23/02/2022

Crítica | Belfast


Na busca pela sua primeira estatueta dourada, o cineasta Kenneth Branagh - conhecido por títulos como Cinderela, Hamlet e Assassinato no Expresso do Oriente - apresenta uma obra afável inspirada em memórias da sua própria infância na Irlanda do Norte.

Belfast aborda a história do jovem Buddy, interpretado pelo fofíssimo Jude Hill, que vê sua cidade ser tomada por conflitos sócio-políticos no final dos anos 60. E esse é um dos pontos interessantes da obra: a trama é toda desenvolvida através do olhar de Buddy, o que traz uma visão mais singela e até um pouco confusa sobre os conflitos vividos naquela época, afinal ele era apenas uma criança de 9 anos com preocupações como tirar boas notas em matemática e conquistar seu primeiro interesse amoroso.


Com toda a ambientação em uma fotografia em preto e branco belíssima, o enredo principal do filme gira em torno do drama da família que passa por diversas crises. O pai de Buddy, interpretado por Jamie Dornan, é um homem carismático porém um pai ausente graças ao trabalho que o obriga a ficar fora da cidade durante semanas. Já a mãe, interpretada por Caitriona Balfe, é a dona de casa que cuida dos dois filhos e carrega a preocupação em quitar as dívidas da família. Apesar de serem um casal muito apaixonado, os dois possuem visões diferentes sobre a vida: ele quer mudar de país para fugir dos conflitos e buscar uma vida melhor, enquanto ela é apegada à sua vida em Belfast. A partir do momento em que o pai de Buddy recebe uma oportunidade de emprego em Londres que oferece, além de um salário melhor, também uma moradia para a família, surge o drama principal da história: eles devem ou não sair de Belfast?

Com 7 indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Diretor, Belfast é uma obra de roteiro simples, porém encantador que faz uma bela homenagem à infância vivida por Kenneth Branagh na capital da Irlanda do Norte.

Nota 4.0/5.0

16/02/2022

Crítica | Coração de Fogo


Sabe quando uma animação tem uma mensagem importante para as crianças e consegue passar essa mensagem de forma sutil e ainda mistura a seriedade com as trapalhadas infantis? Esse é Coração de fogo.

Georgia Nolan (Olivia Cooke) é uma adolescente de 16 anos que sonha em ser bombeira. No entanto, as mulheres não são bem-vindas na profissão. Quando um incendiário começa a queimar a Broadway, todos os bombeiros desaparecem misteriosamente. Enquanto isso, Shawn (Kenneth Branagh), o pai de Georgia, é convocado pelo prefeito de Nova York para investigar os desaparecimentos. Desesperada com a situação, Georgia se disfarça como "Joe" e se une a um pequeno grupo de bombeiros independentes para tentar deter o criminoso.


Ambientando em uma NY dos anos 1930, período em que mulheres ainda não eram aceitas em corporações militares, Coração De Fogo tem consigo não somente uma boa animação, alem de um roteiro simples e objetivo o filme tem uma mensagem importante sobre representatividade e como éramos antiquados no passado, limitando mulheres de fazer o que mais gostam simplesmente por serem mulher.


Explicar temas importantes como representatividade para crianças não é uma missão fácil e Coração de Fogo sai ganhando nesse quesito, a motivação da Georgia em ser a primeira mulher a ser uma bombeira é inspiradora e deixa com clareza o ensinamento para as crianças. A história possui uma narrativa simples e objetiva, assim como animações para publico infantil devem ser. Não espere um pixar para adultos, espera um filme para crianças.


É um filme mais do mesmo, mas que distraí. Não deixando aquele gostinho de quero mais e nem deixando a sensação de tempo perdido, isso é claro na visão adulta. 


