30/07/2023

Final Fantasy XVI

Final Fantasy XVI possui uma história envolvente, criativa e grandiosa, associada a uma jogabilidade dinâmica, em que podemos adaptar as habilidades de Clive ao nosso estilo de jogo, e a um combate relativamente fácil mas muito, muito divertido. Os personagens principais e coadjuvantes são extremamente cativantes e é muito divertido ir descobrindo mais da história de cada um deles.

As batalhas de chefe e de Eikons são épicas, maiores e bem diversificadas. A Trilha sonora brilha oferece um show a parte contribuindo com o aumento da emoção durante o gameplay. O jogo está belíssimo e por diversas vezes me peguei parado só admirando a beleza das paisagens de Valesthea.

O jogo conta com em torno de 100 sidequests e devo dizer que nem todas estão á altura da campanha principal. Em contrapartida algumas dão mais profundidade para nosso personagens essas sim são divertidas de se fazer. E por falar em diversão, as missões de caça são divertidas, emocionantes e oferecem a oportunidade de enfrentar eliminados desafiadores.

O jogo infelizmente não segura os 60 fps mesmo no modo de desempenho, havendo diversas quedas de frames durante a gameplay. O game conta com cutscenes extensas então prepare-se para ficar sem jogar e assistir a um filminho de vez em quando.

Nota 4,5/5

27/07/2023

CRÍTICA | MISSÃO E SOBREVIVÊNCIA

Missão de Sobrevivência estreia hoje 27 de julho nos cinemas. E está prometendo muito, princialmente por ter no papel principal Gerard Butler, já conhecido em filmes do gênero de ação como Invasão ao Serviço Secreto e Alerta Máximo. Sem mais delongas vamos conferir o que achei do filme.

Em Missão de Sobrevivência Gerard encarna o agente da CIA Tom Harris que, durante uma missão no Afeganistão, se vê encurralado em meio a um território hostil após ter sua missão exposta e identidade revelada. Junto de seu tradutor Mo (Navid Negahban) ele precisa sobreviver ao território hostil em que se infiltraram, e sua única saída é tentar chegar o mais rápido possível a uma base de resgate em Kandahar. Ele está disposto a fazer de tudo para sair do perigoso deserto, lutando por sua vida enquanto é caçado por forças de elite inimigas e espiões internacionais.

Como esperado Gerard está muito bem interpretando o agente Tom, o ator está confortável e entrega uma atuação condizente com a situação em que estão vivendo. Navid Negahban também se destaca no papel do tradutor, não em cenas de ação mas quando precisamos de um respiro de todo o tiroteio. Confesso que gostaria de ter visto mais da Nina Toussaint-White que interpreta a jornalista Luna, com pouco tempo de tela ela conseguiu atiçar a curiosidade e sua personagem poderia ter sido um pouco mais explorada.

O roteiro de Mitchell LaFortune, teve como inspiração fatos reais que foram vividos por ele mesmo enquanto esteve em missões no Afeganistão. Segundo o próprio roteirista o filme foi criado pensando respeitosamente nas nações envolvidas. Ele mostra como é a realidade da guerra, os interesses políticos, formações de alianças, essas formadas sempre por interesses que falam mais alto que qualquer "amizade" ou "companheirismo".

O filme conta com um bom ritmo e entrega diversas cenas de ação tensas com direito a muitos tiros e explosões. Uma cena de perseguição em específico que ocorre à noite me deixou extremamente tenso e ansioso e finalizou com o clássico protagonismo e solução de conflito que esperamos ver em filmes de ação. A paisagem desértica em que o longa se passa contribui para o aumento da tensão corroborando com a sensação de que não há escapatória para os personagens principais enquanto olhamos para o vasto horizonte e não vemos nenhum lugar a se chegar enquanto Tom e Mo são perseguidos por todos os lados. Mesmo com toda a tensão o longa não entrega muita coisa nova, caindo na mesmice dos filmes do gênero, porém, ainda assim é um filme que diverte e com certeza vai agradar aos fãs de filmes de ação.

