31/05/2024

Novo Astro Bot chega ao PS5 ainda em 2024


No final da State of play a sony revelou um novo jogo do Astro Bot que chega ainda este ano em setembro.O carismatico robozinho da sony, finalmente recebera um jogo só seu.

O jogo que será lançado para PlayStation no dia 6 de setembro de 2024 é um título de plataforma (sem VR), marcando uma diferença em relação à sua primeira aparição no PSVR, onde os jogadores conheceram o carismático novo mascote do PlayStation.

Este novo jogo contará com 80 fases repletas de referências, distribuídas por seis galáxias. Segundo a notícia divulgada à imprensa, o protagonista, Astro, irá em busca de seus companheiros por todas as galáxias. No vídeo de revelação, vemos Astro enfrentando diversos chefes, como pássaros, serpentes e gorilas gigantes, além de explorar muitos níveis repletos de personagens icônicos do PlayStation, como Nathan Drake de Uncharted, Kratos de God of War e muitos outros – o dobro do que foi visto em Astro’s Playroom.

Além disso, o robozinho terá 15 novas habilidades, todas utilizando os recursos do DualSense. Por fim,  divulgaram que o jogo terá mais de 70 tipos de inimigos e muitos biomas diferentes, como florestas, praias, vulcões e outros cenários únicos.


30/05/2024

Crítica | Bandida a número 1

"Bandida - A Número Um" é uma obra-prima do cinema nacional que mergulha nas entranhas da criminalidade do Rio de Janeiro da década de 80. Dirigido com maestria por João Wainer, conhecido por seus trabalhos impactantes como "A Jaula" e "Pixo", o filme nos leva a uma jornada intensa e emocionante através dos olhos de Rebeca, uma mulher marcada pela violência desde a infância.

A trama é habilmente construída, começando com a venda de Rebeca pela própria avó para o homem que comandava a Rocinha, e avançando para os anos em que ela se torna viúva do traficante-chefe. Nesse cenário de constantes disputas de território entre bicheiros e traficantes, Rebeca é forçada a assumir o controle da comunidade, desencadeando uma espiral de crime, violência e amor.

O que mais impressiona em "Bandida - A Número Um" é o ritmo alucinante que mantém a adrenalina do espectador em alta do início ao fim. A cada cena, somos levados mais fundo no submundo do crime, com reviravoltas surpreendentes e confrontos explosivos. A direção de João Wainer é impecável, capturando a essência crua e visceral das favelas cariocas, enquanto nos envolve em uma história cativante e repleta de emoção.

Além disso, o elenco entrega performances fenomenais, com destaque para Maria Bomani no papel de Rebeca. Sua interpretação é arrebatadora, transmitindo toda a complexidade e vulnerabilidade da personagem, ao mesmo tempo em que exala força e determinação. O apoio do elenco coadjuvante também é notável, contribuindo para a autenticidade e profundidade do filme.

A ambientação é outro ponto forte de "Bandida - A Número Um". O Rio de Janeiro da década de 80 é recriado de forma vívida e realista, transportando o espectador para as ruas sujas e perigosas das favelas, onde o perigo espreita a cada esquina. A fotografia e a trilha sonora complementam perfeitamente a atmosfera sombria e frenética do filme, acrescentando camadas adicionais de tensão e emoção.

No entanto, mais do que apenas um mergulho na criminalidade, "Bandida - A Número Um" é também uma história de superação e redenção. É a jornada de uma mulher que, apesar de todas as adversidades, encontra força dentro de si mesma para lutar pelo que acredita e proteger aqueles que ama. É um filme que nos faz refletir sobre as escolhas que fazemos e as consequências que enfrentamos, mas também sobre a capacidade humana de encontrar esperança mesmo nos lugares mais sombrios.

"Bandida - A Número Um" é uma experiência cinematográfica inesquecível. Com sua história envolvente, performances marcantes e ambientação autêntica, o filme se destaca como uma das melhores produções do cinema nacional recente.

