06/08/2025

crítica | juntos

No amplo espectro de gênero do cinema, poucos temas se mostram tão férteis quanto os românticos. Juntos, longa de estreia de Michael Shanks, abraça esse território, que é ao mesmo tempo familiar e profundamente incômodo com uma inventividade que mistura terror, comédia e um olhar agudo sobre os limites da convivência a dois. O resultado é um filme que parte de uma premissa engenhosa para construir uma temática sangrenta e perturbadora da codependência afetiva, demonstrando como o amor pode ser, literalmente, um laço impossível de romper. 

Estrelado pelo casal da vida real Dave Franco e Alison Brie, o filme retrata Tim e Millie, um casal em uma crise silenciosa. Depois de anos juntos, os dois se mudam para uma cidade pequena onde Millie inicia um novo trabalho como professora, enquanto Tim continua sonhando com o sucesso como músico, embora sem muita iniciativa concreta. Desde o início, a dinâmica entre eles sugere um desequilíbrio afetivo. Millie assume a responsabilidade prática da relação, enquanto Tim flutua em sua insegurança e apatia. Esse descompasso, no entanto, nunca é abordado diretamente; em vez disso, ele se revela em pequenos gestos, pausas incômodas e silêncios reveladores. Shanks, com habilidade, mergulha nesse cotidiano esgarçado com um olhar atento, delineando um relacionamento que parece estável, mas que esconde rachaduras profundas. 

O ponto de virada acontece quando, durante uma caminhada, o casal cai em uma caverna subterrânea de visual reminiscente das obras de H.R. Giger e John Carpenter. Após passarem a noite no local, Tim, com sede extrema, bebe de um poço contaminado e, a partir daí, as coisas começam a se transformar e não apenas no nível psicológico. O casal acorda com seus corpos estranhamente grudados, e aos poucos, essa união se torna literal e grotesca. Membros se entrelaçam, ossos estalam, e a dependência emocional se manifesta em contorções físicas cada vez mais extremas. O horror do filme não é apenas visual: ele reside no simbolismo da fusão entre dois indivíduos que, incapazes de se distanciar emocionalmente, tornam-se reféns de seus próprios vínculos. 



Franco e Brie entregam atuações interessantes, explorando com intensidade tanto os aspectos dramáticos quanto os momentos mais absurdos da narrativa. A química entre eles é inegável, mas é justamente essa química que Shanks transforma em uma armadilha. Ao mesmo tempo em que os corpos se unem de maneira grotesca, as identidades se dissolvem, e a individualidade de cada um se esvai. A partir desse ponto, o filme avança como um experimento de gênero, misturando body horror com ação cômica e doses generosas de nonsense. As cenas de sexo se tornam desconfortáveis, os diálogos revelam verdades incômodas, e a tensão entre amor e repulsa atinge níveis físicos e emocionais devastadores. 

O roteiro evita a armadilha da pretensão intelectual, optando por um humor ácido e por uma linguagem cinematográfica acessível, ainda que visualmente arrojada. As referências a Cronenberg são claras, assim como a influência de The Thing, mas Shanks não se limita à citação. Ele utiliza esses elementos como trampolim para criar uma identidade própria, na qual o grotesco serve como metáfora para os dilemas emocionais de seus personagens. A trilha sonora e o design de som são usados com parcimônia e precisão, ampliando o desconforto sem recorrer ao susto fácil (o famoso jump scare). Há um cuidado estético evidente em cada quadro, que faz com que o horror se infiltre de maneira silenciosa, quase imperceptível, até se tornar inevitável. 


No entanto, Juntos não é um filme isento de falhas. O terceiro ato, embora ambicioso, se desequilibra ao tentar amarrar todas as pontas soltas da narrativa. Algumas explicações soam forçadas e há uma pressa em resolver os conflitos que contrasta com o ritmo mais contemplativo do início. Ainda assim, mesmo com essa conclusão menos refinada, o filme mantém seu impacto ao reafirmar sua tese central: a de que todo relacionamento íntimo exige concessões, mas quando essas concessões ultrapassam os limites da autonomia individual, o resultado pode ser monstruoso. 

Mais do que uma sátira sobre casais disfuncionais, Juntos é uma parábola sobre os perigos da fusão emocional, um lembrete de que o amor sem espaço para a individualidade pode se tornar sufocante. A metáfora da ligação física entre os protagonistas é explorada até suas últimas consequências, oferecendo ao espectador um espetáculo grotesco e fascinante, mas também uma reflexão profunda sobre o desejo de união e o medo da separação. 

Em uma era saturada de filmes de terror com metáforas elaboradas e propostas pretensiosas, Michael Shanks consegue o feito raro de equilibrar inteligência narrativa e entretenimento. Juntos é um filme que se diverte com sua própria loucura, sem jamais perder de vista o coração pulsante de sua história: o drama de dois seres humanos que, ao tentar salvar o amor que os une, descobrem que talvez seja o próprio amor que está os destruindo. A mensagem final é clara e inquietante, nem sempre estar junto é a melhor forma de permanecer inteiro.

crítica | a hora do mal


Com “A Hora do Mal”, Zach Cregger consolida-se como uma das vozes mais criativas e contundentes do terror contemporâneo. Após o sucesso surpreendente de Barbarian (2022), seu novo trabalho eleva o gênero a outro patamar, mesclando tensão, humor ácido e uma crítica social incisiva. O que poderia ser apenas mais um filme sobre desaparecimento de crianças em uma cidade pequena torna-se, pelas mãos de Cregger, uma meditação sombria sobre culpa coletiva, falência institucional e a fragilidade emocional das comunidades suburbanas dos Estados Unidos. 

