29/03/2023

CRÍTICA | A PRIMEIRA COMUNHÃO



Confesso que, quando se trata de cinema espanhol, a primeira e, talvez, única referência que me vem à mente é Pedro Almodóvar. Infelizmente, não é muito comum que filmes espanhóis cheguem aos cinemas brasileiros, a menos que tenham o nome do famoso cineasta espanhol anexado a eles. Entretanto, para a nossa felicidade, a Paris Filmes está trazendo para as telonas brasileiras, no dia 30 de abril, um filme de terror espanhol que promete explorar uma vertente nova do gênero, misturando elementos aterrorizantes com a cultura espanhola: "A Primeira Comunhão".

Em A Primeira Comunhão, são os anos oitenta numa cidade da Espanha, mais precisamente 1987 no povoado de Tarragona. Sara (Carla Campra) teve que se mudar para este lugar e simplesmente não se sente confortável na cidade. Lá ela tem uma melhor amiga chamada Rebe (Aina Quiñones) que também vive no lugar. Um dia, elas se divertem em uma boate, bebem, se drogam e vivem uma noite inesquecível. Na volta para casa, elas encontram uma estranha boneca vestida com um vestido de primeira comunhão. Mal elas sabem que essa descoberta mudará completamente suas vidas e as transformará em um pesadelo.




Um olhar espanhol sobre o terror
Com tantos filmes de terror saturando o mercado cinematográfico atual, é importante que as novas produções consigam se destacar de alguma forma, e é justamente isso que "A Primeira Comunhão" faz ao mostrar a tradição católica da primeira comunhão sob a vertente cultural espanhola, o filme traz uma abordagem única ao gênero do terror, fugindo dos clichês e oferecendo algo novo e diferente. Com isso, consegue chamar a atenção do público e se diferenciar dos outros filmes de terror que estamos vendo por ai, trazendo um frescor muito bem-vindo para o gênero.


O Clima de suspense
"A Primeira Comunhão" é um filme habilidoso em criar uma atmosfera de tensão e suspense imersivos enquanto desenrola sua história misteriosa, mantendo o público curioso e ansioso para desvendar o que está acontecendo com as amigas protagonistas. O filme não abusa dos sustos, focando completamente no desenvolvimento envolvente da trama, mérito do roteiro que consegue segurar a curiosidade do espectador durante quase todo o filme sem entregar tudo de mão beijada. Ao permitir e até mesmo obrigar o uso da criatividade de quem assiste para encaixar as peças e desenvolver teorias, o filme se torna ainda mais intrigante e desafiador.


E o terror?
Já entendemos que o suspense e o mistério que rondam o filme são os pontos mais fortes do longa, mas e o terror? bem, o filme acaba deixando o terror um pouco de lado, deixando claro que o foco é a história e não o susto, mas o terror está presente em cenas de objetos se movendo sem explicação tais como “Atividade Paranormal” e em vários momentos as personagens são levadas a um estado de separação da mente de seus corpos, em uma espécie de “paralisia do sono”, onde experiências sobrenaturais acontecem. Esse conceito é trabalhado de uma forma intrigante, criando momentos de tensão e desconforto para o espectador, e ainda fazendo sentido no contexto apresentado no fim do filme.


Jovens sendo jovens
Por mais que não estamos acostumados com filmes e atores espanhóis, esse é um outro ponto que vale ser ressaltado, o elenco é muito bem escolhido e se encaixa perfeitamente com a ideia do filme, especialmente considerando que grande parte do elenco é formado por jovens atores. Carla Campra e Aina Quiñones, que interpretam as amigas Sara e Rebe, entregam performances convincentes e emotivas, transmitindo muito bem o misto de curiosidade e medo que suas personagens experimentam ao longo da trama. Além disso, o entusiasmo dos jovens adultos em resolver os mistérios que envolvem a boneca de comunhão é contagiante, mantendo o público engajado e investido na história.




