28/07/2022

CRÍTICA | BOA SORTE, LEO GRANDE


Boa Sorte, Leo Grande gira em torno de Nancy Stonkes, uma viúva frustrada sexualmente por nunca ter conseguido alcançar o orgasmo com seu falecido marido. Nancy contrata os serviços de Léo Grande um garoto de programa que a encontra em um quarto de hotel, porém, na hora H Nancy entra em conflito, e começa a levantar questões morais se aquela ação é realmente correta.

"Nancy Stokes, uma viúva aposentada, contrata um jovem garoto de programa, Leo Grande, para curtir uma noite de prazer e auto-descoberta depois de uma vida sem-graça de casada."

O roteiro mescla entre o drama e a comédia, porém a comédia fica mais em segundo plano deixando o drama mais evidente.

Emma Thompson entrega tudo e consegue transparecer os sentimentos de dúvida, ansiedade e insegurança sentidos por sua personagem enquanto transita para uma mulher com atitude para ir atrás dos seus desejos. Daryl McCormack entrega um Leo aparentemente seguro e inabalável, mas que esconde uma grande insegurança e vergonha o que o faz criar várias camadas de proteção através de mentiras que separam seus entes queridos de seu verdadeiro eu.


O roteiro trabalha muito bem a desconstrução destes personagens e sua trajetória para superar estes sentimentos. Impossível alguém não se identificar ou conhecer alguém que tenha passado por alguma situação apresentada no roteiro.

Atual, ousado e intimo, Boa Sorte, Leo Grande levantas questões morais e situações que todo ser humano já passou enquanto descobria sua sexualidade, o que na maioria das vezes ocorre da adolescência para a vida adulta, porém mostra que nunca é tarde para se redescobrir e tentar coisas novas, e por fim nos entrega a lição de que não devemos ter vergonha do que somos, gostamos ou queremos.


Nota 4.0/5.0

26/07/2022

CRÍTICA | DC LIGA DOS SUPERPETS


Tudo que a DC erra com seu universo cinematográfico ela acerta com suas animações, e dando mais embasamento a essas estatística DC Liga dos Superpets chega arrancando boas risadas com uma filme que vai agradar dos pequenos aos grandões.

DC Super Pets acompanha Krypto o Supercão e Superman, amigos inseparáveis, compartilhando os mesmos superpoderes e lutando contra o crime em Metrópolis lado a lado. Quando Superman e o resto da Liga da Justiça são sequestrados por Lex Luthor (Maron Maron), Krypto (Dwayne Johnson), forma uma equipe de animais de estimação que receberam superpoderes: um cão chamado Ace (Kevin Hart), que se torna super forte e indestrutível; um porco chamado PB (Vanessa Bayer), que pode crescer até o tamanho gigante; uma tartaruga chamada Merton (Natasha Lyonne), que se torna super rápida; e um esquilo chamado Chip (Diego Luna), que ganha poderes elétricos. Ele deve convencer o bando de abrigo a dominar seus próprios poderes recém-descobertos e ajudá-lo a resgatar os Super-heróis - e assim Krypto cria a liga dos Super Pets.




Novamente, a origem do Superman
Quando os trailers de DC Liga dos Superpets começaram a sair uma das minhas principais curiosidades e medo, era como iam introduzir os Superpets nessa animação, e tudo começa com a origem de Krypto e mais uma vez a origem do Superman, por mais que já estejamos saturados com a origem do superman,aqui ela é recontada dando origem ao Krypto. E o que mais desperta atenção nessa recontagem da origem do Superman é justamente o carisma de Krypto que te conquista em cerca de 5 minutos de filme.   


Krypto, o melhor amigo do Superman
Levando a máxima de que o cachorro é o melhor amigo do homem, no universo dos super-heróis não seria diferente, Krypto e Superman tem uma dinâmica bem interessante, a animação aproveita bem dessa relação para alimentar não somente o plot principal do filme mas também para mostrar o cotidiano entre os dois, e acreditem, fora do plot principal, ver a vida cotidiana de Krypto e Superman é algo que cai como uma luva na animação, risadas são garantidas e o desejo de sempre ver esse cotidiano em tela é instantâneo. 


