22/12/2021

Crítica | Matrix Resurrections

Eis que temos a oportunidade de entrar novamente na Matrix, uma versão diferente da original, que repagina o que conhecíamos, mas que não perde a essência da ousada mente de Lana Wachowski e das incertezas do que é ou não real.

20 anos após os acontecimentos de Matrix Revolutions, Neo vive uma vida aparentemente comum sob sua identidade original como Thomas A. Anderson em São Francisco, Califórnia, com um terapeuta que lhe prescreve pílulas azuis para neutralizar as coisas estranhas e não naturais que ele ocasionalmente vislumbra em sua mente. Ele também conhece uma mulher que parece ser Trinity (Carrie Anne-Moss), mas nenhum deles se reconhece. No entanto, quando uma nova versão de Morpheus oferece a ele a pílula vermelha e reabre sua mente para o mundo da Matrix, que se tornou mais seguro e perigoso nos anos desde a infecção de Smith, Neo volta a se juntar a um grupo de rebeldes para lutar contra um novo e mais perigoso inimigo.

Matrix Resurrections nos pluga novamente na Matrix com um primeiro ato incrivelmente diferente, enquanto aguça a curiosidade do espectador em descobrir o que realmente está acontecendo e o real motivo de estarmos na Matrix mais uma vez, o roteiro brinca com o conceito de franquias que sempre retornam por que geram lucro e faz diversas piadas com o seu próprio retorno, isso causa uma dualidade entre a seriedade e o alivio cômico que funciona de uma forma surpreendentemente bem. 


Desse momento em diante o filme com certeza vai dividir opiniões, o roteiro que foca em desdobrar os acontecimentos pós Matrix Revolutions não sustenta a curiosidade gerada no primeiro ato e diminui consideravelmente as piadas causando um certo problema de ritmo, mas que é compreensível devido ao tamanho do universo que precisa ser abrangido e explicado no retorno da franquia.

No decorrer da historia somos inseridos em uma nova versão da Matrix, uma versão atualizada para a década atual, novos termos tecnológicos são inseridos e com certeza novas dúvidas vão surgindo. Nem de perto a sensação de “Não entendi nada!” é igual ao primeiro filme em 1999, mas algumas pesquisas após o termino do filme vão acontecer, e isso já pode ser considerado marca registrada de Matrix, junto com o pensamento de que vale uma segunda rodada para entender alguns pontos.

Com Keanu Reeves retornando como um Neo mais maduro, Jonathan Groff e Neil Patrick Harris se destacando em seus personagens e Yahya Abdul-Mateen II repaginando o Morpheus, quem brilha mesmo é Carrie-Anne Moss que dá vida a uma Trinity mil vezes mais FODA que a Trinity dos três primeiros filmes, elevando o patamar da personagem e abrindo portas para filmes futuros.


Matrix de 1999 ficou conhecido por revolucionar o cinema em termos de efeitos especiais principalmente pelo BULLET-TIME, e era de se esperar algo inovador mais uma vez, porém isso não acontece, e o interessante é que o próprio filme brinca com isso. Mesmo assim os efeitos especiais obviamente não deixam a desejar, inclusive outro ponto que é característico da franquia é o figurino e o design de produção que mais uma vez não falham, é bonito de se ver os personagens tão bem vestidos quando estão na Matrix.

Matrix Resurrections é a repaginação da Matrix para a década atual. Não perde sua essência e cria novas possibilidades de expansão para esse universo ousado.

Nota 4.0/5.0

19/12/2021

Crítica | A Última Noite

 

Digamos que o fim do mundo foi anunciado previamente para o dia 25 de dezembro em forma de uma grande nuvem de gases tóxicos que ao serem inalados causarão dores insuportáveis antes da consequência final, a morte, e ai uma empresa farmacêutica começa a vender uma pílula que causa a morte indolor. E ai o que você faria?  


Em A última noite observamos de perto as escolhas dos jovens pais Nell (Keira Knightley) e Simon (Matthew Goode), juntos ao seu filho Art (Roman Griffin Davis) mediante ao fim eminente do mundo. Eles se prepararam para receber amigos e familiares para a melhor celebração de Natal das suas vidas. A reunião que parece perfeita, logo se transforma no dia mais tenso de suas vidas.



Com um roteiro que trata de escolhas difíceis de uma forma simples e sútil, tais como contar ou não para as crianças sobre o fim do mundo, ingerir ou não a pílula que acaba com a vida de forma indolor e entre outras decisões difíceis, o roteiro tem o mérito de convergir o gênero terror/drama com comédia melancólica com diálogos excelentes cheio de discussões engraçadas e reais sobre o fim da vida.


