25/04/2023

CRÍTICA | O CHAMADO 4: "SAMARA" RESSURGE


Sentei no sofá, apaguei as luzes, coloquei um rolo de papel higiênico do lado pois nunca se sabe... e fui com medo mesmo assistir O Chamado 4: Samara Ressurge. Eis que conforme o filme avançava o que era expectativa se transformou em desilusão e o que era medo eu nem sei se existia mais. Dito isso, vocês já devem ter percebido que não precisei do papel higiênico, né?

Era, mas não foi
Se você está esperando o quarto capítulo da famosa franquia que aqui no Brasil conhecemos com o Chamado, não foi dessa vez. O Chamado 4 se trata se Sadako DX. Como assim? Vem que eu te explico. O Chamado, como conhecemos aqui é uma versão americana da franquia Sadako, que teve seu início no Japão em 1991. O Chamado tem a mesma premissa de Sadako, então pode inicialmente causar certa confusão.

No início do filme comecei a pensar que a história se passaria no Japão como referência aos originais mas conforme o avanço fui percebendo que a personagem ali presente, chamada de Samara, na legenda mas era mencionada como Sadako. Aí percebi que não estava assistindo a versão americana, mas sim, a versão Japonesa.

Foi outro, mas não foi também
O Chamado 4, como o título foi batizado no Brasil, inicialmente traz a mesma premissa dos anteriores, você assiste a fita e morre em set... 24 horas? Aqui o roteiro resolveu seguir temas atuais e relacionou a maldição de Sadako com um vírus, algo que começa pequeno, vai mutando, se alastrando e se adaptando.


Era pra ser terror, ou será que não?
O Chamado 4 está longe de ser chamado de um filme de terror, aqui temos uma comédia, fazendo referência ao momento que acabamos de passar com a P@nd3m1a. No início devido à expectativa alguns jump scares até te pegam mas com o tempo a situação vai ficando cada vez mais cômica. No entanto o filme faz paralelos interessantes com a realidade mostrando exatamente como foi no início do Covid 19, desde o medo do desconhecido, a descoberta de uma "cura" até a adaptação ao que chamam de "novo normal" onde sabemos que teremos que conviver e nos adaptar com aquele "mal" para sempre em nossas vidas. Mas não só fizeram esse paralelo como também com as redes sociais atuais onde todos os dias estamos assistindo a vídeos e como acabamos ficando dependentes daquela rotina. Olha, nunca imaginei que pudessem fazer esse tipo de ligação, então fica registrada aqui minha surpresa.

Mas não era o que eu esperava
Eu, assim como acredito que muitos de vocês, esperava O Chamado 4, uma sequência direta do terceiro filme, mas infelizmente, não foi o que aconteceu. Recebemos um filme com uma trama e personagens mal desenvolvidos e que nem chega a ser o pior ponto, mas sim o fato de vir mascarado como uma sequência de uma franquia à qual não pertence e sem nenhum tipo de aviso prévio. Logo ao terminar de assistir a sensação que ficou foi a de que fui passado pra trás... Alguém traz meu nariz de palhaço por favor.


Vamos rir
Ainda assim, se você for ver o filme, dá pra dar bastante risadas, pois se o intuito era fazer algo cômico, devo dizer que acertaram em cheio. 

Nota como um filme de comédia de sessão da tarde: 3,0/5
Nota como o que foi vendido, e não foi entregue: 1/5

CRÍTICA | Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe

"Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe" chega aos cinemas como uma das mais promissoras adaptações sobre um dos vilões mais icônicos do mundo do terror: Drácula. A história contada sob a perspectiva do seu leal capanga Renfield, interpretado por Nicholas Hoult, que se dedica totalmente ao seu chefe, o temido vampiro interpretado por Nicolas Cage traz uma mistura de comédia, terror e fantasia sombria permitindo uma visão nova sobre a "convivencia" entre esses personagens clássicos, que já foram adaptados diversas vezes para o cinema e televisão, mas que finalmente ganham uma roupagem diferente de tudo que já foi visto.

Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe é um filme de comédia, terror e fantasia sombria, que conta a história de Renfield (Nicholas Hoult), o leal capanga do temido Conde Drácula (Nicolas Cage). Renfield se dedica totalmente a servir o Conde e obedece prontamente todas as suas ordens, incluindo encontrar as presas perfeitas para que o vampiro possa continuar vivendo por toda a eternidade. Porém, após tantos séculos de servidão, Renfield finalmente tem um momento de lucidez e decide que quer deixar seu posto para começar uma nova vida longe do “chefe” - vontade que se intensifica ainda mais quando ele acaba se apaixonando.

Uma relação inusitada
Na obra original, Renfield é retratado como um paciente de um manicômio, e dessa vez o filme o coloca como um assessor do Drácula nos dias atuais e acerta em cheio ao explorar a relação inusitada entre os personagens centrais, mostrando de forma clara e impactante como a lealdade cega de Renfield ao seu mestre, o temido Conde Drácula, é prejudicial tanto para ele quanto para aqueles ao seu redor. A medida que a trama se desenrola, somos apresentados a nuances e camadas dos personagens que tornam a dinâmica entre eles ainda mais fascinante e intrigante. O diretor Chris McKay acerta ao não romantizar ou justificar a relação, mas sim mostrar a sua toxicidade e as consequências para todos os envolvidos.