O enredo parte de um mistério inquietante: em uma noite qualquer, quase vinte crianças de uma mesma sala de aula simplesmente abandonam suas casas e desaparecem. Sem pistas concretas, gravações de câmeras mostram apenas as crianças caminhando em silêncio com os braços estendidos como aviões desgovernados. Em meio à histeria coletiva, recai sobre a professora Justine Gandy, vivida pela excelente Julia Garner, o peso da desconfiança e do julgamento social. Com um passado conturbado e fragilidades pessoais latentes, ela se vê acuada pela mídia, pelos pais e por si mesma. Cregger constrói aqui uma personagem profundamente humana, imperfeita, emocionalmente devastada, mas movida por um amor genuíno por seus alunos. 

Ao invés de se limitar à perspectiva de Justine, o diretor opta por uma estrutura episódica, alternando o foco narrativo entre diferentes personagens afetados pela tragédia. É como um quebra-cabeça montado a partir de múltiplas peças desconexas que, pouco a pouco, revelam um panorama mais amplo e assustador. Há Archer, interpretado por Josh Brolin, pai de um dos meninos desaparecidos que transforma seu luto em raiva. Paul, um policial fragilizado por traumas e vícios, encarna a falência moral das forças de segurança. James, vivido por Austin Abrams, é o retrato do abandono social, um jovem tragado pelas drogas e pelo desprezo popular. E há Alex, o único aluno que não desapareceu, cuja presença misteriosa paira como uma interrogação sobre o que realmente aconteceu naquela noite. 


Essa multiplicidade de pontos de vista torna “A Hora do Mal” uma experiência semelhante a Magnólia ou Pulp Fiction, filmes que constroem sua força narrativa na justaposição de histórias que convergem para um núcleo emocional comum. No caso de Cregger, esse núcleo é o fracasso coletivo de uma sociedade que, ao invés de proteger seus membros mais vulneráveis, os transforma em bodes expiatórios ou simplesmente os negligencia. O horror do filme não está apenas nas cenas de tensão ou violência, mas no desconforto moral provocado pela forma como tratamos nossas tragédias. É um terror profundamente americano, alimentado pelo medo, pela desinformação e pela obsessão em buscar culpados ao invés de soluções. 

Visualmente, o filme é um espetáculo de contrastes. O diretor de fotografia Larkin Seiple cria ambientes suburbanos que exalam familiaridade e ameaça ao mesmo tempo. A câmera encontra beleza no grotesco, especialmente nas sequências oníricas que mergulham em atmosferas surrealistas e nos lembram que o medo, muitas vezes, é mais psicológico do que físico. A trilha sonora e o design de som contribuem para essa sensação constante de desconforto e iminência, enquanto o roteiro equilibra habilmente momentos de humor ácido com reviravoltas chocantes. 

O trabalho de elenco é um ponto alto. Julia Garner oferece uma performance poderosa, expressando com sutileza a degradação emocional de Justine e sua posterior resiliência. Josh Brolin, como Archer, entrega um de seus papéis mais humanos e frágeis, oscilando entre a fúria e o arrependimento. Alden Ehrenreich confere a Paul uma intensidade contida, revelando as rachaduras de um sistema que colapsa por dentro. Austin Abrams rouba cenas com seu retrato doloroso e sarcástico de um jovem à deriva. E Amy Madigan merece todos os elogios por sua participação impactante e perturbadora. 

Mas o que torna “A Hora do Mal” especialmente relevante é seu subtexto. O filme denuncia, sem didatismo, a maneira como a sociedade americana transforma suas próprias falhas em espetáculos. A tragédia vira narrativa para a mídia, a dor é instrumentalizada por pais desesperados, a polícia finge controle, e os reais problemas estruturais são ignorados. Em vez de assumir responsabilidades, os personagens projetam culpa nos outros, em um ciclo interminável de alienação. O título original, Weapons, não poderia ser mais simbólico pois, todos, em algum momento, tornam-se armas, seja da negligência, da ignorância, da fúria ou do desespero. 

Zach Cregger não está apenas entregando um excelente filme de terror. Ele está desafiando as convenções do gênero com uma abordagem autoral, reflexiva e ousada. Ao conjugar entretenimento e crítica social com maestria, “A Hora do Mal” se impõe como uma obra-prima contemporânea do horror psicológico. É um filme que assusta não apenas pelos seus sustos, mas por nos obrigar a encarar o espelho da nossa própria complacência. Um lembrete de que, por trás das cercas brancas e ruas silenciosas dos subúrbios americanos, o mal não apenas se esconde ele é cultivado no "American Way of Life".