Missão de sobrevivência é um ótimo filme de ação, entrega ótimas sequências de perseguição, muita troca de tiro e explosões e vai agradar principalmente aos entusiastas de filmes de ação.

19/07/2023

CRÍTICA | BARBIE

A espera finalmente acabou, Barbie está "entre nós" e chegou a hora de descobrir se todo o hype criado em cima do filme vale a pena. Então sem mais delongas, vamos lá.

Barbie (Margot Robbie) vive o melhor dia de sua vida todos os dias, até que um belo dia ela começa a ter sentimentos estranhos e tudo à sua volta começa a mudar. Barbie parte em uma jornada ao lado de seu Ken (Ryan Gosling) para descobrir o que está errado no mundo real que possa estar afetando a perfeita Barbielândia. Ao chegar no mundo real Barbie e Ken se veem em um mundo totalmente diferente do que idealizavam e terão que lidar com problemas de uma sociedade que antes eles achavam perfeita.

Dirigido por Greta Gerwig, Barbie se apoia em críticas sociais importantíssimas como a objetificação da mulher, machismo, e o estereótipo da mulher perfeita, em meio a diversas metáforas como voltar para entro da caixa e o controle do mundo pelos homens, de fato conseguimos perceber como é a diferença de tratativa entre os gêneros. Não bastando isso, Greta ainda usa do posicionamento da própria Barbie como forma de criticar o mundo em que realmente vivemos, será que avançamos na luta pelos direitos da mulher ou essa é uma batalha sem fim? É indiscutível o nível de camadas de Barbie, que trata todos estes temas tão atuais e tão importantes de uma forma tão crítica mas ao mesmo tempo tão divertida, de forma que as duas horas de duração do longa passam rapidamente. É inegável o nível de amor que foi colocado no filme, tanto pela direção de Greta como por todo o elenco do filme.

Falando em diversão, Barbie também foi feito para crianças, claro que as mensagens por trás do longa ficarão para os adultos mas os pequeninos poderão se sentir em uma casa de bonecas gigante e darão diversas risadas com as situações inusitadas em que Barbie e Ken se encontram. Barbie prende a atenção do início ao fim, não escorrega em nenhum dos seus atos e entrega uma mágica viagem pelo mundo de fantasia que com certeza, você já viveu, seja com a Barbie ou outro brinquedo que tenha ou teve.

O elenco de Barbie literalmente brilha em cena e entregam tudo em seus papeis, Margot Robbie está lindíssima como sempre, ela consegue transmitir de forma excepcional os sentimentos de sua versão da Barbie criando uma verdadeira conexão com o público, conexão essa importantíssima para que o roteiro do filme funcione. Enquanto isso, Ryan Gosling oferece um show à parte, ele atua, canta e dança, algo que não víamos do ator desde La La Land. E o que dizer dos dois juntos então? Margot e Ryan tem muita química atuando e ficam muito confortáveis frente às câmeras, de forma que tudo flui muito naturalmente. 

Visualmente, Barbie é uma obra belíssima, demonstrando um excelente trabalho no design de produção do filme, que conseguiu materializar de forma magnífica o mundo dos sonhos da boneca. É notável a atenção minuciosa dedicada a cada detalhe, e o filme se torna um verdadeiro prazer para os olhos, especialmente para aqueles que possuem alguma conexão com a Boneca/Marca Barbie. O figurino é outro ponto que merece destaque, fazendo referência aos milhares de modelos de Barbie e Ken já produzidos pela Mattel, abrangendo desde roupas a acessórios, até outros produtos relacionados à marca. Essa riqueza de referências é cativante e enriquece ainda mais a experiência. Com tamanho cuidado e dedicação na construção visual e estética, Barbie parece ser uma forte candidata a levar para casa pelo menos uma das cobiçadas categorias do Oscar.

