25/05/2022

CRÍTICA | TOP GUN MAVERICK

36 anos depois, Maverick, o personagem que lançou tom Cruise para sua brilhante carreira retorna as telonas, trazendo consigo muita nostalgia, emoções, uma aula exemplar de liderança e um Top Gun muito melhor que o antecessor.


Na sequência de Top Gun: Ases Indomáveis, acompanhamos a história de Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise), um piloto à moda antiga da Marinha que coleciona muitas condecorações, medalhas de combate e grande reconhecimento pela quantidade de aviões inimigos abatidos nos últimos 30 anos. Entretanto, nada disso foi suficiente para sua carreira decolar, visto que ele deixou de ser um capitão e tornou-se um instrutor. A explicação para esse declínio é simples: Ele continua sendo o mesmo piloto rebelde de sempre, que não hesita em romper os limites e desafiar a morte. Nesta nova aventura, Maverick precisa provar que o fator humano ainda é fundamental no mundo contemporâneo das guerras tecnológicas. 



O medo era real, pegar um clássico e fazer uma continuação tantos anos depois deixa um certo receio, mas já adianto, pode perder o medo, Top Gun Maverick é muito mais do que uma continuação, e tudo começa com os concertos dos “erros” do primeiro filme, dentre eles vamos começar pelo roteiro que no filme clássico se desdobrava em um filme de ação adolescente e ao mesmo tempo um filme de romance adolescente com cenas aleatórias e que chamavam atenção pela beleza  e que no novo filme se transformam em um roteiro mais palpável, com uma missão realista, complexa e desafiadora e que deixa um pouco o lado romance adolescente para focar em um filme de ação de tirar o fôlego. 


Podemos dizer que ação de tirar o fôlego é a frase preferida de Tom Cruise, que mais uma vez entrega realismo extremo em sua atuação, e quando eu falo extremo eu digo literalmente, afinal o cara aprendeu a pilotar de verdade, colocou todo o elenco do filme pra sentir na pele a força g e tudo mais, mostrando que não veio pra brincadeira e que esse negocio de envelhecer não é pra ele. Cruise entrega um Maverick ousado e que continua desobediente assim como no clássico, tendo que lidar com as consequências do passado e mostrando suas excelentes habilidades de liderar uma equipe ao encabeçar a missão mais difícil de sua carreira.   


Sabemos que 1986 pra cá muita coisa mudou, principalmente a tecnologia e a forma como os filmes são feitos. O filme clássico, por mais bem feito que seja, acaba deixando a gente um pouco confuso em relação a movimentação dos caças, era uma loucura, as vezes era até perceptível a repetição de alguns takes, mas tudo isso é bem compreensível, afinal, não era fácil filmar caças voando em 1986, e o CGI mal existia na época. Cá estamos em 2022 e se tinha uma coisa esse filme precisava entregar alem de uma boa história era a sensação real de estar dentro de um caça, e ele consegue fazer isso de uma forma incrível, mantendo o tom amarelado da fotografia contra a luz do sol e repaginando as movimentações dos caças para algo cinematograficamente fabuloso, Top Gun Maverick arrebata nos quesitos técnicos, criando um verdadeiro mix perfeito entre efeitos especiais, fotografia e som, tornado obrigatório a ida ao cinema, de preferencia na maio tela possível.


Mantendo sua essência, despertando nostalgia e com ação de tirar o fôlego, Top Gun Maverick tem tudo que os fãs do clássico esperam, é o filme que apresenta Maverick a uma nova geração e que realmente precisava de um hiato longo de 36 anos, para chegar maduro e cravar de vez o nome Top Gun nas listas de melhores filmes da historia.


Nota 5.0/5.0

19/05/2022

A Medium | Crítica

Finalmente, A Medium, filme tailandês lançado em vários lugares do mundo em julho de 2021 chega ao Brasil trazendo consigo não só uma história diferente mas também um terror perturbador com uma pitada já clichê. 


Em A Médium, Uma equipe de documentários tailandesas viaja para a parte nordeste da Tailândia para documentar a vida cotidiana de um médium local, Nim, que é possuído pelo espírito de Bayan, uma divindade local que os aldeões adoram. Bayan é um deus ancestral e possui mulheres na família de Nim há gerações. A última na linha de sucessão foi a irmã de Nim, Noi. No entanto, Noi não queria ser médium e se voltou para o cristianismo. O espírito de Bayan mudou-se para Nim e está com ela desde então. Após a mulher fazer uma revelação horripilante sobre a família de sua irmã, sua sobrinha Mink, começa a exibir comportamentos estranhos. Nim está inicialmente convencido de que Bayan deseja que Mink seja o sucessor de Nim, mas Noi se recusa a deixar Nim realizar uma Cerimônia de Aceitação para mover o espírito de Bayan para sua filha. Mas, a deusa que eles tanto adoravam, talvez não seja o que sempre acharam.