Dando vida ao excelente roteiro temos a estreia de Camille Griffin, que é mãe do Roman Griffin Davis, que rouba a cena na interpretação de Art, uma criança inteligente e cheia de medos, nos fazendo ficar de olho nos trabalhos futuro do ator que roubou a cena também em Jogo Rabbit. 


Além disso o filme tem diversos personagens peculiares e cada um deles foi excelentemente bem escolhidos na seleção do elenco, que inclusive conta com Lily Rose Melody Depp, filha do astro Johnny Depp e que já começa a entregar atuações de personagens esquisitos assim como seu pai. Com tantos personagens peculiares e interessantes, o filme peca somente no desenvolvimento deles, com 90 minutos de duração acabamos ficando curiosos em relação as histórias vividas pelos personagens coadjuvantes.


Para acompanhar a melancolia do fim do mundo no natal, temos uma trilha sonora característica do clima natalino mesclada com uma fotografia morta, o que da um tom meio Wes Andenrson ao contrario ao filme, trazendo um resultado diferentemente ousado para o filme.  


Peculiar, melancólico, estranho e cheio de questões difíceis, A Ultima Noite é um filme diferente, que foge do comum e que te deixa pensativo sobre o fim.


Nota 4.0/5.0

17/12/2021

Crítica | Sing 2


5 anos após a estreia de Sing: Quem canta os males espanta, finalmente a sequência Sing 2 está entre nós. A animação/musical dá um show e consegue divertir pessoas de todas as idades.

Na glamorosa cidade de Redshore, Buster Moon e a galera enfrentam seus medos, fazem novos amigos e superam seus limites em uma jornada para convencer o recluso astro Clay Calloway a subir aos palcos novamente.

Tudo está correndo bem no teatro e os Shows de Buster Moon e seus amigos são sucesso na cidade. Como todos que estão crescendo querem sempre mais, aqui não é diferente, Moon e seus amigos estão mirando o famoso Sr. Crystal chefe Cristal Entertainment, uma empresa  que está procurando talentos para se apresentar em seu teatro. Mas é ao conhecer Crystal que as coisas começam a desandar.

Para convencer Crystal a deixá-los fazer o seu show, Moon promete trazer Clay Calloway para se apresentar, um astro da música que desapareceu faz 15 anos. O roteiro se divide entre o drama de Moon para encontrar Clay e convencê-lo a participar do show e a luta de cada personagem para enfrentar seus próprios medos e entregarem um show magnífico.



O roteiro aqui não se preocupa em criar soluções mirabolantes para resolver os conflitos, caindo no clichê de tudo dar certo para os "heróis", favorecendo o protagonismo. Mas essa simplicidade no roteiro não pesa pois tudo casa muito bem com uma trilha sonora envolvente e dançante que empolga e te faz cantar do início ao fim.

O elenco de dublagem trás de volta alguns dubladores do primeiro filme como Sandy e Fiuk. Todo o elenco dão um show e entregam uma atuação emocionante.

Sing 2 é um musical para todas as idades, com uma trilha sonora eclética e nomes como Billie Eilish, Ariana Grande, Shawn Mendes e U2 sing 2 é um programa para toda a família. O filme estreia em 22 de dezembro exclusivamente nos cinemas.

Nota: 5.0/5.0

16/12/2021

Crítica | Eduardo e Mônica


Adaptado da famosa música de mesmo nome, Eduardo e Mônica é um deleite para todos os fãs de Legião Urbana que se veem ou espelham nas palavras cantadas por Renato Russo. O roteiro fica por conta de Matheus Souza, Jessica Candal, Michele Frantz, Claudia Souto e Gabriel Bortolini que fizeram um ótimo trabalho de adaptação da música para as telonas.

Em um dia atípico, uma série de coincidências levam Eduardo a conhecer Mônica em uma festa. Uma curiosidade é despertada entre os dois e, apesar de não serem parecidos, eles se apaixonam perdidamente. Em Brasília, na década de 1980, esse amor precisa amadurecer e aprender a superar as diferenças.

Eduardo é vivido por Gabriel Leone, que possui 28 anos mas entrega com louvor um Eduardo de 16 anos. Eduardo vive com seu avô e estuda para entrar na faculdade. Já Mônica é interpretada por Alice Braga que também se entrega e vive uma Mônica livre e desimpedida, que gosta da viajar, curtir a vida e ir aonde der vontade sem precisar ficar presa a alguém ou algum lugar. Gabriel e Alice dão um show de atuação e possuem muita química em cena.