Crítica | Uma Sexta Feira Mais Louca Ainda


Vinte e dois anos após o lançamento de Sexta-Feira Muito Louca, Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis retornam às telas com uma sequência que não apenas honra o clássico original, mas também propõe um olhar contemporâneo, sensível e cômico sobre a maternidade, à adolescência e os laços familiares. Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda é uma bem-sucedida viagem nostálgica que surpreendentemente não se limita à saudade: ela a reinventa, atualiza e transforma em uma nova experiência intergeracional. 

O filme se passa anos depois dos eventos do primeiro longa. Anna (Lindsay Lohan) agora é uma mãe solteira prestes a se casar novamente, tentando equilibrar sua vida entre a filha Harper, a enteada Lily e a sempre presente figura materna de Tess (Jamie Lee Curtis), que agora assume o papel de avó. Com uma nova configuração familiar repleta de tensões e incertezas, uma troca de corpos em massa acontece entre as quatro protagonistas, provocando não apenas o caos, mas também momentos de revelação e empatia.

A trama central do longa se apoia na repetição da fórmula do original: a troca de corpos como mecanismo narrativo para gerar tanto humor quanto compreensão entre personagens que inicialmente parecem incapazes de se comunicar. No entanto, o novo filme adiciona camadas significativas ao desenvolver as consequências emocionais e psicológicas desse fenômeno em uma estrutura familiar ampliada. Em vez de apenas resolver uma briga entre mãe e filha, Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda expande esse gesto simbólico para abranger gerações e modelos parentais diversos, criando um diálogo sensível sobre pertencimento, amadurecimento e aceitação.


O que realmente eleva o filme é a química entre Lohan e Curtis, que continuam brilhantes e afinadas. Ambas não apenas retomam seus papéis com naturalidade, mas demonstram um amadurecimento artístico que enriquece cada cena compartilhada. Se no primeiro filme o arco narrativo era centrado no conflito adolescente entre mãe e filha, aqui vemos mulheres que, mesmo em fases diferentes da vida, ainda lutam para se entender, se respeitar e se conectar.

Curtis, com sua habitual presença cênica marcante, confere a Tess um ar de sabedoria que não se furta ao humor físico, enquanto Lohan, cada vez mais à vontade em papéis de complexidade emocional, mostra uma Anna mais madura, mas ainda vulnerável. Ambas protagonizam momentos memoráveis, equilibrando riso e emoção com notável fluidez. A atuação das jovens Julia Butters e Sophia Hammons, que vivem Harper e Lily, também merece destaque, pois oferecem à história o frescor necessário para atrair uma nova geração.

A direção de Nisha Ganatra encontra um equilíbrio cuidadoso entre o ritmo frenético das comédias familiares e os momentos de uma pausa emocional. Ela valoriza as expressões faciais, os silêncios incômodos e os diálogos que, ainda que simples, carregam significados profundos sobre o ser mãe, filha, mulher. A trilha sonora também contribui para a atmosfera nostálgica e contemporânea, e há referências visuais e sonoras que farão os espectadores mais velhos sorrirem de reconhecimento.

O roteiro acerta ao não transformar Harper e Lily em simples arquétipos de adolescentes revoltadas. Há uma genuína tentativa de compreender as dores dessa fase da vida, mostrando que, para além dos clichês, os jovens também têm sentimentos complexos e necessidade de serem ouvidos. Da mesma forma, o filme retrata os desafios da parentalidade contemporânea de forma honesta, discutindo as diferenças de estilos entre gerações e a constante sensação de inadequação que muitas mães enfrentam.


Mas se a trama funciona tão bem é porque ela tem como base a empatia como elemento central. Colocar-se no lugar do outro, ainda que literalmente neste universo ficcional, é mais do que um recurso narrativo: é a lição essencial do filme. A comédia corporal decorrente da troca de corpos serve para fazer rir, claro, mas também para abrir espaço ao entendimento, à reconciliação e ao afeto.

A grande virtude de Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda é ser um filme de família não apenas em sua estrutura e enredo, mas em sua vocação afetiva. Ele reconhece que a vida em família é confusa, caótica e muitas vezes dolorosa, mas também repleta de possibilidades de crescimento conjunto. A beleza está no esforço contínuo de se compreenderem, mesmo quando as palavras falham ou os sentimentos se embaralham.



Apesar de sua estrutura previsível, o longa se destaca por não subestimar seu público. Ele entende que crianças e adolescentes são capazes de lidar com temas mais densos, e que os adultos ainda têm muito o que aprender sobre si mesmos. Há momentos de humor bobo, sim, mas também há lágrimas sinceras e reflexões profundas.

Em tempos de relações familiares frequentemente mediadas por telas, esse filme propõe algo valioso: tempo de qualidade juntos, risadas compartilhadas, empatia exercida. O espectador sai da sala não apenas com a sensação de ter revisto personagens queridos, mas com uma espécie de alívio emocional, como quem reencontra uma parte de si.

Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda é mais do que uma boa sequência. É um lembrete poderoso de que amadurecer não significa abandonar a leveza, de que crescer dói, mas pode ser engraçado, e de que há beleza no esforço constante de se colocar no lugar do outro algo que, no fundo, todos nós precisamos praticar um pouco mais.