Nem tudo é terror e suspense
Com uma premissa interessante, o clima certo e um mistério instaurado o filme falha somente no último ato o que pode deixar muitos espectadores desapontados. O plot-twist apresentado pode não agradar a todos, e pode parecer forçado e até mesmo desnecessário para alguns. Isso é uma pena, pois o restante do filme mantém um ritmo satisfatório e consegue manter o espectador interessado até o desfecho. No entanto, é importante lembrar que o gosto é subjetivo e o que pode não funcionar para alguns pode ser apreciado por outros, portanto, vale a pena conferir e tirar suas próprias conclusões.
 


“A Primeira Comunhão" é um filme interessante que consegue criar uma atmosfera enigmática e perturbadora, gerando um clima de tensão e suspense bem imersivos. Embora o terror fique um pouco de lado em detrimento do suspense, o filme apresenta boas atuações e mantém o público curioso e ansioso para desvendar os mistérios que envolvem as amigas protagonistas. O enredo acaba tomando uma decisão arriscada no último ato, com um plot-twist que pode não agradar a todos. No geral, "A Primeira Comunhão" é um filme recomendado para aqueles que gostam de filmes de suspense com toques sobrenaturais e uma pitada de mistério.


Nota 3.5/5.0

28/03/2023

CRÍTICA | O URSO DO PÓ BRANCO


 “O Urso do Pó Branco”, só de ler o nome do novo projeto da diretora Elizabeth Banks já imaginamos que algo inusitado viria por aí, e não foi diferente, o longa que tem como base uma história real, apresenta um novo olhar dos fatos sob uma ótica completamente ficcional, e o resultado é uma mescla divertida e assustadora que não teme o absurdo.

Em 1985, um avião carregado de cocaína cai em algum lugar no meio do nada em uma floresta da Geórgia. Então, os mais de 200 quilos de drogas e potencialmente muito dinheiro teoricamente estariam perdidos para sempre, mas os donos da droga, um punhado de criminosos, não querem correr riscos e preferem jogar pelo óbvio, ir atrás da carga. Na busca pela valiosa substância, eles percebem que um enorme urso preto foi mais rápido do que eles e agora está completamente chapado. Turistas, alguns adolescentes, policiais e até os bandidos da droga se encaixam perfeitamente no esquema de presas do monstruoso animal, restando somente uma coisa: sobreviver e torcer para que a máquina de combate peluda acabe indo embora. O Problema é que o urso desenvolveu um gosto pela substância e quer mais e mais do pó branco.


As definições de baseado em fatos reais foram atualizadas.
A premissa de pegar uma historia real que poucos conhecem e usar a criatividade para apresentar um ponto de vista novo e completamente absurdo dos fatos é um dos principais méritos de  "O Urso do Pó Branco”, a partir dessa liberdade criativa temos 90 minutos de uma história completamente inusitada que nem de perto é parecida com o que realmente aconteceu mas que abusa da ficção para dar vida a um filme engraçado e sangrento.


As vantagens de não temer o absurdo
Desde o início percebemos que o filme não teme o absurdo e isso vai ficando mais claro a cada novo arco de história contado, a abordagem usada em relação ao gore é bastante singular, já que as cenas de violência extrema são frequentemente entrelaçadas com momentos cômicos. Essa mistura de gêneros pode parecer estranha à primeira vista, mas acaba funcionando bem dentro da proposta do longa. Ao tornar as mortes absurdas e exageradas, o filme consegue criar um senso de humor obscuro que ajuda a aliviar a tensão em certos momentos, sem nunca perder de vista o clima de horror. Para quem curte esse tipo de humor mais irreverente, "O Urso do Pó Branco" pode se revelar uma experiência cômica e surpreendente, arrancando boas risadas do público ao mesmo tempo que gera uma certa repulsa.