O roteiro retrata muito bem como é a relação de duas pessoas totalmente diferentes em gosto, idade e até gosto musical. já que estamos falando de música a trilha sonora é incrível, misturando músicas nacionais, internacionais e vários clássicos, as músicas certas tocam no momento certo. 



A fotografia do filme é outro ponto que precisa ser enaltecido, quando Mônica e Eduardo estão separados a fotografia é fria e melancólica enquanto quando juntos em cena tons quentes encobrem a tela deixando quentinho o coração de quem está assistindo.


E por falar em coração, espere ver todos os elementos da letra de Eduardo e Mônica no filme, desde aquelas mais explícitas até a mais simples referência.


Os pontos negativos ficam para um terceiro ato muito corrido, adaptando rápido demais o final da música deixando arcos que gostaríamos de ver como apenas referências.



Eduardo e Mônica é um prato cheio para fãs de Legião Urbana e Principalmente da canção. E claro, quem gosta de referências vai ficar cantando a música na cabeça durante toda a sessão enquanto o filme se desdobra. Eduardo e Mônica é sobre superar as diferenças pois quando se ama alguém não tem diferença de idade ou gostos que impeça um futuro juntos.


Nota: 4.0/5.0

13/12/2021

Crítica | Turma Da Mônica Lições


Turma da Mônica Laços chegou em 2019 mostrando que a receita para fazer uma excelente adaptação de uma graphic novel para os cinemas é misturar um bom elenco com um bom roteiro e finalizar com muito carisma. E em Lições não é diferente, temos a receita de sucesso do primeiro filme com adição de situações reais que marcam a transição da infância para a adolescência de todo mundo, alguma chance de dar errado? Óbvio que não! 

Os amigos Mônica (Giulia Benite), Cebolinha (Kevin Vechiatto), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira) precisam lidar com as consequências de um erro que cometeram no colégio. Enquanto isso, também vivem a complicada passagem da infância para a adolescência. Para lidar com os problemas, o quarteto precisará se unir mais uma vez, descobrindo o verdadeiro significado da palavra amizade e aprendendo novas lições importantes. 



Adaptando a graphic novel de mesmo nome escrita por Lu e Vitor Caffagi, Turma da Mônica - Lições chega aos cinema com um roteiro incrivelmente detalhista sobre a transição da infância para a adolescência da turma mais conhecida do Brasil. Cheio de situações reais sobre essa fase da vida o filme aborda de uma maneira sutil temas sensíveis como o medo, ansiedade, bullying, separação e as coisas cotidianas da vida adulta, obviamente sem deixar de lado algumas excelentes piadas. 


E para fazer com que esses temas sensíveis cheguem ao publico no tom correto Daniel Rezende conta com química surreal dos atores Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo e Gabriel Moreira que nasceram para ser a turma da Mônica. Se em Laços eles já cativaram, em Lições a química entre eles está ainda melhor, parecem amigos se divertindo, brigando e aprendendo ao longo do filme. 


Além da turma já conhecida, Lições aproveita para adicionar ao seu universo de live-action personagens já conhecidos nas HQs, dessa vez o destaque é para o “Do Contra” que mesmo não sendo o protagonista sempre chama atenção quando está em tela. 



Fazendo jus ao estilo criado pela MARVEL em suas adaptações, temos diversos easter eggs espalhados pelo filme, aparições especiais tais como a do Sidney Gusman, Mônica de Souza, Felipe Castanhari e é claro Maurício de Souza que assim como Stan Lee faz sua participação especial. Ahhh e dessa vez, ainda tem cena pós créditos com introdução de um novo personagem ao TDMU (Turma Da Mônica Universe). 


Turma da Mônica Lições é sobre enfrentar os seus medos, é sobre crescer. É impossível não se emocionar com o filme e se orgulhar desse universo que tem tudo para ser gigante. 


Nota: 5.0/5.0

08/12/2021

Crítica | Família Monstro 2


Com um mês recheado de lançamentos e de produções direcionadas ao publico infanto/juvenil, nos deparamos com Família Monstro 2, um excelente filme indicado para todos os amantes do estilo animação. 

Para libertar Baba Yaga e Renfield das garras da caçadora de monstros Mila Starr, a Família Wishbone mais uma vez transforma-se em uma vampira, o monstro de Frankenstein, uma múmia e um lobisomem. Acompanhados por seus três morceguinhos de estimação, a família de monstros voa ao redor do mundo para salvar seus amigos, conhecendo novos companheiros monstruosos ao longo do caminho e, no final, entendendo que "ninguém é perfeito" - e está tudo bem.