Cage, o coadjuvante que serve de protagonista
Nicolas Cage encarna uma versão memorável e caricata do Drácula, trazendo um tom de humor e exagero à sua interpretação que cai como uma luva para o filme, o ator consegue roubar as cenas em que aparece, com sua presença marcante e cheia de expressividade. Já Nicholas Hoult entrega uma performance sólida e cativante como Renfield, mostrando a evolução e as angústias do personagem de forma convincente. A química entre ambos os atores é perfeita, o que torna ainda mais interessante acompanhar a dinâmica entre seus personagens.

Que maquiagem é essa?
A maquiagem e a fotografia em "Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe" são elementos fundamentais para a construção da atmosfera sombria e tensa do filme. As transformações físicas pelas quais o personagem de Nicolas Cage passa ao longo da história são impressionantes, a forma realista em que o processo de envelhecimento e degradação do personagem é mostrado em tela é de cair o queixo, isso adiciona ainda mais profundidade e credibilidade à narrativa. A fotografia também é um destaque, com o uso de cores e tons contrastantes que ajudam a criar uma sensação de tensão e medo em determinadas cenas, especialmente aquelas em que Drácula está em cena.


Calma que é +18
Estamos em uma fase sangrenta nos cinemas e mais uma vez esse é um filme que não economiza na violência e no gore, justificando sua classificação de 18 anos. As cenas de ação são bem executadas e contam com desmembramentos, ataques sangrentos e muito mais. O uso de sangue em CGI, no entanto, pode incomodar um pouco, pois torna as cenas mais limpas do que elas realmente são, tirando um pouco da "realidade" do filme e fazendo com o espectador perceba que tem algo de estranho ali, como por exemplo jorrar sangue em um ponto da tela perto de uma parede e esse sangue não sujar as paredes.

"Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe" é uma comédia de terror imperdível, que certamente irá agradar aos fãs do gênero. Com Nicolas Cage interpretando o melhor Drácula da história dos cinemas e uma dinâmica entre os personagens explorada de uma forma única, o filme é uma ótima adição ao universo de filmes sobre o icônico vampiro.

Nota: 4.5/5.0

20/04/2023

Crítica | A Morte do Demônio: A Ascensão

A Morte do Demônio: A Ascensão, o "reboot/sequência" do clássico Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio. Dirigido por Lee Cronin e produzido por Sam Raimi e Bruce Campbell chega aos cinemas no dia 20 de Abril, entregando carnificina e cenas de gore para os fãs de terror, sem enrolação. Com uma conexão entre passado e presente, a nova versão da história mantem elementos característicos do original e traz uma experiência arrepiante para o público.

No filme, Beth (Lily Sullivan) vai até Los Angeles para visitar sua irmã mais velha, Ellie (Alyssa Sutherland), que mora com os três filhos em um pequeno apartamento. Com uma relação distante, essa seria a oportunidade para uma reaproximação entre as irmãs. Porém, o reencontro toma um rumo macabro quando elas encontram um livro antigo que dá vida a demônios possuidores de carne. Agora, para sobreviverem, serão forçadas a enfrentar uma versão aterrorizante da família.

Sem chances de respiro
Seguindo a linha do terror clássico o filme além de ser aterrorizante e gore, apresenta um ritmo muito frenético que ajuda na imersão do espectador na trama. O roteiro é direto e não enrola em nenhum instante, começando já com um frenesi extremo e mantendo o interesse do espectador ao longo de todo o filme. Os personagens não possuem chance nenhuma de descanso, o que mantém a tensão constante e aumenta o medo e o desconforto no espectador. Mesmo nos momentos mais calmos, tudo volta à insanidade muito rápido, tornando o filme emocionante do começo ao fim.

Sem medo de mostrar o GORE
Apesar de seguir a fórmula básica de pessoas enfrentando um mal sobrenatural, o filme consegue se destacar pela sua produção impecável e pelo uso eficaz de efeitos sonoros e visuais. A ambientação sombria e claustrofóbica cria uma sensação de tensão constante, enquanto o gore é constante e explícito, sem medo de mostrar tudo o que está acontecendo. No entanto, o excesso desse gore pode incomodar os mais sensíveis, logo esteja preparado para a carnificina, apesar disso, para os fãs da franquia, o filme cumpre tudo o que promete e se mostra como um excelente reinício para trazer o nome da franquia de volta ao topo.

Que venham mais
"A Morte do Demônio: A Ascensão" consegue renovar a franquia ao consertar os erros presentes em filmes anteriores e apresentar uma visão mais atualizada para a saga. O filme não desrespeita seus antecessores e mantem elementos clássicos ao mesmo tempo que faz referências a filmes como "O Iluminado", estabelecendo uma nova identidade para a história, trazendo frescor e novidades para os fãs. A forma como Lee Cronin conduz a narrativa e cria um universo inspirado no de Sam Raimi mostra que a franquia tem potencial para continuar e expandir em futuros filmes. 