Lex Luthor Mais uma vez

Nem só de cotidiano vive o filme, e para dar origem a Liga dos Superpets, temos mais uma vez o vilão Lex Luthor aprontando pra cima da Liga Da Justiça, mas dessa vez os super heróis são deixados de lado em um recurso bem utilizado pelo roteiro, não vou entrar em detalhes para não citar spoilers. Fielmente inspirado nas HQs a animação explora a Kryptonita laranja, que ao invés de fazer mal ao Superman acaba por dar grandes poderes aos animais. E com a introdução desse componente temos vários animais ganhando alguns superpoderes, dentre eles a grande vilã da animação, Lulu, uma porquinha endiabrada da índia que tem como grande inspiração o vilão Lex Luthor.



A liga dos superpets
Seguindo o plot principal temos a junção de Krypto, o já poderoso, com os animais que acabaram de obter poderes estranhos e que passam a maior parte do filme aprendendo a lidar com seus poderes para enfrentar Lulu e libertar a liga da justiça das mãos do Lex Luthor. E nessa junção de Krypto com os outros animais é que temos uma infinidade de fofura, afinal misturar super Heróis com Pets não poderia resultar am nada menos que muita fofura.  


Boas piadas que dão a LIGA

Alem da história, da excelente qualidade de animação e da boa dublagem o filme se destaca mesmo é nas excelente piadas. Zuando filmes antigos do Batman, Superman e até filmes da Marvel é impossível passar mais de 5 minutos sem abrir um sorriso de canto de boca que te faz pensar “Entendi a referência”. Tudo fica ainda melhor quando os Superpets realmente se unem a Liga da justiça e ganham seus uniformes, tornando o impassível possível e nos deixando com o famoso gostinho de quero mais.


DC Liga dos Superpets chega para evidenciar que a DC sabe fazer animações como ninguém e entrega um filme que vai agradar fãs pequenos e grandes de seus queridos personagens.


Nota 4.5/5.0

Crítica | Papai é Pop


Afinal, existe manual para ser pai ou mãe? Bem que os papeis de primeira viagem iam adora. Papai é pop, filme que adapta o livro homônimo chega aos cinemas mostrando a realidade difícil de ser pai, ser mãe, ser marido, ser esposa e por que não, ser uma família.


Em Papai é Pop, Tom (Lázaro Ramos) vê sua vida mudar completamente ao se tornar pai. Aos poucos, junto com a esposa Elisa (Paolla Oliveira), ele vai aprendendo o significado da paternidade e se vê tomado por um amor completamente diferente depois do nascimento de sua filha. Através de situações cotidianas, o filme apresenta uma representação fiel da relação entre pais e filhos.


A vida real filmada e colocada nas telonas

Todo mundo já ouviu falar que ser pai de primeira viagem é uma tarefa difícil, que as horas de sono vão fazer falta, que a lista de tarefas vai crescer e que a produtividade no emprego vai quase ao chão, até aí nada de novo, mas existe um abismo enorme entre ouvir falar, ver nas telonas e viver essa experiência louca que é a paternidade. No quesito mostrar a realidade de ser pais de primeira viagem o filme Papai é pop acaba de se tornar a referência, acompanhando do nono mês de gravidez de Elisa até o quarto ano de vida da sua filha Laura, o filme coloca na tela um drama bem contado que se destaca pela realidade vivida por todo mundo que já encarou os desafios de se ter um filho. 