O filme traz em seu estilo a veia principal de um mockumentário que em seu significado nada mais é do que um Pseudodocumentário que faz paródias e/ou sátiras de eventos famosos, e o fato de não saber que o filme é um mockumentário sem dúvidas é a cereja do bolo por aqui, uma vez que o filme começa com o estilo de documentário e acaba deixando o espetador em dúvidas se o que está acontecendo é fictício ou real, algo que filmes como “A Bruxa De Blair” e “Atividade Paranormal” fizeram com êxito e que funciona super bem em A Medium.


Por ser passar em uma cidade pequena no interior da Tailândia, um dos pontos positivos que o longa traz além de enganar o espectador sobre a realidade e a ficção é o fato de “Apresentar” um pouco da cultura religiosa e as belas paisagens da Tailândia, indo além do propósito principal do roteiro que é desenrolar o plot de terror, logo, é comum ao assistir o filme se desprender do plot principal para aprender um pouco sobre a Deusa Bayan ou se deslumbrar com as paisagens verdes da Tailândia. 



Mas nem só de Cultura e boas imagens vive um filme, e talvez o roteiro seja o principal ponto negativo de A Medium, por se tratar de um terror, o filme consegue ser perturbador em sua essência, mas por vários momentos acaba caindo em clichês do gênero, em alguns momentos você já sabe o desfecho antes mesmo do personagem principal realizar a ação, culpa do gênero já estafado que não consegue inovar.   


Confesso que esse foi o primeiro filme Tailandês que assisti na vida e o fato de ver Tailândeses atuando me impressionou, principalmente Nim interpretada por sawanee utoomma que dá um show de simplicidade em tela, aumentando ainda mais a dúvida se o que estamos assistindo é um documentário real ou não e Mink interpretada por Narilya Gulmongkolpech, que realmente estava endemoniada na atuação, só de aparecer em tela o cagaço vem junto.


A Medium é um filme diferente, explora uma cultura pouco conhecida por nós e por mais que existam clichês espalhados pelo roteiro acaba conquistando os fanáticos do gênero de terror, por precaução, assina durante o dia pra evitar insônia ou quaisquer possibilidades de sonho com a Bayan.


Nota 4.0/5.0

12/05/2022

Crítica | Meu AmigãoZão - O Filme

 


Doze anos depois de sua estreia na TV, Meu Amigãozão, série de sucesso lançada em 2010 chega às telonas mantendo sua fórmula original e deixando ainda mais evidente a importância de boas amizades na vida de uma criança.


Yuri, Lili e Matt se preparam pra um dia especialíssimo. Mas seus sonhos vão por água abaixo quando descobrem que os pais mudaram os planos e agora vão juntos para uma mesma colônia de ferias, com várias crianças que eles nunca viram.Um ônibus já espera por eles na esquina do parque, com uma fila delas. Quando estão prestes a embarcar na excursão, os AmigãoZões entram em ação e saem correndo com seus pequenos amigos para dentro do parque.Eles escapam pra um lugar fantástico, onde cada cantinho parece feito dos seus sonhos! Mas ali vive Duvi Dudum, uma criatura suspeita que quer ter todos os AmigãoZões só pra ele. Despertando a vaidade das crianças, o desastrado vilão consegue distraí-las e levar Golias, Nessa e Bongo pra uma ilha distante onde ele esconde muitos outros AmigãoZões. Yuri, Lili e Matt caem na real e começam uma jornada cheia de aventura e mistério para salvar seus AmigãoZões. Nessa viagem eles fazem muitos amigos novos e se sentem mais fortes que nunca pra confrontar a maior das ameaças e libertar todos os AmigãoZões da ilha do Dudum.



Com um roteiro super simples e cativante, Meu Amigãozão demonstra em sua essência que ninguém consegue ir muito longe sem uma boa amizade. Focado em um público infantil, animação nacional criada por Andrés Lieban esbanja qualidade tanto nos elementos visuais quanto nos sonoros, tornando todo o mundo fantástico e imaginário dos amigãozões palpável ao olhar não só das crianças mas também dos adultos.


Por falar em qualidade sonora, o filme tem alguns momentos musicais daqueles que costumam ser chatos em alguns filmes americanos que quando são dublados para o português acabam perdendo sua essência, e que aqui se tornam um deleite, deixando claro que músicas compostas por escritores nacionais para filmes nacionais funcionam bem melhor do que versões mal “traduzidas” para o nosso idioma.


