26/10/2023

CRÍTICA | FIVE NIGHTS AT FREDDY'S - O PESADELO SEM FIM

Eis que adaptação cinematográfica de "Five Nights at Freddy's" finalmente chega às telas, trazendo consigo uma promessa de mergulhar os espectadores no mundo aterrorizante dos famosos jogos criados por Scott Cawthon. Dirigido por Emma Tammi, conhecida por seu trabalho em filmes de suspense como "Terra Assombrada" e "Fair Chase", o filme nos apresenta a história de Mike Schmidt (interpretado por Josh Hutcherson), um jovem lutando contra problemas financeiros que vê uma oportunidade de trabalho como vigia noturno na Freddy Fazbear's Pizza.

A trama começa com a premissa familiar do restaurante, apresentando seus icônicos robôs animatrônicos que trazem alegria às crianças durante o dia. No entanto, ao cair da noite, somos confrontados com um segredo sombrio e mortal: esses mesmos bonecos ganham vida, tornando-se assassinos psicopatas em busca de uma violenta matança.

Josh Hutcherson como Mike Schmidt tem uma atuação muito interessante e rouba a cena, transmitindo a angústia e a determinação do personagem de forma convincente. A relação entre Mike e sua irmã Abby (interpretada por Piper Rubio) é o coração do filme, explorando as complexidades de um irmão desesperado por proporcionar uma vida melhor para sua irmã mais nova.

A inclusão do ator Matthew Lillard como o gestor de vagas de emprego "Steve Raglan", traz uma dose de carisma ao elenco, proporcionando uma figura de autoridade ambígua que mantém os espectadores intrigados.

No entanto, o filme encontra dificuldades ao expandir o universo da história. Embora inicialmente promissor, o desenvolvimento da trama acaba por desviar o foco dos elementos que tornaram os jogos tão atraentes. As mortes e a presença dos animatrônicos em cena se tornam secundárias em relação ao desenvolvimento do relacionamento entre os personagens principais.

Claro que temos que falar sobre a fidelidade na recriação dos animatrônicos, que aqui é um ponto forte, proporcionando uma sensação autêntica aos fãs da franquia. Além disso, as referências aos jogos e os easter eggs espalhados pelo filme são um deleite para os fãs de longa data e vão deixar o coração dos gamers bem quentinho.

Embora concebido como um terror, o filme acaba por se concentrar em uma trama romântica e dramática, explorando traumas não resolvidos e entregando um terror psicológico repleto de reviravoltas. No entanto, a ausência de momentos genuinamente aterrorizantes pode deixar os espectadores que buscavam uma experiência mais intensa desapontados. Por outro lado, para os apreciadores do gênero de terror psicológico, o filme certamente consegue cativar.

"Five Nights at Freddy's - O Pesadelo Sem Fim" é um mergulho no mundo assustador dos jogos, de uma forma diferente o filme encontra um equilíbrio delicado entre o terror psicológico e a narrativa dramática. Ao explorar os traumas dos personagens e proporcionar reviravoltas intrigantes, o filme entrega uma experiência envolvente, embora a ausência de momentos de puro terror possa desapontar os espectadores em busca de uma intensidade mais visceral.

Nota: 4.0/5.0

22/10/2023

CRÍTICA | HYPNOTIC - AMEAÇA INVISÍVEL


"Hypnotic" é uma experiência cinematográfica alucinante que desafia as convenções tradicionais do gênero de suspense. Sob a direção de Robert Rodriguez, o filme nos transporta para um mundo de mistérios e ilusões que mantém o espectador em suspense do início ao fim. Ben Affleck interpreta o detetive Daniel Rourke, cuja busca incansável por sua filha desaparecida o leva por um labirinto de eventos perturbadores e enigmáticos. O enredo se desenrola como um quebra-cabeça complexo, onde a linha entre realidade e ilusão se desfaz, deixando o público se questionando a cada reviravolta.