29/05/2024

Crítica | Os Estranhos: Capítulo 1


"Os Estranhos: Capítulo 1", dirigido por Renny Harlin, conhecido por clássicos como "Duro de Matar 2", mergulha o público em uma experiência de terror repleta de suspense e perseguição. A trama acompanha Maya (Madelaine Petsch) e seu namorado Ryan (Froy Gutierrez), que, em busca de um novo começo no noroeste do Pacífico, se veem presos em um pesadelo quando seu carro quebra e eles são obrigados a passar a noite em um Airbnb isolado. O que parecia uma simples adversidade transforma-se em um verdadeiro inferno quando três estranhos mascarados os atacam, iniciando um jogo mortal de perseguição.

A premissa do filme é um clássico do gênero: isolamento, desconhecidos ameaçadores e a luta desesperada pela sobrevivência. Harlin demonstra sua habilidade em criar uma atmosfera tensa e opressiva, utilizando a floresta e a casa isolada para maximizar o sentimento de vulnerabilidade e medo dos protagonistas. As cenas de perseguição são bem coreografadas, e o suspense é mantido de forma eficaz, fazendo o público ficar na ponta da cadeira.

No entanto, "Os Estranhos: Capítulo 1" sofre de uma série de clichês que impedem o filme de se destacar verdadeiramente dentro do gênero de terror. O enredo é bastante previsível, seguindo uma fórmula que já foi vista inúmeras vezes. Os personagens tomam decisões questionáveis típicas de filmes de terror, e a presença dos antagonistas mascarados não oferece nenhuma novidade significativa. A motivação dos atacantes permanece obscura, deixando muitas perguntas sem resposta, o que pode ser frustrante para alguns espectadores.


A cinematografia é eficaz em criar uma atmosfera claustrofóbica e inquietante, com um bom uso da iluminação e dos ângulos de câmera para aumentar a tensão. A trilha sonora complementa bem as cenas de suspense, sem se tornar intrusiva.

Apesar de suas falhas, "Os Estranhos: Capítulo 1" consegue cumprir seu objetivo de gerar suspense e medo. Para os aficionados por filmes de terror, especialmente aqueles que apreciam uma boa dose de perseguição e tensão, o filme oferece um entretenimento satisfatório. No entanto, aqueles que buscam inovação ou uma história mais profunda podem se sentir decepcionados. O filme deixa muitas pontas soltas e perguntas não respondidas, o que pode ser intencional para manter o interesse nos próximos capítulos. Resta saber se as sequências conseguirão abordar essas questões e trazer algo novo para a mesa.

"Os Estranhos: Capítulo 1" é um filme de terror competente, que utiliza bem os elementos clássicos do gênero para criar uma experiência tensa e assustadora. Embora seja cheio de clichês e jumpscares previsíveis, é um prato cheio para os fãs de terror que apreciam uma boa dose de suspense e perseguição.

Nota: 3.0/5.0

Critica | Imaculada


"Imaculada", dirigido por Michael Mohan, mergulha o espectador em um terror psicológico complexo e perturbador, transcendendo as expectativas tradicionais do gênero. Estrelado por Sydney Sweeney, o filme narra a história de Cecilia, uma jovem religiosa americana que se muda para um convento isolado na zona rural italiana. O que começa como uma jornada espiritual em busca de tranquilidade e devoção rapidamente se transforma em um pesadelo sombrio, repleto de mistérios e horrores.

Desde os primeiros momentos, "Imaculada" se distingue pela sua atmosfera inquietante. A cinematografia aproveita ao máximo o cenário pitoresco do convento italiano, combinando a beleza serena da paisagem com uma sensação crescente de ameaça. Mohan demonstra um domínio hábil na construção de uma tensão constante, utilizando tanto os espaços abertos quanto os claustrofóbicos corredores do convento para intensificar a sensação de isolamento e vulnerabilidade de Cecilia.

Sydney Sweeney, que não só protagoniza mas também produz o longa, entrega uma performance impressionante e multifacetada. Sua interpretação de Cecilia é convincente e cheia de nuances, capturando perfeitamente a evolução da personagem de uma jovem devota e esperançosa para uma figura aterrorizada e determinada a desvendar os segredos sombrios do convento. A presença constante de Sweeney na tela é um dos pontos altos do filme, mantendo o público engajado e investido em seu destino.