Barbie é com certeza uma das melhores produções de 2023, é incrível como Greta Gerwig consegue trazer questões sociais importantíssimas e necessárias de uma forma leve e descontraída, Margot e Ryan entregam tudo como Barbie e Ken. Barbie é um filme atual e necessário, feito com amor, é uma verdadeira viagem mágica que nos leva à reflexão, ao sorriso e até às lágrimas.

Nota: 5,0/5,0

CRÍTICA | OPPENHEIMER

Estamos, enfim, diante de uma das semanas mais aguardadas do ano em termos cinematográficos. E, dentre as duas grandes estreias de peso, posso afirmar que Oppenheimer não decepciona.

Oppenheimer é um filme histórico de drama dirigido por Christopher Nolan e baseado no livro biográfico vencedor do Prêmio Pulitzer, Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin. Ambientado na Segunda Guerra Mundial, o longa acompanha a vida de J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), físico teórico da Universidade da Califórnia e diretor do Laboratório de Los Alamos durante o Projeto Manhattan - que tinha a missão de projetar e construir as primeiras bombas atômicas. A trama acompanha o físico e um grupo formado por outros cientistas ao longo do processo de desenvolvimento da arma nuclear que foi responsável pelas tragédias nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945.

Contar a história de J. Robert Oppenheimer e a criação da bomba atômica exige um roteiro complexo e cheio de figuras importantes, nesse quesito temos o principal ponto de desafio para algumas pessoas, enquanto outras obras do diretor tinham profundidade na criação dos personagens aqui o foco é completo em Oppenheimer, como a sua história envolve diversos trâmites políticos em alguns momentos nos vemos perdidos em diálogos complexos e que exigem extrema atenção do público, ao longo de três horas de filme vemos algumas das grandes figuras dessa história por vezes de forma rasa por não serem o foco da narrativa e por vezes com um pouco mais de profundidade, o que sobressai é que de fato temos em tela a biografia definitiva do físico “Pai da bomba atômica”.

Quando falamos em Nolan uma das características que sobressaem na minha opinião é como o diretor consegue prender a atenção do público com uma montagem fascinante e com uso de trilhas sonoras constantes, em Oppenheimer o diretor atinge seu ápice nesse quesito, por mais que o roteiro tenha bastante diálogos e o filme poderia caminhar para algo cansativo, o diretor usa com maestria sua técnica e prende atenção do público de uma forma fascinante. Por outro lado temos uma sequência em específico onde o público espera um barulho ensurdecedor e o filme entrega nesse momento um silêncio absoluto, evidenciando por alguns segundos os sons naturais e a respiração ofegante dos personagens que tinham na história o futuro da humanidade em jogo, mais uma vez o diretor mescla imagem e som de uma forma perfeita e faz o que chamamos de cinema.

O elenco de primeira classe é outro ponto forte do filme, com Cillian Murphy liderando o elenco com uma atuação brilhante e impecável. Seu comprometimento e maturidade ao retratar as emoções e dilemas do protagonista são palpáveis em cada cena. O público é levado em uma jornada pelos sentimentos contraditórios de Oppenheimer, desde o medo e a confusão até o arrependimento e a inteligência. Murphy entrega uma performance que mantém o espectador conectado com o protagonista durante toda a narrativa.

Ao lado de Murphy, um elenco estelar de coadjuvantes, incluindo Gary Oldman, Robert Downey Jr., Florence Pugh, Matt Damon e outros, complementam a experiência do drama histórico com atuações consistentes e convincentes. Embora não roubem a cena de Murphy, esses talentosos atores trazem profundidade e intensidade aos seus personagens, enriquecendo ainda mais a trama.

A beleza visual de Oppenheimer é também chama bastante atenção, graças à incrível fotografia de Hoyte van Hoytema. A utilização das câmeras IMAX para capturar planos abertos é deslumbrante, proporcionando uma sensação imersiva e grandiosa às cenas, especialmente durante os momentos cruciais da narrativa. Os cenários são bem apresentados, desde a vastidão do deserto de Los Alamos até as cenas em laboratórios e salas de aula. Ao mesmo tempo, a habilidade de Hoytema em utilizar closes intimistas nos rostos dos atores cativa o publico ao transmitir as emoções e dilemas internos dos personagens de forma impactante. Essa combinação de planos abertos e closes, aliada aos flashbacks em preto e branco que ilustram momentos cruciais da vida de Oppenheimer, criam uma experiência visual rica e envolvente, enriquecendo ainda mais o já fascinante retrato histórico trazido à tela.