Um roteiro acurado, que emociona
Toda essa realidade mostrada no filme é fruto do excelente roteiro adaptado por Ricardo Hofstetter, que pegou o livro homônimo e o colocou na medida certa para os cinemas. Facilmente o espectador entra na trama e se identifica com a situações vividas por Tom e Elisa, que inclusive se destacam pela incrível química entre Lázaro Ramos e Paolla Oliveira, é serio, associar o texto desse filme com qualquer reclamação de um pai de primeira viagem não será uma mera coincidência e a proximidade é tanta que a emoção vai te dominar, você sendo pai ou não.


Antes de ser POP, papai é um babaca
Ok, já falei que ser pai não é fácil, mas ser um BOM pai é ainda mais difícil, e apesar do título dar a intenção de que Tom, personagem de Lázaro Ramos ia ser um paizão logo de cara se quebra logo nos primeiros minutos e dão ainda mais embasamento para a realidade passada pelo roteiro. Tom é um completo babaca que tem em sua jornada uma curva imensa de aprendizado, e não a nada melhor para aprender do que a dor… Tom sofre, erra, tenta, erra mais uma vez, se perde, vira um babaca e faz o que de melhor o erro pode fazer com uma pessoa, aprende, aprende na dor e monstra que ser um papai pop não é nada fácil.



Mamãe já é pop de natureza

Enquanto acompanhamos Tom aprender com seus erros e tentar virar um pai pop, a Elisa personagem de Paolla Oliveira evidencia que mamães já nascem pop, completamente madura, Elisa tem aqui uma jornada de aprendizado completamente diferente de Tom, como mãe, definitivamente vemos o famoso extinto materno gritando em cada cena, mãe não erra, e aprende a ter paciência e a dar mais uma chance a babacas como tom.   


Pequenas detalhes que chamam atenção de um verdadeiro amante da cultura POP
Tom é um true Nerd no filme, e alguns detalhes acabam não passando despercebidos, erros como o personagem usar uma camisa da marca Playstation em várias cenas e ter um xbox em sua casa, ou o simples fato do Tom resolver um bug por telefone instruindo um amigo do serviço a simplesmente adicionar um "IF THEN" na linha 138 de seu código. Nesse quesito, o filme acaba chamando atenção negativamente, juntamente com breve acelerada no último ato, em que ao invés de alongar o filme por mais dez ou vinte minutos o diretor resolve por simplesmente avançar para o fim deixando algumas pequenas pontas soltas. Mas esses são problemas que podem passar batido para alguns e que não tiram o brilho do drama e a evolução de Caio Ortiz como diretor.


Um drama gigante que traz ensinamentos verdadeiros

Papai é pop é um filme necessário para aqueles que estão embarcando ou querendo embarcar na paternidade, é um filme realista, que emociona, arranca risadas e traz ensinamentos sobre as dificuldades de ser um pai ou uma mãe pop.


Nota:
4.5/5.0

20/07/2022

CRÍTICA | O TELEFONE PRETO


Com direção de Scott Derrickson, O Telefone Preto é aquele thriller de terror que te prende em uma atmosfera tensa e te deixa com medo do início ao fim.

Finney Shaw, um menino tímido, mas inteligente, de 13 anos, é sequestrado por um assassino sádico e preso em um porão à prova de som, onde gritar é de pouca utilidade. Quando um telefone desconectado na parede começa a tocar, Finney descobre que pode ouvir as vozes das vítimas anteriores do assassino. E eles estão determinados a garantir que o que aconteceu com eles não aconteça com Finney.

Ethan Hawke interpreta o assustador Sequestrador e entrega com primor um psicopata sem sentimento algum. Mason Thames faz sua estreia no cinema interpretando o jovem e assustado Finney e logo no seu primeiro papel Mason entrega uma excelente atuação, dá pra perceber seu crescimento durante o desenvolvimento e amadurecimento do personagem.


Quem também se destaca é a pequena Madeleine McGraw, a atriz dá vida à Gwen, irmã mais nova de Finney, quando Madeleine aparece rouba a cena com sua personagem destemida e desbocada que não tem medo de falar o que pensa. Suas cenas são mais leves a fornecem algum alívio cômico em alguns momentos, mas não o bastante para quebrar o ritmo do filme. 