O roteiro de "Imaculada" se revela um suspense psicológico com toques de gore, desafiando as convenções de um terror típico. A narrativa é rica e desenvolta, equilibrando momentos de introspecção com cenas de choque que exploram a tênue linha entre realidade e pesadelo. O filme utiliza visões assustadoras e eventos inexplicáveis para criar uma sensação de desconforto e paranoia, mantendo os espectadores na beira de seus assentos.

Contudo, "Imaculada" não escapa de alguns clichês do gênero. A sonoplastia, por exemplo, é frequentemente utilizada para induzir jumpscares, uma técnica já bastante desgastada. Embora esses momentos consigam assustar, eles às vezes parecem forçados e previsíveis, diminuindo a sutileza do terror psicológico que o filme tenta construir. Apesar disso, a ambientação sonora no restante do filme é eficaz, contribuindo para a atmosfera opressiva e sinistra que permeia a história.

O ponto mais intrigante do filme é a reviravolta central: a misteriosa gravidez de Cecilia. Este elemento adiciona uma camada de complexidade à trama, explorando temas de pureza, pecado e controle. À medida que Cecilia tenta entender a origem de sua condição e a verdadeira natureza do convento, o filme provoca reflexões sobre fé, poder e vulnerabilidade.


O filme consegue criar um espetáculo macabro que vai além dos sustos superficiais, oferecendo uma experiência mais profunda e perturbadora. É um lembrete de que o verdadeiro terror pode estar enraizado nas inseguranças e nos segredos humanos, e não apenas nos monstros e fantasmas. Com uma atuação magistral de Sydney Sweeney e uma direção habilidosa de Michael Mohan, "Imaculada" é um filme que merece ser visto e apreciado por aqueles que procuram um terror psicológico complexo e bem executado.

"Imaculada" é um filme que desafia as expectativas, misturando horror psicológico com elementos de gore e suspense. A narrativa intrigante, a performance destacada de Sweeney e a atmosfera envolvente fazem do filme um destaque do gênero, apesar de alguns clichês previsíveis. É um filme que permanece com o espectador, questionando os limites entre o sagrado e o profano, a realidade e o pesadelo.

26/05/2024

Crítica | Grande Sertão


"Grande Sertão", dirigido por Guel Arraes, é uma adaptação audaciosa e inovadora do clássico romance "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa. Transportando a narrativa do sertão para a periferia urbana, o filme mergulha o espectador em um mundo distópico, onde a violência e a guerra são constantes, e as linhas entre o bem e o mal se tornam cada vez mais tênues.

O filme acompanha a trajetória de Riobaldo (Caio Blat), um jovem que se envolve com uma facção criminosa em um esforço para seguir Diadorim (Luisa Arraes), cuja identidade e a paixão que desperta nele são fontes de conflitos internos e dilemas existenciais. A história se desenrola em meio a uma intensa disputa entre policiais e bandidos, refletindo a realidade brutal das comunidades controladas pelo crime. 


Caio Blat oferece uma das melhores performances de sua carreira, trazendo à vida um Riobaldo complexamente humano, dividido entre o amor e a moralidade. Sua interpretação é intensa e cativante, mantendo o público envolvido em sua jornada tumultuada. Luisa Arraes, como Diadorim, também entrega uma atuação poderosa, cheia de nuances, que intensifica o mistério e a profundidade emocional do personagem. Rodrigo Lombardi e Eduardo Sterblitch completam o elenco com performances igualmente marcantes, contribuindo para a construção de um universo realista e brutal. Cada personagem é cuidadosamente delineado, refletindo as muitas faces da violência e da sobrevivência em um ambiente hostil.

A direção de Guel Arraes é um dos grandes trunfos do filme. Arraes consegue prender a atenção do público do início ao fim, com uma narrativa bem construída que equilibra ação, drama e introspecção. A estética do filme é impressionante, criando uma versão futurista e distópica das comunidades brasileiras. A fotografia é excepcional, com cenas que capturam tanto a beleza quanto a brutalidade do ambiente urbano.