Chega de Ash Williams
A franquia sempre foi marcada pela presença icônica de Bruce Campbell como Ash Williams, mas em A Ascensão, o elenco renovado prova que a saga pode continuar com novos talentos no comando. Lily Sullivan mostra toda sua versatilidade ao viver a personagem principal, Beth, e Alyssa Sutherland rouba a cena com uma atuação intensa e envolvente como Ellie. Os jovens atores do elenco, como Nell Fisher, Morgan Davies e Gabrielle Echols, também entregam boas performances. Juntos, eles criam uma dinâmica envolvente e ajudam a construir a tensão que permeia todo o filme. É evidente que o elenco de A Morte do Demônio: A Ascensão é um grande trunfo da produção, mostrando que a franquia tem muito a oferecer com novas histórias e novos personagens.

A Morte do Demônio: A Ascensão é um reboot que não decepciona e entrega uma experiência arrepiante e envolvente para os fãs da franquia. Com um elenco talentoso e atuações impressionantes, o filme consegue renovar a saga sem perder a essência e os elementos característicos que fizeram sucesso ao longo dos anos. Lee Cronin demonstra habilidade e respeito ao legado de Sam Raimi, estabelecendo uma nova identidade para a franquia que certamente terá mais filmes nesse universo criado. Com muito gore e momentos de pura tensão, A Morte do Demônio: A Ascensão é um excelente retorno da franquia aos cinemas.

Nota: 5.0/5.0

19/04/2023

CRÍTICA | Os três mosqueteiros: D'Artagnan


Sabemos que adaptar um livro para o cinema é desafiador o suficiente, ainda mais quando se trata de uma história clássica como "Os Três Mosqueteiros", que já andou se aventurando em filmes e animações, nesse caso a tarefa parece impossível. No entanto, finalmente temos "Os Três Mosqueteiros: D'Artagnan" demonstrando que é possível ter um livro adaptado para os cinemas de uma forma simples e fiel.

Assim como no livro somos levados a França em 1627, acompanhando D'Artagnan (François Civil), um jovem muito aventureiro que é dado como morto após tentar salvar uma jovem, e que segue para Paris em busca dos seus agressores, lá ele acaba acidentalmente no centro de um conflito que pode emergir de uma maneira desastrosa a ponto de iniciar uma guerra.

Aliando se a Athos (Vincent Cassel), Porthos (Pio Marmaï) e Aramis (Romain Duris), ele embarca em uma missão para poder proteger o Reino e o futuro da França, tendo que enfrentar os mais diversos adversários e até os sentimentos do coração, pois ao se apaixonar por Constance Bonacieux (Lyna Khoudri), uma jovem confidente da rainha, essa paixão acaba o levando atrás daquela que se torna sua inimiga mortal: Milady de Winter (Eva Green).


Uma curiosidade importante
Muitos já se perguntaram por que "Os Três Mosqueteiros" apresenta quatro personagens principais e por que eles são chamados de mosqueteiros, e nem usam mosquetes. A explicação é simples: o jovem D'Artagnan se junta aos três mosqueteiros do rei, Athos, Porthos e Aramis, formando assim um grupo, portanto, embora o título do livro mencione três mosqueteiros, o enredo envolve quatro personagens principais. Quanto ao fato de usarem espadas em vez de mosquetes, isso se deve ao fato de que a luta com espadas era uma habilidade muito valorizada na época, e apenas os melhores duelistas podiam se destacar nessa arte. Além disso, os mosquetes eram armas complexas e menos acessíveis, com essas dúvidas esclarecidas podemos dizer que o novo filme de Martin Bourboulon "Os Três Mosqueteiros D’Artagnan" utiliza bastante o contexto histórico e com foco em um momento delicado por questões politicas na França para trazer aos cinemas uma versão modernizada do romance escrito em 1844 por Alexandre Dumas.

O mais fiel possível
"Os Três Mosqueteiros: D'Artagnan" é, em minha opinião, a melhor e mais fiel adaptação da obra. Após o fiasco de 2011, que contava com um elenco de peso, mas que não conseguiu conquistar o público (talvez devido à Milla Jovovich), essa nova versão se destaca como uma redenção para a história preservando elementos icônicos como a amizade entre D'Artagnan, Athos, Porthos e Aramis, as intrigas políticas da França do século XVII e a luta com espadas. E por mais fiel que o filme seja a obra original a adaptação ainda consegue se modernizar em certos aspectos, como na construção dos personagens que ganham mais espaço e relevância no enredo, e no ritmo da narrativa, que é mais acelerado e dinâmico, agradando muito ao público atual.



Batalhas épicas
Se tratando de Os Três Mosqueteiros, algo que não poderia ficar de fora são as cenas de batalha 
que aqui são um verdadeiro espetáculo, com coreografias bem elaboradas e executadas pelos atores, as cenas são cheias de energia e emoção, prendendo a atenção do público. Além disso, o uso excessivo de planos sequências para dar um estilo interessante para as lutas é uma escolha acertada, pois permite que o espectador acompanhe todos os movimentos dos personagens sem perder nenhum detalhe. Essa técnica também contribui para a sensação de imersão na ação, deixando o espectador completamente envolvido na história.