O filme faz uso de uma fotografia com tons escuros que evidenciam a sensação angustiante e claustrofóbica do aprisionamento. Além do suspense, o roteiro faz uso de elementos sobrenaturais e de Jump Scares que reforçam o sentimento de medo, após o primeiro susto a tensão pelo que pode acontecer só aumenta a imersão.

Mesmo com um roteiro muito bem construído, ainda ficam algumas pontas soltas e perguntas que não são respondidas que ao final você sai do cinema se perguntando "vai ter o 2?"

Com estreia marcada para 21 de Julho, O Telefone Preto é um Excelente filme para ver no fim de semana, quem curte o gênero não vai se decepcionar.

NOTA: 4,5/5

13/07/2022

CRÍTICA | PLUFT O FANTASMINHA


Com foco total no publico infantil, Pluft o fantasminha chega aos cinemas de uma forma simples, contando uma historia divertida com inicio, meio e fim bem definidos exaltando os princípios da amizade e da coragem.


A menina Maribel e o fantasma que morre de medo de gente desenvolvem uma inesperada amizade. Um dia, ela é sequestrada pelo pirata Perna de Pau, que quer usá-la para achar o tesouro deixado pelo seu avô, o falecido Capitão Bonança Arco-íris. Na casa abandonada onde o velho morou, Maribel espera pela ajuda dos marinheiros Sebastião, João e Juliano, muito amigos do velho capitão, que saem em uma atrapalhada busca pela garota.


Adaptando o texto teatral de Maria Clara Machado para os cinemas e com foco no público infantil, Pluft O Fantasminha joga no simples para cativar as crianças, trazendo consigo um diálogo fácil, uma aventura cheia de comédia e bons ensinamentos sobre amizade e coragem, afinal, fantasmas precisam superar o medo de pessoas, e pessoas precisam superar o medo de fantasmas, e para isso, o melhor caminho é a amizade. 


Apostando na tecnologia 3D e com bons efeitos especiais, Pluft consegue ser um dos primeiros filmes brasileiro a entregar um 3D de qualidade, em certos pontos do filme é notável o esforço da equipe em entregar cenários com excelentes níveis de profundidade e objetos que realmente “saem” da tela, algo que acaba chamando muita atenção, não só das crianças mas também dos adultos que irão acompanhar os filhos na sessão de cinema. 


Com uma historia bem contada e com bons efeitos especiais, o filme acaba cometendo alguns deslizes na montagem e na forma em como se comunica com o publico infantil, em relação a montagem o que mais incomoda é são os diversos erros de sequencia, como quando os personagens caem no mar e após um simples corte de câmera já estão sequinhos como se nada tivesse acontecido, acho que até as crianças vão perceber isso de tão exagerado e repetitivo que são os erros de montagem presentes no longa. 


Já a forma como o filme se comunica com o publico infantil é realmente algo que chama atenção, vivemos em uma década onde discriminação e hostilização não são aceitas, e o texto do filme em alguns momentos acba hostilizando alguns personagens de uma forma bem chocante, o que pode acabar influenciando algumas crianças a chamar uma pessoa obesa de baleia por exemplo. Por mais que o tom do filme seja de comedia esse é um ponto que realmente deveria ser diferente.



Com uma boa história, excelentes efeitos visuais e deslizando somente no linguajar e na montagem, o filme ainda se destaca pelo elenco que conta com Lola Belli interpretando uma cativante Maribel, Nicolas Cruz entregando o inocente fantasminha Pluft e entre outros grandes nomes da tv brasileira. Mas o principal destaque é o papagaio do pirata Perna de Pau, que sempre garante boas risadas quando está em tela.


Pluft o fantasminha é um filme passa tempo, daqueles para você assistir sem compromisso e curtir uma história simples, engraçada e bem contada. 