A trama é habilmente construída com influências de filmes como "Matrix", "Limitless" e "Memento", mantendo o espectador envolvido em um jogo constante de especulação. À medida que Rourke mergulha nas profundezas de sua investigação, descobre que suas próprias experiências podem ser construções hipnóticas, levando a questionamentos profundos sobre o que é real e o que não é. Isso cria uma atmosfera de incerteza que permeia todo o filme, mantendo o expectador em suspense ao longo de todo o filme.

Embora Ben Affleck traga sua presença carismática para o papel do detetive Rourke, o desenvolvimento de seu personagem deixa a desejar, já que o filme concentra-se principalmente em sua obsessão pela filha desaparecida e seu compromisso com os casos que investiga. No entanto, a grande surpresa do filme é Alice Braga, que desempenha um papel fundamental como parceira de Rourke, acrescentando profundidade à trama.


Visualmente, "Hypnotic" é cativante, com a fotografia de Pablo Berron contribuindo para a atmosfera enigmática do filme. No entanto, em alguns momentos, as costuras da trama se tornam visíveis, o que pode ser atribuído à natureza complexa da narrativa. Hypnotic consegue "hipnotizar" o público, envolvendo-o em uma história intrigante e cheia de surpresas. É um quebra-cabeça cinematográfico fascinante que desafia as expectativas e deixa o espectador ansioso por uma possível sequência que poderia continuar explorando os limites da mente e da realidade. 

A experiência de assistir ao filme se assemelha a um treinamento em uma academia onde a gravidade parece estar em constante mudança. Logo quando a trama parece esclarecer as incógnitas, o terreno se desfaz sob nossos pés, levando-nos a questionar se tudo está prestes a recomeçar. E quando você pensa que a viagem entre realidade e ilusão acabou, os créditos finais nos reservam uma última surpresa. Então não saia da sala de cinema antes dos créditos finais finalizarem. 

21/10/2023

Fionna e Cake


Hoje, não me sinto como o meu eu habitual, e devo isso ao incrível spin-off da HBO Max, Fionna e Cake, que me levou a um oceano de emoções.

Esta série é uma continuação direta de Hora de Aventura, a aclamada animação da Cartoon Network que deixou muitos fãs órfãos com o seu término. No entanto, ocasionalmente somos agraciados com sequências, como Hora de Aventura: Terras Distantes, e agora, Fionna e Cake, uma série de episódios que exploram um universo paralelo ao de Finn e Jake.

Logo no primeiro episódio, somos transportados para um ambiente totalmente diferente, sem magia, que parece ser um mundo normal, acompanhando as nossas protagonistas. Mas não se preocupem, no segundo episódio, somos presenteados com a presença de Simon (o antigo Rei Gelado) no Reino de OOO após o fim de Hora de Aventura. Nele, Simon está vivendo como um humano do século 21, imerso em todos os avanços da tecnologia humana. No entanto, há algo que ele ainda não superou: a perda de sua amada Betty. E como se isso não bastasse, somos lembrados da partida de um dos personagens mais carismáticos de todas as animações, Jake o Cão, cujo reencontro no pós-vida foi apresentado em Hora de Aventura: Terras Distantes.

A partir desse ponto, a série mantém um ritmo envolvente, explorando diversos universos paralelos. Desde um onde a Princesa Jujuba é uma verdadeira lunática e o Rei Gelado é um aliado surpreendente, até um reino onde Marceline é a filha adotiva do Rei dos Vampiros. Cada episódio de aproximadamente 25 minutos deixa um gosto de "quero mais", mas a trama consegue aprofundar-se de maneira significativa sem deixar lacunas no enredo.

O sucesso é inegável, e não é à toa que Fionna e Cake é a série de animação mais bem avaliada da HBO Max. Ela oferece um encerramento excepcional para a saga de Hora de Aventura. No entanto, se os produtores e o criador decidirem continuar essa jornada no futuro, eu com certeza não ficaria desapontado.