"Grande Sertão" não é apenas uma adaptação de um clássico literário; é uma releitura que dialoga com os dilemas éticos e morais contemporâneos. A transposição do universo dos jagunços do sertão para o mundo das organizações criminosas urbanas traz uma nova camada de relevância à narrativa, explorando questões de poder, violência e sobrevivência em um contexto atual. A paixão de Riobaldo por Diadorim e sua luta interna entre o amor e a moralidade refletem dilemas universais, tornando o filme acessível e significativo para uma ampla audiência. Além disso, a intensa disputa entre policiais e bandidos retratada no filme evoca comparações inevitáveis com "Tropa de Elite", sugerindo que "Grande Sertão" tem o potencial de se tornar um marco no cinema nacional.

"Grande Sertão" é uma obra de arte cinematográfica que desafia convenções e oferece uma experiência emocionalmente intensa e intelectualmente estimulante. Com atuações magnéticas, uma direção brilhante e uma estética visualmente deslumbrante, o filme é uma releitura poderosa de um clássico da literatura brasileira, adaptado de forma a ressoar profundamente com as realidades contemporâneas. É um filme que promete deixar uma marca duradoura no público e no panorama do cinema nacional.

Nota: 5.0/5.0

Crítica | Mallandro, O Errado Que Deu Certo


Mallandro, O Errado Que Deu Certo chega aos cinemas no dia 13 de junho de 2024, prometendo uma viagem nostálgica e emotiva pelos altos e baixos da carreira do icônico comediante brasileiro. O filme se destaca pela estrutura dividida, metade comédia e metade drama, proporcionando ao público tanto risadas garantidas quanto momentos de reflexão.

Comédia em Sua Essência
Na primeira metade do filme, somos presenteados com Sérgio Mallandro em sua forma mais pura e conhecida. As pegadinhas clássicas, os bordões icônicos e o humor escrachado que o tornaram um nome familiar na televisão brasileira estão todos presentes. Essa parte do filme é uma verdadeira celebração de sua carreira, repleta de situações engraçadas que remetem aos programas de TV que marcaram época. Para os fãs de longa data, é um deleite ver Mallandro se envolver em novas confusões, mantendo o espírito das "Portas dos Desesperados" e suas famosas "pegadinhas". As participações especiais de Xuxa e Zico, embora breves, são momentos altos que arrancam gargalhadas e trazem uma onda de nostalgia.


Transição para o Drama
A segunda metade do filme, no entanto, assume um tom mais sério e introspectivo. Aqui, o roteiro se arrisca ao mostrar um Mallandro em crise, incapaz de usar seus famosos bordões, uma metáfora brilhante que sublinha a necessidade de reinvenção do artista. Esta parte do filme tenta ir além do riso fácil, explorando a vulnerabilidade de um comediante que precisa se adaptar aos novos tempos e encontrar seu lugar no mundo moderno.

Embora essa transição seja corajosa, o drama acaba por ser menos realista e um pouco mais ficcional, o que pode não agradar a todos. As situações são menos críveis, e o tom muda drasticamente, o que pode causar uma certa desconexão para quem esperava uma comédia do início ao fim. No entanto, não é de todo ruim. O filme consegue transmitir a mensagem de que Mallandro é mais do que seus bordões e pegadinhas, mostrando um lado mais humano e complexo do comediante.

Nostalgia e Trilha Sonora
A trilha sonora merece um destaque especial, com clássicos como "Lua de Cristal" e "Metal Glu Glu", que se encaixam perfeitamente no contexto do filme, reforçando a ligação emocional com o público. Essas músicas não apenas complementam as cenas, mas também transportam os espectadores de volta aos tempos áureos da TV brasileira.


O Errado Que Deu Certo

O Filme é uma homenagem sincera e divertida a um dos comediantes mais carismáticos do Brasil. Para aqueles que cresceram assistindo suas travessuras na televisão, o filme é um prato cheio de nostalgia e boas lembranças. Para os novos espectadores, oferece uma introdução à carreira de Mallandro, embora a apreciação completa possa depender do conhecimento prévio de sua trajetória.

A parte cômica é um sucesso absoluto, capturando a essência do humor de Mallandro. Já o drama, apesar de menos impactante, cumpre seu papel ao humanizar o comediante e mostrar sua luta pela relevância em um mundo em constante mudança. Em suma, é um filme que vale a pena assistir, especialmente para os fãs que têm acompanhado Mallandro ao longo dos anos.