31/07/2025

Crítica | Os Caras Malvados 2


A sequência do aclamado filme "Os Caras Malvados" chega às telas com a difícil missão de manter a energia, a irreverência e a carga moral de seu antecessor. Dirigido por Pierre Perifel e JP Sans, "Os Caras Malvados 2" mergulha novamente na vida da peculiar gangue formada por animais antropomórficos que, após uma jornada de redenção, busca firmar-se como exemplo de mudança para a sociedade. O novo longa propõe uma expansão da história, introduzindo novos personagens e uma ameaça global, mas não sem tropeçar em alguns aspectos de sua construção narrativa e tonalidade.

Logo de início, o filme se distancia da estrutura clássica dos filmes de assalto ao adotar um tom mais próximo de paródias de espionagem, evocando o dinamismo de franquias como "Missão: Impossível" e "007". Ainda assim, mantém o núcleo emocional centrado nos dilemas morais dos protagonistas, especialmente o Sr. Lobo, que continua a liderar o grupo com charme e astúcia. A tensão interna da narrativa se constrói a partir da dificuldade de provar que os personagens mudaram, mesmo diante de uma sociedade que os julga exclusivamente por seus passados.

O enredo ganha fôlego com a introdução de um novo grupo de antagonistas: as Bad Girls, lideradas pela implacável Kitty Kat, uma leoparda da neve. O plano maléfico da nova gangue envolve o roubo de todo o ouro do mundo com a ajuda de um ímã gigante feito do fictício Mcguffinite, elemento extraído do espaço, que serve como típico artifício narrativo para movimentar a trama. A escolha de um recurso tão fantasioso contrasta com a tentativa do roteiro de discutir temas sérios como arrependimento, redenção e a necessidade de transformação pessoal. Nesse ponto, o filme encontra uma tensão entre seu desejo de entreter com ação desenfreada e sua ambição de refletir sobre mudança e aceitação. 


A estrutura do filme, embora eficiente em seu ritmo e recheada de sequências de ação bem animadas, sofre com a ausência do frescor da apresentação original. O encanto de conhecer pela primeira vez a gangue do Sr. Lobo, composta ainda por Sr. Cobra, Sr. Tubarão, Sra. Tarântula e Sr. Piranha, agora dá lugar a repetições de arquétipos e piadas que nem sempre atingem o mesmo nível de acerto. Ainda assim, as dublagens continuam marcantes, com destaque para a performance do Sr. Cobra, que ganha um arco narrativo surpreendente ao se envolver romanticamente com uma das vilãs, Doom.

A diretora de moralidade do filme é novamente Diane Foxington, a governadora com um passado criminal como a lendária Pata Escarlate. Sua relação com o Sr. Lobo continua ambígua, transitando entre a atração romântica e o respeito mútuo. No entanto, o roteiro a trata de forma secundária, quase como uma memória viva do primeiro longa. A chantagem sofrida por ela serve mais como motor narrativo para a ação do que como um elemento dramático realmente explorado. 

Narrativamente, "Os Caras Malvados 2" propõe uma nova abordagem da questão do perdão social. Se o primeiro filme tratava da possibilidade de mudança individual, esta sequência pergunta se a sociedade está disposta a aceitar essa transformação. É uma questão pertinente, especialmente em tempos de cancelamento e julgamento moral instantâneo. O personagem de Lobo se vê constantemente frustrado por tentar seguir o caminho certo e, ainda assim, ser tratado como um criminoso. Em contraponto, a vilã Kitty Kat defende a ideia de que o medo é mais eficaz que o respeito, levantando uma discussão moral válida, ainda que o filme opte por resolvê-la de forma previsível. 


Visualmente, a animação mantém o estilo inovador que mistura elementos de 2D e 3D, lembrando graphic novels e animações japonesas. A movimentação é fluida, as sequências de ação são bem coreografadas e há um cuidado estético com os detalhes dos cenários, que variam de cidades agitadas a estações espaciais futuristas. Essa ambição visual é uma das grandes forças do longa, principalmente quando o roteiro hesita ou se dispersa entre tantas referências e sub-tramas.

Do ponto de vista temático, o filme aborda com humor e leveza as dificuldades de se romper com estigmas sociais e recomeçar. Ainda que a moral seja entregue com menos sutileza do que no primeiro filme, há um esforço genuíno em mostrar que ser bom é mais difícil do que ser mau, mas muito mais gratificante. A conclusão oferece uma mensagem esperançosa, reforçando o valor do esforço, da empatia e da solidariedade. A afirmação de que o medo não inspira respeito, apenas temor, é uma lição importante, embora não nova, e se conecta com a trajetória de crescimento de Lobo e sua equipe.

Por outro lado, o filme também permite deslizes. O humor escatológico e algumas insinuações românticas entre espécies diferentes, embora supostamente engraçados para o público infantil, podem soar exagerados ou inadequados para algumas famílias. O uso ocasional de linguagem mais forte e referências espirituais superficiais, como o uso da saudação "Namastê" em tom jocoso ou cenas em que personagens rezam em meio à ação, também exigem certa cautela na recepção do filme entre os mais jovens.