Oppenheimer é o Nolan em sua essência, uma fusão fascinante de cenas absurdamente bem construídas, repletas de diálogos densos, acompanhadas por uma trilha sonora inquietante que conduz habilmente o ritmo crescente do filme até o seu ápice: a explosão que mudou o curso da nossa história.

Nota: 4,5/5,0

12/07/2023

CRÍTICA | Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1

Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1 marca o sétimo capítulo da emocionante franquia de ação e espionagem iniciada em 1996. Neste filme, somos novamente transportados para o mundo perigoso e secreto do agente norte-americano Ethan Hunt, interpretado por Tom Cruise. Hunt é conhecido por resolver missões altamente secretas que até mesmo os serviços de inteligência americanos não conseguem lidar. Agora, em um novo capítulo que chega aos cinemas em 13 de julho, Hunt enfrenta uma ameaça incrivelmente "real": uma poderosa inteligência artificial que o atormenta. É chegada a hora de enfrentar esse inimigo formidável.

Ethan e a equipe do IMF formada por Ilsa Faust (Rebecca Ferguson), Benji Dunn (Simon Pegg) e Luther Stickell (Ving Rhames) recebem uma importante missão: eles devem rastrear uma nova e aterrorizante arma que, se cair nas mãos erradas, pode representar uma ameaça para toda a humanidade. Com o controle do futuro e o destino de todo o mundo em jogo, a equipe precisa partir em uma corrida frenética e mortal ao redor do planeta. Além disso, Ethan ainda é confrontado por um novo inimigo misterioso e muito perigoso, e é forçado a aceitar que, para completar o desafio, nada pode importar mais do que a missão - nem mesmo sua própria vida.

Um ponto que chama atenção no novo filme da franquia é a maneira como a inteligência artificial desempenha um papel crucial na trama. Essa abordagem adiciona uma camada semântica profundamente intrigante ao enredo, explorando temas relevantes e atuais. A forma como a IA é cuidadosamente tratada e sua interação com os personagens cria uma atmosfera de suspense envolvente e até mesmo um sentimento de apreensão, conferindo à narrativa uma pitada de atualidade notável.

O roteiro do filme merece um destaque ao explorar de maneira brilhante o contraste entre a tecnologia avançada e a necessidade de recorrer a métodos analógicos para enfrentar a IA. Esse contraste resulta em momentos cômicos e situações inesperadas, revelando que até mesmo um agente habilidoso como Ethan Hunt pode encontrar dificuldades e se atrapalhar no campo. A habilidade do roteiro em explorar essa dependência tecnológica é interessante, e os personagens se adaptam de maneira cômica a essa nova realidade, trazendo um lado mais engraçado em meio a adrenalina desenfreada do filme.

Com um ritmo absolutamente envolvente, o filme que tem quase 3 horas de duração surpreendentemente passa voando, graças à experiência cativante proporcionada pela narrativa e pelas sequências de ação eletrizantes. A direção habilidosa de Christopher McQuarrie mantém o espectador completamente envolvido e com os nervos à flor da pele durante todo o filme. Não há dúvidas de que assistir ao filme em formato IMAX ou na melhor sala de cinema da sua cidade é uma experiência que vale muito a pena, já que proporciona uma imersão ainda mais intensa, mergulhando o público de cabeça na trama.

É impossível não mencionar a dedicação impressionante de Tom Cruise em mais uma vez dispensar o uso de dublês. Sua coragem e comprometimento elevam a qualidade do filme, especialmente nas cenas de ação que são verdadeiros planos sequência eletrizantes. A saga de Missão Impossível sempre foi reconhecida pela intensa corrida contra o tempo, e neste capítulo, temos uma síntese de tudo o que a franquia apresentou até agora, consolidada em mais uma experiência eletrizante. A atuação de Tom Cruise como Ethan Hunt continua sendo um destaque, demonstrando sua habilidade e paixão em criar sequências autênticas e inesquecíveis, cravando que missão impossível não existirá sem o ator.

