A trama se desenrola em torno do prédio onde Waldisney trabalha como porteiro, cenário perfeito para as confusões e desentendimentos entre os moradores. A química entre os personagens, especialmente entre Waldisney e a zeladora Rosivalda (Cacau Protásio), é um dos pontos fortes do filme, mantendo a bagunça quase "organizada" e dando ritmo às situações hilárias. A adição de situações bem reais por incriveis que pareçam ao roteiro proporcionam um senso de identificação para o público, tornando a história ainda mais legal de ser acompanhada.
30/08/2023
Crítica | O Porteiro
A trama se desenrola em torno do prédio onde Waldisney trabalha como porteiro, cenário perfeito para as confusões e desentendimentos entre os moradores. A química entre os personagens, especialmente entre Waldisney e a zeladora Rosivalda (Cacau Protásio), é um dos pontos fortes do filme, mantendo a bagunça quase "organizada" e dando ritmo às situações hilárias. A adição de situações bem reais por incriveis que pareçam ao roteiro proporcionam um senso de identificação para o público, tornando a história ainda mais legal de ser acompanhada.
27/08/2023
Crítica | TOC TOC TOC - Ecos do Além
23/08/2023
Crítica | A Chamada
CRÍTICA | A Última Viagem de Demeter
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17/08/2023
CRÍTICA | BESOURO AZUL
15/08/2023
Crítica | Gran Turismo: De Jogador a Corredor
14/08/2023
CRÍTICA | FALE COMIGO
"Fale comigo" chega aos cinemas no dia 17/08, rodeado de um hype absurdo com a promessa de uma abordagem refinada do terror de possessão, aliada a uma atmosfera envolvente e um enfoque único no luto. Fugindo completamente dos clichês o filme tem tudo para ser o melhor terror do ano.
O filme possui uma singela abordagem do terror clássico da possessão. A narrativa é sutilmente construída, em conjunto com grandes detalhes visuais, como personagens que surgem e encaram tela, iluminação suave e closes sugestivos, criando uma atmosfera desconcertante. A trilha sonora é utilizada com maestria, com momentos de silêncio misterioso seguidos por uma mistura crescente de vozes, estrondos e efeitos sonoros, culminando em cenas realmente impactantes. Toda essa boa mescla de sons e detalhes visuais fazem com que o filme explore nuances diferentes do terror e esse é o principal mérito do longa.
"Fale comigo" não recorre aos sustos usuais do gênero, em vez disso, gera suspense através de uma atmosfera intrinsecamente inquietante. A narrativa é inteligente: quando um grupo de colegas de classe de Mia personagem principal se envolve em uma trend viral relacionada a espíritos conjurados através de uma mão embalsamada, a possibilidade de algo dar ruim é facilmente perceptível. No entanto, são os detalhes sutis que revelam uma trama subjacente, enriquecendo o comportamento autodestrutivo. Sophie Wilde traz com maestria a angústia de Mia, que após a dolorosa perda de sua mãe, busca desesperadamente uma conexão para preencher o vazio. A interpretação contida de Wilde e sua busca por companhia retratam de forma complexa o processo de luto.
O elenco como um todo oferece performances impressionantes. Alexandra Jensen e Joe Bird têm uma dinâmica de atritos como irmãos na tela, Jade e Riley, com a rivalidade típica entre irmãos. Miranda Otto, familiarizada com o gênero de terror, desempenha o papel de Sue, mãe de Riley e Jade, mantendo-se em grande parte afastada dos eventos sobrenaturais. No entanto, seu retrato de uma figura paterna autoritária é notável, com momentos de emoção genuína e piadas pontuais que evidenciam diferentes facetas da dor, proporcionando um contraponto necessário à atmosfera do filme.
Centrando-se na exploração do processo de luto e nos perigos do escapismo através de comportamentos viciantes. A jornada de Mia serve como uma metáfora habilidosa para essa mensagem, e mesmo quando um encontro apavorante com um espírito conspirador se desenrola de maneira previsível, o impacto emocional permanece forte. Seja através de momentos subliminares ou de horror explícito, o filme oferece diversas nuances para apreciar.