Nota 4.0/5.0

Crítica | Uncharted: Fora do Mapa

 

E chegou a vez da Sony com a “Playstation productions” tentar algo novo, e a missão inicial não é nada fácil, adaptar uma das franquias de games mais famosas da última década para o cinema. Já temos bagagem suficiente para saber que adaptar jogos de vídeo games para o cinema quase nunca rende um saldo positivo, seja por roteiros extremamente preguiçosos, ou por uma mudança completa de contexto, mas a Sony sempre acerta com seus exclusivos nos vídeo games, logo a missão de transformar UNCHARTED em um filme já gera uma bela de uma expectativa.

Expectativa alta sempre é um problema, mas calma, já adianto que no saldo, Uncharted Fora do Mapa é uma boa adaptação, que faz muito bem o papel de introduzir e consolidar o nome de Nathan Drake em uma nova mídia, e que comete alguns erros que precisam ser corrigidos nas continuações, que com certeza virão.  

Uncharted: Fora Do Mapa conta a história do jovem Nathan Drake (Tom Holland) em sua primeira aventura de caça ao tesouro. Para realizar essa façanha, Drake conta com a companhia do seu parceiro Victor “Sully” Sullivan (Mark Wahlberg). O filme mescla ação e aventura por todo o mundo, ao contar sobre a perigosa busca pelo ‘maior tesouro nunca encontrado’, enquanto os dois rastreiam pistas que podem levar ao irmão há muito perdido de Nathan.


Tom Holland está em alta, e não há dúvidas que ele foi uma excelente escolha para dar vida ao Nathan Drake, tanto pela aparência quanto pela atuação, Tom consegue dar vida a um jovem Nate muito parecido com o que conhecemos nos games, as expressões faciais marcantes, seja contando piadas sem graça, resolvendo enigmas ou descendo a porrada nos inimigos são recriadas com perfeição. Ao seu lado como coadjuvante temos um Mark Wahlberg encaixando como uma luva no enigmático Sully. Em tela os dois possuem uma química perfeita, que agradará os antigos fãs da franquia e as novatos que conhecerão o universo de Uncharted a partir do filme. 

Por falar em novatos, o filme tem o papel já esperado de realizar uma introdução, nesse quesito temos um primeiro ato com um ritmo mais lento em que os personagens são devidamente apresentados juntamente com a instauração do plot. Pegando e misturando referências dos 4 principais jogos da franquia. Temos A história de Nate e seu irmão Sam bem contadas e seguindo o “Roteiro” do games. Sully, rapidamente é envolvido na história deixando um ar de curiosidade em saber a origem do personagem, nem de longe isso é uma falha do roteiro que claramente tem a intenção de fazer de Sully um personagem enigmático.

Personagens introduzidos é hora de estabelecer o plot. Este se desenvolve em torno da busca de Sully por um tesouro. Sully conta com a ajuda de Nate que aproveita a busca para tentar encontrar pistas de seu irmão desaparecido. O segundo ato o filme se desdobra com Nate mostrando sua aptidão em resolver enigmas, enquanto “fortalece” sua relação desconfiada com Sully. Assim como nos games temos tesouros, caderno de anotações, armadilhas, resoluções de enigmas e algumas lutas contra a gangue de mercenários do Santiago Moncada, personagem antagonista interpretado por Antonio Bandeiras, que aqui ficou meio apagado.


Plot estabelecido, enigmas resolvidos é hora do confronto final, que pode ser resumido em APOTEÓTICO. O último ato do filme é "quase" o que todo mundo que é fã da franquia esperava, sequências de ação de tirar o fôlego, planos abertos incríveis, música tema do game tocando, ambientes extremamente verdes e uma cena de Nate caindo do avião gravada em IMAX que te faz ficar boquiaberto com o balé das câmeras, lindo e empolgante, vale muito ser visto nos cinemas.

Porém, eu disse "quase" tudo o que o fã da franquia esperava, e esse “quase” amargo vem pelo fato do filme simplesmente ignorar uma das principais Skills do personagem nos games. Mesmo usando um coldre, o Nate do menino Tom simplesmente não dá um tiro com arma de fogo, e não mata de forma consciente nenhum dos seus inimigos. Sem dúvidas essa foi uma ação necessária para que o filme tivesse uma classificação LIVRE, e que com certeza vai amargar o coração dos gamers que já mataram 500.000 inimigos com diversas armas nas longas jogatinas de Uncharted.