Com um humor leve e sequências de acontecimentos que te prendem do início ao fim, o filme consegue agradar ao publico a qual foi destinado trazendo filosofias de vida que costumamos ensinar aos pequenos, como exemplo: não se envergonhar de quem você realmente é e não se importar em ser perfeito. Afinal, sabemos que o perfeito não existe não é mesmo? Família Monstro nos envolve com todos os personagens, nos fazendo perceber aos poucos por que cada um deles é importante para a história, e todo esse envolvimento é mérito do roteiro detalhado escrito por David Safier que foca de forma certeira no desenvolvimento dos personagens.


Visualmente falando, a animação chamam bastante atenção, saltando aos olhos os riquíssimos detalhes e as cores vívidas da fotografia, sem dúvidas vale assisti-lo no cinema. Para dar ainda mais vida a animação a trilha sonora é outro ponto de destaque, mesmo sendo genérica algumas vezes, possui um "timing" perfeito que deixa as sequencias dos fatos ainda melhores, praticamente é o casamento brilhante entre som e imagem.

Falar de animação e não falar da dublagem brasileira, é um pecado, e mais uma vez não somos decepcionados com o incrível trabalho realizado pelos dubladores.  

A única coisa que talvez incomode um pouco é o relacionamento amoroso apresentado entre os personagens principais, por serem duas crianças, acredito que o romance deveria ter sido levado de uma forma mais leve, mais infantil e menos adulto.

No geral, o filme é muito bom e agradável de ser assistido, deixa aquela sensação que "passou rápido demais", pois nos prende na história do início ao fim. Recomendo!

Nota 4.0/5.0



02/12/2021

Crítica | Vigaristas em Hollywood


Imagine o desenho do Papa-Léguas em uma adaptação live action, com grandes nomes no elenco, uma trama bem elaborada e você chegará exatamente no que é Vigaristas em Hollywood.    

O produtor Max Barber (Robert de Niro) contrai uma dívida junto do chefe da máfia Reggie Fontaine (Morgan Freeman), devido ao seu último fiasco cinematográfico. Com a vida em jogo, Max produz um novo filme apenas para matar o protagonista numa acrobacia e cobrar o prémio do seguro. Mas quando Max escolhe Duke Montana (Tommy Lee Jones), não espera que o velho alcoólico se sinta revitalizado perante as câmeras. Incapaz de matar Duke numa acrobacia básica, Max coloca-o em situações cada vez mais perigosas, das quais Duke se vai safando sempre. Até onde irá Max, o produtor falhado, para salvar a sua pele?



Com um roteiro bem elaborado e simples, o filme nos envolve em uma trama carregada de situações engraçadas e exageradamente absurdas para o “Mundo Real”. E nesse ponto de comparar os exageros vividos pelos personagens Max e Duke com o mundo real é que se encaixa o mundo fictício já conhecido do desenho Papa-leguas, afinal temos um Max (Coiote), tentando e falhando miseravelmente diversas vezes em matar o Duke Montana (Papa-Leguas).


Além de vários planos mirabolantes que tem tudo para dar errado o filme tem diversas referências ao mundo do cinema, tais como filmes de Hitchcock e Orson Welles, e essas referências estão espelhadas ao longo dos 114 minutos de filme, isso reforça ainda mais o trabalho feito em cima do roteiro que se destaca junto com as boas atuações. 



Contando com Robert De Niro, Tommy Lee Jones e Morgan Freeman se tem uma coisa que não falta no filme são grandes nomes, e tirando o Morgan Freeman que é praticamente um figurante de luxo, Robert De Niro e Tommy Lee Jones dão um show de comédia, eles possuem uma química excelente em tela e sempre que estão contracenando arrancam boas risadas do público por transparecerem os objetivos de seus personagens na atuação, seja pelo franzir da testa ou pela forma de olhar.


Com um início meio lento mas que quando engrena flui muito bem, Vigaristas em Hollywood possui um elenco de peso em uma comédia que garante diversão e que vale ser assistida despretensiosamente.


Nota 4.0 / 5.0

01/12/2021

Crítica | King Richard: Criando Campeãs


Ele fez de novo! Mais uma vez Will Smith nos surpreende com um drama baseado em fatos reais profundamente emocionante e inspirador. 


Desta vez Will nos apresenta em King Richard a "inacreditável" história de como Richard Williams, um homem negro das periferias de Compton, Califórnia, transformou suas filhas Venus e Serena Williams em duas das maiores atletas do tênis mundial. Quem conhece um pouco sobre Tênis com certeza já ouviu falar de Serena Williams e suas incríveis marcas no esporte, o que talvez muitos não saibam é como ela e sua irmã alcançaram o estrelato. 