É tão bom que vamos dividir em duas partes
Outro grande ponto positivo é o clima envolvente que é criado ao longo da narrativa. Com uma direção segura e um roteiro bem construído, o filme consegue estabelecer uma atmosfera de aventura e perigo que mantém o espectador preso à tela. Além disso, a decisão acertada de dividir o filme em duas partes permite que a história seja contada com mais profundidade e detalhes, sem correr o risco de se tornar cansativa ou superficial. Essa divisão também deixa o espectador ansioso para saber o que acontecerá na próxima parte, que está programada para ser lançada em dezembro. Essa estratégia aumenta o interesse do público pelo filme e cria uma expectativa positiva para o desfecho da história.

"Os Três Mosqueteiros: D'Artagnan" é uma adaptação que consegue ser fiel à obra original, sem perder a oportunidade de modernizar a narrativa e torná-la mais atraente para o público contemporâneo. Com um elenco talentoso, cenas de luta bem coreografadas e um estilo visual arrojado, o filme é uma verdadeira aventura que prende a atenção do espectador do início ao fim. O que nos resta agora é segurar a ansiedade para a parte dois.

Nota: 4.5/5.0

12/04/2023

CRÍTICA | BELO DESASTRE


Adaptado do livro homônimo, "Belo Desastre" chega aos cinemas com uma história repleta de clichês do gênero de romance adolescente, mas apresenta uma abordagem divertida e envolvente que cativa e inspira o público jovem.

Em Belo Desastre, Abby Abernathy (Virginia Gardner) acredita que já está bem distante de seu tumultuado passado, mas quando ela chega à faculdade com sua melhor amiga America (Libe Barer), seu caminho para um novo começo é colocado em risco por uma aventura de uma noite com um cara chamado Travis “Mad Dog” Maddox (Dylan Sprouse). Travis é o típico garoto bad boy e exatamente a pessoa que Abby deveria evitar e o útimo que deveria ver na vida, mas a vida tumultuada do bad boy faz com que Abby não consiga desviar o olhar dela no garoto. Ele luta MMA para pagar a faculdade e enquanto está no campus, ele se passa de pegador. Intrigado com a resistência da garota, Travis faz uma aposta com ela: Se ele perder sua próxima luta, ele ficará um mês sem ter relações sexuais com ninguém. Porém, se ganhar, Abby terá que morar com ele e o colega de quarto (Austin North) também por um mês. Mas, Travis não tem idéia do passado de Abby e, talvez, se ele descobrir, verá que os dois não são tão diferentes assim.

Menos drama e mais comedia!
Como peça chave para transformação do livro em filme, direção e roteiro conseguiram encontrar um caminho interessante e que cativa o público com uma abordagem cômica. Ambos entenderam que o filme precisava ser engraçado e não levar a si mesmo tão a sério, o que funcionou muito bem. Apesar de não ser inovador, o roteiro consegue utilizar o estilo padrão do gênero de maneira divertida, permitindo que os personagens fossem caricatos de forma leve e bem-humorada. Isso torna a experiência de assistir o filme mais agradável, pois o público pode aproveitá-lo pela perspectiva de rir das situações que os personagens enfrentam.

Recursos visuais interessantes
Embora o filme possua uma boa fotografia, com cenas muito bem produzidas e visualmente interessantes principalmente nas cenas feitas em ambientes fechados e nos momentos que detalham o casal em sua intimidade, o filme deixa a desejar nas cenas de luta. Infelizmente, as cenas de ação são mal coreografadas e editadas, tornando-as pouco empolgantes e quase sem impacto visual. Fica evidente que a produção não dedicou o suficiente na preparação e execução dessas sequências, o que pode ser uma decepção para aqueles que esperavam ver lutas eletrizantes, o foco está mesmo na vida do jovem casal.


Mas é previsível? 
Mesmo abraçando o lado cômico o filme é bastante previsível e repleto de clichês, o que pode desapontar os espectadores que buscam uma trama mais inovadora. Desde a primeira cena, já é possível prever o rumo que a história irá tomar, com a típica trama de garota boazinha se envolvendo com o bad boy irresistível.

E quem leu o livro?
Para os fãs do livro "Belo Desastre", a adaptação para as telonas pode ser considerada uma boa notícia. A essência dos personagens criados por Jamie McGuire está presente no filme e muitas cenas do livro foram reproduzidas, ainda que com algumas modificações para adequar a história à linguagem cinematográfica. Apesar de serem simples, essas cenas ainda conseguem capturar a essência do romance entre Abby e Travis, que é o ponto central da trama.

Belo desastre é um filme que feito público adolescente. Ele traz uma abordagem cômica e muito divertida de um romance juvenil, com o uso de recursos visuais bastante eficientes. Contudo, o filme acaba caindo em alguns clichês e entregando uma história bem previsível.

