28/02/2024

Crítica | Os Farofeiros 2


"Os Farofeiros 2" é a mais recente adição ao universo cômico brasileiro que traz de volta a equipe cativante liderada por Alexandre, interpretado por Antônio Fragoso, em uma aventura pela Bahia. No entanto, apesar de trazer consigo uma premissa promissora e um elenco talentoso, o filme acaba tropeçando em suas próprias tentativas de recriar o sucesso do primeiro filme.

A história gira em torno de Alexandre, que está lutando para ganhar o respeito de sua equipe e garantir sua promoção para CEO em sua empresa. Aconselhado a se aproximar de seus subordinados, ele decide levar toda a equipe, junto com suas famílias, em uma viagem para um resort na Bahia. O que deveria ser uma oportunidade para fortalecer laços e conquistar o apoio de sua equipe se transforma rapidamente em uma série de desventuras cômicas e conflitos familiares.


O filme é repleto de situações hilárias e momentos de comédia física, mas muitas vezes sucumbe a uma fórmula previsível e repetitiva. A dinâmica entre os personagens, embora divertida em partes, carece de profundidade e desenvolvimento, tornando difícil para o espectador se conectar verdadeiramente com suas jornadas individuais.

O destaque do elenco vai para Maurício Manfrini como Lima e Cacau Protásio como Jussara, cujos personagens são os mais bem aproveitados e oferecem alguns dos momentos mais engraçados do filme. Charles Paraventi também merece menção especial por sua interpretação de Rocha, que consegue roubar a cena mesmo com um tempo limitado em tela.

No entanto, o filme peca ao tentar incluir elementos controversos, como a personagem de Darcy interpretada por um homem cis, o que levanta questões sobre representação e sensibilidade em relação à comunidade trans. A abordagem desajeitada desse aspecto do enredo revela uma falta de compreensão e sensibilidade por parte dos realizadores.


Além disso, "Os Farofeiros 2" sofre com uma falta de originalidade, oferecendo pouca inovação em relação ao seu antecessor. As situações de comédia e os conflitos familiares são reciclados de forma tão evidente que o filme acaba se tornando uma versão diluída e menos inspirada do original.

Apesar de suas falhas, "Os Farofeiros 2" ainda consegue entregar alguns momentos de diversão descomprometida e risadas garantidas. No entanto, para aqueles que esperam uma sequência que supere o original ou ofereça algo novo e instigante, o filme pode deixar a desejar.

"Os Farofeiros 2" é uma comédia leve e divertida que, embora tenha seus momentos engraçados, acaba caindo na falta de originalidade. Não atinge o patamar do primeiro filme mas acaba agradando os fâs de comédia pastelão.

Nota: 3.0/5.0 

Crítica | Duna Parte Dois


Denis Villeneuve continua sua saga épica com "Duna: Parte Dois", expandindo ainda mais o universo criado por Frank Herbert e entregando uma obra cinematográfica impressionante que cativa tanto visual quanto intelectualmente. Nesta sequência, Villeneuve não apenas aprofunda os temas introduzidos no primeiro filme, mas também eleva o tom e a escala da narrativa, proporcionando uma experiência cinematográfica envolvente e memorável.

A história acompanha Paul Atreides (interpretado por Timothée Chalamet) enquanto ele se une aos Fremen em sua jornada de vingança contra os conspiradores que destruíram sua família. Enquanto isso, enfrenta uma escolha crucial entre o amor de sua vida, Chani (Zendaya), e o destino do universo. Essa dualidade entre o pessoal e o cósmico é habilmente explorada ao longo do filme, adicionando camadas de complexidade ao protagonista e à trama.

Desde o início, "Duna: Parte Dois" mergulha o espectador em um turbilhão de emoções e acontecimentos, mantendo um ritmo envolvente que não deixa espaço para o tédio. As sequências de batalha são magistralmente coreografadas, com uma atenção meticulosa aos detalhes visuais e sonoros que elevam a intensidade e o realismo das cenas. A cinematografia de Greig Fraser é deslumbrante, capturando a grandiosidade do deserto de Arrakis e os contrastes entre as diferentes facções em conflito.


Além disso, a trilha sonora de Hans Zimmer complementa perfeitamente as imagens, contribuindo para a atmosfera imersiva do filme. Os sons metálicos associados aos Harkonnens contrastam com as melodias calorosas dos Fremen, adicionando uma camada adicional de profundidade à narrativa.