Por fim, Mallandro, O Errado Que Deu Certo é uma combinação equilibrada de risos e emoção, que celebra a carreira de um ícone enquanto explora os desafios da reinvenção pessoal e profissional.

Nota: 3.5/5.0

23/05/2024

CRÍTICA | FURIOSA

"Furiosa: Uma Saga Mad Max" apresenta-se como uma ambiciosa expansão do universo pós-apocalíptico criado por George Miller. Com uma duração extensa de 2 horas e 28 minutos, o filme oferece uma narrativa detalhada e episódica, focando na origem da Imperatriz Furiosa, explorada em cinco capítulos que se desenrolam ao longo de 15 anos antes dos eventos de "Mad Max: Fury Road".

Uma das principais qualidades de "Furiosa" é a profundidade da construção do mundo. Miller demonstra um compromisso impressionante em enriquecer o universo de "Mad Max", oferecendo uma nova perspectiva e um contexto histórico mais profundo para a personagem de Furiosa. Esta abordagem oferece uma camada adicional de complexidade à saga, permitindo aos fãs um mergulho mais profundo no lore da série.

As performances de Ayla Browne e Anya Taylor-Joy, que interpretam Furiosa em diferentes fases de sua vida, são dignas de destaque. Taylor-Joy, em particular, traz uma intensidade e vulnerabilidade à personagem, ajudando a ancorar a narrativa emocionalmente. A caracterização das atrizes como Furiosa é tão bem feita que, em um certo momento de transição de uma para a outra, a mudança é quase imperceptível.

Embora Anya Taylor-Joy seja um destaque, é Chris Hemsworth que realmente rouba a cena como Dementus. Sempre que aparece, Dementus traz uma presença vilanesca cômica, com frases de efeito e o empoderamento que um grande antagonista necessita. Em contraste, Lachy Hulme apresenta um Immortan Joe mais tímido e reservado em comparação com o Immortan Joe  icônico do filme anterior.

A mudança de enfoque para uma narrativa mais fragmentada e episódica pode ser vista como um ponto fraco. Os fãs que esperam a frenética ação característica de "Mad Max: Fury Road" podem encontrar um ritmo mais pausado e uma estrutura episódica desanimadora. A ausência de uma ação contínua e visceral, que é o que a maioria das pessoas esperam, pode deixar alguns espectadores desapontados.


Outro aspecto que pode desapontar os fãs de "Fury Road" é a trilha sonora. Apesar de ajudar a criar a atmosfera do filme, ela não possui a presença impactante que as cenas de ação demandam. A sonoplastia, que se destacava quase como um personagem independente no universo de "Fury Road", é relegada a um papel secundário em "Furiosa".

Por outro lado, a fotografia do filme é deslumbrante. Miller continua a utilizar o cenário desértico de maneira magistral, com imagens de tirar o fôlego que capturam a desolação e a beleza crua de um mundo pós-apocalíptico. A cinematografia consegue equilibrar momentos de quietude com explosões de ação, criando mais uma vez um visual intrigante.

Em sua ambiciosa expansão do universo pós-apocalíptico de "Mad Max", "Furiosa: Uma Saga Mad Max" oferece uma narrativa detalhada e emocionante, explorando a origem da Imperatriz Furiosa ao longo de 15 anos em cinco capítulos distintos. Embora possa desapontar alguns fãs com sua abordagem episódica e uma trilha sonora menos impactante, o filme compensa com performances cativantes, uma construção de mundo impressionante e uma cinematografia deslumbrante, mantendo-se fiel ao estilo visual marcante de George Miller.

Nota: 4.0/5.0

20/05/2024

Crítica | Fúria Primitiva

Fúria Primitiva, dirigido, produzido e estrelado por Dev Patel, é uma experiência cinematográfica ambiciosa que mergulha profundamente na interseção entre ação, religião, grupos sociais invisibilizados e política. Dev Patel, conhecido por sua versatilidade como ator, demonstra sua habilidade multifacetada ao assumir múltiplos papeis por trás das câmeras também, entregando uma obra que vai ficando densa em seu desenrolar e que é ao mesmo tempo apaixonante e desafiadora.