"Fale comigo" é um equilíbrio entre uma experiência assustadora e uma exploração profunda dos medos internos. A direção inteligente e a narrativa bem construída fazem deste filme uma adição valiosa ao gênero de terror, mostrando que é possível criar um impacto emocional forte sem recorrer aos clichês previsíveis. Este é um filme que merece ser assistido por fãs do terror e por aqueles que buscam uma reflexão mais profunda dos medos internos.
Nota: 5.0/5.0
09/08/2023
CRÍTICA | TEMPOS DE BARBÁRIE - ATO I: TERAPIA DA VINGANÇA
O cinema nacional que tem seus altos e baixos nos apresenta um thriller diferente e provocador, que mergulha de cabeça em um tema pesado e o entrelaça habilmente com varias nuances políticas do país. A primeira parte de uma trilogia traz uma visão pensativa ao abordar de forma corajosa a busca por justiça em uma sociedade onde o sistema falha em oferecer respostas satisfatórias.
No cerne da trama, Cláudia Abreu se destaca entregando uma atuação visceral como Carla, uma mãe devastada pela tragédia que se desenrola no início do filme. Sua interpretação transmite a angústia e a revolta que a situação precisa, levando o público a uma jornada emocional poderosa. À medida que Carla confronta a impotência da polícia e o descaso da justiça, sua transformação em uma figura movida pela vingança é construída com riqueza de detalhes, tornando-a uma protagonista profundamente crível.
Ao lado dela, Júlia Lemmertz interpreta uma terapeuta que se torna um contraponto crucial para os impulsos de Carla. Sua atuação sutil, mas impactante, oferece uma outra perspectiva ao desejo de vingança, explorando a possibilidade de usar a terapia como uma ferramenta para domar a fúria e buscar um caminho mais construtivo. A dinâmica entre as duas atrizes é magnética, representando uma batalha entre o instinto de justiça e a busca por um entendimento mais profundo.
Com uma trama bem instaurada e boas atrizes segurando o público, o que realmente falha é o roteiro, que apesar de suas qualidades, falha justamente na narrativa que por vezes se arrasta, criando uma barriga desnecessária que prejudica o ritmo do filme. A oscilação entre momentos de intensidade e outros mais monótonos causam um desequilíbrio no engajamento do espectador, daria facilmente para deixar o filme mais dinâmico se cortássemos uns 40 minutos de filme que não levam a absolutamente nada.
A direção de fotografia abusa de tons escuros e sombrios, que capturam perfeitamente a atmosfera opressiva que permeia a vida da protagonista. Os tons pretos se tornam quase palpáveis, espelhando os sentimentos de Carla e sua busca incessante por justiça. Essa estética contribui para a sensação de desconforto que permeia o filme, colocando os espectadores no lugar das personagens e tornando-os quase cúmplices das suas angústias.
O ápice do filme, seu último ato, é onde as questões provocadoras emergem com força total. A abordagem ousada da terapia como uma ferramenta para mitigar a vingança levanta debates morais e éticos, convidando o público a questionar o próprio senso de justiça. Embora essa abordagem possa ser polarizadora, ela traz uma riqueza de significados que vai além do que é comumente explorado em narrativas do gênero.
Tempos de Barbárie - Ato I: Terapia da Vingança é um filme que explora temas complexos de forma audaciosa com atuações cativantes de Cláudia Abreu e Júlia Lemmertz. Apesar de suas oscilações de ritmo, o filme se destaca por sua capacidade de provocar reflexões sobre justiça, vingança e os limites da busca por justiça. Como início de uma trilogia, ele estabelece uma base intrigante e promissora para futuras explorações dessas questões impactantes.
Nota 3.0/5.0
CRÍTICA | ASTEROID CITY
O aclamado diretor Wes Anderson nos brinda com sua mais recente obra, "Asteroid City", uma viagem cinematográfica que mergulha na década de 1950, em uma cidade fictícia no deserto norte-americano. Este filme se diferencia de qualquer outra criação de Wes Anderson, trazendo uma narrativa inusitada e uma estética visual que é um verdadeiro deleite para os fãs fieis do diretor.
O estilo marcante de Wes Anderson, reconhecido por suas paletas de tons pastéis e movimentos de câmera peculiares, está mais uma vez presente e consolida o estilo do diretor. A fotografia hipnotizante e a direção de arte minuciosa criam um mundo estilizado e cativante que nos transporta para um universo único, repleto de detalhes visuais encantadores.