Uncharted: Fora do Mapa traz a essência de aventura dos games para o cinema, desliza no quesito ação mas tem tudo para corrigir a rota nos próximos filmes e se tornar uma franquia de sucesso também nos cinemas.

Nota 4.0/5.0

13/02/2022

Crítica | Licorice Pizza

 

Paul Thomas Anderson não ia ficar de fora dos Oscar em 2022, dessa vez o diretor no faz caminhar pela jornada de amadurecimento no bem ambientado Licorice Pizza.


A história de “Licorice Pizza” se passa nos anos 70 onde Alana e Gary vivem situações que fogem do cotidiano normal de qualquer jovem do ano de 2022. Gary de 15 anos  conhece Alana de 25 em um dia de foto na escola e imediatamente se tornam amigos. Os dois então saem para comer em um restaurante e iniciam suas aventuras pelo mundo dos negócios. Gary inicialmente monta seu negócio de vendas de colchão de água com ajuda de amigos e de Alana.


Paralelamente ao negócio ambos sonham em ser atores e vivenciam inúmeros testes de elencos que nunca dão certo. A trama se desenrola e os personagens principais flertam, se apaixonam mas, decidem não assumir o romance no desenvolver do filme. A  todo momento o filme mostra a descoberta pessoal dos personagens a partir da vivência de aventuras proporcionadas pelo mundo dos negócios que ambos embarcaram. 


Há todo momento o filme se passa em uma estética de época dos anos 70 muito atraente com músicas, figurinos e até mesmo com filmagens que remetem aos filmes da época. 


A sensibilidade do filme para lidar com as questões adolescentes e adultas que perpassam a nossa vida é o ponto alto do longa. Nesse caminho pela descoberta do “eu” os atores vivenciam momentos em que os espectadores podem se  projetar nos personagens e se envolver com toda a história de uma forma bem pessoal.


O filme peca em alguns quesitos: em primeiro lugar ao  abordar uma questão polêmica quando se propõe em contar uma história de amor de um casal com 10 anos de diferença sem nenhuma problematização profunda. Em Segundo lugar, falha quanto ao alívio cômico ser direcionado para um humor preconceituoso com asiáticos, o que pode acabar caindo no desgosto de algumas pessoas. Por fim, a falta de representatividade, principalmente pela falta de atores negros, e sabemos que isso com certeza irá ser questionado ainda mais pelas indicações ao Oscar que o filme recebeu.

Nota 3.5/5.0

Crítica | A Jaula


Quantas vezes você já foi assaltado na vida? Confesso que já aconteceu comigo, uma vez, a revolta é grande e junto com ela vem uma sede de vingança, mas somos realistas e sabemos da nossa impotência nesses cenários. Mas vamos brincar de “What If…”, e se você pudesse fazer justiça com as próprias mãos? A Jaula retrata um “multiverso” em que uma pessoa cansada de ser assaltada resolve se vingar com estilo.  

É só mais um carro de luxo sendo roubado numa rua de São Paulo... ou não. Um ladrão (Chay Suede) entra com facilidade no SUV estacionado numa rua pacata, mas, ao tentar sair, descobre que está preso em uma armadilha, incomunicável, sem água ou comida. Recai somente sobre ele a vingança que um famoso médico (Alexandre Nero) planejou depois de sofrer inúmeros assaltos. Quem passa em volta não percebe o embate que se arma entre o sádico vingador e o ladrão prisioneiro dentro do carro. “A Jaula” é um thriller psicológico que não deixa o público desgrudar da tela. Quem é o vilão e quem é a vítima? 


Trazendo para realidade brasileira o filme argentino 4x4 de 2019, A Jaula nos prende junto a um bandido dentro de um carro e consegue nos fazer questionar se realmente “Bandido bom é bandido morto”, afinal a tortura de ver um ser humano sofrendo, por mais que seja um bandido que já fez mal para outras pessoas é uma experiencia desconfortável.