Nota: 3.5/5.0

05/04/2023

CRÍTICA | SUPER MARIO BROS. O FILME


Mario, o icônico personagem dos games já tentou conquistar as telonas no passado e acabou descobrindo que seu lugar pelo menos naquela época era mesmo nos games, mas aqui estamos, em 2023, 40 anos após o lançamento do primeiro game, podemos finalmente dizer que o bigodudo conseguiu deslanchar em outras mídias, Super Mario Bros. O Filme, vem para mostrar que o Mario nas mãos certas pode ir muito longe, mantendo a identidade, o carisma e a formula magica que conquistou milhares de pessoas ao redor do mundo.
 
Em um mundo mágico, o terrível Bowser é o rei dos Koopas, segue em sua jornada de conquistas, querendo dominar todos os reinos. Misteriosamente, Luigi e seu irmão encanador Mario vão parar no Reino dos Cogumelos, governado pela Princesa Peach. Uma vez lá, Mario precisará usar todo o seu talento para enfrentar a fúria de Bowser, vilão que ameaça a vida de seu irmão e também da donzela. Agora, o baixinho e bigodudo já sabe que a paz dependerá de suas incríveis habilidades.


Como transformar um jogo em filme
A indústria do cinema sempre tentou adaptar jogos populares para as telonas, e o icônico Mario não foi uma exceção. No entanto, as tentativas anteriores, como a versão em live action do profiro Mario lançada em 1993, não foi muito bem-sucedida em capturar a essência do jogo. Recentemente, temos visto exemplos mais promissores, como a série de TV baseada em "The Last of Us" e o filme de "Sonic", que foram bem adaptados para outras mídias. Isso pode indicar que a indústria está aprendendo como fazer boas adaptações de jogos, e o novo filme de animação do Mario é mais um exemplo disso. 


Uma animação de respeito
A criação de um filme de animação baseado em um game com estilo gráfico próprio não poderia ter sido feita por outro estúdio além da Illumination, que alcança seu ápice aqui. A animação é magnífica, repleta de detalhes meticulosos que são verdadeiras obras de arte. A Illumination conseguiu capturar com maestria a essência dos personagens, trazendo-os à vida de uma forma incrível na tela. A riqueza dos detalhes nos traços dos personagens, a expressividade de seus gestos e a fidelidade aos elementos originais do jogo são impressionantes, elevando a experiência visual do filme a outro patamar. É evidente que houve um cuidado minucioso na animação, tornando-a um dos destaques do filme e proporcionando um verdadeiro deleite visual para os fãs do game. O resultado é uma animação de alta qualidade que respeita e honra o legado do jogo, cativando tanto os fãs mais antigos quanto os novos espectadores.


40 anos de Mario em um filme
Ao longo de 40 anos fomos apresentados a diversos jogos não só de Mario mas também do universo que envolve o bigodudo e a cada novo jogo novos e divertidos elementos e personagens eram inseridos a esse universo que ainda está em constante expansão e é ai que o filme alcança um outro patamar, ao conseguir colocar um universo tão extenso por quase que por completo dentro de 90 minutos de filme. É impressionante como TUDO está presente no filme, seja em primeiro ou segundo plano, cada cena apresenta um pedaço da história dos games de Mario. O filme é repleto de fanservice, proporcionando uma experiência nostálgica para os fãs, resgatando memórias e despertando a emoção ao reconhecermos as referências presentes nas telas. Desde "Yoshi's Island" até "Donkey Kong Tropical Freeze" e "Luigi's Mansion", o filme é uma verdadeira celebração aos fãs, como disse Erico Borgo: "Eu sou fã, quero service”, e isso não falta no filme.

 

O som que te faz chorar de nostalgia
A trilha sonora e os efeitos sonoros do filme são uma verdadeira ode aos fãs do universo Mario. Cada detalhe sonoro foi cuidadosamente selecionado, replicando os icônicos sons dos jogos com uma roupagem nova e atualizada, sem perder a essência que os tornou tão marcantes. É impressionante como todos os elementos sonoros dos games estão presentes no filme, desde os clássicos sons de entrada nos canos até os sons de alívio ao concluir uma fase, proporcionando uma experiência nostálgica e emocionante para os fãs. Além disso, a trilha sonora do filme é simplesmente belíssima, explorando uma vertente musical que os games não possuem. Músicas como "Take on Me", da banda a-ha, ganham vida de uma forma diferente no filme, acrescentando ainda mais qualidade à experiência sonora como um todo.



O Mario é brasileiro
Filmes de animação foram feitos para serem assistidos dublados, e nesse aspecto, mais uma vez a dublagem brasileira se mostra marcante. Com a melhor voz do Mario ao redor do mundo e a liberdade criativa para criar bordões e falas que se encaixam no linguajar popular, a dublagem brasileira se destaca, explorando outro grande pacote de referências. Algumas falas são exclusivas da versão brasileira, acrescentando ainda mais elementos de fanservice e demonstrando novamente a qualidade e o cuidado que a animação merece. É gratificante ver como a dublagem contribui para a riqueza e autenticidade do filme, trazendo ainda mais diversão para os fãs.