Excentricidade dos personagens
Ao longo do filme somos guiados por diversos núcleos de personagens que vão ligar pequenos e diferentes contextos ao Grande Urso, o interessante que todos os personagens tem a excentricidade como característica comum, todos são muito exagerados e caricatos, desde os traficantes de drogas que se vestem como personagens de desenho animado até os policiais incompetentes que parecem ter saído de uma comédia pastelão, todos os personagens são desenhados com traços bem definidos e quase grotescos, os adolescentes que se tornam alvo do urso também são bastante estereotipados e possuem até um certo tom nostálgico para os mais velhos. Mesmo com toda essa excentricidade, todos personagens têm suas particularidades e os excessos na interpretação acabam contribuindo para a trama.


O protagonista é o antagonista
O elenco faz um bom trabalho ao interpretar personagens variados que são colocados em situações extremas mas o destaque aqui é o próprio urso, que se torna um antagonista ameaçador e assustador. Confesso que a equipe de efeitos visuais poderia ter trabalhado um pouco mais na criação do urso  para deixá-lo mais realista e crível, obviamente em alguns momentos o CGI é notável, mas em sua maioria isso não atrapalha em nada, ainda mais se levarmos em conta a premissa do filme.


Uma floresta viva

Outro ponto técnico que chama atenção é a forma como os sons são explorados no filme, o som é usado de maneira inteligente para criar tensão e gerar sustos no espectador. A trilha sonora tem um papel importante nesse sentido, alternando momentos de calmaria com outros de intensidade máxima. Quando o urso está em cena, por exemplo, a música se torna mais agitada e tensa, criando uma atmosfera de ameaça iminente. Já em momentos de alívio cômico, a trilha sonora acompanha o tom divertido do filme, com canções que remetem ao universo pop da época. O som ambiente também é bastante eficiente criando uma sensação de imersão no ambiente da floresta, com sons da natureza, folhas ao vento, o canto dos pássaros e o rugido do urso, tudo isso contribuindo para uma ambientação realista. 


O Urso do Pó Branco abraça o cômico e o absurdo sem nenhum medo de ser feliz, trazendo personagens excêntricos em situações inusitadas o filme garante 90 minutos de diversão sob um ponto de vista fictício de uma história real.


Nota: 4.0/5.0

22/03/2023

CRÍTICA | John Wick 4: Baba Yaga

 


Chega aos cinemas o tão aguardado quarto capítulo da popular franquia de ação estrelada por Keanu Reeves, que dá vida novamente ao icônico assassino profissional John Wick. O filme leva o público  novamente para o emocionante e perigoso mundo de John Wick, apresentando novos desafios e inimigos, em uma verdadeira montanha-russa de ação, repleto de cenas impactantes e sequências de luta impressionantes, sem perder a assinatura inconfundível que transformou a série em um fenômeno cultural.

John Wick 4: Baba Yaga é o quarto filme da franquia de ação com Keanu Reeves, que vive um assassino aposentado que volta a atuar, guiado por uma busca incontrolável de vingança. Precisando lutar contra assassinos sanguinários que o perseguem, John precisará elevar suas habilidades ao limite se quiser sair vivo. Em uma corrida contra o tempo, ele terá que superar os adversários mais mortais e violentos do submundo, enfrentando a Alta Cúpula de Nova York a Paris, de Osaka a Berlim. Não há caminho de volta, só um sobrevive.



Após ter forjado sua morte no fim do 3º longa, John Wick precisa caçar as maiores autoridades da cúpula dos assassinos para conseguir sua liberdade, enquanto é caçado por outros grandes assassinos conhecidos e novos. Com nomes de peso como Donnie Yen (Ip Man e Star Wars: Rogue One) e Bill Skarsgård (It a Coisa) o filme conta com sequências de ação muito bem elaboradas e coreografadas, como nos filmes anteriores, além da iluminação e cenários magníficos, que chamam a atenção e  intensificam o brilho das cenas de combate. 