O longa narra a história de Richard e como ele planejou uma trajetória de sucesso para suas filhas em meio o racismo presente nos Estados Unidos nos anos 80 e a barreira social de um esporte elitista e majoritariamente branco como o Tênis. 


Aqueles que viram e gostaram e "À Procura da Felicidade" (2006) com toda certeza vão se emocionar com a história do pai que fez de tudo para que suas filhas alcançassem o topo no esporte, mesmo com as dificuldades enfrentadas pela família. Para os fãs de tênis o que não falta é ação em quadra e para quem gosta de uma boa história o filme envolve o espectador do começo ao fim. 



A atuação de Will Smith também não deixa nada a desejar, entregando mais uma vez um personagem profundo, com defeitos e vulnerabilidades que nos conectam a ele. Saniyya Sidney (Venus) e Demi Singleton (Serena) também entregam brilhantemente a personalidade forte e determinada das atletas.


A narrativa deixa quem assiste empolgado e curioso do começo ao fim. É um filme recomendado a todos que queiram conhecer e se emocionar com essa incrível história real.


Nota. 5.0 / 5.0






24/11/2021

Crítica | Casa Gucci

 

Todos já ouvimos falar da famosa marca de roupas GUCCI, mas, saber da conturbada história de traições e interesses por trás do nome acredito que seja para poucos, afinal, estamos falando de fatos que aconteceram há mais de 25 anos e não são mais comentados na mídia. E na minha opinião, não saber absolutamente nada dessa história transforma CASA GUCCI em filme surpreendente.

O legado da grife de moda Gucci começou em Florença na Itália, no ano de 1921. Apesar de sua moda impecável, a família do criador não ficou fora de grandes escândalos. Nas décadas de 80 e 90, o neto Maurizio Gucci (Adam Driver) resolveu tocar os negócios do avô. No entanto, após muitos conflitos, o casamento e o divórcio turbulento entre Patrizia Reggiani (Lady Gaga) e Maurizio Gucci traz consequências inimagináveis para a família e para a marca.

Adaptando o livro "The House of Gucci” escrito por Sara Gay Forden, os roteiristas Roberto Bentivegna e Becky Johnston detalham a fundo o romance de Maurizio Gucci e Patrizia Reggiani. Passeando por três décadas de história em 2 horas e 40 minutos de filme, temos tempo de sobra para aprofundar na história dos dois, passando pelo primeiro encontro em uma festa, o primeiro beijo, o casamento, a gravidez, o conflito de interesses, o divórcio e as consequências inimagináveis desse romance. E além de detalhar a vida de Maurizio e Patrizia o roteiro ainda se encarrega de contar a história gananciosa da família GUCCI montando um grande tabuleiro de xadrez onde cada peça age estrategicamente para obtenção de poder e pelo respeitado nome GUCCI.

Dando vida a família GUCCI temos um excelente elenco, Lady Gaga consegue impressionar logo nos primeiros minutos de tela evidenciando em sua atuação os reais desejos e os trejeitos cômicos de sua personagem que consegue arrancar risos e passar uma sensação sombria em suas ações, aqui ela é a famosa ROUBA A CENA, indicações ao OSCAR virão. Adam Driver interpreta de forma segura um Maurizio Gucci centrado e que deixa visível sua mudança ao longo dos anos. Já Jared Leto se destaca pela química com Al Pacino com quem divide tela em boa parte do filme, e pela maquiagem que o deixa irreconhecível na pele de Paolo Gucci, um personagem extremamente caricato e engraçado.

Apoiando roteiro e elenco outro ponto que chama atenção são os aspectos visuais e a trilha sonora do filme. O figurino é excelente e não poderíamos esperar menos uma vez que estamos falando da GUCCI. Em termos de ambientação anos 70, 80 e 90 são demonstrados de uma forma realista, como se realmente estivéssemos vendo um filme gravado nos respectivos anos e com uma seleção de músicas que combinam com cada uma das décadas.

Na direção, Ridley Scott sai das ficções científicas e batalhas medievais onde já se consolidou para apresentar uma história baseada em fatos reais, é como se fosse a hora de experimentar algo novo, algo diferente, sem Aliens e Replicantes.

Chegado aos cinemas dia 25/11, Casa GUCCI tem uma trama envolvente, excelentes atuações e um final surpreendente para quem não conhece a história da GUCCI, para quem já conhece a história o filme é uma forma de ver a "realidade" sombria dos fatos em uma adaptação bem feita.