Nota: 5.0/5.0

18/10/2023

CRÍTICA | Assassinos da Lua das Flores


"Assassinos da Lua das Flores", dirigido magistralmente por Martin Scorsese, é uma adaptação que transcende as páginas do best-seller homônimo de David Grann, trazendo à vida a chocante e brutal realidade que assolou a tribo indígena dos Osage na década de 1920. Em um cenário pós Primeira Guerra Mundial, onde a corrida por terras e petróleo fervilhava, o filme mergulha profundamente na amoralidade que a ganância pode instigar, especialmente quando desprovida de qualquer resquício de ética ou consideração pelas vidas de uma minoria.

Por aqui temos uma narrativa centrada em torno de Mollie, interpretada pela surpreendente Lily Gladstone, uma integrante dos Osage que se vê enredada em uma trama sinistra. Seu amor por Earnest Burkhart, interpretado com intensidade por Leonardo DiCaprio, acaba sendo um fio condutor trágico e pungente. DiCaprio nos entrega uma performance visceral, encapsulando a complexidade de um homem dividido entre o desejo de uma vida melhor e a manipulação cruel de seu próprio tio, William Hale, interpretado com maestria por Robert De Niro.


O roteiro, embora possa parecer lento para alguns, é um alicerce sólido que cresce de forma implacável, culminando no ápice emocional no momento exato. A complexidade dos personagens e suas motivações são meticulosamente exploradas, adicionando camadas de profundidade à trama.

Claramente a direção de Scorsese chama atenção e é um espetáculo em si. Sua habilidade de criar uma atmosfera densa e carregada desde os primeiros minutos é notável. A trama se desenrola com elementos de suspense e investigação que mantêm a audiência grudada na cadeira, enquanto os assassinatos são revelados de forma brutal e implacável. A fotografia impecável e a trilha sonora envolvente acentuam a experiência, elevando o filme a um patamar de autenticidade raramente alcançado.

A crítica social latente é inescapável. O filme não se detém em mostrar a terrível realidade de um povo que testemunha seus entes queridos sendo mortos impiedosamente, sua cultura apagada e suas raízes destruídas. A força motriz por trás dessa tragédia é a voracidade insaciável por lucro e poder, que resulta na pilhagem desenfreada das terras dos Osage, sem que lhes seja permitido qualquer tipo de defesa.


Não podemos deixar de falar sobre o tempo do filme, e a extensão de Assassinos da Lua das Flores, com suas três horas e trinta minutos de duração, é um testemunho da meticulosidade com que Martin Scorsese aborda esta narrativa complexa e densamente entrelaçada. Cada minuto se justifica pela riqueza de detalhes e pela profundidade na qual o diretor escolhe explorar os personagens e os eventos que moldaram essa história. A durabilidade do filme permite que os espectadores mergulhem profundamente na trama, absorvendo cada nuance e revelação de forma gradual, resultando em uma experiência imersiva que se desdobra organicamente. O tempo investido é recompensado com uma compreensão mais completa e uma apreciação mais profunda da complexidade desta trama sombria.

Um dos destaques incontestáveis é a atuação arrebatadora de Lily Gladstone. Sua presença magnética na tela é simplesmente hipnotizante, e sua habilidade de transcender as palavras e transmitir emoções profundas é nada menos que notável. É difícil não prever uma indicação ao Oscar para essa jovem estrela em ascensão, que não apenas brilha ao lado de gigantes como DiCaprio e De Niro, mas muitas vezes rouba a cena com sua atuação magnífica.

"Assassinos da Lua das Flores" é uma obra-prima que reafirma o indiscutível talento de Martin Scorsese. Sua história envolvente e relevante promete render ao filme não apenas indicações, mas também possíveis vitórias em premiações importantes. É um testemunho do poder transcendental do cinema em trazer à tona histórias obscuras e injustiças profundas que merecem ser conhecidas e, acima de tudo, combatidas.