Embora a franquia tenha buscado se atualizar com a introdução da inteligência artificial como parte central da trama, é importante reconhecer que o filme ainda pode cair nas mesmices características dos capítulos anteriores. Embora continue a cativar os fãs leais da série, a narrativa pode não trazer muitas novidades em termos de abordagem ou reviravoltas surpreendentes. A fórmula bem estabelecida de ação e espionagem é seguida de perto, o que pode resultar em uma sensação de familiaridade para aqueles que estão familiarizados com os filmes anteriores.

Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 é uma verdadeira montanha-russa de adrenalina que nos envolve do início ao fim, combinando ação espetacular, uma trama envolvente e performances sólidas do talentoso elenco principal. A introdução da inteligência artificial adiciona um elemento de medo e realidade à franquia, trazendo uma camada adicional de tensão e suspense. Embora o filme possa apresentar alguns elementos familiares, ele surpreende e certamente não decepcionará os fãs fiéis da série. Com sua mistura bem-sucedida de sequências de ação de tirar o fôlego e uma narrativa envolvente, Missão Impossível continua a oferecer uma experiência emocionante e eletrizante. 

CRÍTICA | Loucas em apuros


Prepare-se para rir muito! Com estreia marcada para o dia 13 de julho, Loucas em Apuros chega aos cinemas roubando o posto de melhor filme de comédia do ano. Com uma trama envolvente, personagens cativantes e uma narrativa que mistura humor, diversão e momentos emocionantes, o filme conquista o coração do público e se destaca como uma das melhores opções do gênero nesse ano.

Loucas em Apuros é uma comédia descompromissada que proporciona uma experiência divertida e envolvente do início ao fim. A história gira em torno de Audrey, Lolo, Kat e Deadeye, quatro amigas que embarcam em uma viagem pela Ásia após um fracasso nos negócios. O enredo, que começa como uma simples busca por suas mães biológicas, se transforma em uma jornada épica de autodescoberta, fortalecendo os laços de amizade e ensinando as personagens a amarem a si mesmas. A diretora Adele Lim, conhecida por seu trabalho em "Raya e o Último Dragão" e "Podres de Rico", traz seu talento para criar uma comédia cativante.


Fazer o público rir é o que Loucas em Apuros faz com maestria, proporcionando muita diversão e risadas contínuas ao público. Algumas cenas hilárias, como uma envolvendo uma traficante de drogas americana em um trem, garantem momentos marcantes que vão ser lembrados por anos assim como algumas cenas de "Se Beber Não Case". Além disso, o filme tem uma cena de dança espetacular que rivaliza com as performances de grupos de K-Pop famosos, como o BTS. Essas cenas são um deleite para os fãs de comédia, adicionando um toque de extravagância ao enredo.

Apesar de ser uma comédia descontraída, Loucas em Apuros não se limita a piadas superficiais. O filme consegue equilibrar momentos hilários com uma profundidade emocional de uma forma bem diferente. Em meio às risadas, somos levados a se emocionar em alguns momentos, criando uma conexão genuína com as personagens. Esse contraste entre o absurdo e o emocional da ao filme uma dimensão mais significativa, cativando quem assiste ao filme de forma bem única.

O elenco do filme merece destaque, com uma química incrível entre as atrizes principais. A interação entre as personagens Audrey, Lolo, Kat e Deadeye parece natural e autêntica, como se tivessem nascido para se aventurar juntas. O trabalho em equipe do elenco é evidente, tornando as cenas ainda mais engraçadas e envolventes. Além disso, as performances individuais são sólidas, destacando o talento de cada atriz e sua capacidade de entregar tanto o humor quanto a emoção necessárias para o filme.