E a trama?
Se em aspectos técnicos o filme é só alegria, imagina na trama! Com uma narrativa simples, porém envolvente, o roteiro conduz o espectador por uma jornada cheia de diversão e aventura no reino do cogumelo. A história sabe exatamente onde quer chegar, sem cobrar muito do público, e rapidamente nos encontramos imersos no universo dos irmãos Mario, desfrutando de suas peripécias e se divertindo, é um exemplo de como um roteiro bem elaborado pode criar uma história interessante e envolvente que adapta um game em um filme leve e divertido.    


Super Mario Bros. O Filme, é um presente para os fãs, são 90 minutos de uma animação com uma qualidade impecável e de muitas, mas muitas referências que ao longo do filme vão despertando várias emoções em quem está assistindo. 


Nota 5.0/5.0

04/04/2023

Crítica | Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes


31 de março de 2023, noite, os adms do Nerdeza se dirigem à pré-estreia do filme Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes em um cinema da rede Cineart. Um deles estava com muita fome, sua ultima refeição fora a 8 horas atrás, o outro havia comido uma maçã... mas pera, acho que me empolguei demais com o tema. Vamos ao que interessa, nosso veredito.

Sinopse: Em um mundo repleto de dragões, elfos, anões, orcs e outras criaturas fantásticas, sobreviver é sempre um grande desafio. Raven Hightower é um humano que se arrisca entre os lugares mais perigosos e misteriosos desse universo, sempre com a ajuda de outros aventureiros que, assim como ele, estão dispostos a combater o mal e a derrotar as mais terríveis criaturas que surgem em seus caminhos. Baseado no jogo Dungeons & Dragons, um Role Playing Game (RPG) criado na década de 70.

Prólogo
Assim como um clássico RPG de mesa o filme começa com nossos personagens em uma situação e a partir disso o roteiro vai narrando e contextualizando com detalhes tudo que aconteceu, os objetivos e eventos que levaram àquela situação. Então após este prólogo começamos a acompanhar a aventura pela perspectiva destes personagens.

O início da aventura
O bardo Edgin Darvis interpretado pelo Chris Pine e a bárbara Holga Kilgore interpretada pela incrível Michelle Rodriguez partem em busca da filha de Edgin, porém chegando lá acontecem eventos que levam nossos personagens a buscarem o auxílio de pessoas com outras habilidades além das que os mesmos já possuíam. Logo eles se encontram com o feiticeiro Simon Aumar interpretado pelo Justice Smith e a druida Doric.

Habilidades
Carda personagem possui suas habilidades específicas únicas e aqui o roteiro foi muito bem trabalhado dando espaço para cada personagem crescer e se desenvolver. Roteiro este que está divertidíssimo, apesar de setir umas piadas um pouco soltas no início, logo ele vai achando seu tom e a dinâmica entre os personagens, principalmente com a entrada de Simon e Doric para o grupo.


Referências
O filme segue a estrutura de um jogo de RPG de mesa, passando por várias localizações e apresentando NPC's que vão auxiliando o grupo em sua jornada. Os personagens fazem suas missões para coletar tesouros, armamento e informações e ainda temos o famoso plot-twist, não chega ser aquele de cair o queixo, mas funciona. Também temos easter eggs para os que são fãs de Caverna do Dragão, sim a animação de 83. Ouvi dizer que o roteiro era um pouco arrastado, com muito vai e volta, mas eu estava encarando esse back-tracking como uma característica do RPG, que não é exclusiva do RPG, mas que funciona, se você chega em um determinado ponto e não tem condições de avançar você pega outro caminho e se encontrar um item que lhe permita seguir por um caminho antes bloqueado você pode voltar e seguir adiante por onde antes não era possível. De qualquer forma alguns conflitos realmente poderiam ter se desenvolvido mais rapidamente.

Não conhece RPG? Não tem problema
Dungeons & Dragons funciona muito bem como um excelente filme de ação, com cenas bem coreografadas e com direto à Michelle Rodriguez descendo a porrada em centenas de cavaleiros. Os personagens são cativantes e a química entre eles funciona muito bem.

Diversão para todos
Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes é um filme divertidíssimo e um prato cheio para os fãs de RPG de mesa, vai agradar até a quem não conhece nada de RPG pois é um excelente filme de ação a parte.


Nota: 4.5/5.0

03/04/2023

CRÍTICA | DESEJO PROIBIDO


"Desejo Proibido", novo projeto polonês dos responsáveis pela saga "365 Dias", chega aos cinemas com uma abordagem ousada e intensa que explora a temática do sexo e do nu, mas que vai além das cenas quentes e se aprofunda em uma história dramática e madura, cheia de reflexões sobre a maturidade e o amor. Com essa proposta, o longa busca conquistar o público ao explorar as complexidades e nuances dos relacionamentos proibidos, em meio a uma trama que mescla desejo e conflitos familiares.

Em Desejo Proibido, Maks (Simone Susinna) e Olga (Magdalena Boczarska) tem quinze anos de diferença de idade. Ela é uma mulher bem sucedida, mãe de uma jovem adulta. Já ele é um homem que aproveita a vida como pode e como der, sempre vivendo o momento e sem consequências. Mesmo pessoas muito distantes e diferentes, o destino os põe perto um do outro. Ambos acabam se conhecendo e engatam um relacionamento, algo que logo será interrompido pela filha de Olga. 