Nota: 5.0/5.0

17/10/2023

CRÍTICA | MUSSUM O FILMIS



Depois de conquista diversos prêmios no festival de gramado,  Mussum, o Filmis chega aos cinemas de todo o brasil no dia 02 de Novembro. Esta emocionante cinebiografia lança luz sobre a vida fascinante de Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido como Mussum. Feito com maestria em todos os aspectos, o filme se destaca por sua sensibilidade e habilidade de transportar o espectador para uma era de nostalgia, ao mesmo tempo que nos apresenta a trajetória de um dos maiores humoristas negros do Brasil.

Se há um aspecto que imediatamente chama a atenção desde o início, é a brilhante construção da narrativa, desenvolvida com cuidado e sem pressa. Cada elemento da história é tratado com precisão e dedicação, resultando em uma trama envolvente e bem estruturada. As esquetes de comédia, inspiradas nas obras clássicas de Mussum, são um autêntico deleite, proporcionando risos e uma dose saudável de nostalgia. Esta fusão entre a narrativa emocional e as esquetes cômicas apresenta a dualidade perfeita entre a vida de Antônio Carlos e a persona de Mussum. É algo verdadeiramente esplêndido e uma sacada genial que mantém o ritmo proposto pela trama, sem comprometer a integridade da história.


Ao longo de 115 minutos passamos por praticamente toda a vida de Antônio Carlo e o trio de atores que interpreta Mussum em diferentes fases de sua vida merece destaque. Thawan Lucas Bandeira, como o jovem Mussum, é genuíno e criativo, capturando a essência do personagem. Yuri Marçal traz um Mussum jovem e travesso, adicionando camadas à complexidade do personagem. No entanto, é Ailton Graça que se destaca ao assumir o papel na fase adulta. Sua interpretação é absolutamente envolvente, demonstrando um comprometimento e entrega que elevam o filme a um nível superior.

Sabemos que uma Mãe tem sempre seu lugar na nossas vidas e a abordagem da influência materna na vida de Mussum é um dos pontos mais comoventes e surpreendentes do filme. Cacau Protásio e Neusa Borges, como a mãe de Mussum em diferentes fases da vida, transmitem uma gama de emoções de forma arrebatadora, deixando o espectador visivelmente tocado. É impossível conter as lágrimas diante da dedicação e sofrimento que ambas as atrizes entregam em suas performances.


Com um meticuloso recorte dos anos 60, 70 e 80, a ambientação do filme é uma verdadeira viagem no tempo, percorrendo momentos históricos da televisão, desde os primórdios em preto e branco até o emblemático surgimento da TV Globo e, posteriormente, a icônica era dos Trapalhões. Além disso, a narrativa nos conduz por uma envolvente jornada pela rica tapeçaria da música brasileira, apresentando figuras lendárias como Elza Soares e Jorge Ben Jor. Por falar de música, a trilha sonora, permeada pelo ritmo contagiante do samba, é uma reverência justa a um homem cuja vida esteve inseparavelmente entrelaçada à música. Ela não apenas ambienta, mas também ressoa com a alma do protagonista, proporcionando uma dose merecida de samba para todo mundo que assiste ao filme.

É importante ressaltar que ao mergulharmos na vida de Antônio Carlos, somos levados à origem do personagem Mussum e descobrimos como ele foi criado e se tornou tão querido de uma maneira autêntica e simples. Isso acrescenta ainda mais profundidade à história. A jornada de Mussum, um homem que batalhou incansavelmente pela sua arte, é uma fonte de inspiração, especialmente ao considerarmos os desafios que enfrentou como um artista negro.

Por fim, "Mussum, o Filmis" é uma obra que o cinema nacional pode se orgulhar. Oferece não apenas uma história dramática rica em lições de vida, mas também celebra um ícone cultural que moldou a comédia brasileira. Este filme é uma homenagem merecida a Antônio Carlos Bernardes Gomes e uma lembrança da força do talento e da determinação na busca pelos nossos sonhos.

Nota: 5.0/5.0 ASSISTAM FILMES NACIONAIS!