Por falar em elenco, uma das grandes conquistas do filme é a representatividade trazida por Deadeye, um personagem não-binário interpretado pela talentosa Sabrina Wu. A inclusão desse personagem diverso acrescenta camadas à trama e reforça a importância da representatividade no cinema. É gratificante ver como o filme abraça a diversidade e cria personagens únicos, contribuindo para a inclusão em uma indústria ainda em busca de maior representatividade.

Por fim,  precisamos falar do roteiro e de como ele faz com que a narrativa de Loucas em Apuros seja habilmente construída, mantendo um ritmo frenético que não deixa o público respirar por um minuto sequer. O timing impressionante das piadas e reviravoltas mantém a trama sempre no alto. Nada acontece atoa no filme, cada elemento contribui para a história e para o desenvolvimento das personagens. As piadas são bem integradas ao enredo e servem para impulsionar a trama, tornando a experiência ainda mais coesa e prazerosa.

Loucas em apuros é uma comédia que entrega o que promete: risadas garantidas e momentos emocionantes. Com uma narrativa inteligente, elenco talentoso e cenas hilariantes, o filme é uma opção perfeita para quem busca diversão despretensiosa no cinema.

05/07/2023

CRÍTICA | UM DIA CINCO ESTRELAS


Enquanto sua esposa trabalha como vendedora de shopping, Pedro Paulo fica cuidando da casa, de sua filha e do seu... mozão? Sim Pedro Paulo tem outro mozão, e não é sua esposa, mas sim seu carro, uma herança deixada por seu falecido pai. Acontece que somente o salário de sua esposa não é suficiente para sustentar a casa, e quando imprevistos acontecem, Pedro Paulo, por livre e espontânea pressão, coloca as 4 rodas do mozão na rua e se torna motorista de aplicativo.

Acompanhamos então Pedro Paulo durante seu primeiro da como motorista, enquanto ele acaba se metendo em diversas situações inimagináveis, semelhante aquelas histórias contadas pelos motoristas que pegamos nos aplicativos, que você para e pensa, isso não pode ser verdade. Desde uma serenata a um parto e histórias de traição, história pra contar é que não vai faltar para Pedro Paulo, este que age com seu coração e ajuda seus passageiros mesmo que aquilo possa comprometer sua meta diária.

Com o decorrer da história vamos nos afeiçoando mais com Pedro Paulo, seja por assimilação de situações ou apenas por dó da situação em que o mesmo está vivendo, mas podemos tirar do personagem a lição de fazer o bem sem olhar a quem, e como isso pode render frutos futuros. Pedro Paulo é o tipo de pessoa que está acomodada com a vida que leva, mesmo que não seja a melhor, mesmo todos a sua volta dizendo que ele precisa acordar pra vida.


O roteiro começa meio perdido, não sabemos ao certo que história ele vai seguir enquanto apresenta uma série de situações inusitadas e piadas um pouco soltas, porém com o tempo essas situações vão convergindo e o filme vai tomando uma direção, enquanto começa a mostrar mais dos coadjuvantes que têm situações por veze mais engraçadas que o protagonista. Principalmente a Dona Nilda, interpretada por Nany People, que protagoniza as cenas mais hilárias do filme.

A esposa de Pedro Paulo também ganha algum destaque, é aquela pessoa que quer crescer mas que ao mesmo tempo pode ser dizer que está sendo puxada para trás pelo próprio marido, tendo uma boa oportunidade no trabalho ela vê em meio a uma grande confusão uma forma humanizada de resolver problemas. Não protagoniza muitas cenas cômicas mas ficamos satisfeitos com o desfecho que leva a personagem. O elenco como um todo possui uma ótima química e contracenam muito bem juntos. 

Um Dia Cinco Estrelas garante ali, ao longo de por volta de 1:30 minutos seus momentos de diversão. É um filme para assistir despretensiosamente, só embarca na onda e vai.

