26/09/2022

CRÍTICA | A QUEDA


Ahh os filmes de sobrevivência, 127 horas, O Regresso e Gravidade são boas referências nesse estilo e confesso que esse tipo de filme me encontra, afinal, pode acontecer com qualquer um, vai que você resolve assumir um estilo aventureiro na sua vida e tem uma pequeno imprevisto? Ter esses filmes na sua lista de assistidos pode te ajudar a ter uma certa ideia do que fazer ou não fazer para se salvar… obviamente, dadas as proporções entre a ficção e a realidade “A Queda” chega aos cinemas explorando um estilo de sobrevivência diferente, como sobreviver preso em uma antena de TV desativada a 600 metros de altura sem recursos e sem comunicação, interessante e assustador, principalmente pra quem tem medo de altura.  


Sinopse
A alpinista emocionalmente abalada, Becky, relutantemente decide enfrentar seus medos quando sua amiga Shiloh Hunter, outra alpinista experiente, a convence a embarcar em uma aventura de escalada de alto risco, até o topo de uma torre de TV abandonada. No entanto, quando a escalada perigosa não sai como planejado, as mulheres devem reunir toda a coragem e força para elaborar um plano para um retorno seguro para casa - ou morrer tentando.


No melhor estilo, nada acontece comigo
Se tem uma coisa que esses filmes de sobrevivência enaltecem é como a juventude tem uma noção errada de que nada vai acontecer com eles, por mais que já tenham visto e vivido alguns contratempos a juventude ama se sentir infinita e levar consigo o lema de que nada vai acontecer, e por aqui não é diferente, mesmo após sofrer uma perda em uma aventura que se tornou trágica, Hunter convence Becky a sentir a vida novamente através de uma subida épica em uma torre de tv com 600 metros de altura que não tinha nada pra dar errado… teoricamente… 


Tudo contra

Hunter tem consigo que nada de ruim pode acontecer com ela e um dos seus objetivos é fazer com que Becky volte a viver sua vida aventureira após o trauma sofrido o o roteiro nos guia mostrando nos detalhes que na verdade tudo jogava contra as duas, nos pequenos detalhes o diretor Scott Mann acerta em cheio criando a sensação de que vai dar merda a qualquer momento, seja pelos closes ou pelos sustos, mérito também do roteiro que vai desconstruindo na medida certa o pensamento de que nada de ruim pode acontecer.  


O pequeno deslize
Enquanto o filme se destaca na construção perfeita do clima tenso e nos pequenos detalhes que se encaixam em um certo momento o roteiro da uma pequena deslizada, criando uma pequena história que não faz sentido para a trama e que acaba nos tirando a imersão da sobrevivência com o intuito de prolongar o filme, não vou citar em detalhes para não dar spoilers, mas quando assistirem se preparem para um pequeno deslize do roteiro.


Supere seus traumas
A queda tem consigo uma mensagem super forte de seguir em frete e superar os seus traumas, mesmo com o pequeno deslize do roteiro o filme consegue passar uma mensagem legal de se aventurar e viver a vida sabendo que imprevistos podem acontecer. Tudo isso é feito de uma forma natural, em poucos minutos de filme estamos imersos no clima de tensão e curiosos em saber o desfecho da  história.


A dupla perfeita
Backy e Hunter são interpretadas por Grace Fulton e Virginia Gardner, o longa passa 95% de seu tempo focado nas duas presas no topo de uma antena, e as atrizes mandam super bem, a química entre elas é perceptível e só de olhar para elas conseguimos entender que Hunter é a louca destemida e que Becky passa por algum tipo de trauma, ponto positivo para o elenco pequeno mas que entrega o valor necessário ao longa.