16/10/2023

CRÍTICA | ELAS POR ELAS



"Elas por Elas" é uma antologia de sete contos dirigidos por mulheres, que destaca a representação de protagonistas femininas em cenários diversos ao redor do mundo, abrangendo Itália, Índia, Japão e EUA. Cada uma dessas mulheres, com suas características únicas, enfrenta desafios particulares com determinação excepcional, e algumas dessas histórias são baseadas em eventos reais. 

Ao assistir o filme, fui surpreendido por uma coletânea que me lembrou um pouco de "Love, Death + Robots", onde cada curta-metragem apresenta uma história distinta, com a única ligação sendo o fato de todo o projeto ter sido concebido e realizado por mulheres. 

Como é típico de antologias, alguns contos se destacam mais do que outros. Alguns conseguem prender a atenção, outros tocam profundamente, enquanto um ou dois podem deixar o espectador perplexo ou até sonolento. 


Um dos aspectos que obviamente chama ateção é a inclusão da canção "Applause", de Diane Warren, indicada ao Oscar de 2023, o que enriquece ainda mais a proposta da coleção de curtas. 

Como são vários curta, acho valido citar um pouco de cada um e se me chamou atenção ou não.

Em "PEPCY & KIM", estrelado por Jennifer Hudson e baseado em uma personagem real, somos apresentados a uma mulher que enfrenta uma reviravolta na vida ao superar uma doença mental muito bem retratada no curta. A forma como o filme aborda a dualidade da personalidade é incrível, embora possa ser um tanto desconcertante até que o entendimento do que está acontecendo se solidifique.

Em "ATÉ OS COTOVELOS", também baseado em uma personagem real, vemos Cara Delevingne interpretando uma personagem com desafios mentais, em meio à pandemia, com dois médicos enfrentando um dilema crucial. Este curta também se destaca.

"LAGONEGRO", o terceiro conto, explora a perda familiar e a tentativa de reatar alianças quebradas ao longo do tempo. Confesso que o roteiro não conseguiu me prender e lutar contra o sono foi uma tarefa árdua.

O quarto conto, "UMA SEMANA EM MINHA VIDA", apresenta de maneira comovente as dificuldades enfrentadas por uma mãe solteira que cuida de dois filhos e se desdobra para dar conta de tudo. É o meu favorito, pois exibe um nível notável de realismo e emoção ao mostrar como as crianças se adaptam a esse estilo de vida frenético.



"TÁCITO", o quinto conto, explora de maneira única o cotidiano agitado de uma veterinária que, com empatia notável, denuncia um caso de violência doméstica, priorizando a segurança de outros mesmo em detrimento de sua própria família. Embora não seja baseado em personagens reais, essa é uma realidade enfrentada diariamente.

"COMPARTILHANDO A CORRIDA", o sexto conto, aborda a liberdade de escolha das mulheres em relação às suas vidas. No entanto, a execução não foi tão cativante e o curta teve dificuldade em manter minha atenção.

O sétimo conto, "ÁRIA", é uma animação curta e lúdica que traz a mensagem sutil da união das mulheres em prol da liberdade, enfatizando que as mulheres são muito mais do que meras donas de casa e podem ir além.

"Elas por Elas" é uma impactante antologia de sete contos dirigidos por mulheres, destacando a força feminina ao redor do mundo. Embora alguns contos se destaquem mais que outros, o filme como um todo oferece uma poderosa celebração da diversidade e resiliência das mulheres. O filme chaga aos cinemas brasileiros no dia 19 de outubro e é pra você que busca uma obra que empodera e inspira.

Nota: 3.5/5.0

15/10/2023

CRÍTICA | TROLLS 3 - Juntos Novamente


Trolls 3 - Juntos Novamente é uma viagem encantadora e emocionante que leva os espectadores de volta ao vibrante mundo dos trolls, repleto de cores, música e personagens adoráveis. A trama se concentra em Poppy (Anna Kendrick) e Branch, ou Toco em português (Justin Timberlake), que agora são oficialmente um casal, mas enfrentam um desafio inesperado quando o passado secreto de Branch como membro da boy band BroZone vem à tona.