Dando vida ao ladrão Djalma, temos Chay Suede mostrando que pode ir muito alem de novelas da Globo. Chay consegue passar na sua atuação todo o sofrimento do seu personagem, a atuação é tão boa que em certos momentos nos pegamos agoniados com a sede, a fome, a dor e o arrependimento do personagem. Sério, fechar os olhos para não ver o sofrimento do personagem é uma reação que não esperava em um thriller psicológico nacional.


Com um tempo e ritmos perfeitos, ao longo de 90 minutos não conseguimos desgrudar da poltrona, tanto pela curiosidade de saber o desfecho da história quanto pelas sequências de tortura que são feitas com o bandido. O longa se passa 90% dentro de uma carro, e para criar a atmosfera perfeita, João Wainer  abusa de closes no rosto do personagem e nos pequenos detalhes disponíveis dentro do carro, a sensação de pouco espaço claramente foi um objetivo atingido graças ao excelente trabalho de fotografia do diretor.


Com um clima tenso criado, boa atuação de Chay Suede, a atmosfera perfeita e boas discussões filosóficas sobre quem é o real vilão, o longa deixa a desejar somente no desfecho rápido e superficial da historia que com certeza merecia mais tempo para ser concluída.   


A Jaula é um dos melhores thrillers psicológico nacionais, mostra que Chay Suede pode ir muito além de novelas da Globo e mantém um clima tenso que te deixa preso na poltrona do início ao fim. 


Nota 4.0/5.0

10/02/2022

Crítica | Morte no Nilo

 


A curiosidade em resolver o mistério "Quem Matou" ronda a ficção a anos, e funciona bem. Quem não ama resolver mistérios antes dos amigos ou especular sobre as possibilidades de um assassinato? e quando falamos de Mistérios e Crimes temos uma referência excelente, Agatha Cristie escritora do famoso Assassinato no Expresso do Oriente que ganha agora uma continuação no mesmo nível, Morte no Nilo.

Em Morte no Nilo, durante sua viagem de lua de mel pelo rio Nilo, o casal Linnet Ridgeway (Gal Gadot) e Simon Doyle (Armie Hammer), convidaram os entes mais queridos para embarcar no barco Karvak e celebrar a união do casal. Porém a rica herdeira é misteriosamente morta de noite e por quase todos os passageiros têm motivos para matá-la. Mas um dos convidados, por coincidência, é o mais famoso detetive do mundo, Hércules Poirot, que começa a investigar o caso. Enquanto as investigações têm início no próprio barco, novas mortes acontecem com o intuito de encobrir a verdade e o caso acaba sendo mais difícil de se solucionar a cada tempo que passa. Situado em uma paisagem épica de vistas panorâmicas do deserto egípcio e das majestosas pirâmides de Gizé, este conto de paixão desenfreada e ciúme incapacitante apresenta um grupo cosmopolita de viajantes impecavelmente vestidos entre voltas e reviravoltas.


Com a narrativa clássica de descobrir "quem matou", Morte no Nilo prende o espectador a trama logo em seus primeiros minutos, contando a origem do famoso detetive Poirot o filme abusa de flashbacks para explicar pontos sensíveis do personagem  interpretado mais uma vez por Kenneth Branagh que parece ter nascido para esse papel. 

O filme mescla a origem do personagem com a resolução do crime, dando a entender que Poirot caiu de paraquedas nesse crime, e por mais que isso pareça estranho e soe um pouco lento para o filme, a narrativa consegue passar por cima e ir te deixando cada vez mais curioso com o desenrolar da historia, tanto de origem quanto com o assassinato.


Com um elenco rodeado de polemicas vulgo Armie Hammer e de bons atores o filme se apoia em Gal Gadot, que mais uma vez se destaca e rouba a cena tanto pela beleza quanto pela atuação. Por falar em beleza, Morte no Nilo se torna um dos filmes mais bonitos baseados em obras de Agatha Cristie, Haris Zambarloukos assume a fotografia do longa e abusa da amplitude dos cenários para mostrar a grandeza não só do filme quanto do Egito.