Se tiver medo de altura, assista de olhos cerrados
Por se passar em uma torre de TV a 600 metros do chão, o filme acerta no seus efeitos especiais e na agonia que é estar prestes a cair de uma altura dessas, quem tem medo de altura vai assistir ao filme de olhos fechados, os planos abertos dão uma noção real do tamanho do problema enfrentado por Becky e Hunter, o filme não mede esforços para te apavorar, seja pelos movimentos de câmera ao ar livre ou pelos closes nos machucados que as personagens sofrem ao longo de suas jornada de sobrevivência.


O plot twist
Além de manter o clima e a curiosidade no desfecho sempre no alto, o filme ainda traz um plot twist de cair o queixo no final, por mais estranho que pareça, acreditem, tem um plot twist incrível em um filme de sobrevivência… 


A Queda é um filme de sobrevivência que entra no hall da fama dos filmes desse gênero, com direito a um plot twist inesperado e uma exploração do medo de altura o filme prende a atenção e te deixa agoniado por quase 2 horas, vale a pena acompanhar Hunter e Beck presas na antena fazendo o possível e o impossível para sobreviver. 

NOTA 4.0/5.0

21/09/2022

CRÍTICA | NÃO SE PREOCUPE QUERIDA

O novo longa da diretora e atriz Olivia Wild é um suspense inteligente e assustadoramente possível. Com Florence Pugh (Alice) no papel principal, ao lado de Harry Stiles (Jack), Don't Worry Darling (Não se Preocupe Querida) conta a história de um casal dos anos 1950 que vive uma vida tranquila em um pequeno condomínio fechado reservado apenas aos colaboradores de uma empresa. As coisas começam a mudar quando uma tragédia na comunidade faz com que Alice comece a questionar a segurança de seu lar e a verdade por trás da empresa em que seu marido trabalha.

A narrativa é construída de maneira inteligente deixando o espectador mais ansioso pelo desenrolar da trama a cada minuto, ao ponto de te deixar na ponta da cadeira e roendo as unhas nos minutos finais.

O filme conta com uma ambientação agradável e imersiva e a trilha sonora ajuda nessa imersão. Além disso tem uma fotografia bonita e ao mesmo tempo inquietante.

Florence Pugh entrega mais uma vez uma personagem real, sensível e poderosa, como em seus trabalhos anteriores (Midsommar e Adoráveis Mulheres). Enquanto o cantor Harry Stiles, apesar da pouca experiência como ator, consegue trazer um personagem profundo e real, mostrando que tem talentos além da música. 

O filme tem um roteiro fora da caixa com potencial para entrar no hall da fama dos suspenses modernos que agradam crítica e público. É uma ótima opção para o final de semana pra quem curte um suspense criativo e com final surpreendente.

Nota: 4.8/5.0

CRÍTICA | A MULHER REI


Quando eu vi o primeiro trailer de the woman king,eu pensei, tá aí, esse filme me interessou, passados alguns meses meu chefe me falou que ia ter a cabine de imprensa, e eu sem pensar duas vezes pedi pra ele para ir ver esse filme, e eu sabia que o filme ia ser bom, só não sabia que ia ser tão maravilhoso.

Viola Davis é Nanisca, uma guerreira das Agojie, em um período de tempo não muito distante do nosso, somos levados para uma época que ainda havia reinos na África e vemos a imponência e importância dessas nações que sofreram nas mãos dos europeus.


Se tem uma coisa que chama atenção em A Mulher Rei além de sua incrível história e seu brilhante elenco,  é a ação e os combates enfrentados pelas guerreiras Agojie, o filme é recomendado para maiores de 16 anos no Brasil e a diretora Gina Prince-Bythewood aproveita dessa classificação para trazer cenas violentas na dose certa, causando o impacto necessário ao combate e misturando com exímio a coreografia de batalha e a experiência de um som arrebatador. A dica é assistir ao filme na melhor sala de cinema possível.

Esse filme além de ser uma grande homenagem para todas as mulheres, principalmente negras, é um filme que na minha opinião pode significar uma onda de mudança em toda a academia, e citando a nossa querida Viola Davis: "É importante as mulheres pretas veem que podem segurar um sucesso de bilheteria, sem precisar de mulheres brancas, sem precisar de homens. Acho que isso vai significar tudo para nós."