Ao final, "Os Caras Malvados 2" se mantém como um entretenimento eficaz, com ritmo acelerado, personagens ainda cativantes e uma estética marcante. Contudo, perde parte do brilho original ao insistir em ampliar a escala da aventura sem aprofundar emocionalmente seus protagonistas. A moral da história continua relevante e o humor continua funcional, mas a sensação é de que a sequência joga seguro, preferindo repetir fórmulas do que arriscar novos caminhos narrativos.

Ainda assim, o filme deixa espaço para uma possível terceira parte, especialmente após a virada final que recoloca o Professor Marmalade, como um possível vilão musculoso e reformulado, pronto para retomar o posto de antagonista. Se isso se confirmar, resta torcer para que os roteiristas recuperem o equilíbrio entre ação, humor e emoção que tornou o primeiro filme tão surpreendente. "Os Caras Malvados 2" pode não ser tão afiado quanto seu antecessor, mas ainda é um lembrete divertido de que ser bom nunca foi tão difícil ou tão necessário

Crítica | Amores Materialistas


Novo longa-metragem da diretora e roteirista Celine Song, é uma comédia romântica moderna que, embora revestida com o brilho dos romances tradicionais, se revela muito mais incisiva, sóbria e provocadora. Após o sucesso melancólico e delicado de "Vidas Passadas", Song volta ao universo das relações humanas, agora com um olhar aguçado sobre os dilemas contemporâneos do amor e do dinheiro. Ambientado na glamourosa Nova York do século XXI, o filme se apropria da estética dos romances leves de Jane Austen e das comédias românticas dos anos 2000 para subvertê-los, propondo uma análise desconfortavelmente realista sobre o casamento, os relacionamentos e os valores que nos norteiam.

A protagonista Lucy, interpretada por Dakota Johnson, é uma casamenteira profissional em uma agência de elite que promete aos clientes encontrar o amor da sua vida. A promessa, no entanto, vem envolta em um verniz corporativo: a compatibilidade amorosa é tratada como um algoritmo offline, as emoções se tornam transações e os relacionamentos são desenhados com base em métricas e filtros. A atuação de Dakota Johnson verbera uma sutileza afiada, conseguindo expressar tanto o cansaço emocional de sua personagem quanto a ironia de alguém que vive de vender sonhos românticos que já não acredita. Seu figurino elegante e despretensioso reforça essa persona blasé, sofisticada e incrivelmente ciente das regras do jogo social em que atua. 

É nesse cenário que surge o conflito principal do filme, um triângulo amoroso entre Lucy, Harry (Pedro Pascal) e John (Chris Evans). Harry é um milionário encantador, calmo e elegante, enquanto John é o ex-namorado pobre, mas carismático, artista falido e garçom de buffet. A dicotomia entre amor e dinheiro, antigo dilema do romance clássico, aqui ganha contornos atualizados e mais sombrios. Lucy admite abertamente que pretende se casar por dinheiro, não por cinismo, mas por convicção prática. Isso é dito com tanta naturalidade e frieza que o espectador se vê desafiado a julgá-la. Song não transforma Lucy em vilã nem heroína, apenas em alguém tentando sobreviver em um sistema que premia quem calcula bem as apostas do coração.


A escolha de Song de retratar os pretendentes como homens íntegros, afetuosos e respeitosos, impede que a resolução da história seja óbvia ou fácil. Não há antagonistas caricatos, apenas pessoas reais em situações emocionalmente complexas. Evans entrega aqui um dos melhores trabalhos de sua carreira, despindo-se da perfeição heróica para se apresentar vulnerável, apaixonado e ligeiramente desesperançoso. Sua química com Johnson é evidente, não só pelas trocas calorosas, mas pela dor silenciosa que compartilham em cenas mais introspectivas. Pedro Pascal, embora mal aproveitado em termos de química romântica, convence como um ideal inalcançável, um homem aparentemente perfeito que encarna o fetiche do provedor sem mácula.

O roteiro de Song brilha justamente na tensão entre esses opostos. O texto, recheado de diálogos cortantes e dolorosamente verdadeiros, capta o espírito de um tempo em que o romantismo é filtrado por mapas mentais, planos de carreira e projeções de estabilidade financeira. A diretora transforma observações desconfortáveis em frases memoráveis, fazendo ecoar as melhores tradições de roteiristas como Nora Ephron e Billy Wilder. A questão nunca é apenas quem Lucy ama, mas o que ela pode perder ou ganhar ao seguir seu coração em um mundo onde amor e pragmatismo raramente coexistem. 

Visualmente, o filme é requintado. A fotografia de Shabier Kirchner valoriza tanto os ambientes sofisticados quanto os momentos de intimidade, oferecendo uma estética polida sem cair no artificial. A trilha sonora de Daniel Pemberton é outro destaque, transicionando com fluidez do glamour superficial para a melancolia delicada à medida que a trama avança. Pequenos detalhes visuais, como as lâmpadas em um quintal durante uma conversa entre Lucy e John, carregam simbolismos de nostalgia e desejo por algo perdido. 