No que diz respeito às performances, o elenco entrega atuações sólidas e convincentes. Timothée Chalamet incorpora com maestria a jornada de autodescoberta e crescimento de Paul Atreides, enquanto Zendaya traz uma presença cativante como Chani. Destacam-se também as atuações de Rebecca Ferguson como Jessica e Javier Bardem como Stilgar, que acrescentam nuances fascinantes aos seus respectivos papéis.

É importante destacar que "Duna: Parte Dois" não se limita a ser apenas uma sequência; é uma continuação que aprofunda e expande os temas introduzidos no primeiro filme. A exploração do fanatismo religioso e das consequências da liderança é especialmente relevante e oportuna, adicionando uma camada de comentário social à narrativa.


Em termos técnicos, o filme é uma deleite visual e auditivo, com efeitos especiais impressionantes e um design de produção meticuloso que transporta o espectador para o mundo de Arrakis. A decisão de filmar em câmeras IMAX e manter todo o filme em formato widescreen IMAX contribui para uma experiência cinematográfica imersiva e realmente inesquecível.

Alguns podem argumentar que a performance de Timothée Chalamet como Paul Atreides é um tanto monótona, enquanto outros podem sentir falta de uma conexão mais profunda entre Chalamet e Zendaya como protagonistas românticos. Além disso, apesar de avançar significativamente na história, o filme deixa algumas questões em aberto, sugerindo uma inevitável terceira parte.

Duna: Parte Dois é uma obra-prima do cinema contemporâneo, uma realização monumental que combina uma narrativa fascinante, performances marcantes e uma produção visualmente deslumbrante. Denis Villeneuve mais uma vez prova seu talento como diretor, entregando uma experiência que transcende as expectativas e que deixa uma marca indelével na história do cinema.

Nota: 5.0/5.0 

21/02/2024

CRÍTICA | O Jogo da Morte


O Jogo da Morte" é um filme de terror que mergulha nas profundezas perturbadoras do jogo real conhecido como Baleia Azul, que chocou o mundo em 2017. Embora o filme tenha sido uma grata surpresa, superando as expectativas, ele não é para os espectadores que buscam um típico terror cheio de sustos. Em vez disso, ele oferece uma abordagem mais sutil e psicológica, deixando o espectador tenso e intrigado ao longo de seus 90 minutos de duração.

Uma das principais características de "O Jogo da Morte" é o seu estilo found footage, o que adiciona uma camada extra de mistério e realismo à narrativa. Através desse estilo, somos imersos em um ambiente estranho e opressivo, onde acompanhamos a jornada da protagonista em sua busca por respostas sobre a morte misteriosa de sua irmã.


Ao longo do filme, somos apresentados a uma série de reviravoltas que gradualmente desvendam o mistério por trás dos eventos perturbadores que assolam a vida dos jovens envolvidos no jogo. No entanto, o filme não se apoia em sustos fáceis; em vez disso, seu foco está na construção de um lore complexo em torno do tema sombrio do suicídio e das manipulações virtuais que o rodeiam.

Uma das críticas ao filme reside na sua fotografia, que, devido à adoção do estilo found footage, pode ser um tanto confusa em certos momentos, especialmente durante cenas em movimento. Isso pode prejudicar o entendimento de algumas sequências e diminuir a imersão do espectador na história.

Outro ponto a ser destacado é a utilização frequente de cenas que mostram telas de computador com conversas de chat de redes sociais. Embora essa abordagem adicione um elemento contemporâneo à narrativa, ela também pode exigir que o espectador esteja constantemente atento à leitura das mensagens exibidas. Infelizmente, algumas traduções não são totalmente precisas, o que pode resultar em algumas mensagens perdendo seu impacto ou sentido.


No entanto, a trama densa e provocativa de "O Jogo da Morte" é seu ponto forte. Aborda questões profundas sobre a influência da internet na vida dos jovens, explorando temas delicados como bullying, violência virtual e, principalmente, o suicídio. É uma reflexão pertinente sobre os perigos ocultos das interações online e como elas podem afetar a saúde mental dos adolescentes.

O Jogo da Morte" é um filme que merece ser visto por sua abordagem corajosa e provocativa de um tema tão relevante nos dias de hoje. Apesar de algumas falhas técnicas, sua trama envolvente e atmosfera misteriosa garantem uma experiência cinematográfica intrigante e memorável.