No centro da narrativa está 'Kid', um lutador sem nome vivido por Patel, cuja vida é uma bagunça bem perigosa entre violência, vingança e redenção. Enquanto ele se envolve em uma série de combates brutais e sangrentos por dinheiro, sua jornada pessoal o leva a confrontar figuras poderosas que moldaram seu destino.

Dev Patel domina o papel com uma presença incrível, utilizando seus olhos expressivos (marcantes em Lion e Quem Quer Ser um Milionário?) e seu preparo físico para transmitir a intensidade de seu personagem. Inspirado na lenda de Hanuman, o filme tece brilhantemente elementos de mitologia e religião em sua trama, adicionando uma camada de profundidade e complexidade à narrativa.

No entanto, onde "Fúria Primitiva" realmente brilha é em suas sequências de ação. Patel e sua equipe coreográfica criam momentos de pura adrenalina, com cenas que desafiam os limites da violência e da brutalidade cinematográfica chegando ao nível de John Wick. O resultado é uma experiência imersiva que te faz prender a respiração em vários momentos tensos mantendo os espectadores grudados em seus assentos.

Porém, apesar de suas conquistas e acertos, algumas das subtramas políticas podem parecer excessivas e pouco desenvolvidas, deixando os espectadores desejando uma exploração mais aprofundada desses temas. Além disso, os frequentes flashbacks podem interromper o ritmo da narrativa, pois não tem uma ordem cronológica, embora forneça profundidade sobre a jornada emocional do protagonista.

Fúria Primitiva é uma prova do talento e da ambição de Dev Patel como cineasta, um excelente ator que estreou grandiosos filmes. Sua capacidade de equilibrar temas complexos com sequências de ação emocionantes sugere um futuro promissor para o filme e para Patel como uma figura proeminente na indústria cinematográfica. Se ele continuar refinando sua narrativa e desenvolvendo seu estilo visual que já é muito bom, "Fúria Primitiva" e os futuros longas podem muito bem representar muitos sucessos em sua carreira.

Nota: 4.0/5.0

16/05/2024

Crítica | Morando com o Crush


"Morando com o Crush" é uma comédia romântica que mergulha de cabeça no universo adolescente, trazendo à tona os anseios, as emoções e os desafios dessa fase da vida de forma divertida e leve. Dirigido por Hsu Chien Hsin, o filme acompanha a história de Luana e Hugo, dois jovens colegas de escola que nutrem sentimentos um pelo outro, mas que têm dificuldade em expressá-los.

A história se desenrola de maneira previsível, seguindo a estrutura típica de uma novela teen. No entanto, isso não diminui o seu apelo para o público-alvo, composto principalmente por adolescentes entre 14 e 17 anos. O roteiro explora temas comuns dessa fase da vida, como mudanças, amizades, medos e aspirações, adicionando uma pitada de romance e humor ao mix.


A trama explora um lado lúdico ao retratar os sonhos e desejos adolescentes, especialmente o anseio de viver uma história de amor compartilhando o mesmo teto com o seu crush. No entanto, apesar da dinâmica entre Luana e Hugo ser divertida e leve, a química entre os dois em tela não é tão cativante. Talvez devido à sua juventude, ambos não conseguem transmitir de forma convincente a realidade de um casal adolescente.

Ao longo do filme, um dos personagens que se destaca é um "Faz Tudo", interpretado por Ed Gama, sua representação estereotipada dos trejeitos brasileiros, com sua habilidade de resolver qualquer problema desde consertar uma torneira até celebrar um casamento, adiciona uma camada de humor essencial a narrativa. Sua participação é cheia de momentos que arrancam risadas, ainda que tímidas, do público.


Infelizmente o filme não traz inovações ao gênero, seguindo os clichês esperados desde a paixão inicial até os conflitos previsíveis que surgem no caminho, culminando em uma resolução reconfortante. A presença de um vilão que tenta atrapalhar o relacionamento do casal adiciona um elemento de drama, porém sua previsibilidade acaba por não surpreender.