Por falar em elenco, Viola Davis, que veio promover o filme pessoalmente no Brasil e demonstrou ser o carisma em pessoa, produz o longa e encarna uma Nanisca onipotente em tela, a energia passada pela atriz na interpretação é tão contagiante que é perceptível a dedicação e o empenho dela em fazer com que esse projeto seja um sucesso.

The Woman King é um filme com um visual lindo, cenas de ação de te fazer saltar da cadeira e cheio de emoção, um elenco de peso e uma trilha sonora que continua ecoando na mente mesmo após o fim da experiência na sala de cinema, sem contar que com sua vinda ao Brasil pela primeira vez, Viola Davis conquistou os Brasileiros e ainda nos presenteou, com uma coletiva de imprensa incrível, a qual foi uma honra participar representando o Nerdeza.

Nota 5.0/5.0

14/09/2022

CRÍTICA | UMA PITADA DE SORTE


Uma Pitada de Sorte é aquela comédia brasileira que a gente ama, sabe aquele filme que você vai assistir e não para de gargalhar do início ao fim?

Gente como a gente
Ela acorda atrasada, cruza a cidade para trabalhar, cochila onde encosta e ainda é animadora de festa infantil... Acredito que eu tenha descrevido a vida de muita gente agora, né? Essa é Pérola, uma brasileira sonhadora interpretada pela maravilhosa Fabiana Karla. Pérola tem o sonho de abrir seu próprio restaurante e assim como grade parte dos brasileiros trabalha em dois empregos enquanto tenta realizar seu sonho.
 

A decisão errada no momento certo

Direto ouvimos falar "fulano deu sorte na vida", mas o que é sorte? Uma Pitada de Sorte mostra que sorte é saber quando a oportunidade bate na porta, claro, suas decisões podem ser erradas para determinados momentos mas saber tirar proveito desse momento e botar a cara a tapa e se arriscar é essencial para "dar sorte". 


Entre altos e baixos
Pérola é o exemplo de brasileira que não desiste, mesmo com seus momentos de altos e baixos, dias mais desanimados e entro um ou outro surto, Pérola sempre encarou seus desafios com muito humor, já que tem que fazer, faça direito e torne as situações divertidas, sempre tendo seu objetivo em mente.


A cultura brasileira
Não só comportamento e vida da protagonista evidenciam o brasileiro mas o roteiro reforça as belas coisas que temos no nosso país, a cultura, a culinária e a literatura de uma forma bem humorada. às vezes não precisamos olhar pra longe pra encontrar coisas boas, às vezes temos coisas boas e pessoas boas do nosso lado e não damos o devido valor.


Pena que faltou algo
Ao longo de apenas 1:30 minutos o filme não deixa a peteca cair, até o seu epílogo, um salto temporal que pode deixar alguns um tanto quanto curiosos com o que acontecer nesse tempo que não foi mostrado, deixando ali o expectador com uma pulguinha atrás da orelha sobre como ocorreram alguns eventos.


Uma Pitada de Sorte é  um filme pra lá de divertido, é aquela comédia cheia de situações que vão fazer muitas pessoas se identificarem.


Nota: ⭐⭐⭐⭐/5

Crítica | Moonage Daydream


Que David Bowie era uma pessoa icônica e diferente todo mundo sabe, mas detalhar como a mente inquieta e brilhante de Bowie funcionava e como seus pensamentos mudaram ao longo dos anos é algo que só esse documentário vai conseguir te mostrar. 