"Amores Materialistas" poderia facilmente seguir o caminho previsível das comédias românticas convencionais. Poderia encerrar com uma declaração de amor grandiosa, um beijo sob a chuva e uma música pop no fundo. Mas Celine Song rejeita essa via confortável. Ao invés disso, opta por uma conclusão que é ao mesmo tempo ambígua e honesta. O final não resolve todos os dilemas, nem oferece certezas. Ele apenas reafirma o que o filme sempre sustentou: que amar, escolher, ceder e resistir são atos tão imprevisíveis quanto profundamente humanos.

Nesse sentido, o filme se aproxima mais de uma etnografia urbana existencial do que de uma fantasia escapista. Há ecos de Eric Rohmer na maneira como Song filtra o glamour por uma lente realista, quase sociológica. O luxo dos cenários e o apelo dos protagonistas não escondem o cinismo estrutural do universo que habitam. O casamento, como Lucy afirma a certo momento, sempre foi uma transação. O que muda são os termos, os contratos e os disfarces. 

Apesar de algumas inconsistências de ritmo e de uma química irregular entre os triângulos amorosos, "Amores Materialistas" é uma obra sofisticada e corajosa. Em uma época de narrativas fáceis e emoções plastificadas, Song aposta na complexidade, na incerteza e na vulnerabilidade como ferramentas para contar uma história que nos obriga a encarar o espelho. Talvez o filme não ofereça a catarse esperada por muitos espectadores acostumados ao romantismo doce e inofensivo, mas, em troca, entrega algo mais valioso: uma reflexão sincera, incômoda e profundamente relevante sobre o que significa amar em tempos de transações emocionais. 

Celine Song reafirma, com este segundo longa, seu lugar como uma das vozes mais interessantes do cinema contemporâneo. Ela entende que os grandes dilemas do coração não mudaram tanto assim, apenas ganharam novas camadas, aplicativos e cifras. "Amores Materialistas" é, antes de tudo, um retrato sensível e sagaz de como tentamos desesperadamente equilibrar sentimento e sobrevivência em um mundo cada vez mais voltado para o desempenho, o sucesso e a imagem. Imperfeito, mas necessário, o filme é um lembrete de que, mesmo em tempos cínicos, ainda é possível fazer cinema romântico com alma e inteligência.

Crítica | Drácula: Uma História de Amor Eterno


Drácula – Uma História de Amor Eterno, dirigido por Luc Besson, propõe mais uma releitura da célebre obra de Bram Stoker, desta vez centrada na faceta romântica do personagem título. Embora se trate de um universo frequentemente revisitado pelo cinema, Luc Besson procura trazer frescor à trama ao investir no sentimentalismo, na estética gótica estilizada e em um elenco internacionalmente diverso. O resultado, contudo, é um filme visualmente ambicioso, mas dramaticamente inconsistente, que flutua entre o encanto e o artificial.

A narrativa acompanha a trajetória trágica do Príncipe Vladimir, que, após perder sua amada Elisabeta em meio a uma emboscada, renega a fé e é condenado à imortalidade como o vampiro Drácula. Séculos depois, já na Paris do século XIX, ele reencontra sua amada reencarnada como Mina, reacendendo um amor que transcende o tempo. A premissa é clássica e, em mãos mais contidas, poderia render uma poderosa fusão de terror e romance. Contudo, Besson opta por enfatizar a fantasia amorosa, muitas vezes em detrimento da complexidade emocional e narrativa da história original.

Caleb Landry Jones assume com intensidade o papel do Conde Drácula, entregando uma performance melancólica. Sua presença gótica, seus gestos contidos e a entrega corporal à figura atormentada que interpreta são o ponto alto do filme. Ao seu lado, Zoë Bleu, como Elisabeta e Mina, oferece delicadeza e fragilidade, ainda que sua personagem seja reduzida a um arquétipo passivo de musa romântica, sem voz própria ou força narrativa autônoma. Christoph Waltz, como um padre dedicado a entender e combater o mal encarnado nos vampiros, brilha com sua habitual sobriedade e intensidade, oferecendo equilíbrio a um elenco por vezes entregue ao exagero dramático. 


Visualmente, o filme é um espetáculo. O orçamento de 45 milhões de euros é evidente em cada detalhe cenográfico, no luxo dos figurinos e no esmero da ambientação, especialmente nas cenas ambientadas na Paris do século XIX. A fotografia de Juan Miguel Azpiroz busca recriar a atmosfera sombria e sedutora da literatura gótica, enquanto a trilha sonora assinada por Danny Elfman evoca um clima grandioso que remete aos grandes épicos românticos e de horror. Entretanto, o uso de efeitos visuais compromete parte desse impacto. Há momentos em que a computação gráfica parece mal acabada, com estátuas animadas de aspecto cômico e fundos de tela verde mal integrados, elementos que prejudicam a imersão e conferem ao filme uma aura de artificialidade.

O roteiro, co-escrito por Besson, aposta fortemente na estilização do romance eterno entre Drácula e sua amada, mas peca pela superficialidade. A história de amor que deveria ser o cerne do enredo se revela previsível, baseada em clichês e reforçada por cenas excessivamente sexualizadas e simbolismos repetitivos. A abertura do filme, com uma cena de sexo quase caricata, já antecipa a abordagem exagerada que marcará toda a narrativa. O relacionamento do casal é retratado mais como um fetiche trágico do que como uma conexão verdadeira e emocionalmente elaborada. A ausência de diálogos significativos e o foco quase exclusivo na idealização do amor masculino sobre a figura feminina deixam pouco espaço para o espectador se conectar genuinamente com o casal. 