Nota: 4.0/5.0

CRÍTICA | FERRARI


"Ferrari", dirigido por Michael Mann e estrelado por Adam Driver, é uma cinebiografia que mergulha profundamente na vida do icônico empresário italiano Enzo Ferrari e na ascensão da lendária marca de carros esportivos. O filme apresenta uma narrativa envolvente que equilibra habilmente os aspectos pessoais e profissionais da vida de Ferrari, oferecendo uma visão multifacetada de um homem cujo legado transcendeu as fronteiras da indústria automotiva.

Adam Driver entrega uma performance excepcional como Enzo Ferrari, capturando com precisão a complexidade do personagem - desde sua determinação implacável até suas imperfeições e relacionamentos tumultuados. A dinâmica entre Driver e o elenco de apoio, incluindo Shailene Woodley como a amante Lina Lardi e Penélope Cruz como a esposa Laura, é cativante e emotiva, adicionando camadas adicionais à narrativa.


Mann habilmente recria o cenário da Itália dos anos 1950, especialmente durante a emocionante corrida de Mille Miglia, capturando não apenas a velocidade e a adrenalina das corridas, mas também a atmosfera vibrante e caótica da época. As sequências de corrida são visualmente impressionantes e energeticamente coreografadas, destacando-se como alguns dos momentos mais emocionantes do filme.

Além disso, "Ferrari" não se limita a ser uma simples narrativa histórica; ele explora temas mais profundos, como a obsessão pela velocidade, as complexidades dos relacionamentos familiares e as consequências do sucesso a todo custo. A trama habilmente entrelaça esses elementos, criando uma narrativa envolvente e emocionalmente ressonante.


No entanto, o filme não está isento de falhas. Alguns aspectos da história podem parecer previsíveis ou clichês, e certos personagens e subtramas poderiam ter sido mais desenvolvidos. Além disso, enquanto Adam Driver oferece uma performance memorável, o sotaque italiano adotado por ele pode parecer inconsistente em algumas cenas.

"Ferrari" é uma cinebiografia envolvente e visualmente deslumbrante que oferece uma visão fascinante da vida e do legado de Enzo Ferrari. Com performances poderosas, direção habilidosa e sequências de corrida emocionantes, o filme é uma homenagem adequada a um dos ícones mais influentes da indústria automotiva.

Nota: 4.0/5.0

08/02/2024

CRÍTICA | Bob Marley: One Love


Bob Marley: One Love é um filme biográfico que busca contar a história do lendário ícone do reggae, Bob Marley. Sob a direção de Reinaldo Marcus Green, o filme se propõe a retratar não apenas a ascensão meteórica de Marley à fama global, mas também as complexidades de sua vida pessoal e o impacto cultural e político de sua música.

No entanto, ao assistir ao filme, fica evidente que a expectativa em relação à narrativa biográfica de Bob Marley supera o resultado entregue. A linha do tempo da história de Marley é reduzida a um ritmo acelerado, deixando passar rapidamente por partes importantes de sua vida enquanto dá destaque a momentos menos relevantes. A ausência de uma exploração mais aprofundada de aspectos cruciais da vida de Marley, como sua infância, sua jornada espiritual e sua influência no movimento rastafári, deixa o espectador com uma sensação de incompletude e superficialidade.


Apesar dessas falhas na narrativa, é inegável que Bob Marley: One Love possui seus méritos. O filme é bem produzido, com uma cinematografia vibrante que captura a atmosfera única da Jamaica e a energia contagiante dos shows de Marley. Além disso, o elenco entrega performances sólidas, com Kingsley Ben-Adir incorporando de forma convincente a presença carismática e a mensagem poderosa de Marley.

O ponto alto do filme é a autenticidade com que retrata alguns momentos-chave da vida de Marley. Desde seus primeiros dias como músico até sua luta contra a violência política em sua terra natal, Bob Marley: One Love oferece vislumbres genuínos da personalidade complexa e multifacetada do artista. No entanto, esses momentos autênticos são frequentemente eclipsados pela superficialidade da narrativa.

Bob Marley: One Love é uma jornada incompleta. Embora seja bem produzido e contenha momentos de autenticidade, o filme falha em oferecer uma exploração satisfatória da vida e do legado de Bob Marley. Os fãs dedicados do músico podem encontrar algum valor nesta representação cinematográfica, mas para aqueles que esperavam uma análise mais profunda e abrangente, Bob Marley: One Love deixa a desejar.

07/02/2024

CRÍTICA | A COR PÚPURA


O romance "A Cor Púrpura" de Alice Walker, publicado em 1982, já foi objeto de adaptações apreciadas, desde o filme indicado ao Oscar dirigido por Steven Spielberg até o musical da Broadway que estreou em 2005. O novo filme de Blitz Bazawule combina os melhores aspectos de cada forma distinta, criando um híbrido impressionante que mescla a imaginação da escrita com a energia estrondosa da performance musical no teatro.