Com MOONAGE DAYDREAM, Brett Morgen (The Kid Stays in the Picture, Kurt Cobain: Montage of Heck, Jane) apresenta uma imersão na arte e sons de David Bowie que desafia o género. Considerado um dos maiores artistas do nosso tempo, David Bowie inspira o panorama cultural há mais de 50 anos. MOONAGE DAYDREAM é o primeiro filme que verdadeiramente encarna o legado de David Bowie, tendo sido concedido a Morgen um acesso sem precedentes à sua coleção. Contado através de um sublime, caleidoscópico imaginário, imagens de arquivo pessoal, atuações inéditas, ancorado na própria música e palavras de David Bowie, MOONAGE DAYDREAM convida o público a mergulhar no mundo único que é "Bowie". Em 2017, Morgen recebeu mais de 5 milhões de materiais, incluindo desenhos, gravações, filmes e diários nunca antes vistos. Durante quatro anos, Morgen planeou o filme e em 18 meses criou a banda sonora, as animações e a paleta de cores. Para o filme, a equipa de som - a qual integra o colaborador de longa data, amigo e produtor musical de Bowie, Tony Visconti, e Paul Massey (Bohemian Rhapsody), editor de som, vencedor de um Prémio da Academia re-misturou e adaptou os temas originais de Bowie para um ambiente musical que será apresentado Dolby Atmos. Através da sua carreira, ao longo de gerações, Bowie ensinou que as nossas diferenças são a nossa força. Com MOONAGE DAYDREAM, Bowie dá-nos um mapa para sobreviver no século XXI, convidando, como nunca antes, as audiências a celebrar o seu legado e a sua influência duradoura.


É um documentário, não um filme!
Em meio a tantos filmes contado suas versões de histórias de cantores famosos como Elton John, Elvis e Freddie Mercury, Moonage Daydream na minha cabeça seria mais um desses filmes, obviamente, pensamento meu que não tinha lido nada sobre o filme e nem tinha visto trailers e materiais de divulgação, mas ai sim, está a grande surpresa. Sem saber ao certo o que viria, o filme documentário fornece uma experiência completamente nova, a de assistir um doc de verdade, com milhares de recortes reais da vida de Bowie em uma telona com um som completamente imersivo.



A sensação de estar em um show do Bowie

Brett Morgen aproveita tudo que a de melhor na tecnologia atual para restaurar e remasterizar os videos de Bowie na década de 70, 80, 90 e início dos anos 2000 os deixando com uma qualidade que merece ser reverenciada, principalmente no quesito áudio. Embora a montagem do doc possa parecer estranha, principalmente para quem não conhece a história ou não seja fã de David Bowie, já que o diretor escolhe não narrar nada e nem contar nada sobre a origem de Bowie, a montagem acaba parecendo solta, e talvez isso aconteça de propósito deixando evidente que o doc foi feito de um fã para fãs. Todo o doc foi pensado para Imax, e acreditem, as cenas de shows casadas com audio remasterizados fazem com que o espectador seja teletransportador para um show do Bowie de uma forma imersiva e nunca vista.


A vida em constante mudança
A ideia de trazer um documentário sem narração e sem muitos textos na tela, compostos somente por belas imagens e áudios gravados por Bowie trazem consigo um conceito intimista, e deixando claro como o ícone nasceu e mudou ao longo da sua vida, é impressionante como o Bowie do início do documentário, jovem e com ar de quem está acabando de iniciar uma carreira pensa diferente do Bowie do fim do documentário, junto a todo esse conceito de mudança o doc ainda evidencia em detalhes como a mente de Bowie era inquieta e o que ele fazia para transformar essa inquietação em arte.  


Se for fã assista

Inevitavelmente o doc só vai pegar os fãs de Bowie, embora tenha várias mensagens legais, uma aula sobre arte e sobre a vida e suas mudanças quem não for fã do Bowie vai ficar perdido no contexto geral do documentário. Já para os fãs, essa é sem dúvidas uma oportunidade quase a nível “metaverso” de entender a mente de ídolo e de reviver um show de um ícone que já não está entre nós. 