Elisabeta, reencarnada como Mina, é tratada quase como uma entidade etérea, moldada apenas pelo olhar apaixonado e obcecado de Drácula. Essa ausência de protagonismo feminino compromete o equilíbrio narrativo e relega a personagem ao papel de mártir, condenada a viver à sombra do sofrimento de seu amante imortal. Apesar disso, a atuação de Zoë Bleu tenta, com sensibilidade, humanizar sua personagem, emprestando-lhe gestos contidos e olhares que sugerem profundidade mesmo quando o roteiro não colabora. 


O filme também falha ao tentar equilibrar diferentes tons e gêneros. Há momentos em que o horror é esvaziado pela estética exagerada, enquanto a fantasia romântica é atrapalhada pela superficialidade do texto. Em meio a esses extremos, o tom dramático se perde, deixando o filme oscilando entre o kitsch e o melodrama. A tentativa de Besson de entregar uma obra acessível a novos públicos, sem se apoiar excessivamente em cenas sangrentas ou violência gratuita, é louvável. No entanto, a leveza excessiva e a pressa com que se resolvem os conflitos mais importantes do enredo resultam em um desfecho emocionalmente raso.

Há ainda uma camada extratextual que pesa sobre a recepção do filme. O retorno de Luc Besson à direção ocorre sob a sombra de múltiplas acusações de violência sexual, o que não pode ser ignorado ao se analisar sua nova obra. Quando se observa que a personagem feminina central é reduzida a objeto de desejo e sofrimento, sem agenciamento próprio, é impossível não traçar paralelos com essa problemática. O olhar masculino predomina em todo o projeto, o que compromete qualquer tentativa de oferecer uma perspectiva realmente sensível ou inovadora sobre a história. 

Drácula – Uma História de Amor Eterno é uma adaptação que brilha mais por sua ambição estética do que por sua substância narrativa. É um filme que busca impressionar com visuais, performances e uma trilha sonora poderosa, mas que se perde em sua tentativa de modernizar a história sem compreender completamente suas camadas mais profundas. Faltam-lhe densidade emocional, inovação dramática e equilíbrio no uso dos símbolos clássicos do mito. Para os fãs do personagem, pode ser uma experiência curiosa. Para os que esperam uma obra que honre o legado de Stoker com profundidade, complexidade e autenticidade, a obra de Besson deixa muito a desejar.

25/07/2025

Belo Horizonte recebe pela primeira vez o Korean Film Festival – KOFF com sessões gratuitas

 


O KOFF – Festival de Cinema Coreano acontece de 16 a 21 de setembro no Sesc Palladium, em Belo Horizonte, trazendo uma seleção de curtas e longas-metragens inéditos no Brasil, todos com exibição gratuita.

O Festival de Cinema Coreano – KOFF chega pela primeira vez a Belo Horizonte com uma programação intensa e gratuita dedicada ao melhor do cinema sul-coreano contemporâneo. A capital mineira recebe o evento entre os dias 16 e 21 de setembro de 2025, no Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1046 – Centro), oferecendo ao público mineiro uma imersão cinematográfica que inclui nove sessões de curtas e longas inéditos no Brasildebates internacionaisoficinas em escolas públicas e muito mais.

O festival é parte de um circuito que percorre sete cidades brasileiras, celebrando a diversidade e a modernidade do audiovisual coreano. Em sua terceira edição, o KOFF presta homenagens, promove debates híbridos com especialistas da Coreia do Sul e do Brasil e celebra os 50 anos da KOFA – Korean Film Archive, com sessões especiais de filmes restaurados dos anos 1950 em resolução 4K.

Filmes em destaque da Mostra Não-Competitiva

O público de Belo Horizonte terá a oportunidade de assistir a produções que foram destaque em festivais internacionais e que abordam temas variados como amor, trauma, juventude, tecnologia e empatia.

Pôster: Lost (2025), de Kang Dong-in |KOFF – Festival de Cinema Coreano 2025

Lost (2025), de Kang Dong-in
Durante a espera por um transplante de pulmão, o atirador Yoon Tae-hwa descobre que seu pai, doador do órgão, causou um acidente grave. Tentando se redimir, ele se aproxima de Kwon Mi-ji, filha da vítima, e a surpreende cometendo um roubo. Um acordo entre eles desencadeia uma jornada emocional de reconciliação e busca por respostas. Um drama profundo sobre redenção, segredos familiares e perdão.


Pôster: Dream Palace (2022), de Ka Sungmoon |KOFF – Festival de Cinema Coreano 2025

Dream Palace (2022), de Ka Sungmoon
Hye-jung tenta recomeçar a vida após perder o marido em um incêndio. Ao se mudar para um novo conjunto habitacional com o filho, enfrenta abandono estrutural e isolamento social. Uma história tocante sobre luto, injustiça e resistência feminina.


