24/01/2022

Crítica | Belle

Sabe aquele ideia de viver em um mundo virtual que já foi explorada em diversas mídias da cultura pop, como Matrix, Jogador Número 1, Sword Art Online e entre outros? Esse tema anda em alta e mesmo assim não fica repetitivo, e a prova viva de longevidade desse tema é Belle, anime que estreia nos cinemas no próximo dia 27, a produção do diretor Mamoru Hosoda, chega com tudo para te deixar comovido e surpreso não só com o mundo simulado mas com a triste realidade muitas vezes “escondida” do mundo real.

Suzu é uma estudante tímida do ensino médio que vive em uma vila rural. Por anos, ela foi apenas uma sombra de si mesma. Mas quando ela entra em "U", um enorme mundo virtual, ela foge para sua persona online como Belle, uma cantora linda e globalmente amada. Um dia, seu show é interrompido por uma criatura monstruosa perseguida por vigilantes. À medida que sua caçada aumenta, Suzu embarca em uma jornada épica e emocional para descobrir a identidade dessa misteriosa "fera" e descobrir seu verdadeiro eu em um mundo onde você pode ser qualquer um.



Quando exibido em Cannes em 2021 o filme foi aplaudido de pé por 14 minutos, e com certeza não foi atoa, Mamoru Hosoda brilha na escrita de um roteiro tênue que mixa a vida real com a vida virtual, exaltando na ficção cenários cotidianos vividos por todo mundo nas redes sociais da nossa internet que está longe de ser um mundo virtual simulado, mas que se aproxima muito do mundo virtual ficcional do anime. E toda essa proximidade do mundo virtual ficcional com o nosso mundo virtual é retratada em forma de critica a como estamos usando a tecnologia e a internet ao nosso desfavor, para exibir uma vida que não vivemos de verdade e discursar a favor do amor ou do ódio.  


Alem das críticas, o roteiro se encarrega de apresentar um romance atípico entre a protagonista Belle e a Misteriosa Fera, e essa junção entre “Belle e a Fera” gera uma releitura do clássico da Disney, em sua versão repensada e atualizada para uma geração mais conectada.



Suzu tem uma vida pacata no mundo real, mas ao se conectar em “U” ela é uma cantora excelente, e para fazer com isso dê certo o anime conta com uma trilha sonora viciante, sempre que Belle se prepara para cantar já é esperada uma boa musica bem no estilo de abertura de anime, daquelas que não saem da cabeça e que vão entrar na sua playlist.


Se estamos falando de anime, não podemos deixar de falar do estilo de animação, cheio de cores vívidas o anime aplica o estilo já conhecido do diretor que em outras experiências foi responsável por Digimon Adventures de 1999 e Criança Lobo de 2012, sempre trazendo bons traços e muitas cores aos seus filmes.


Belle traz consigo um enredo misterioso, surpreendente, com críticas que te deixam pensativo e com olhos marejados. Um verdadeiro mix de sensações que não vai sair da sua cabeça.  


Nota 5.0/5.0

18/01/2022

Crítica | O Beco do Pesadelo

 


Nas mãos do aclamado diretor Guilhermo Del Toro, O Beco do Pesadelo, adaptação do livro homônimo escrito por William Lindsay Gresham em 1946 chega aos cinemas dia 27 de janeiro, trazendo consigo um elenco de peso, uma estética noir de cair o queixo e uma história misteriosa que deixa uma pulga atrás da orelha sobre o qual real pode ser essa ficção. 


Quando o carismático, mas sem sorte, Stanton Carlisle se torna querido para a vidente Zeena e o seu marido mentalista Pete numa feira itinerante, ele ganha um bilhete dourado para o sucesso, usando o conhecimento adquirido com eles para ludibriar a elite rica da sociedade de Nova Iorque dos anos 1940. Com a virtuosa Molly lealmente ao seu lado, Stanton planeja enganar um magnata perigoso com a ajuda de uma psiquiatra misteriosa que pode vir a ser sua melhor adversária.



Del Toro é amplamente conhecido pelas esquisitices e a estética inusitada dos seus filmes, não é de hoje que essa é uma marca registrada do diretor. O Labirinto do Fauno, A Forma Da Água, Mama e vários outros filmes de sua filmografia não nos deixa mentir, e atrelar o diretor ao estilo estranho e inusitado é uma prática comum e mais uma vez isso acontece em O Beco do Pesadelo. Por mais que a história não tenha seu foco em monstros estranhos, Del Toro consegue incluir elementos bizarros que ajudam na narrativa e dão um toque peculiar à obra.


Por falar em estética, esse é outro ponto que deve ser exaltado, Dan Laustsen assina a fotografia e abusa de tons lavados para criar um clima noir místico no filme. Ao seu lado Luís Sequeira comanda o figurino que traz vida a Nova Iorque de 1940, fazendo com que o design de produção do longa seja um dos indicados ao Oscar.



Apesar da estética chamativa e do elenco que também merece créditos pela entrega, principalmente Bradley Cooper, Cate Blanchett, Toni Collette e Willem Dafoe que dão um show a parte, o filme se perde mesmo é no roteiro arrastado e cansativo que transforma as 2 horas e 20 minutos de filme em uma sensação de infinito, desenvolvendo lentamente os personagens, focando em detalhes muitas vezes superficiais e que nem mereciam ser mostrados. Mas que mostra em suas entre linhas a dualidade entre ficção e realidade e como essas linhas podem se cruzar.


O Beco Do Pesadelo se destaca na estética, traz o estilo característico do diretor e deve agradar aos fãs do Guilherme Del Toro. Desliza em seu ritmo e em seu desenvolvimento mas merece ser assistido principalmente pelas atuações e pela história misteriosa.


Nota 3.5/5.0

02/01/2022

Crítica | King's Man: A Origem

 


A franquia que revolucionou o gênero de espião no cinema retorna com seu terceiro filme, desta vez indo a 1914, época da grande guerra. 


Dirigido por Matthew Vaughn, "The Kings'man" desenvolve-se nos eventos que culminaram no início da primeira guerra mundial e mostra a origem do grupo de espiões, Kingsman. Dessa vez, um homem terá de correr contra o tempo para salvar a humanidade e impedir criminosos de executarem um plano capaz de matar milhões de inocentes.


Pelo contexto histórico e por ser um filme de origem a história acaba sendo um pouco previsível em alguns momentos, principalmente para aqueles que já assistiram os outros filmes da franquia. Apesar disso a narrativa é bem construída e as cenas de ação foram muito bem montadas, no mais autêntico estilo Kingsman, com jogos de câmera bem executados e trilha sonora empolgante e divertida.



Além disso o filme também é bastante visceral, não poupando o espectador do sangue e membros arrancados que são um ponto chave em um filme de guerra. Outro destaque vai para a caracterização dos personagens, o figurino e cenários dão a sensação de realmente estarmos na década de 1910. 


Os personagens são cativantes  e interessantes, destacando-se à relação parental do protagonista onde o filme se aprofunda nos propósitos e prejuízos das guerras de forma razoável, visto que esse não é o foco da história. 


Em geral The King's Man é um ótimo filme de ação e um bom filme de origem para os fãs dessa franquia. 


Nota: 4.5/5