Nota 4.0/5.0

07/09/2022

CRÍTICA | INGRESSO PARA O PARAÍSO


As vezes a vida pede uma comédia romântica, aquele filme que vai te distrair por pouco mais de uma hora e meia sem exigir muito dos seus pensamentos, e Ingresso para o paraíso novo filme de Oliver Parker com George Clooney e Julia Roberts é exatamente um desses filmes, leve, divertido e que te traz aquela sensação de “good vibes”.  

O filme segue Lily (Kaitlyn Dever), uma jovem recém-formada na Universidade de Chicago que acompanha sua melhor amiga Wren Butler (Billie Lourd) em uma viagem de formatura para Bali. Lily se apaixona abruptamente por um local balinês, e decide se casar de forma impulsiva. A decisão inesperada da jovem faz com que seus pais, um casal divorciado (George Clooney e Julia Roberts), decida viajar às pressas para a ilha, para tentar impedir que a filha cometa o mesmo erro que eles cometeram, quando se casaram 25 anos atrás. Entre sabotagens e planos nem tão bem-sucedidos, o ex-casal fará de tudo para parar o casamento precipitado da filha, e esse empenho pode acabar aproximando novamente os dois, sendo uma oportunidade de repensar, a partir do casamento da filha, o próprio relacionamento.


A arte imita a vida
Se tem uma coisa que sempre chama atenção em filmes de comédia romântica é a semelhança entre o filme e a vida real, é impressionante como  os roteiristas sofrem na vida real e conseguem transformar esse sofrimento em arte cômica, essa proximidade com situações cotidianas acabam conectando o público com o filme de uma maneira bem intimista e esse é um dos primeiros grandes pontos de Ingresso para o Paraíso, todo mundo que já viu ou viveu de perto reencontros de casais divorciados, apaixonite aguda ou pais super protetores que não querem deixar seus filhos alçarem voos, vai se identificar com o filme, seja por uma ou mais situações.
  


 

Alfinetadas bem dadas e uma química perfeita 

Exemplificando em tela o reencontro de um casal divorciado, George Clooney e Julia Roberts entregam tudo e mais um pouco, sempre que estão em tela conseguem arrancar boas risadas do publico enquanto se beneficiam das alfinetadas bem dadas descritas no roteiro. A química e o engajamento dos dois com o projeto é tão visível quem em certos momentos conseguimos entender os sentimentos de raiva, surpresa e até amor pela forma como um olha para o outro. Sem dúvidas, Clooney e Roberts nasceram para comédias românticas. 


Da faculdade para o casamento
Enquanto acompanhamos as alfinetadas do ex casal, temos por outro lado a filha do ex casal, Lily interpretada por Kaitlyn Dever vivendo uma apaixone aguda por Gede interpretado por Maxime Bouttier, e no quesito química os dois herdam as habilidade de Clooney e Roberts, sempre que aparecem aquele clima de amor jovem exala no ar, a imaturidade de Lily que acabou de se formar e está prestes a se casar é visível e embasa todas a ações de seus pais em tentar impedir que caia em um conto de fadas.
 



 

Conhecendo Bali e suas tradições 
Todo o filme se passa em Bali, lugar em que Lily resolveu passar as ferias de pós formatura e onde acabou se apaixonando, por se passar em Bali o filme acaba explorando um lado do mundo pouco conhecido por aqui e com isso além do roteiro divertido o filme acaba assumindo o papel de guia de viagem, as paisagens são lindas e a fotografia aberta exalta o poder natural de Bali, é simplesmente assistir ao filme e ir para o google procurar o termo “Quanto Custa Viajar Para Bali”.  Além das belas paisagens naturais, ainda somos inseridos na cultura Balinesa, vemos de perto como é um casamento Hindu, passando por comidas, forma de falar e de se vestir.  


As vezes o que precisamos é uma pausa
Assim como toda comédia romântica o filme tem consigo uma mensagem nas entrelinhas, e por aqui a mensagem no final é que as vezes precisamos de uma pausa e temos que temos que deixar nossos filhos soltos para a vida, afinal criamos eles para o mundo e não para sermos nossos.