A narrativa de "A Cor Púrpura” gira em torno de Celie, interpretada na juventude por Phylicia Pearl Mpasi e na idade adulta por Fantasia Barrino. Na infância, Celie e sua irmã Nettie, representada por Halle Bailey, desfrutaram de momentos na praia, compartilhando confidências e canções. No entanto, suas vidas eram dominadas pela presença de um “suposto” pai abusivo. Grávida pela segunda vez, Celie enfrenta a venda de seus filhos pelo pai e, posteriormente, é leiloada como esposa para o personagem de nome “Mister”, interpretado por Colman Domingo. O que ela encontra com Mister não é uma fuga, mas uma transição de uma família violenta para outra.


Quando Nettie foge após tentativas de violência sexual tanto por parte de seu pai quanto por parte de Mister, as irmãs perdem contato, deixando Celie sozinha para enfrentar décadas de sofrimento desanimadoras. Seu marido abusivo, apaixonado por outra mulher chamada Shug Avery interpretada por Taraji P. Henson, uma cantora de blues itinerante, contribui para a solidão de Celie. O filme explora as complexidades das relações de Celie com Shug e Sofia, que é interpretada por Danielle Brooks, sua nora corajosa.

As performances em "A Cor Púrpura" são fundamentais para o sucesso do filme. Tanto Mpasi quanto Barrino, estreantes no cinema, destacam-se na personificação de Celie, exibindo as reflexões e hesitações da personagem, assim como sua resiliência ferida. A química entre Mpasi e Bailey é notável, transmitindo um vínculo genuíno que ressoa, apesar da ausência de Nettie na tela.

Barrino, como Celie na idade adulta, mantém uma ingenuidade infantil em sua atuação, indicando habilmente a evolução reprimida causada pelos homens tirânicos em sua vida. Brooks, indicada ao Tony por suas atuações no palco, destaca-se no filme, oferecendo uma performance cativante e emocionalmente rica como Sofia.


Contudo, a atuação exagerada de Taraji P. Henson como Shug é um ponto fraco em "A Cor Púrpura". Em contraste com o elenco autêntico, sua representação destoa, especialmente considerando a natureza vibrante da personagem. Shug, como uma diva autoconfiante, exige carisma inabalável e profundidade de desempenho, aspectos que ela não alcança.

Ao abranger um extenso período de tempo, a seleção cuidadosa de destaques e eventos biográficos da vida de Celie é crucial. No entanto, o filme às vezes se desvia para caminhos menos interessantes, concentrando-se demais em Shug e perdendo o ritmo. Alguns números musicais parecem dispensáveis, mas a maioria triunfa ao expressar emoções intensas.

"A Cor Púrpura" oferece um retrato brilhante e emocionante da vida de uma mulher preta, marcada pelas adversidades da feminilidade negra. No meio das probabilidades esmagadoras, o verdadeiro impacto do filme é a sororidade e solidariedade da irmandade negra, familiar ou não. É um testemunho de resiliência, perseverança e maturidade ao longo das décadas, emergindo como a mais recente interpretação de uma história impecável.

05/02/2024

CRÍTICA | Masha e o Urso nos cinemas: Diversão em Dobro


Masha e o Urso, a tão aguardada aventura baseada na amada série animada, chega aos cinemas com uma explosão de diversão, travessuras hilárias e lições valiosas para os pequenos espectadores. 

Dividido em várias mini aventuras, o filme nos leva a um mundo encantado onde Masha, uma menininha travessa e cheia de energia, e seu amigo Urso, um urso amigável e paciente, embarcam em uma jornada repleta de risos e aprendizados. Desde um casamento até uma aventura natalina com os Doze Meses, cada episódio cativa com sua simplicidade e ensinamentos. 


A primeira aventura nos ensina sobre a importância do trabalho árduo e da persistência na realização de nossos sonhos. Enquanto Urso busca realizar seu desejo de comprar um barco, ele e Masha nos mostram que nada vem sem esforço, ensinando às crianças a valiosa lição de que o sucesso requer trabalho duro. 

Em seguida, somos levados a uma aventura que transcende a imaginação infantil, mostrando como a criatividade pode transformar objetos simples em aventuras extraordinárias. A mensagem de pensar fora da caixa ressoa tanto com crianças quanto com adultos, relembrando a todos a magia da infância. 