Nota 4.5/5.0


17/11/2021

Crítica | Noite Passada em Soho

 



Edgar Wright conhecido pela trilogia de Sangue e Sorvete, Em Ritmo de Fulga e Scott Pilgrim resolveu inovar e trazer a tona o seu lado mais obscuro no seu primeiro Terror / Thriller Psicológico, Noite Passada em Soho, que estreia nesta quinta-feira (18) nos cinemas brasileiros.

Em Noite Passada em Soho acompanhamos Eloise (Thomasin Mckenzie), uma jovem do interior da Inglaterra, que é apaixonada por design de moda e pelos anos 60. Eloise consegue uma bolsa para cursar moda em Londres e ao encontrar um lugar para morar, ela acaba misteriosamente vivenciando situações da antiga Londres. Neste momento nossa observada passa a ser também uma observadora, assistindo flashs da vida de Sandy (Anya Taylor-Joy), uma garota que corre atrás do sonho de ser cantora.

Enquanto gênero terror está absurdamente saturado nos cinemas o gênero thriller psicológico ainda foi pouco explorado, Noite Passada em Soho traz em seu gênero oficial uma mescla dos dois gêneros, mas nem de perto essa é uma mescla justa, o terror aqui é deixando em segundo plano e o filme se destaca mesmo é no Thriller Psicológico.



E para dar vida a esse thriller Edgar Wright aposta em um visual elaborado, a estética do filme é marcante e o abuso no uso de reflexos dão um tom peculiar e diferente ao filme. Este ponto visual contribui para o entendimento das realidades vividas pelas protagonistas, onde conseguimos diferenciar o passado do presente e ainda nos leva a sentir em certo nível as sensações de Eloise quando as duas realidades se entrelaçam.

A utilização de músicas para compor cenas sempre foi uma marca registrada do diretor e aqui não é diferente, a trilha sonora é bem escolhida e consegue te ambientar na Londres de 1960 ou na Londres da década atual de uma forma suave, te envolvendo em momentos tranquilos e maximizando os momentos de tensão.  

Thomasin Mckenzie e Anya Taylor-Joy se destacam em suas atuações e assumem o total controle do filme, sempre apoiadas por um roteiro detalhista e bem escrito que exalta as decisões criveis de suas personagens.
 
Noite Passada Em Soho é o Thriller Psicológico que assusta um pouco e nos deixa sem fôlego, principalmente com suas músicas e com o seu visual deslumbrante.

Nota 4.0/5.0

16/11/2021

Crítica | Chernobyl: O Filme – Os Segredos do Desastre

 


Com o propósito de responder a altura à minissérie Chernobyl, sucesso da HBO de 2019, Chernobyl: O Filme – Os Segredos do Desastre chega com um ponto de vista romantizado e diferente do maior desastre nuclear da história.   


Alexey é um bombeiro que prestava serviços na usina. Após a explosão do reator, ele se une a Valery, um engenheiro e Boris, um mergulhador militar em uma perigosa missão de drenar a água de um reservatório sob o reator em chamas. A temperatura da água e o curto espaço de tempo para que o procedimento aconteça são os principais desafios dessa missão que impediria consequências ainda mais catastróficas para a população europeia. Sem tempo para planejar as ações, os três homens mergulham nos corredores inundados com água quente e precisam atravessar até chegar às profundezas do prédio do reator.


Misturando fatos reais com ficção, o filme tem seu enredo focado na história de Alexey (Danila Kozlovsky), Olga (Oxana Alexandrowna Akinschina) e Alex (Pyotr Tereshchenko) e logo nos primeiros minutos o roteiro ficcional nos introduz em uma história “familiar” interessante e cativante, instaurando um plot que nos faz gostar dos personagens, sustentando uma curiosidade pelo desenrolar da história. Por carregar em seu titulo “Os Segredos do Desastre”, o filme acaba se perdendo nos fatos históricos, os fatos reais são superficialmente abordados e o lado ficcional acaba se destacando. 


Acompanhando de uma boa fotografia e de excelentes efeitos sonoros, a realidade das consequências humanas vividas pelos bombeiros que auxiliaram as vítimas do acidente nuclear é mais uma vez bem retratada nas telas, é impossível assistir ao filme e não se pegar aflito e incrédulo com as consequências vividas por todos os envolvidos no acidente. 


Superar a minissérie da HBO é uma tarefa bem difícil, principalmente no que diz respeito ao contexto histórico apresentado na minissérie, uma vez que ela apresenta com calma diversos pontos importantes que fizeram o acidente nuclear de Chernobyl acontecer e as consequências do acidente. 