Ingresso para o paraíso é  um filme tranquilo e divertido, é daquelas comédias românticas para serem assistidas sem medo de ser feliz, cheio de situações cotidianas e que te leva para uma viagem de aprendizados em Bali.

04/09/2022

CRÍTICA | MEN - FACES DO MEDO


Depois de nos deixar pensativos sobre Inteligência Artificial em Ex Machina (2014) e nos levar para uma expedição colorida e tenebrosa em Aniquilação (2018) chegou a vez de Alex Garland nos apresentar a sua visão de um terror misturado com um thriller psicológico e com uma pitada surrealista. 


Após uma tragédia pessoal, Harper (Jessie Buckley) decide ir sozinha para um retiro no meio de um belo campo inglês, na esperança de encontrar um lugar para se curar. Mas alguém ou algo da floresta ao redor parece estar perseguindo ela. O que começa como um pavor fervente se torna um pesadelo, habitado por suas memórias e medos mais sombrios.


Uma proposta diferente em um clima interessante
‘MEN’ tem o potencial de nos deixar imersos e interessados em sua potencial narrativa nos primeiros minutos de filme, prendendo a atenção do espectador e sustentando um bom misterio por um bom tempo. Com sua proposta diferente, o filme ainda tem uma fotografia peculiar e chamativa, os cenários verdes da casa de campo alugada por Harper trazem visualmente a tranquilidade e a paz que o filme exige. Junto a isso temos excelentes planos abertos e alguns momentos de calma onde são exploradas a natureza inglesa em closes de ambiente a lá “A Arvore da vida” de Terrence Malick.    



Harper vs  MEN

Com praticamente dois atores contando toda a história do filme, Jessie Buckley se destaca e entrega uma Harper realmente amedrontada e perturbada, só de aparecer em tela a atriz consegue transparecer que existe algo de errado em seu passado e a narrativa do filme vai evidenciando o que aconteceu em seu passado ao longo de flashbacks que invadem o seu pensamento, ponto positivo para Jessie Buckley. Atrapalhando o monólogo de Harper, temos Rory Kinnear, interpretando vários personagens que tiram o o sossego de Harper. 


Homens são todos iguais
Cheio metáforas e metalinguagem o filme tem como o principal ponto passar a ideia de que todos os homens são iguais, e para passar essa sensação de forma consistente, Rory Kinnear interpreta de uma forma legal vários homens, e cada um deles tem uma interação diferente com Harper, alguns são gentis, outros são chatos, outros são medonhos, mas todos atacam Harper de alguma forma. 



Gore na medida do possível
Plots estabelecidos, personagens apresentados e cade o terror? Vem agora… Ao ficar sozinha na casa de campo uma das versões interpretadas por Rory Kinnear tem a missão de assustar Harper e fazer com que o plot do filme se desenrole em terror, essa versão em alguns momentos tenta invadir a casa de campo de Harper, e o debandar dessas tentativas sempre são gore e as vezes até nojentas, confesso que em uma das cenas eu fechei o olho dada a agonia que o take causa. Porém, nem tudo são flores, enquanto algumas cenas de gore te fazem sentir agonia, mais para o final do filme o diretor perde a mão… o gore fica forçado e temo um take de parto bem mal feito, o CGI não ajuda e o que era para ser medonho acaba ficando engraçado e “Geleioso”, digo ”Geleioso” pois o filme abusa de efeitos práticos, e para fazer com esse take do parto fosse medonho, o excesso de geleia foi grande… 


A face injusta do final

Com uma premissa que tinha tudo para dar certo, não foi só o gore que perdeu a mão, a história que ia bem durante 2/3 do filme se perde no ato final, entregando um último ato fraco e com um final aberto e mal e detalhado. 


MEN - Faces do Medo não é um filme para qualquer um, é um filme que te deixa agoniado, mantém um gore elevado e deve ser assistido de forma descompromissada e sem grandes expectativas.