A terceira aventura equilibra a doçura dos doces com a importância do exercício físico, promovendo um estilo de vida saudável de maneira divertida e acessível para as crianças. 

A quarta aventura nos encanta com truques de mágica e ilusões, enquanto Masha e Urso embarcam em uma jornada ao lado de um tigre mágico de verdade. A magia do cinema ganha vida, deixando os pequenos espectadores maravilhados com as habilidades mágicas dos personagens. 


Por fim, a quinta aventura nos leva a uma jornada pelas quatro estações, apresentando cada uma como um guardião com o nome de um dos meses do ano. Essa abordagem criativa e educativa ensina às crianças sobre as mudanças sazonais de uma maneira bem diferente.

Além das cativantes histórias e valiosas lições, Masha e o Urso também apresenta uma animação simples e eficaz. As cenas são desenhadas de forma atraente, com traços claros e movimentos fluidos que mantêm o público envolvido na história. A simplicidade da animação não compromete a qualidade visual do filme, pelo contrário, contribui para uma experiência visualmente agradável que complementa perfeitamente as aventuras de Masha e Urso. 

Masha e o Urso é uma experiência divertida que combina humor, aventura e valiosas lições de vida para os pequenos espectadores. Com sua abordagem leve e repleta de ensinamentos, este filme é uma excelente opção para entreter e educar as crianças de todas as idades. Prepare-se para rir, aprender e se encantar com as travessuras de Masha e seu amigo Urso.

01/02/2024

Crítica | Argylle - O Superespião


"Argylle - O Superespião" chega aos cinemas como uma intrigante mescla de comédia, ação e suspense que cativa o espectador do início ao fim. Dirigido por Matthew Vaughn, conhecido por sua habilidade em criar narrativas envolventes, o filme é baseado na obra homônima de Elly Conway e apresenta uma trama que brinca de uma forma super interessante com a fronteira entre realidade e ficção. 

Desde o início, o filme estabelece um jogo de "ilusões" e surpresas, mantendo o público constantemente intrigado sobre o que é verdadeiro e o que é fictício. Esta artimanha narrativa é uma das grandes forças do filme, mantendo o espectador engajado ao longo das 2 horas e 20 minutos de duração. Vaughn utiliza sua experiência anterior em Kingsman para criar cenas de ação coreografadas com maestria e um timing perfeito, mantendo o ritmo frenético que a trama pede. 


Um dos destaques de "Argylle" é sua fotografia cuidadosamente trabalhada. Os closes nos rostos dos personagens contribuem para uma sensação de claustrofobia, intensificando a confusão do espectador em relação à realidade da trama. Conforme a história avança, os planos se abrem, revelando mais do ambiente ao redor e permitindo que o público vislumbre pouco a pouco a verdade por trás da ficção. 

O elenco entrega performances sólidas, com destaque para Bryce Dallas Howard no papel de Elly, uma personagem complexa que oscila entre a desconfiança e a determinação. O gato Alfie também merece menção especial, desempenhando um papel carismático e importante na trama. No entanto, é preciso mencionar que o excesso de plot twists pode se tornar cansativo para alguns espectadores, embora contribua para manter a imprevisibilidade da narrativa. 

A estética do filme é outro ponto forte, com cores vibrantes que ressaltam a fotografia e um figurino detalhado que complementa os diversos cenários e cidades onde a história se desenrola. No entanto, é importante ressaltar que alguns dos grandes nomes do elenco têm participações mínimas, Dua Lipa por exemplo deve aparecer por 3 minutos no máximo, o que pode decepcionar alguns espectadores. A comédia presente ao longo do filme é simples e bem executada, equilibrando o exagero dos plot twists e garantindo momentos de diversão para o público. 


Não podemos deixar a trilha sonora marcante de lado, mais uma vez Vaughn mostra que tem bom gosto e incorpora de forma única a música "Now and Then" dos Beatles ao filme. A maneira como a música é integrada à narrativa não só adiciona profundidade às cenas, mas também apresenta a icônica canção a uma nova geração de espectadores, enriquecendo ainda mais o filme.

"Argylle - O Superespião" cumpre com maestria o que promete. É divertido, peculiar e cheio de ação exagerada, do jeito que a gente gosta. Com uma abordagem moderna e uma trama envolvente, é um filme que certamente agradará os fãs do gênero. 

PS: TEM CENA PÓS CREDITOS, QUEM É FÃ DE KINGSMAN VAI AMAR!

Nota: 4.5/5.0