O elenco repleto de estrelas, liderado por nomes como Margot Robbie, Scarlett Johansson, Tom Hanks, Tilda Swinton, Steve Carell, Edward Norton, Willem Dafoe e até o talentoso brasileiro Seu Jorge, contribui para a riqueza do filme. Cada ator entrega uma atuação sólida, capturando as excentricidades dos personagens que habitam essa cidade fictícia. As interações entre esses personagens criam momentos hilários, sustentando a comédia que permeia o filme e que de fato aguça a curiosidade do público.
A premissa de trazer a história do filme, concebida como uma peça teatral encenada, serve como pilar para a trama, e é ai que começam os problemas, o enredo, infelizmente, é onde "Asteroid City" tropeça de uma forma nunca vista na filmografia de Wes Anderson.
Embora o filme tenha momentos cômicos realmente chamativos, as escolhas narrativas foram tão ambiciosas que se perderam e não funcionaram. A tentativa de combinar elementos do cinema e do teatro resultam em uma CONFUSÃO que torna difícil seguir a linha principal da história. A constante alternância entre diferentes subtramas e a falta de um protagonista bem definido fragmentam a experiência e deixam o público literalmente perplexo, sem entender se estamos abraçando uma ficção, se estamos sendo feitos de espectador de uma peça teatral, ou ambos. Nada é claro, e o resultado ao final é uma grande dúvida.
A falta de uma âncora narrativa prejudica a coesão do filme. Enquanto algumas das histórias são intrigantes e envolventes, outras parecem supérfluas, deixando uma sensação de falta de conexão entre os diversos personagens e enredos. Isso faz com que o filme se arraste em algumas partes, perdendo a oportunidade de criar um fio condutor sólido que amarre todos os elementos e personagens de forma satisfatória.
"Asteroid City" é, sem dúvida, uma experiência ousada que exala o estilo autoral e inconfundível de Wes Anderson. Suas qualidades visuais são indiscutíveis, mas o filme sofre com suas escolhas narrativas complexas e a falta de uma trama central coesa.
Nota: 2.5/5.0
03/08/2023
CRÍTICA | A ERA DE OURO
O filme apresenta uma narrativa cativante e inspiradora, que ressalta a perseverança e a crença de que tudo é possível quando se tem um sonho e a coragem para persegui-lo. Neil Bogart, mesmo tendo falecido prematuramente aos 39 anos, viu seu sonho se concretizar, deixando um legado inegável na história da música. O diretor Timothy Scott Bogart, ao homenagear seu pai, abraça a produção com dedicação, oferecendo uma perspectiva pessoal e afetiva que acrescenta ainda mais valor à obra.
A fotografia do filme é primorosa, capturando com maestria a essência visual da década de 70. A ambientação é autêntica, transportando o público para a época em que a música vivenciou uma efervescência sem precedentes. Cenários, figurinos e detalhes visuais conferem ao filme uma imersão completa na atmosfera da Era de Ouro da música.
Para os fãs das músicas lançadas pela Casablanca Records, "A Era de Ouro" é um deleite absoluto. No entanto, para aqueles que não têm afinidade com esse estilo musical, a trama pode perder um pouco de seu apelo e parecer monótona em alguns momentos. Ainda assim, a força da história de superação de Neil Bogart e o impacto que sua criatividade teve na indústria fonográfica são elementos que podem cativar e inspirar até mesmo os espectadores menos familiarizados com a música da época.
As aparições de algumas bandas ou cantores como KISS, Donna Summer e The Village People, interpretadas por atores, são um dos elementos que tornam a experiência dos fãs ainda mais empolgante e autêntica. Os criadores do filme demonstraram um cuidado minucioso na escolha do elenco, buscando atores que não apenas se assemelhassem fisicamente aos artistas originais, mas que também conseguissem capturar sua essência artística e carisma no palco. A energia contagiante das performances musicais é emocionante e faz com que o público se sinta transportado no tempo, revivendo a magia das primeiras apresentações ao vivo dessas lendárias bandas. A combinação da trilha sonora original com as interpretações cativantes dos atores cria um elo especial entre o filme e os espectadores, permitindo que eles se conectem emocionalmente com essas figuras históricas da música.