Pôster: Summer’s Camera (2025), de Divine Sung |KOFF – Festival de Cinema Coreano 2025

Summer’s Camera (2025), de Divine Sung
Depois da morte do pai, Summer deixa a fotografia de lado — até se apaixonar por Yeonwoo, astro do futebol. As fotos que tira acabam revelando segredos do passado do pai, e ela embarca em uma jornada emocional sobre perdas e descobertas.



Pôster: Boy in the Pool (2024), de Ryu Yeon-su |KOFF – Festival de Cinema Coreano 2025

Boy in the Pool (2024), de Ryu Yeon-su
Seok-young conhece Woo-ju, um nadador misterioso com pés palmados. Quando ele parte para seguir seus sonhos, ela lida com a insegurança e o fim de um relacionamento intenso. Um drama juvenil sobre amor, autoimagem e destino.



Pôster: Sister Yujeong (2024), de Chung Hae-il |KOFF – Festival de Cinema Coreano 2025

Sister Yujeong (2024), de Chung Hae-il
Com a irmã mais nova presa por abandono de incapaz, Yoojeong tenta reverter a situação. A busca por respostas a leva por caminhos inesperados, em uma trama de tensão familiar e determinação.



Pôster: Secret-Untold Melody (2023) de Seo You-min|KOFF – Festival de Cinema Coreano 2025

Secret: Untold Melody (2023), de Seo You-min
Um retrato nostálgico do primeiro amor entre Jinwoo e Seon-ah, colegas de ensino médio que descobrem sentimentos profundos durante um período de crescimento e mudança. Leve e emocional.



Pôster: The Beetle Project (2025), de Jin Kwang-kyo | KOFF – Festival de Cinema Coreano 2025

The Beetle Project (2025), de Jin Kwang-kyo
Após enchentes separarem um besouro de seu dono norte-coreano, o inseto é encontrado por crianças sul-coreanas. Uma fábula comovente sobre empatia, fronteiras e amizade entre povos.



Pôster: You Are the Apple of My Eye (2025), de Cho Young-Myoung |KOFF – Festival de Cinema Coreano 2025

You Are the Apple of My Eye (2025), de Cho Young-Myoung
Outra abordagem do romance entre Jinwoo e Seon-ah, destacando o impacto das primeiras paixões adolescentes e como elas marcam profundamente a memória.



Pôster: Crypto Man (2025), de Harry Hyun |KOFF – Festival de Cinema Coreano 2025
Pôster: Crypto Man (2025), de Harry Hyun |KOFF – Festival de Cinema Coreano 2025

Crypto Man (2025), de Harry Hyun
Baseado em fatos reais, o longa acompanha Do-hyun, que falsifica documentos para entrar em uma escola de elite e, mais tarde, cria uma criptomoeda fraudulenta com Ji-woo. Uma crítica afiada ao sistema educacional e ao culto ao sucesso na sociedade sul-coreana.



Confira a programação completa do festival:

Todas as sessões ocorrem no Sesc Palladium, com entrada gratuita:

-16 de setembro (terça-feira)

  • 19h – Mostra de Curtas: A Revelation At The Table
  • 19h20 – Longa: Lost

-17 de setembro (quarta-feira)

  • 19h – Mostra de Curtas: Mom and Me
  • 19h15 – Longa: Dream Palace

-18 de setembro (quinta-feira)

  • 19h – Mostra de Curtas: Okshushu
  • 19h25 – Longa: Summer’s Camera

-19 de setembro (sexta-feira)

  • 16h – Mostra de Curtas: Night Fishing
  • 16h25 – Longa: Boy in the Pool
  • 19h – Mostra de Curtas: The Third Direction
  • 19h15 – Longa: Sister Yujeong

-20 de setembro (sábado)

  • 14h – Mostra de Curtas: Solace
  • 14h10 – Longa: Secret: Untold Melody
  • 19h – Mostra de Curtas: Floating
  • 19h15 – Longa: The Beetle Project

-21 de setembro (domingo)

  • 15h – Mostra de Curtas: My Winter
  • 15h10 – Longa: You Are the Apple of My Eye
  • 18h – Mostra de Curtas: Tangled
  • 18h25 – Longa: Crypto Man

(Obs: lista sujeita a alterações pela organização do festival.)

Sobre o festival

O KOFF é realizado pela Trein Produção Cultural com patrocínio de empresas como CJ do Brasil, Hyundai Motor Brasil, Glovis Brasil Logística e Atomy do Brasil. A edição mineira tem curadoria de Prof. Dr. Rubens Rewald, com co-curadoria de Marcia Kling e Prof. Dr. Josmar Reyes, e coordenação local de Renata Dutra (MBYÁ) e Dinah Kim (Made in Korea Minas).

A proposta curatorial deste ano gira em torno do tema “Diversidade e Modernidade”, promovendo um diálogo entre Brasil e Coreia do Sul através da linguagem cinematográfica.

Onde assistir

📍 Festival de Cinema Coreano – KOFF
🗓 16 a 21 de setembro de 2025
📌 Sesc Palladium – Rua Rio de Janeiro, 1046, Centro – Belo Horizonte/MG
🎟 Entrada gratuita
🌐 Mais informações: www.koffko.com.br
📲 Instagram: @koffko_
📘 Facebook: facebook.com/koffkofestival
📺 YouTube: @koffkosp