A narrativa construída de uma forma bem envolvente, explorando os laços familiares e a busca pela identidade, enquanto os personagens se aventuram em uma jornada para resgatar o irmão de Branch, Floyd, das garras de dois vilões popstar ambiciosos, Velvet e Veneer. A trama mantém um bom equilíbrio entre momentos emocionais e cômicos, mantendo o público envolvido do início ao fim e desperanto o interesse de adultos e crianças.


A química entre os protagonistas, Poppy e Branch, é muito realista e traz uma dimensão emocional mais profunda à narrativa. A dinâmica entre eles é cativante e adiciona uma camada de complexidade ao enredo, mostrando que mesmo em um mundo mágico de trolls, os relacionamentos podem ter seus desafios.

A trilha sonora é outro ponto alto do filme, combinando sucessos pop contemporâneos com clássicos, criando uma atmosfera musicalmente envolvente que complementa perfeitamente a energia do universo dos trolls. A participação especial de Larissa Manoela, que traz seu talento e carisma para o filme, é um destaque merecido para o público brasileiro.

As cores exuberantes de Trolls 3 - Juntos Novamente chamam atenção e são uma verdadeira festa para os olhos. Desde os cenários mágicos até os próprios trolls, cada matiz é cuidadosamente escolhido, criando uma paleta vibrante que dá vida ao filme de maneira única. Essa explosão de cores não só cativa visualmente, mas também contribui para a atmosfera festiva e contagiante da narrativa, tornando a experiência ainda mais chamativa e divertida, refletindo perfeitamente a personalidade enérgica e otimista dos adoráveis trolls.


Se tem um ponto que a franquia é conhecida é por agradar as crianças, mais uma vez os Trolls não falham ao estabelecer uma conexão cativante com os pequenos de uma maneira excepcional. Através de personagens adoráveis e situações que ressoam com as experiências da infância, o filme cria um universo acolhedor e empolgante. A jornada emocional dos Trolls, repleta de amizade, descobertas e desafios, oferece uma mensagem reconfortante e inspiradora para os espectadores jovens equilibrando diversão, emoção e lições valiosas, Trolls 3 se torna mais do que um filme, é um convite para as crianças explorarem um mundo mágico onde podem se identificar e sonhar.

Trolls 3 - Juntos Novamente é um filme divertido e envolvente que cativa tanto os fãs quanto os novos espectadores. Com uma narrativa emocionante, personagens adoráveis e uma trilha sonora irresistível, o filme é uma celebração do poder da amizade e da música. Acerto no ponto da DreamWorks Animation.

Nota: 5.0/5.0

11/10/2023

Crítica | O Exorcista o devoto


"O Exorcista: O Devoto" chega como uma homenagem ao icônico filme de 1973, trazendo elementos clássicos do terror, mas também ousando ao abordar temáticas contemporâneas pouco exploradas no gênero. Dirigido por David Gordon Green, o filme nos apresenta a Victor Fielding (Leslie Odom Jr.), um pai solitário que, após perder a esposa em um trágico terremoto no Haiti, se vê enfrentando o desconhecido quando sua filha Angela (Lidya Jewett) e sua amiga Katherine desaparecem misteriosamente na floresta. 

A premissa inicial é promissora, ao estabelecer o laço afetivo entre pai e filha após a tragédia. A performance de Leslie Odom Jr. é o ponto alto do filme, transmitindo a angústia e determinação de um pai desesperado em salvar sua filha da entidade demoníaca que a ameaça. Ann Dowd também se destaca, como de costume, oferecendo uma interpretação memorável.

No entanto, a narrativa começa a perder sua consistência com a introdução de personagens secundários como Katherine, Miranda e Tony, que se mostram subdesenvolvidos e genéricos em comparação com Ângela e Victor. Isso cria uma sensação de desequilíbrio no impacto emocional das cenas.