Nota 3.5/5.0

CRÍTICA | O CRIME É MEU


"O Crime é Meu", o mais novo filme do diretor François Ozon, chega aos cinemas no dia 06 de julho trazendo uma mistura cativante de mistério, humor e a luta das mulheres por respeito e igualdade. Tudo isso ainda é envolto no charme e estilo característicos dos filmes franceses que agrada a todos os fãs de cinema.

Em O Crime é Meu, Madeleine (Nadia Tereszkiewicz) é uma atriz jovem, pobre e sem talento, acusada em 1930 de assassinar um famoso produtor. Sua melhor amiga, Pauline (Rebecca Marder), uma advogada desempregada, a defende, e a jovem é absolvida por legítima defesa. Então uma nova vida de fama e sucesso começa para Madeleine, mas os dias de glória rapidamente chegam ao fim. Quando a verdade por trás do crime é finalmente revelada, Madeleine pode perder toda a notoriedade que alcançou. O filme é uma adaptação livre da peça francesa de 1934, Mon crime, de Georges Berr e Louis Verneuil. 


O Crime é Meu é um filme envolvente e cativante que transporta os espectadores de volta ao ano de 1930, com uma ambientação imersiva que vai desde o figurino detalhado aos cenários parisienses. A fotografia é especialmente notável, combinando elementos do cinema moderno com o clássico, incluindo referências ao cinema mudo, falado e preto e branco. Essa fusão de estilos contribui para a criação de uma atmosfera diferenciada, que evoca tanto a nostalgia do passado quanto a energia vibrante do presente. O aspecto visual realmente faz a diferença no filme e o deixa ainda mais interessante de se ver.

Logo no início somos apresentados a um mistério, e o roteiro mantém um ritmo excelente, capturando a curiosidade do espectador e mantendo-a até o desfecho. A trama é habilmente desvendada aos poucos, no momento certo, sem entregar tudo de bandeja, mas também sem prolongar demais o mistério. A maneira como a verdade por trás do crime é revelada é satisfatória e mantém o público preso na trama durante toda a narrativa, fazendo com que as quase 2 horas de filme passe sem ser percebida.

Além do ritmo excelente outra característica marcantes do roteiro são as falas memoráveis, que agregam um significado adicional à história. Como uma adaptação de uma peça teatral, o filme se concentra em diálogos longos e profundos, que cativam e até mesmo divertem o público sem se tornarem maçantes ou monótonos. As falas são bem escritas e repletas de nuances, permitindo que os personagens se desenvolvam de maneira convincente e se tornem verdadeiramente envolventes.


E para fazer com que o roteiro bem escrito ganhe toda a dinâmica necessária, temos o elenco e as atuações impecáveis. Os atores retratam com maestria seus respectivos personagens, explorando expressões faciais marcantes para dar vida às suas interpretações. A ênfase nas expressões faciais é particularmente eficaz, considerando a ambientação na década de 30, onde a comunicação não verbal era um pré requisito para o cinema mudo. Nadia Tereszkiewicz e Rebecca Marder mandam super bem em tela e conseguem transmitir emoções e nuances de maneira vívida, criando uma conexão autêntica entre o público e os personagens.

Mesmo que o filme se baseie em uma adaptação livre de uma peça francesa de 1934, ele consegue encontrar sua própria identidade e se destacar como um filme CULT. A direção habilidosa e a escolha acertada do elenco contribuem para a qualidade geral do filme, resultando em uma experiência que com certeza estará na minha lista de filmes franceses que precisam ser vistos.

Em meio à trama principal, o filme aborda a luta das mulheres por igualdade, fazendo isso de uma forma bem descontraída e sutil. Nas entrelinhas da história, somos convidados a refletir sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na sociedade desde 1930, por meio de diálogos perspicazes e situações cotidianas. Através de personagens fortes e empoderadas, o filme retrata as questões de desigualdade de gênero, enquanto envolve o público no mistério.

O Crime é Meu  é uma grata surpresa, se destaca como uma pérola do cinema contemporâneo. François Ozon mais uma vez nos presenteia com uma obra que mescla charme francês, entretenimento e importantes reflexões, proporcionando uma experiência engraçada, rica e memorável.