Um drama maduro
Barbara Białowąs e Tomasz Mandes têm como marca registrada explorar a naturalidade do sexo e do nu em seus projetos cinematográficos, no entanto, equilibrar cenas quentes com uma boa história normalmente é um desafio e infelizmente, muitas vezes os filmes acabam apresentando uma trama rasa e mal explorada. Contudo, em "Desejo Proibido", a dupla de diretores consegue provar que é possível equilibrar essa dualidade. O filme apresenta um roteiro bem escrito que conta um drama maduro sobre a diferença de idades em relacionamentos onde o amor fala mais alto. É filme que vai além do erotismo e traz uma reflexão sobre a complexidade das relações humanas, abordando temas como o amor, a maturidade e a família se destacando como um projeto ambicioso que surpreende pela sua excelente história.


O “novinho” que encanta
Simone Susinna é um ator talentoso que interpreta o personagem Maks de maneira impressionante. Desde o início do filme, Maks é apresentado como um homem atraente, forte e sedutor, que chama a atenção de todas as mulheres por onde passa. No entanto, ao longo da trama, é possível ver uma transformação no personagem, que começa a se render ao verdadeiro amor. A atuação de Simone Susinna é primorosa ao mostrar essa evolução de Maks. Ele consegue transparecer de maneira sutil e cativante as mudanças na personalidade do personagem, passando de um homem que vivia apenas para aproveitar a vida sem se preocupar com as consequências, para alguém que começa a entender a importância do amor e dos relacionamentos verdadeiros. Além disso, Susinna também demonstra uma grande habilidade em lidar com cenas mais emocionais, conferindo um toque de vulnerabilidade ao personagem, tornando-o ainda mais real e complexo.


A mulher madura
Magdalena Boczarska dá vida à personagem Olga uma mulher madura e bem-sucedida que está solteira há anos e se encontra estagnada em sua vida pessoal. No entanto, tudo muda quando ela conhece Maks e se apaixona por ele, mesmo com a diferença de idade entre eles. A atuação de Boczarska é impressionante principalmente pela sua capacidade de transmitir as emoções e os sentimentos de Olga de uma forma natural e realista. Ela retrata uma mulher forte e independente, mas que também tem suas vulnerabilidades e fraquezas. A maneira como a atriz representa as mudanças na vida de Olga ao longo do filme é notável, mostrando como ela reacende o prazer de viver e se entrega ao amor. Além disso, a química entre Boczarska e Susinna é palpável na tela, o que torna ainda mais cativante a relação entre Olga e Maks. A atriz também consegue transmitir a complexidade de uma mãe que se vê dividida entre a felicidade do amor e a preocupação com sua filha.


O romance improvável e difícil
O romance improvável entre Olga e Maks é um dos pontos fortes de "Desejo Proibido". A diferença de idade entre eles é um fator que poderia facilmente impedir o desenvolvimento do relacionamento, mas o filme mostra que o amor verdadeiro pode superar até mesmo os maiores obstáculos. O roteiro foi habilidoso em explorar esse tema importante e relevante para muitas pessoas, que frequentemente possuem preconceitos sobre relacionamentos com idades muito diferentes. A relação entre Olga e Maks começa de maneira casual e evolui para uma paixão verdadeira, o que a torna ainda mais interessante.




Bonito de se ver
Além das boas atuações e do roteiro bem escrito o filme se destaca por sua fotografia lindíssima. A equipe de fotografia soube explorar de forma magistral as paisagens polonesas, as belas praias e a natureza exuberante, proporcionando ao espectador momentos de contemplação e admiração. Os planos abertos foram muito bem utilizados, conferindo ainda mais veracidade e realismo à trama. A fotografia, portanto, contribuiu de maneira fundamental para a construção da atmosfera envolvente e imersiva do filme.


O problema familiar
Um dos pontos mais intensos do filme é a relação difícil entre Olga e sua filha, quando esta descobre o relacionamento da mãe com Maks. O filme mostra de forma realista e dolorosa como a revelação desse segredo afeta a relação entre as duas personagens, já que a filha sente-se traída e desrespeitada pela mãe (Nesse ponto temos um momento chave que não vou citar por aqui para não estragar a experiencia). A partir desse momento, a dinâmica familiar é profundamente abalada, e o relacionamento entre mãe e filha é colocado à prova, criando um segundo e turbulento problema de relação a ser desenvolvido no filme.


"Desejo Proibido" é um filme que combina a naturalidade do sexo com uma história dramática e madura, que nos faz refletir sobre a maturidade e o amor, é um filme que nos leva a pensar sobre os limites das relações humanas, deixando uma mensagem positiva sobre a possibilidade de encontrar a felicidade em lugares e pessoas improváveis.