Uma das grandes inovações do filme é a abordagem do sincretismo religioso, que vai além da influência católica presente no original. Outras crenças são apresentadas e desempenham papéis importantes na luta contra a possessão das garotas, adicionando uma camada de complexidade e enriquecimento ao enredo.

O ponto crucial de um filme que leva no título  o nome "O Exorcista" é a cena de exorcismo. Infelizmente, nesse aspecto, "O Devoto" deixa a desejar. Comparada às memoráveis cenas dos filmes anteriores da franquia, esta abordagem não consegue oferecer a mesma intensidade e suspense. Os truques utilizados pelos demônios são simplistas e pouco impactantes.

Além disso, o filme deixa claro desde o início seu desejo de preparar o terreno para futuras sequências, o que acaba prejudicando a narrativa principal. Diferentemente dos filmes anteriores que contavam histórias independentes e completas, "O Devoto" parece mais interessado em estabelecer caminhos para capítulos futuros.


Uma discussão importante levantada pelo filme é a questão do aborto, que é abordada de forma controversa. Isso adiciona uma camada de ambiguidade à mensagem do filme, explorando um tema delicado e polêmico.

"O Exorcista: O Devoto" oferece uma homenagem atualizada ao clássico do terror. Apesar das atuações primordiais do elenco principal e da coragem em abordar temas contemporâneos, o filme peca na falta de desenvolvimento dos personagens secundários, na narrativa incompleta e na cena de exorcismo decepcionante. Deixa-nos ansiosos por futuras continuações, mas com a esperança de uma narrativa mais sólida e um cuidadoso desenvolvimento dos personagens.

10/10/2023

Crítica | Meu Nome é Gal


"Meu Nome é Gal" é uma obra cinematográfica que brilha ao retratar a fascinante jornada de Gal Costa, uma jovem tímida que desde cedo soube que a música seria o fio condutor de sua vida. Criada com amor e apoio incondicional pela sua mãe Mariah, Gal trilha o caminho em direção ao Rio de Janeiro aos 20 anos, determinada a se tornar uma cantora de renome. A trama desenrola-se de maneira cativante, revelando os primeiros passos de Gal na cena musical profissional ao final da década de 1960, ao lado de amigos e figuras lendárias da música brasileira como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Dedé Gadelha.

O filme, dirigido com maestria por Dandara Ferreira, e Lô Politi capta de forma magistral a grandiosidade da trajetória de Gal, demonstrando as adversidades superadas para se tornar um ícone da música popular brasileira. O público é levado por uma jornada emocional, testemunhando a extraordinária disrupção que Gal causou na indústria fonográfica do Brasil.


A interpretação de Sophie Charlotte como Gal é um dos pontos mais altos do filme. A atriz se entrega de corpo e alma ao papel, capturando com precisão a essência e a emoção que a Música Popular Brasileira trouxe para o coração do povo brasileiro. Sua performance é uma ode à sensibilidade e ao talento, encantando o espectador com uma entrega vocal e emocional impressionante.

Uma parte particularmente fascinante do filme é a exploração da construção da Tropicália, um movimento cultural revolucionário que ecoou na música, no cinema e na arte brasileira da época. A narrativa detalha o surgimento desse movimento crucial para a cultura e a música do Brasil, mostrando como artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil desafiaram convenções e criaram obras que transcendem o tempo.

Além disso, o filme aborda de maneira impactante o contexto político conturbado da ditadura militar no Brasil, destacando como artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil enfrentaram prisões e exílios, sendo proibidos de expressar sua arte em solo brasileiro. Gal também foi afetada por essa repressão, evidenciando a força e a coragem necessárias para continuar sua jornada artística em meio a um período de restrições e perigos.