 

Chernobyl: O Filme – Os Segredos do Desastre erra em seu propósito de superar a minissérie, mas acerta ao contar uma história de ficção, que nos mostra um outro ponto de vista dos acontecimentos de abril de 1986 em Chernobyl. 

Nota 3.5 / 5.0

09/11/2021

Trailer final de "Ghostbusters – Mais Além" é liberado


“Ghostbusters – Mais Além” dirigido por Jason Reitman e produzido por Ivan Reitman ganha um novo trailer. 



Em Ghostbusters: Mais Além, quando uma mãe solteira e seus filhos se mudam para uma pequena cidade, eles começam a descobrir sua conexão com os caça fantasmas originais e o legado secreto que seu avô deixou para trás. O filme foi escrito por Jason Reitman & Gil Kenan.

O filme conta com elenco de Paul Rudd (Homem-Formiga), Finn Wolfhard (Stranger Things), Carrie Coon (The Sinner) e Mckenna Grace (Capitã Marvel). Ghostbusters chega aos cinemas dia 18 de novembro.



Crítica | Querido Evan Hansen


Com certeza você aprendeu em algum momento da vida que MENTIR é “feio”, e as coisas vão piorando quando a mentira contada é mantida por um longo período de tempo, gerando vantagens a quem esta contando. Querido Evan Hansen tem o mérito de escancarar a verdade sobre a mentira e nos mostrar o quão mal ela faz, e ele faz isso tão bem que chega a incomodar.

A história do filme gira ao redor de Evan Hansen (Ben Platt), um jovem ansioso e com dificuldades de se conectar com os outros, que acaba envolvido numa mentira sobre um colega de classe que cometeu suicídio, se aproximando da família do falecido. 

Com a missão de adaptar o musical homônimo vencedor dos prêmios Tony e Grammy cinematograficamente, o cineasta Stephen Chbosky chega maduro depois do aclamado As vantagens de ser invisível (2012) e do emocionante Extraordinário (2017). Toda a bagagem adquirida nos dois últimos filmes são bem usadas por Chbosky que entrega uma imersão real e afligente em temas sensíveis como saúde mental, suicídio, diversidade e fobia social.


Porém, uma boa bagagem e imersão em temas sensíveis não são o suficientes para definir se um filme é bom ou não. Pessoalmente eu considero como ponto importante a empatia e a conexão com o protagonista, e nesse ponto o filme falha absurdamente. A começar por Ben Platt. O ator de 28 anos interpreta um jovem de 18, e simplesmente não da pra aceitar o contexto vivido pelo personagem com a escolha do ator, não casa, durante todo o filme percebemos que Ben Platt está velho demais para fazer o que Evan Hansen esta fazendo.

Outro ponto que não ajuda na empatia e conexão com o protagonista é o roteiro escrito por Steven Levenson. Se por um lado tendemos a desenvolver um sentimento de preocupação com o protagonista, logo essa preocupação vai embora pelo fato do Evan ter ações incrivelmente tolas, a ponto de machucar outras pessoas e ele nem ao menos tentar reverter a situação antes do desfecho final do filme. A mentirada contada por Evan para sustentar a trama acaba incomodando demais, transformando o protagonista em um verdadeiro antagonista.


O filme é uma adaptação de um musical, e assumiu no cinema o gênero drama/musical, e é aqui que ele erra mais uma vez, nem tudo que funciona no teatro funciona no cinema, as músicas simplesmente não encaixam, algumas vezes chegam a tirar o espectador do clima, em certas discussões importantes que tinham tudo para seguir bem de forma falada, são cantadas em um ritmo descompassado.  

Se era o propósito do filme ou não, não fica claro, mas Querido Evan Hansen se destaca por mostrar o quanto mentiras deslavadas podem trazer “vantagens momentâneas" para quem as conta. E no fim das contas a verdade sempre aparece nos fazendo refletir até onde vale a pena manter em segredo uma mentira. 

Nota 3.0/5.0

Cenas inéditas em novo featurette de Pânico: Ghostface está de volta



"O Ghostface está de volta e mais assustador do que nunca". 😱 

A Paramount Pictures divulgou um novo featurette com cenas inéditas de Pânico: Ghostface está de volta. O featurette também conta com depoimentos do elenco e do produtor executivo, Kevin Williamson.


Vinte e cinco anos após uma série de assassinatos brutais chocar a tranquila cidade de Woodsboro, um novo assassino se apropria da máscara de Ghostface e começa a perseguir um grupo de adolescentes para trazer à tona segredos do passado mortal da cidade.