CRÍTICA | ELVIS

 

Mais um filme de biografia, depois do sucesso de Bohemian Rhapsody contando a história do Freddie Mercury e de Rocketman com a historia de Elton John, chegou a vez de ver, conhecer e entender mais do fenômeno Elvis Presley.


A cinebiografia de Elvis Presley acompanhará décadas da vida do artista (Austin Butler) e sua ascensão à fama, a partir do relacionamento do cantor com seu controlador empresário "Colonel" Tom Parker (Tom Hanks). A história mergulha na dinâmica entre o cantor e seu empresário por mais de 20 anos em parceria, usando a paisagem dos EUA em constante evolução e a perda da inocência de Elvis ao longo dos anos como cantor. No meio de sua jornada e carreira, Elvis encontrará Priscilla Presley (Olivia DeJonge), fonte de sua inspiração e uma das pessoas mais importantes de sua vida.




Logo no inicio o filme nos apresenta uma perspectiva diferente da história, surpreendendo e mostrando ao telespectador a que veio nos primeiros minutos de filme. Começando da infância, e indo até a fase adulta o roteiro permeia as varias fases da vida do rei, evidenciando a origem simples de Elvis Presley e tudo que foi feito até que ele se tornasse um ícone que vive até hoje na cultura pop.


Uma das principais características de filmes biográficos de bandas e cantores é a junção entre o drama e a trilha sonora, e aqui não poderia ser diferente, a trilha sonora em conjunto com todo o trabalho da direção de arte fazem do filme um belo portal que nos leva imediatamente aos anos 60.


Além de nos teletransportar para os anos 60 através da música e do visual, o longa se destaca pelo fato de entrar em fatos históricos importantes, tais como a dificuldade de pessoas negras fazerem sucesso cantando, como Little Richard e B.B King ganharam espaço no cenário musical ao ter uma certa aproximação do rei do rock e como a sociedade ficou abalada ao ouvir um branco cantando músicas consideradas de pessoas negras, fazendo com que toda uma geração se requebrasse ao som de Elvis enquanto se derretiam de amor pelo cantor que aproveitou o embalo e se destacando não só na musica mas também nos cinemas onde se tornou uma dos atores mais bem pagos da época. 



Claro que nem tudo são flores, com a chegada dos anos 70 e de outros bons grupos musicais, o filme ainda exibe o lado mais frágil de Elvis e como ele teve que se reinventar enquanto enfrentava problemas internos e familiares, além da sua relação estranha com seu agente manipulador Tom Parker interpretado de uma forma incrível pelo Tom Hanks.


O filme entretém do início até o fim, tocando no emocional do telespectador, apresentado Elvis a toda uma geração mais nova que não o conhecia de tão perto. De longe, posso dizer que Elvis é uma das biografias favoritas, superando Judy e Rocketman.


Nota: 5.0/5.0

05/07/2022

CRÍTICA | THOR: AMOR E TROVÃO

Nada apoteótico, mas entregando aquele básico que a gente ama, Thor: Amor e Trovão chega aos cinemas surfando no amadurecimento de Taika Waititi, homenageando Guns N’ Roses, arrancando boas risadas e mostrando mais uma vez a importancia do amor.   

“Thor: Amor e Trovão”, acompanha o Deus do Trovão em uma jornada diferente de tudo que ele já enfrentou, a procura pela paz interior. Mas a reforma de Thor é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que procura a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Rei Valkiria, de Korg e da ex-namorada Jane Foster, que para surpresa de Thor empunha inexplicavelmente o seu martelo mágico, Mjolnir, e se intitula a Poderosa Thor. Juntos, eles embarcam numa angustiante aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais.