Morte no Nilo é ousado e adapta de forma perfeita a obra de Agatha Christie, sustentando e te deixando imerso em um mistério incrível, a vontade no fim era de aplaudir de pé.

Nota 5.0/5.0

Crítica | Case Comigo


Sabe quando você vai assistir um filme sem expectativa nenhuma, com um pré-conceito de que será mais uma comédia romântica repetitiva? Era bem essa minha sensação antes de assistir Case Comigo, mas fui surpreendido em cheio ao fim do filme e fiquei com lição de parar de julgar um filme pelo nome ou até mesmo pelo seu trailer.

Em Case Comigo, Kat Valdez (Jennifer Lopez) é uma das mais famosas cantoras pops, além disso, ela faz o par mais sexy do mundo com seu noivo Bastian (Maluma). Seu mais famoso hit "Marry Me" está subindo nas paradas e para comemorar o casal decide se casar com a multidão de seus fãs e que será transmitido pelo mundo todo. No dia do casamento, Kat descobre que seu noivo estava traindo ela com sua assistente. Abalada e com raiva, ela caba se casando com alguém aleatório da plateia, Charlie Gilbert (Owen Wilson), arrastado por sua filha para a cerimônia. 


Com um roteiro simples e que de início parece até bobinho, case comigo acaba te cativando com lições simples sobre o que realmente é amor, levando consigo a máxima que as coisas que marcam são os pequenos momentos e que infelizmente o interesse em dinheiro e fama está presente entra linhas em diversos relacionamentos. 

Kat Coiro assume a direção do longa e dá um ritmo leve e descontraído ao roteiro, como a personagem principal é uma cantora, o filme usa e abusa com sabedoria o poder da música, sempre adentrando em momentos certos e sem assumir o tom de musical que para alguns pode ser chato e cansativo. Além disso as músicas são excelentes e com certeza vão fazer parte de diversas playlists de quem assistir ao filme.

Nada melhor do que colocar uma cantora pop de verdade para atuar como uma cantora pop, Jennifer Lopez arrasa em sua atuação, canta excelentemente bem durante todo o filme e mostra que está com tudo em cima aos seus 52 anos, fazendo par a ela temos um Owen Wilson maduro, entregando um personagem cansado que já sofreu demais por amor e quem tem muito a ensinar. Os dois possuem uma química perfeita no filme e contrapõe completamente o antagonista do filme que é interpretado por Maloma que consegue passar nos primeiros minutos a verdade babaca de seu personagem, gera um ranço difícil de ser esquecido.

Case Comigo diverte, distraí, arranca sorrisos e deixa bons ensinamentos. É aquele "Good Vibes" de comédia romântica que a gente ama.

NOTA 4.0/5.0

03/02/2022

Crítica | Moonfall: Ameaça Lunar


Dirigido por Roland Emerich, diretor já conhecido por filmes catástrofes como 2012 e O Dia Depois de Amanhã, Moonfall é um filme que eleva o patamar dos filmes catástrofes, tanto em termos técnicos quanto em termos de pensarmos sobre o futuro da humanidade e as nossas origens.
   
Uma força misteriosa tira a Lua da sua órbita em torno da Terra e envia-a numa rota de colisão capaz de aniquilar a vida como a conhecemos. Semanas antes do impacto, e com o mundo à beira de aniquilação, Jo Fowler (Halle Berry), executiva e ex-astronauta da NASA está convencida que tem a chave para nos salvar a todos – mas apenas um astronauta do seu passado, Brian Harper (Patrick Wilson), e o teórico conspiracionista, K. C. Houseman (John Bradley), acreditam nela. Estes heróis improváveis vão ter de se lançar numa última missão impossível no espaço, deixando para trás todos os que amam, apenas para descobrir que a nossa Lua não é o que pensávamos que era.