"Morando com o Crush" é um filme que vai conquistar especialmente os adolescentes. Apesar de não trazer muitas novidades para outros públicos, e da falta de química dos protagonistas, ele consegue capturar os desejos e os dilemas da juventude. É daqueles filmes que vai fazer a galera adolescente se identificar e dar risada junto com as situações que todo mundo já passou ou sonhou em passar nessa fase da vida.

Nota: 2.5/5.0

Crítica | Back To Black


"Back to Black" é mais do que apenas um filme biográfico sobre a vida turbulenta e a carreira brilhante de Amy Winehouse. Dirigido por Sam Taylor-Johnson, conhecida por seu trabalho em "Cinquenta Tons de Cinza", o filme mergulha nas profundezas da alma musical de uma das artistas mais icônicas de sua geração. É uma celebração do talento inegável de Winehouse e uma rejeição à narrativa sensacionalista que muitas vezes obscureceu sua arte.

A narrativa do filme é bem construída, capturando os altos e baixos da vida de Winehouse, desde seus dias de juventude em Camden até o estrelato global e sua trágica morte aos 27 anos. Através dos olhos da cantora, somos levados a uma jornada íntima e emocional, explorando não apenas sua música, mas também os relacionamentos complexos que moldaram sua vida, especialmente seu vínculo com sua avó Cynthia Winehouse, uma figura central e reconfortante em meio ao caos de sua fama.


Obviamente, Marisa Abela tinha uma tarefa difícil, afinal, interpretar alguém tão icônico como Amy Winehouse é um desafio enorme, mas a atriz entrega uma atuação cativante e meticulosamente estudada. Todos os trejeitos distintivos da cantora estão presentes em sua interpretação, o que contribui significativamente para a imersão do público. Em vários momentos do filme, espectadores que acompanharam de perto o auge de Winehouse através dos jornais podem se pegar dizendo: 'Lembro bem disso', tamanho é o realismo e fidelidade da adaptação. Além disso, Jack O'Connell oferece uma interpretação convincente de Blake Fielder-Civil, destacando-se como o parceiro essencial para o enredo, desempenhando papéis de namorado, marido e ex-marido de uma forma quase "vilanesca" e essencial.

Um dos aspectos mais impressionantes do filme é a maneira como ele prioriza a música e sua construção. As poderosas interpretações vocais de Marisa Abela como Winehouse capturam a essência de suas canções de uma forma que é ao mesmo tempo autêntica e comovente. A cinematografia e o design do filme também são notáveis, destacando a moda dos anos 2000 e o estilo pin-up de Winehouse, enquanto as imagens refletidas em espelhos e janelas criam um efeito visual envolvente que nos imerge na mente da artista.


Apesar de um começo mais cadenciado e uma introdução de personagens mal estruturada, o filme se redime ao capturar a atenção do público no momento em que Amy encontra Blake. A partir desse ponto, somos envolvidos em uma narrativa que faz uso inteligente das icônicas músicas de Amy, permeadas por elementos de jazz e influências de grupos como The Shangri-Las. É evidente que uma cinebiografia sobre uma cantora não poderia falhar na escolha das músicas, e este filme se destaca nesse aspecto. Além disso, a diretora dá vida às letras de Amy sob um novo olhar, transformando-as em verdadeiros videoclipes que narram detalhadamente a vida da artista.

"Back to Black" é muito mais do que uma simples cinebiografia, é um retrato íntimo de uma das maiores vozes do mundo, que infelizmente nos deixou cedo demais. O filme mergulha nas profundezas da alma de Amy Winehouse, oferecendo uma jornada emocionalmente envolvente pelos altos e baixos de sua vida e carreira, e serve como um poderoso lembrete do extraordinário talento e da dolorosa vulnerabilidade de uma artista que deixou sua marca na história da música.

Nota:4.5/5.0


09/05/2024

Crítica | Planeta dos Macacos : O Reinado


"Planeta dos Macacos: O Reinado" é uma obra que se distancia da fórmula tradicional da franquia, mergulhando em territórios narrativos inexplorados. Em um contexto pós-César, o filme oferece uma visão distópica de um mundo onde os primatas evoluídos coexistem com humanos regressivos, refletindo não apenas sobre o legado de seu grande líder, mas também sobre a natureza humana e os desafios da convivência entre diferentes espécies.