Pelo titulo, já era de se esperar que o “AMOR” estivesse no ar no quarto filme solo do Thor, o que não sabíamos era que literalmente o AMOR ditaria o ritmo do filme do início ao fim. Seja demonstrando o lado mais doloroso ou o lado mais cômico, a nova aventura do Deus do trovão consegue de uma forma interessante transitar entre a comedia brega, o drama e a ação sempre usando o AMOR como chave e sem deixar a peteca cair.


Logo nos 5 primeiros minutos de filmes o vilão Gorr interpretado incrivelmente pelo Bruce Way… quer dizer, Christian Bale, é apresentado, e nesse prólogo temos o primeiro grande rito de AMOR do filme, o AMOR entre Pai e Filho que dá origem ao Gorr de uma forma super concisa, fazendo o espectador se conectar com a história do vilão e até ficar um pouco do lado dele. Não se limitando apenas a boa origem, a interpretação de Gorr por Christian Bale é admirável, Bale consegue passar o medo e o peso que o vilão exige, sempre que aparece em tela o filme assume um tom pesado e escuro, deixando um clima denso e lembrando muito Voldemort em Harry Potter o pensamento instantâneo ao vê-lo é “deu ruim”!   


Vilão apresentado e clima denso instaurado, vamos ao segundo grande rito de AMOR do filme, Thor e o que podemos chamar de amor próprio. Dando continuidade aos acontecimentos pós Ultimato, temos Thor atuando junto com os guardiões da galáxia e focado em se encontrar no universo, fazendo meditação e se preservando de encontrar um novo AMOR, para não sofrer. Mais uma vez o filme se conecta com o espectador, afinal, quem nunca sofreu e se blindou de AMAR alguém com medo de sofrer? Nesse momento o clima denso do vilão é deixado completamente de lado e temos uma veia cômica nível Ragnarok assumindo o estilo do filme.


Por outro lado, temos o terceiro grande rito de AMOR, Jane Foster e o AMOR pela vida. Diagnosticada com câncer assim como nos quadrinho, Jane segue os tratamentos que não são muitos efetivos, e ouve um chamado do mjolnir virando meio que “do nada” a poderosa Thor, e nesse ponto temos uma certa ressalva, ao roteiro que não explica muito bem como as coisas acontecem, simplesmente do nada, Jane está empunhando a mjolnir e se intitulando a Poderosa Thor, tudo muito rápido e superficial. 


Depois de todos esses ritmos de AMOR que ditam o filme, temos o desdobramento da historia com o encontro do Thor com a Poderosa Thor se unindo para enfrentar o Gorr e impedir que ele atinja o seu grande objetivo. No meio do caminho temos aparições interessantes e cartunescas, como por exemplo o Zeus interpretado por Russell Crowe que é comedia pura, e os bodes que puxam a carruagem do Thor que são um verdadeiro meme ambulante, certeza que desses bodes gritando ninguém vai esquecer.



O filme explora toda a criatividade bizarra do Taika Waititi, algumas sequências são incrivelmente lindas, como destaque uma das batalhas do Thor e da Poderosa Thor contra o Gorr acontece em um mundo sem cores, e essa sequência é visualmente perfeita, daquelas que dão gosto de ver e que deixam cinéfilas de boca aberta. Outro ponto que deve ser citado é a trilha sonora, que esbanja Guns N’ Roses e que dá o ritmo certo ao filme.


O ponto que realmente pode desagradar alguns é culpa da proporia Marvel que nos acostumou mal, sempre criando uma convergência entre os filmes que resultaria em um "Vingadores”, ou apresentando grandes vilões que serviriam de ponte entre filmes ou algo assim. E nessa nova fase estamos longe der ver isso acontecer, Thor: Amor e Trovão é um filme realmente solo do Thor, que deixa ainda mais claro que a fase 4 do MCU não está com pressa em trazer um novo vingadores.


Thor: Amor e Trovão é sobre AMOR em várias formas, transita entre comédia e drama dando continuidade a história do Deus do trovão pós ultimato, mas sem se preocupar com o futuro do MCU.


Nota 4.0 / 5.0