Com atuações impecáveis de Halley Barry, Patrick Wilson e John Bradley, Moonfall nos traz uma bela apresentação do que é uma ficção cientifica: uma história que te faz duvidar de tudo que você aprendeu sobre o universo até hoje, e eleva consideravelmente o patamar das ficções cientificas.

A tensão sobre o que vai acontecer cena após cena nos acompanha durante todo o filme, nos deixando imersos e focados em consumir o máximo de informações possíveis do que esta sendo transmitido na tela. Mérito do roteiro e da direção impecável de Roland Emerich que consegue criar o clima perfeito e mantê-lo durante todo o filme, por falar em roteiro, Moonfall é aquele tipo de filme que você revê várias vezes e a cada nova revisitada consegue ter uma visão diferentes dos acontecimentos, algo como Interstelar. 


Tudo em Moonfall é gigantesco, Emerich traz toda sua bagagem de direção dos filmes catástrofes que já fez e aproveita para corrigir erros cometidos anteriormente, mostrando que o melhor caminho para perfeição é errar ao longo do caminho.

Descrever um filme em uma palavra é difícil, mas aqui a palavra que define Moonfall é: excepcional. A sequência de acontecimentos consegue deixar o espectador extasiado a todo momento, até mesmo as cenas iniciais que são feitas para nos ambientar com a história não deixa a desejar, deixando longe aquela máxima 'no início é chato, mas continua vendo que fica legal'.

Moonfall é com toda certeza uma obra cinematográfica excepcional, e uma simples resenha ou critica não podem servir para formar a opinião, assistam sem medo, e tirem suas próprias conclusões. 

Nota 5.0/5.0

crítica | Tô Ryca! 2


Estrelado por Samantha Schmütz, o filme Tô Ryca! 2, o diretor Pedro Antônio traz de volta a história do primeiro filme de forma invertida: Selminha, a protagonista, perde toda a sua fortuna de uma hora pra outra, e precisa se acostumar a viver na pobreza novamente.

Em Tô Ryca 2, Selminha (Samantha Schmütz) está de volta. Após ficar rica ela paga mais caro em tudo que quer e que pode pagar, sem pensar nas consequências. Mas tudo que é bom dura pouco! A fortuna de Selminha e todo seu dinheiro são colocados a prova quando uma estranha aparece do nada e coloca o dedo em onde não é dela. Para piorar, a estranha tem mesmo nome que Selminha e se diz herdeira legitima da fortuna. Todos os bens de Selminha são congelados e sua única fonte de renda vira a que lhe é concedida pela justiça: 30 reais por dia, ou seja um salário mínimo por mês. Agora, sabendo como é viver no aperto, ela terá que voltar a suas origens e lutar para sobreviver em sua nova rotina e fazer com que a comunidade de quem ela era patrona, Quintino, também não acabe passando aperto.


Sendo mais um clássico do humor brasileiro, com um personagem caricato e de trejeitos exagerados, essa sequência mostra realidades da nossa sociedade de forma leve e engraçada, conseguindo cativar o espectador durante todo o filme. o núcleo feminino tomou toda a atenção, e não só a nossa protagonista, pois nem é preciso citar as inúmeras qualidades de Samantha Schmütz, mas também de Evelyn Castro e Katiuscia Canoro.

O filme trouxe um plot fácil de decifrar, após pouco tempo de exibição mas, ao meu ver, isso não é tão negativo assim para um filme de humor que não tem muita intenção de ser filosófico. A participação de Rafael Portugal também é questionável, já que seu personagem não possui nenhuma relevância para trama, e tem em torno de três cenas com um tom humorístico, e apenas uma que podemos citar como engraçada, sendo praticamente uma participação especial.


Tô Ryca! 2 é uma ótima indicação para quem esta em dúvida sobre o que assistir no cinema, e tem preferência por filmes mais leves. O crescimento e investimento da cinematografia brasileira pode ser notada.  

Nota: 4.0/5.0