A narrativa de John Wick 4: Baba Yaga não foge dos clichês do gênero mas o andamento da história não é prejudicado. O roteiro apresenta uma estrutura clássica de início, meio e fim, o que torna a trama coerente e bem montada, honrando toda a mitologia construída em torno do personagem John Wick ao longo dos filmes anteriores da franquia. Apesar de não ser conhecido por seus monólogos inspiradores, Keanu Reeves se destaca na pele de John Wick através de sua presença física e habilidades de combate, que são elevadas a um nível ainda mais alto neste quarto filme. Embora os diálogos possam ser um pouco superficiais em algumas cenas, a narrativa é conduzida de forma eficaz e consegue manter o interesse do público ao longo das quase 3 horas de duração.



Tanto os personagens novos e antigos contam com arcos bem desenvolvidos, que conquistam o público e acrescentam profundidade à história. Além disso, o filme oferece ótimas referências para os fãs da franquia, trazendo cenas icônicas e emocionantes que tornam a experiência ainda mais gratificante. No que diz respeito ao elenco, vale destacar a triste notícia de que Lance Reddick, que interpreta o concierge Charon, faleceu recentemente. Sua performance no filme é um exemplo do excelente trabalho que ele vinha apresentando como ator, e é uma oportunidade para os fãs apreciarem um dos seus últimos trabalhos.

John Wick 4: Baba Yaga é um filme que cumpre as expectativas dos fãs da franquia, entregando ação frenética e personagens cativantes, cheio de referências nostálgicas para os fãs, e com diversas cenas icônicas e emocionantes o filme faz valer a espera pelo novo capitulo da saga John Wick.

Nota: 4.5/5.0

16/03/2023

CRÍTICA | LA SITUATIÓN


Dirigido por Tomás Portella, "La Situatión" nos coloca em um mix de ação, aventura e comédia ao nos apresentar Ana, Letícia e Yovanka, três "amigas" que viajam para a Argentina em busca de terras deixadas de herança por um parente de Ana, interpretado por Natália Lage.

Letícia, interpretada por Júlia Rabello, resolve acompanhá-la para tirar uma folga da família que a estava deixando maluca e a Prima de Ana, Yovanka, interpretada pela talentosa comediante Thati Lopes, também se junta ao grupo, mas ela possui seus próprios interesses. As três acabam sem querer em posse de drogas pertencentes ao Cartel mais perigoso da Argentina, agora elas precisarão se virar para sobreviver e escapar da situação em que se meteram.


O roteiro é bem-humorado, dinâmico e apresenta uma série de eventos que prendem a atenção do espectador do início ao fim, colocando o grupo em perigosas e hilárias situações. As atrizes possuem muita química em cena e entregam atuações divertidas e convincentes, com destaque para Thati Lopes, que bastava abrir a boca para me fazer dar várias risadas. Além disso, o elenco coadjuvante também é muito competente, trazendo personagens como Antônio, interpretado por Dudu Azevedo, que complementa a trama do filme e acrescenta um toque a mais de humor.

A direção de Tomás Portella cria uma atmosfera divertida ao misturar elementos de aventura, comédia e ação a uma fotografia que explora muito bem as paisagens da Argentina e a atuações que completam e usam muito bem da ambientação. O roteiro não traz nenhuma inovação deixando tudo beirando ao clichê do gênero, mas não deixa de ser divertidíssimo, mesmo com algumas piadas e situações que podem ser bem previsíveis.

Divertido do início ao fim, "La Situatión" é aquela comédia de ação e aventura leve e descontraída que nos faz dar boas risadas.

Nota: 4/5

15/03/2023

CRÍTICA | Shazam Fúria dos Deuses

 

Shazam! Fúria dos Deuses finalmente chegou ao cinemas e com ele veio uma sequência empolgante e super divertida, cheia de elementos nostálgicos, referencias aos anos 80 e aquele gostinho de filme sessão da tarde, feito para família. Além disso, o filme apresenta interessantes questionamentos sobre o tão aguardado futuro do Universo Cinematográfico da DC. 