Neve Campbell (“Sidney Prescott”), Courteney Cox (“Gale Weathers”) e David Arquette (“Dewey Riley”) retornam aos seus papéis icônicos em Pânico, junto a Melissa Barrera, Kyle Gallner, Mason Gooding, Mikey Madison, Dylan Minnette, Jenna Ortega, Jack Quaid, Marley Shelton, Jasmin Savoy Brown e Sonia Ammar.

Empolgados para encarar o Ghostface novamente? Pânico tem estreia exclusiva nos cinemas em 13 de janeiro de 2022.



08/11/2021

VEM AÍ... | Clifford O Gigante Cão Vermelho

 


O novo trailer de #CliffordOFilme trouxe todos os petiscos pra provar que vai ser o programa perfeito para o fim de ano 😛❤️

Falta menos de um mês para a estreia: é dia 2 de dezembro exclusivamente nos cinemas 🐾



06/11/2021

Crítica | ETERNOS



Ao longo de 25 filmes e 4 séries a Marvel Studios veio moldando os fãs no que ficou conhecido como a “fórmula Marvel”, e foi seguindo essa receita que a Marvel levou multidões a loucura no final da terceira fase do universo cinematográfico. Eis que chegamos na quarta e ao que tudo indica a mais ousada fase desse universo.

Logo de início ficou claro que coisas diferentes viriam, e isso foi se consolidando após o lançamento das séries: Wanda Vision, Loki, Falcão e o Soldado Invernal e What-If... que arriscaram com propostas diferentes. No cinema, a fórmula de sucesso seguiu tanto em Viúva Negra quanto em Shang Chi, o que nos fazia pensar se a ousadia ia ficar somente nas séries, mas graças a Eternos, podemos concluir que não.
 
Originários dos primeiros seres a terem habitado a Terra, Os Eternos fazem parte de uma raça modificada geneticamente pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais. Dotados de características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, eles são frutos de experiências fracassadas de seus próprios criadores, que também foram responsáveis por gerar os Deviantes, seus principais inimigos.
 
Eternos é sem dúvidas o filme mais diferente, diverso e ousado da Marvel Studios, e a responsável por isso tem nome e sobrenome, Chloé Zhao. A diretora e também co-roteirista se enquadrou de fazer um filme que traz vários elementos novos ao MCU, dentre eles vale destacar a representatividade, temos aqui o mesmo número de heróis e heroínas, uma heroína surda que se comunica por linguagem de sinais, um herói abertamente declarado gay, um beijo entre dois homens, uma cena de sexo, um herói indiano e entre outras dezenas de elementos representativos e novos no contexto Marvel.   


Desenvolvido com uma narrativa não linear o filme vai passeando rapidamente por 7 mil anos de história da humanidade, ligando grandes fatos históricos aos Eternos, Celestiais e Deviantes, explicando suas origens e os conectando aos poucos ao MCU. O roteiro cuidadoso e detalhista se encarrega de contar tudo nos mínimos detalhes e tira dúvidas simples que vão surgindo ao longo do filme, como o motivo de “Heróis” tão poderosos não terem aparecido antes no MCU para ajudar os Vingadores contra a ameaça de Thanos. 
   
Por falar nos eternos, o filme acompanha dez deles, Ikaris (Richard Madden), Sersi (Gemma Chan), Ajak (Salma Hayek), Duende (Lia McHugh), Thena (Angelina Jolie), Kingo (Kumail Nanjuani), Gilgamesh (Ma Dong-seok), Druig (Barry Keoghan), Makkari (Lauren Ridloff) e Phastos (Bryan Tyree Henry). Com tantos personagens o único problema do filme é saber dosar o tempo e o aprofundamento de suas histórias, alguns personagens acabam ganhando mais destaque e outros mais carismáticos ficam como coadjuvantes.


Com cenas de ação de tirar o fôlego, e excelentes efeitos sonoros Eternos é um filme para ser assistido no cinema e de preferência em IMAX. Ao longo de suas 2 horas e 36 minutos de duração temos uma vasta coleção de belas imagens, planos sequências e efeitos especiais incríveis, inclusive outro elemento novo que Eternos traz é a escolha de locações reais ou invés de filmagens em estúdio, o que torna o filme realmente um absurdo visual.

Mas vamos com calma, por mais que seja diferente, obviamente a fórmula Marvel se faz presente, em menor escala, mas se faz. O filme tem diversas piadas, e referências absurdamente legais a personagens da DC Comics e a Star Wars.

Eternos abre uma gama de possibilidades legais e diferentes para a fase quatro do MCU, tem uma história fechada, intensa, cheia de diversidade e que garante uma excelente diversão a quem o assiste. Ahhh tem 2 cenas pós créditos, não vai sair antes viu!!

Nota 4.5/5.0