Outro ponto que se destaca e que com certeza vai chamar atenção de crianças e adultos mais uma vez é a bela dublagem do personagem Davi Dudum feita pelo telentoso Guilherme Briggs, que da uma voz temerosa e caricata ao “Vilão”, e logo de início alguns EasterEggs de voz serão notados, algo como perceber o vilão pela sua voz e comparar com vilões já conhecidos como o ELE de Meninas Super Poderosas.


Cheio de  boas lições, divertido, cativante e com boas músicas, Meu Amigãozão chega aos cinemas mostrando que o cenário de animação nacional evoluiu muito, e que não estamos atrás de ninguém em termos de qualidade. Filmão, para crianças e adultos.


Nota 4.0/5.0


CRÍTICA | O HOMEM DO NORTE

 


O novo thriller de Robert Eggers (diretor de "A Bruxa" e "O Farol") chega aos cinemas com a história épica de um príncipe Viking em busca de vingança. "O Homem do Norte" (The Northman) possui uma narrativa espantosa, trágica e ao mesmo tempo poderosa que transporta o espectador para um ambiente de tensão e expectativa, cumprindo muito bem sua proposta, como em outras obras dirigidas por Eggers. 


Baseado na obra de Shakespeare, Hamelt e a lenda viking de Amelth, O Homem do Norte segue uma história de vingança e loucura de um príncipe. Se passando no ápice da Landnámsöld, no ano de 914, o príncipe Amleth (Alexander Skarsgård) está prestes atingir maioridade e ocupar o espaço de seu pai, o rei Horvendill (Ethan Hawke), que acaba sendo brutalmente assassinado. Amelth acaba descobrindo que seu tio é o culpado, mas sem sequestrar a mãe de Amleth primeiro. O menino então jura que um dia voltaria para vingar seu pai e matar seu tio. Vinte anos depois, agora Amleth, um homem viking que sobrevive ao saquear aldeias eslavas, conhece uma vidente. Ela por sua vez o lembra que chegou a hora de cumprir a promessa que fez há muito tempo atrás: salvar sua mãe, matar o tio e vingar o pai. O ex-príncipe então parte para uma odisseia em busca do tio.



Gravado em sua maior parte na Irlanda, o longa conta com cenários vastos e impressionantes que adicionam beleza ao cenário de brutalidades das guerras Vikings. 


Além disso, a fotografia merece destaque pois a dificuldade de se filmar em cenários abertos, com poucas horas de luz natural, foram solucionados de forma engenhosa e o resultado é fascinante. 



O elenco também conta com atores e atrizes fenomenais, Anya Taylor Joy ("O gambito da Rainha"), Nicole Kidman ("Os outros"), Ethan Hawke ("Cavaleiro da Lua") e Willem Dafoe dão um show de atuação, como já esperado. 


Apesar de ser um pouco lento em certos momentos, o filme possui personagens marcantes, cenas intensas e um alicerce na essência da mitologia nórdica que dá sentido à história. É uma boa opção para quem curte um thriller sangrento e misterioso. 

O longa estreia dia 12 de maio nos cinemas do Brasil. 


Nota: 4.4/5.0


CRÍTICA | O PESO DO TALENTO

 


Nicolas Cage está de volta! O ator que estava sumido dos cinemas está de volta com o filme “ O Peso do Talento”. 


Criativamente insatisfeito e enfrentando uma ruína financeira, a versão ficcional de Cage deve aceitar a oferta de 1 milhão de dólares para marcar presença na festa de aniversário de um fã, muito fanático e perigoso (Pedro Pascal). As coisas tomam um rumo inesperado quando Cage é recrutado por uma agente da CIA (Tiffany Haddish) e forçado a viver de acordo com a sua própria lenda, canalizando os seus personagens mais icónicos e amados do cinema para salvar-se a si mesmo e aos que ama. Com uma carreira construída para este momento, o premiado ator deve assumir o papel de uma vida: O de Nicolas Cage.



O filme conta uma história repleta de metalinguagens que brinca a todo momento com o legado de filmes interpretados pelo Cage. Contado a partir de uma narrativa em que Nicolas Cage está insatisfeito com sua carreira e lotado de problemas financeiros. 


A partir disso, ele aceita marcar presença em uma festa de aniversário de um fã  e as coisas tomam um rumo inesperado e Cage é recrutado para trabalhar com a CIA para desvendar e capturar um grande bandido. 



O mais interessante do filme é que a partir dessa situação Cage vivencia essa aventura de acordo com seus próprios papéis já interpretados nos cinemas e se torna a sua própria lenda, fazendo referência principalmente aos seus próprios memes que bombam na internet. 


O filme não é uma grande obra de arte mas funciona bem e entrega uma comédia suave que vai divertir os telespectadores e principalmente os fãs de Nicolas Cage. 


Nota: 3.8/5.0