Shazam! Fúria dos Deuses é a sequência do primeiro filme do herói que apresenta as aventuras do adolescente orfão Billy Batson (Asher Angel). Basta gritar uma palavra – SHAZAM! – para que o jovem se transforme no super-herói adulto Shazam (Zachary Levi), dom que recebeu de um antigo mago. Um menino dentro de um corpo de herói, Shazam se diverte com seus superpoderes e começa a testar os limites de suas habilidades, mesmo que precise dominar estes poderes rapidamente para lutar contra as forças do mal. Nessa nova aventura, agraciado com os poderes dos deuses, Billy Batson e seus companheiros ainda estão aprendendo a conciliar a vida adolescente com os alter egos de super-heróis adultos. Quando um trio vingativo de deuses antigos chega à Terra em busca da magia roubada deles há muito tempo, Shazam e seus aliados são lançados em uma batalha por seus superpoderes, suas vidas e o destino do mundo.


Zachary Levi nasceu pra isso
Se no primeiro filme Zachary Levi mostrou que nasceu para ser o SHAZAM nos cinemas, nesse segundo o ator mantem o ritmo, Levi incorpora perfeitamente a personalidade divertida e irreverente de Shazam, entregando diálogos engraçados com timing perfeito. Além disso, ele transmite com sensibilidade as emoções de Billy e suas inseguranças, o que torna o personagem ainda mais cativante. A atuação de Zachary Levi é um dos pontos altos do filme e definitivamente contribui para o sucesso da franquia e deixa portas abertas para o futuro do ator no DCU.

Quanto mais SHAZAM, melhor
Os aliados de Shazam são outro ponto forte do filme. Eles ajudam o herói na batalha contra os deuses e adicionam elementos interessantes à trama. Destaque para o personagem Freddy Freeman, interpretado por Jack Dylan Grazer, que é o melhor amigo de Billy e o ajuda a controlar seus poderes. E se um SHAZAM já causa, imagine vários? A diversão é garantida. Além disso, a adição de novos personagens como os deuses interpretados por Lucy Liu e Helen Mirren acrescentam mais profundidade à narrativa e a presença de aliados fortes e bem desenvolvidos torna o filme mais dinâmico e emocionante, permitindo que o espectador se conecte com mais personagens além do próprio Shazam.


Batalhas de quadrinhos no cinema 
Cheio de batalhas empolgantes e bem coreografadas que certamente irão agradar aos fãs de filmes de ação e os fãs de quadrinhos, as cenas de luta envolvem uma variedade de personagens com diferentes habilidades, o que torna as batalhas ainda mais interessantes e imprevisíveis. O uso de efeitos visuais é impressionante, criando sequências de ação que se destacam pela sua grandiosidade e impacto visual, obviamente o CGI toma conta do filme e algumas pessoas se incomodam com isso, não foi o meu caso,  as batalhas em Fúria dos Deuses são apoteóticas, entregando excelentes sequencias de ação.

Um roteiro bem escrito é tudo
Estamos percebendo cada dia mais que filmes de heróis estão ficando saturados e com roteiros previsíveis, o roteiro de "Shazam! Fúria dos Deuses" é bem construído e consegue manter o equilíbrio entre momentos cômicos e a evolução da história. A trama apresenta questionamentos importantes sobre o papel dos super-heróis no mundo e como a responsabilidade de ter poderes pode afetar suas vidas pessoais. Além disso, a história apresenta uma mensagem positiva sobre a importância da família e da união para enfrentar adversidades. Sendo assim o roteiro consegue ditar o ritmo e dar a coesão necessária a história, entregando uma sequência satisfatória para os fãs do primeiro filme.

