o filme não foge dos clichês, a história não inova mas agrada os fãs do estilo. O diretor parece ter optado por não fugir da fórmula que foi sucesso de bilheteria nos anos 80 e 90 com tantos filmes do gênero. 

Halloween Kills já está em cartaz nos cinemas. 

NOTA: 3.5/5.0



13/10/2021

Ghostface está de volta em trailer de Pânico


A Paramount Pictures divulgou o primeiro trailer oficial, pôster e as primeiras imagens do aguardado quinto filme da franquia Pânico.

Com lançamento previsto para o dia 13 de janeiro de 2022, o filme conta com o retorno de Neve Campbell, David Arquette e Courtney Cox, dos filmes originais, e a direção é de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, de "Casamento sangrento" (2019). O trailer pode ser assistido abaixo:



Sinopse Oficial:
Vinte e cinco anos após uma série de assassinatos brutais chocar a tranquila cidade de Woodsboro, um novo assassino se apropria da máscara de Ghostface e começa a perseguir um grupo de adolescentes para trazer à tona segredos do passado mortal da cidade.
Neve Campbell (“Sidney Prescott”), Courteney Cox (“Gale Weathers”) e David Arquette (“Dewey Riley”) retornam aos seus papéis icônicos em Pânico, junto a Melissa Barrera, Kyle Gallner, Mason Gooding, Mikey Madison, Dylan Minnette, Jenna Ortega, Jack Quaid, Marley Shelton, Jasmin Savoy Brown e Sonia Ammar.


Pôster Oficial

Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett

Jack Quaid e Melissa Barrera

Kyle Gallner interpretado Vince

David Arquette em seu retorno como Dewey Riley

Mikey Madison como Amber

Marley Shelton retorna como a Xerife Judy Hicks

Neve Campbell e Courteney Cox como Sidney Prescott e Gale Weathers

Jasmin Savoy Brown como Mindy

E aí? O que achou do Trailer?  Por aqui, expectativas foram criadas, agora é só aguardar o lançamento.


08/10/2021

CRÍTICA | O Último Duelo


Baseado no romance homônimo de Eric Jager, "O Último Duelo" ( The Last Duel ) é uma obra dirigida por Ridley Scott e protagonizada por Jodie Comer, Matt Damon e Adam Driver.

O drama se passa no ano de 1386 e narra os eventos históricos que levaram ao último duelo judicial permitido na França pelo rei Carlos VI e pelo parlamento de Paris, entre os vassalos Jean De Carrouge e Jacques Le Gris. O combate é solicitado pelo próprio Carrouge, após sua esposa, Marguerite, revelar que foi violentada por Le Gris durante a ausência do marido.


A história é desenvolvida de uma maneira envolvente e ao mesmo tempo angustiante, pois mostra como a lei da época era exclusiva para os homens e violenta com as mulheres. A busca de Marguerite por justiça coloca em questão sua honestidade, sua dignidade e sua vida. As caracterizações e cenários do filme são um detalhe à parte, a tarefa de reproduzir os ambientes e vestimentas da época foi muito bem executada pelo diretor e sua equipe. a narrativa é baseada em fatos reais, portanto não dispõe de muita ação, sendo focada, na maior parte, nos diálogos e relações de poder entres as figuras históricas da época. 

O longa é dividido em três capítulos, sendo cada um contado pela perspectiva de um dos personagens principais, por isso algumas cenas se repetem, o que o torna  mais lento para quem não está acostumado a esse tipo de narrativa. 

Ainda assim, é uma experiência surpreendente, e para muitos, emocionante, testemunhar o desafio de Marguerite contra o homem que a violentou e como seus atos contra o poder patriarcal dominante na época a fizeram entrar para a história.

O filme estreia em 14 de outubro nos cinemas.

Nota 4.0/5.0



02/10/2021

CRÍTICA | Venom: Tempo de Carnificina



Após um ano de "casamento" entre Eddie e Venom, tempos de carnificina mostra a difícil relação entre os dois entregando uma comédia romântica e uma origem interessante para o Carnificina.

Após os eventos do primeiro filme, o relacionamento entre Eddie (Tom Hardy) e o Venom está evoluindo. Buscando a melhor forma de lidar com a inevitável simbiose, esse dois lados descobrem como viver juntos e, de alguma forma, se tornarem melhores juntos do que separados. Brock tenta reviver sua carreira ao entrevistar o serial killer Cletus Kasady (Woody Harrelson), que escapa da prisão e se torna o novo hospedeiro do simbionte Carnificina.

Sabe aquele filme que chamamos de "sessão da tarde"? aquele filme que você se diverte assistindo despretensiosamente? Venom, tempo de carnificina se enquadra exatamente nesse estilo e não pode ser levado a serio demais. 

O Filme se desenrola em três pontos principais: A origem do Carnificina, a relação engraçada entre Eddie e Venom e a convergência das histórias em um ápice final.

Sobre a origem do carnificina, Woody Harrelson entrega em sua atuação um ótimo psicopata, sempre que está em tela o tom do filme fica mais sombrio, evidenciando o seu antagonismo. O roteiro acerta ao revelar as motivações que levaram Cletus Kasady a ser o que é, contando rápidas e curtas historinhas no decorrer do filme.  


Por outro lado a relação entre Eddie e Venom traz ao filme um tom de comedia romântica, sempre com muitas piadinhas e atritos na relação conturbada que vivem, onde separados não são nada e juntos não dão certo, eles ficam o filme inteiro tentando encontrar o meio do caminho de uma relação saudável.


E esses tons completamente diferentes ficam ainda mais estranhos na convergência das histórias, trazendo uma mistura completamente diferente de tudo que já vimos em filmes da MARVEL.  

Venom: Tempo de Carnificina é um filme despretensioso, divertido e melhor que o seu antecessor, não deve agradar todos os fãs do gênero por não se decidir em qual tom vai se desenvolver, mas que ousa em misturar a origem interessante de um vilão e uma comedia romântica.

Ahh... Tem cena pós créditos, e ela é incrível!  

Nota 3.5 / 5.0