Por outro lado a fotografia do filme é verdadeiramente deslumbrante, capturando a estética perfeita da década de 60 no Brasil. Cada cena é uma explosão de cores vivas e contrastes vibrantes, transportando o espectador para uma época de efervescência cultural e transformação social. Os cenários meticulosamente recriam a atmosfera autêntica e pulsante da década, desde os bairros boêmios do Rio de Janeiro até os palcos iluminados onde Gal Costa e seus amigos da música fizeram história. Cada detalhe, desde os trajes até os adereços, evoca a riqueza e a exuberância da cultura brasileira naquele período, proporcionando uma experiência visual deslumbrante que complementa perfeitamente a narrativa do filme.

A trilha sonora é uma estrela por si só, com Sophie Charlotte e Gal Costa abrilhantando momentos musicais que tocam a alma. É uma homenagem belíssima a uma artista que deixou um legado na música brasileira e que influenciou não apenas o cenário nacional, mas também o panorama global da música.

"Meu Nome é Gal" é mais do que um filme, é um tributo a uma artista que moldou a história da música brasileira e deixou um impacto duradouro na cultura do país. Gal Costa será para sempre lembrada como uma das vozes mais marcantes e influentes da música brasileira, e este filme é um testemunho emocionante desse legado. É uma experiência que irá tocar o coração de todos os amantes da música e da cultura brasileira, uma celebração de uma artista imortalizada nos corações e mentes de seu povo.

Nota: 5.0/5.0

01/10/2023

Crítica | O Protetor: Capítulo Final


"O Protetor: Capítulo Final" chega como o terceiro e último filme da trilogia de ação dirigida por Antoine Fuqua, trazendo de volta Denzel Washington no papel de Robert McCall. O filme se inicia com McCall buscando refúgio no sul da Itália, mas logo se vê envolvido em problemas com a máfia local.

A força inegável da franquia é, sem dúvida, Denzel Washington. Sua atuação marcante e a habilidade de transmitir sinceridade em cada palavra proferida são a âncora da série. Ao encarnar McCall, um personagem imponente, Washington adota uma abordagem intrigante. Sua confiança silenciosa o torna a presença mais intimidadora da sala quando entra em ação, sem necessidade de elevar a voz. McCall, apesar de ser um personagem virtualmente invencível, torna-se cativante sob a interpretação de Washington.

A sequência de abertura promete uma dose intensa de ação, repleta de cenas de confronto visceral. No entanto, o ritmo do filme declina após esse momento inicial. A trilogia sempre sofreu com questões de ritmo e trama, e o terceiro filme não é exceção. McCall se estabelece na Itália antes de enfrentar os antagonistas, mas a narrativa se arrasta nos momentos intermediários devido às subtramas.

Enquanto a máfia italiana perturba a paz de McCall, o filme tenta criar um sentimento de aversão nos espectadores em relação a eles, por meio de ações vilanescas que ultrapassam os limites da ficção. No entanto, o protagonista permanece passivo por grande parte do filme. Personagens como Emma, interpretada pela talentosa Dakota Fanning, parecem subutilizadas, desperdiçando o potencial que poderiam ter tido.


A trama se concentra bastante em diálogos, alguns dos quais parecem desnecessários e poderiam ter sido enxugados para uma experiência mais dinâmica. Em contrapartida, as cenas de ação são ora arrastadas, ora apressadas, deixando um desequilíbrio desconcertante na narrativa.

O ponto alto da franquia costuma ser quando McCall enfrenta os criminosos, impondo punições severas. Infelizmente, o ato final de "O Protetor 3" deixa a desejar, apresentando uma cena de ação pouco memorável e fraca. No geral, este filme representa o ponto fraco da trilogia, com McCall assumindo um papel mais observador enquanto os antagonistas ameaçam e atacam civis.

Embora haja momentos de tensão bem escritos, não são suficientes para salvar o filme do tédio que se instala em alguns momentos. O desempenho estelar de Denzel Washington eleva a produção, mas não consegue evitar que ela se torne tediosa. No entanto, é importante ressaltar a excelente fotografia e o encanto das paisagens italianas que embelezam a tela, acrescentando um toque de beleza visual a um filme que, infelizmente, não atinge o potencial que a trilogia prometia.

Nota: 2.5/5.0