Shazam! Fúria dos Deuses é um filme divertido e empolgante que cumpre bem o seu papel de entreter o público. Com uma trama simples e eficaz, o filme se destaca pelo seu humor, cenas de ação empolgantes e um elenco carismático que sabe cativar o espectador. O filme é uma sequência digna do primeiro Shazam! e mostra que o personagem tem muito potencial para compor o novo DCU. Para quem procura um filme leve e divertido, Shazam! Fúria dos Deuses é uma ótima escolha.

09/03/2023

CRÍTICA | PÂNICO 6

Pânico VI faz sua estreia nos cinemas de todo o país nesta quinta 09/03, com grandes estrelas no elenco como Jenna Ortega a nossa eterna Wandinha, Courteney Cox estrela da franquia, Hayden Panettiere de Heroes e Josh Segarra de Arrow, o filme é uma verdadeira adoração ao universo Ghostface.

Os fantasmas do passado
Após se mudarem para Nova York Sam e Tara são novamente assombradas pelos fantasmas do passado e novamente perseguidas por um novo assassino que está obcecado por Sam.Em plena véspera de halloween os fãs do Ghostface tomam conta de Nova York e o verdadeiro assassino pode ser um amigo próximo, não dá pra confiar nem em si mesmo. Sam passa por esse dilema, mas está determinada a  proteger sua irmã  a qualquer custo. 

Armado e poderoso
Ghost face agora ataca em plena New York City, em público, no meio da multidão. Ele está mais destemido que nunca, e agora além se sua fiel faca de cozinha o Ghostface usa armas de fogo para atacar seus alvos, algo nunca visto antes na franquia. Podemos esperar por cenas de perseguição eletrizantes.


Mais fantasmas do passado
Os saudosistas podem esperar por muitas, mas muitas referências aos capítulos anteriores da franquia. Temos também o retorna de Gale Wethers, interpretada pela Courteney Cox, que entrega uma cena de perseguição de tirar o fôlego, mesmo tendo pouco tempo de tela.

Clássicos plot-twists
Como esperado o filme conta com várias reviravoltas, desde o início quebrando nossa expectativa. Por falar em início, O Ghostface agora se atualizou juntos à tecnologias atuais e usa aplicativos de mensagens de texto. O roteiro peca novamente em colocar personagens "aleatórios" para morrer, novamente não nos importamos muito com as mortes ficando aflitos de verdade somente quando o Ghostface está atrás de quem realmente importa.

O sexto capítulo conta com uma trilha sonora atemporal que vai auxiliando no decorrer da história de toda a saga desde clássicos até o contemporâneo de Billie Eilish, finalizando com a trilha no estilo rock feita para o filme da cantora Demi Lovato com uma canção de nome Still Alive.

Pânico 6 é sem dúvidas um dos melhores filmes da franquia, é uma homenagem perfeita ao universo do Ghostface, repleto de momentos intensos, com personagens interessantes e uma trilha sonora atemporal. Ghostface voltou com tudo, os fãs vão adorar, e quem não conhecia vai querer conhecer.

Alerta!: Tem cena pós créditos... ou será que não? Fique até o final e descubra.

Nota: 4/5

01/03/2023

CRÍTICA | CREED 3

 


Depois de uma longa espera, Creed III finalmente chega aos cinemas  mostrando que o universo de Rocky Balboa tem potencial para ir ainda mais longe, contando boas historias, desenvolvendo personagens complexos e obviamente mostrando de uma forma bem imersiva uma boa luta de boxe.

Em Creed III, continuação do longa de 2018, Michael B. Jordan volta a interpretar Adonis Creed. Depois de dominar o mundo do boxe, Adonis Creed vem prosperando tanto na carreira quanto na vida familiar. Quando um amigo de infância e ex-prodígio do boxe, Damian (Jonathan Majors), ressurge depois de cumprir uma longa sentença na prisão, ele está ansioso para provar que merece sua chance no ringue. Damian pede a ajuda de Creed para que ele o ajude a voltar para os campeonatos de luta. Apesar de tudo, dezoito anos na prisão mudam a pessoa e Damian não está nada satisfeito que Creed "tomou seu lugar" no ringue de boxe. Dois velhos amigos então vão lutar para enfrentar seus passados juntos e enfrentar o futuro que os aguarda. Para acertar as contas, Adonis deve colocar seu futuro em risco para lutar contra Damian - um lutador que não tem nada a perder.