O enredo se desenrola em torno do jovem macaco Noa, cuja jornada em busca de aprovação paterna se transforma em uma batalha pela liberdade de seu povo. Owen Teague traz profundidade e emoção ao personagem, destacando-se como um protagonista carismático e cativante. A inserção de uma jovem humana, Mae, interpretada por Freya Allan, adiciona uma dinâmica interessante, explorando temas de cooperação e compaixão além das fronteiras de espécie.


Kevin Durand entrega uma performance poderosa como Proximus Caesar, um líder macaco que distorce os ensinamentos de César em prol de seus próprios interesses. Sua tirania e brutalidade criam um antagonista convincente, cujas ações desencadeiam uma série de eventos que desafiam as noções de justiça e moralidade.

A direção de Wes Ball é complementada com primor pelos impressionantes efeitos visuais, que dão vida a um mundo repleto de detalhes e texturas. A representação dos macacos montados a cavalo e a ambientação da floresta são especialmente notáveis, adicionando ainda mais imersão à narrativa.


Mas se tem um ponto que aqui deixa a desejar  são as duas horas e meia de filme que se tornam um obstáculo para alguns espectadores, tornando certos momentos cansativos e prolongados. Além disso, algumas questões levantadas pelo enredo poderiam ter sido exploradas mais profundamente, deixando espaço para um desenvolvimento melhor de personagens e temas.

"Planeta dos Macacos: O Reinado" deixa claro que a franquia ainda tem um bom caminho pela frente, desafiando expectativas e oferecendo uma reflexão provocativa sobre poder, liderança e coexistência. Seu desfecho ambíguo deixa o espectador com perguntas pertinentes sobre o futuro desses mundos em conflito, abrindo espaço para novas explorações e possíveis desdobramentos na história. É um filme que merece ser visto não apenas pelos fãs da saga, mas por qualquer pessoa interessada em uma narrativa envolvente e provocativa.

Nota: 4.5/5.0

01/05/2024

Crítica | Garfield


Garfield: Fora de Casa" marca o retorno triunfante do querido gato laranja às telonas, trazendo consigo uma mistura de humor, emoção e nostalgia que certamente encantará fãs de todas as idades. Sob a direção de Mark Dindal, conhecido por seus trabalhos anteriores em animações como "O Galinho Chicken Little" e "A Nova Onda do Imperador", o filme revive com sucesso o espírito irreverente e preguiçoso de Garfield, ao mesmo tempo que adiciona novos elementos à sua jornada.

A história nos leva a uma aventura ao ar livre ao lado do recém descoberto pai de Garfield, Vic, dublado brilhantemente por Samuel L. Jackson, que traz seu estilo único e carismático para o personagem. Juntos, pai e filho se envolvem em um arriscado assalto para pagar uma dívida de Vic, levando a momentos hilários e emocionantes que fortalecem o vínculo entre eles.


Chris Pratt surpreende ao emprestar sua voz a Garfield, capturando perfeitamente a essência do felino sarcástico e amante de lasanha. Sua interpretação, aliada à habilidade de Jackson, proporciona uma dinâmica cativante entre os personagens.

A animação é deslumbrante, capturando fielmente o mundo dos quadrinhos de Jim Davis e dando vida aos personagens de forma incrível. A música de John Debney complementa perfeitamente o tom leve e descontraído do filme, contribuindo para uma experiência  bem imersiva.


Embora o filme apresente algumas lacunas na trama e possíveis desvios da personalidade típica de Garfield, seu ritmo rápido e divertido mantém o público envolvido do início ao fim. "Garfield: Fora de Casa" é um filme super bem-vindo ao mundo do gato mais famoso do mundo, repleta de humor, emoção e nostalgia.

"Garfield: Fora de Casa" é uma aventura emocionante que mistura comédia, diversão e aquela nostalgia gostosa de ver o nosso gato favorito nas telonas. Com um elenco de vozes incríveis, uma animação linda e uma história que aquece o coração da família toda, o filme é simplesmente imperdível! É tipo uma festa do Garfield, com momentos engraçados e emocionantes que vão ficar na memória de quem assistir. É diversão garantida para todo mundo, da criançada aos mais crescidinhos.

Nota: 4.5/5.0