Nota: 4.5/5.0

CRÍTICA | AIR: A HISTÓRIA POR TRÁS DA LOGO



"AIR: A História Por Trás do Logo", novo filme dirigido por Ben Affleck, chega aos cinemas com o objetivo de nos transportar para a década de 80, quando Converse, Adidas e Nike disputavam o mercado de calçados esportivos, com a Converse na liderança seguida pela Adidas e a Nike em último lugar. O filme coloca o foco na história real de Sonny Vaccaro e Phil Knight, Game Changers da Nike, mostrando como eles transformaram a marca e o cenário do marketing esportivo usando visão, coragem e determinação para alcançar um novo patamar e mudar o mundo.

AIR: A História Por Trás do Logo é baseado na incrível história real do chefe da marca esportiva e de calçados Nike, Sonny Vaccaro (Matt Damon), e do fundador da Nike, Phil Knight (Ben Affleck). Ambos estão tentando tornar a marca uma das mais famosas da história, então tentam fazer com que a lenda do basquete Michael Jordan endosse seus produtos na década de 1980. O filme acompanha os esforços incansáveis ​​dos dois membros da Nike para alcançar seus sonhos.


Eu aposto no seu sonho
Transformar a busca incansável de indivíduos por realização profissional em um filme divertido pode ser um grande desafio, mas em "AIR: A História Por Trás do Logo", essa tarefa é realizada de uma forma excepcional. A maioria das pessoas tem algum interesse por marcas de calçados e esportes, e o filme explora esses interesses para contar uma história envolvente e eficaz. O principal mérito do filme é a forma como ele consegue capturar a atenção do espectador desde os primeiros minutos, apresentando o sonho de Sonny Vaccaro em dominar o mercado de tênis de basquete de forma clara e objetiva, sem enrolação, do sonho apresentado até o fim do filme são duas horas super prazeirosas de se acompanhar o filme e brilhar os olhos  na luta pelo sonho de Sonny Vaccaro.



Ben Affleck sabe contar histórias no cinema
Ben Affleck provou ser um diretor talentoso desde sua estreia em "Gone Baby Gone" em 2007, mas é em "AIR" que ele realmente mostra seu amadurecimento como diretor, com uma habilidade única em lidar com um elenco estelar o diretor entrega o seu melhor projeto, além disso, Affleck continua a estabelecer sua reputação como um diretor competente e talentoso, consolidando o seu estilo de contar histórias, sua paleta de cores e sua forma envolvente na direção, é notável e surpreendente o poder que Affleck desenvolveu para transformar histórias reais em filmes chamativos.  


Tragam um Oscar para essa montagem
Assim como em ARGO, outro aclamado projeto de Affleck, AIR tem um roteiro focado em contar uma história que poderia se tornar cansativa e monótona principalmente por estar cheia de falas complexas, mas ai entra em ação alguns aspectos técnicos que fazem com que o filme seja super interessante sem se tornar chato em nenhum momento, dentre eles estão: a trilhas sonora inquietante que é sempre bem introduzida e que conta com músicas da época e que fazem sentido a trama, a fotografia em tons azuis e pardos que trazem uma vivacidade nostálgica á década de 80 e o excepcional trabalho de montagem que consegue deixar a narrativa dinâmica o suficiente para não ficar maçante. Por mais que ainda esteja longe, não duvido que o filme seja lembrado em algumas categorias no Oscar de 2024.


Um grande elenco
Além de Ben Affleck, o filme conta com Matt Damon, Viola Davis, Chris Tucker, Jason Bateman, Marlon Wayans e Julius Tennon, um elenco de primeira onde cada um tem uma parcela importante e impactante em tela, mas o que mais chama atenção é a forma como todo o elenco se entregou ao projeto, cada um dos atores pareceu compreender a importância e dessa história e isso se reflete em suas atuações. Viola Davis, por exemplo, apresenta uma personagem forte e determinada, que se preocupa com o bem-estar do filho assim como toda mãe, enquanto Chris Tucker dá um toque de humor ao interpretar um personagem extravagante e divertido. Matt Damon e Ben Affleck mostram mais uma vez que têm uma química incrível em cena, e Marlon Wayans surpreende com uma atuação mais séria do que o habitual.


Mas e o Jordan? 
Embora "Air: A História por Trás do Logo" seja um filme envolvente e bem construído, há um ponto que pode decepcionante alguns espectadores, a falta de presença do próprio Michael Jordan na história. Embora seja uma peça importante para a história, ele aparece apenas de forma rápida e secundária em algumas cenas, e sempre de costas sem falar NADA, o que pode deixar os fãs do jogador um pouco frustrados. No entanto, é importante lembrar que o filme não é sobre Michael Jordan em si, mas sim sobre a luta da Nike para se tornar uma marca de renome mundial e como seus fundadores e colaboradores trabalharam incansavelmente para alcançar esse objetivo.


"AIR: A História Por Trás do Logo" é um filme envolvente e dinâmico que conta a história fascinante de como a Nike se tornou uma das maiores marcas esportivas do mundo. Com um elenco estelar e uma montagem excepcional, o filme consegue manter a atenção do público do início ao fim, servindo como uma aula a todos aqueles que lutam por seus sonhos e não desistem diante das adversidades. Definitivamente, um filme que merece ser visto e apreciado.

Nota: 5.0/5.0