O Retorno
A franquia Creed já havia impressionado o público com seus dois primeiros filmes, mas agora com a terceira parte, a narrativa se aprofunda ainda mais e ganha um novo olhar. O filme traz de volta o talentoso Michael B. Jordan, que já provou seu talento principalmente como Adonis , agora se aventura por trás das câmeras e mostra que tem habilidades tanto na frente quanto atrás das telas.


Majors é o Cara
A escolha de Jonathan Majors para interpretar o "antagonista" Damian não poderia ser melhor. O ator entregou uma performance convincente e emocionante, mostrando o impacto que o tempo na prisão pode ter na vida de uma pessoa. A dinâmica entre Majors e Jordan é um dos pontos mais altos do filme, e é interessante ver dois atores tão talentosos trabalhando juntos em um projeto tão ambicioso. De fato só de olhar para Damian ficamos com medo do que o brutamonte pode fazer, afinal Majors se dedicou e cresceu bastante para interpretar Damian na medida certa.

Família em primeiro lugar 
O roteiro de Creed III acerta em cheio ao explorar o contraponto entre a vida de Adonis longe dos ringues e a importância da família em sua vida. Essa abordagem acrescenta uma camada de complexidade ao protagonista, tornando-o mais humano e acessível ao público. A excelente atuação de Tessa Thompson como esposa de Adonis contribui significativamente para essa dinâmica, e juntos eles conseguem criar uma sensação de proximidade com a audiência, especialmente nas cenas em que interagem com a filha surda do casal, usando a linguagem de sinais. A dedicação de Adonis em cuidar de sua família é uma parte fundamental da trama, mostrando que mesmo fora do ringue, ele é um lutador incansável, disposto a fazer tudo para garantir o bem-estar de sua esposa e filha. Essa abordagem também serve para mostrar o lado mais sensível do personagem, criando um equilíbrio emocional com as cenas de luta que se aproximam. É interessante notar como a narrativa consegue balancear esses elementos, sem que um se sobreponha ao outro, resultando em uma história mais rica e completa.


O som de uma boa luta
Durante todo o filme, o som é utilizado de forma criativa para ajudar a criar o clima e a atmosfera perfeita. Nas cenas de luta, o som dos socos e dos golpes é capturado de uma maneira que faz com que pareça que os golpes estão sendo desferidos bem ao lado do espectador. Isso ajuda a criar uma sensação de tensão e empolgação, fazendo com que o público fique na ponta da cadeira durante todas as sequências de luta. Além disso, a trilha sonora é usada de forma muito inteligente para ampliar a emoção das lutas, com músicas intensas que combinam perfeitamente com o ritmo das cenas, tudo é cuidadosamente capturado para ajudar a transportar o espectador para dentro da história.

Roteiro, Som e Imagem
Se tanto o roteiro quanto o som são bem feitos não podemos deixar de falar da fotografia que consegue capturar com precisão as emoções dos personagens, com enquadramentos e luzes que refletem o estado de espírito de cada um. Isso é particularmente evidente nas cenas em que Adonis e Damian estão lutando, onde a fotografia reflete a tensão e o antagonismo que existe entre eles, ajudando a criar uma atmosfera envolvente e imersiva que ajuda a contar a história de uma forma visualmente impactante.

Creed III marca a estreia de Michael B. Jordan como diretor em um filme emocionante, cativante e que mantém a essência da saga "Rocky" enquanto apresenta novos personagens e grandes conflitos. É um exemplo perfeito de como uma franquia pode se renovar e continuar a cativar o público mesmo depois de tantos anos.