Nota 5.0/5.0

04/07/2023

CRÍTICA | OS AVENTUREIROS - A ORIGEM


Do youtube para os cinemas, será que adaptar pequenas esquetes infantis em um filme é uma boa ideia? "Os Aventureiros - A Origem" chega aos cinemas no dias 06 de julho fazendo justamente isso, transformando um conteúdo que atrai crianças no youtube em um longa metragem.  

Luccas Neto, sua irmã Gi e seus amigos Vitória, Pedro e Jéssi não faziam ideia do que estava por vir na excursão da escola. Quando Luccas decide invadir o laboratório do recém-desaparecido cientista Honório Flacksman, o grupo é sugado para um portal que os leva para outra dimensão - a Cidade da Alegria. Lá, eles são abordados por Catarina, chefe dos Guardiões, protetores da Cidade. Ela os interroga, suspeitando que estejam envolvidos no recente sumiço do mapa das Pedras do Poder - artefatos místicos que dão poderes aos "escolhidos" -, mas logo entende que só querem voltar para casa. Desbravando a nova dimensão, eles encontram o cientista num esconderijo na floresta. Honório construiu uma máquina que pode ser a solução, mas que precisa de uma grande fonte de energia. Luccas o convence a usar as Pedras do Poder e Honório convida Megan, outra cientista (e lutadora) que também está à procura das Pedras e tem uma cópia do mapa. Nessa aventura, repleta de charadas e armadilhas, a coragem do grupo é desafiada e os amigos entendem que a união é o que os torna mais fortes.

Somente para quem conhece o Luccas Neto
Logo de início fica claro que o filme é voltado para um nicho específico de fãs do influenciador Luccas Neto, deixando o restante do público em "desvantagem". Infelizmente, essa abordagem limitada afeta significativamente a qualidade do filme como um todo. Desde o início, fica evidente que as atuações são forçadas e artificiais, deixando os espectadores com uma sensação incômoda ao longo de todo o filme.

Youtube não é cinema
O roteiro, por sua vez, é extremamente bobo e não consegue criar um senso de empolgação em nenhum momento. As soluções para os desafios enfrentados pelo grupo de protagonistas são óbvias e previsíveis, tirando qualquer elemento de surpresa ou tensão da trama. Além disso, as piadas presentes no filme são fracas e sem graça, falhando em provocar boas risadas. O resultado é uma experiência monótona e desanimadora para aqueles que esperavam um filme cheio de aventuras, se por um lado um video no youtube de 12 minutos prende a atenção por ser simples, rápido e direto, aqui o conceito é completamente diferente e o roteiro simplesmente não coloca ritmo no filme.


Surfando no multiverso
Aproveitando a premissa de uma aventura em uma dimensão alternativa, o filme até apresenta uma ambientação interessante ao explorar uma dimensão alternativa, proporcionando um cenário colorido e fantasioso, mas erra ao desbravar as aventuras do grupo, onde as armadilhas e charadas apresentadas são simplórias, não desafiando verdadeiramente o grupo de personagens tornando o filme ainda menos imersivo. A falta de profundidade e originalidade faz com que a história se torne superficial e pouco envolvente.

O lado bom
Apesar dos pesares o filme consegue transmitir uma mensagem positiva sobre a importância da união e amizade, e para as crianças que vão assistir ao filme esse é sem dúvidas o ponto mais aliviante do filme, afinal o grupo ressalta a todo instante que é preciso estar juntos para atingir o objetivo em comum.

Para aqueles que já seguem Luccas Neto no YouTube, a adaptação para o cinema pode ser uma experiência interessante. Ver seus personagens favoritos ganhando vida em uma produção de maior escala pode ser um motivo de alegria. No entanto, é importante lembrar que, para além do público já familiarizado com o conteúdo, "Os Aventureiros - A Origem" precisa conquistar também aqueles que não conhecem o canal no YouTube, oferecendo uma história sólida e atraente e isso não acontece.