CRÍTICA | TRAMA FANTASMA – O ÚLTIMO ATO DE DANIEL DAY-LEWIS.
O longa dirigido e roteiro assinado por Paul Thomas Anderson (Sangue Negro) integra a lista dos indicados ao Oscar em 6 categorias: Melhor Filme, Diretor, Ator (Daniel Day-Lewis), Atriz Coadjuvante (Lesley Manville), Figurino e Trilha Sonora, além de obter algumas indicações no Globo de Ouro e no BAFTA.
Londres, 1950. Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis) é um renomado e excêntrico estilista que trabalha ao lado da irmã, Cyril (Lesley Manville), para vestir grandes nomes da realeza e da elite britânica. Sua inspiração surge através das mulheres que, constantemente, entram e saem de sua vida. Mas tudo muda quando ele conhece a forte e inteligente Alma (Vicky Krieps), que vira sua musa e amante, porém, a relação começa a ampliar outros rumos de forma mais densa.
Duas combinações que jamais poderiam dar errado: Paul Thomas Anderson e Daniel Day-Lewis. Com uma direção magistral, o cineasta californiano permite várias interpretações para a sua obra, a maneira em que a câmera é utilizada dando focos nas capitações de movimentos e olhares de todo o elenco. E o singular Daniel Day-Lewis é um gênio, um dos atores mais sofisticados e elegantes dos últimos tempos, aqui ele está em sua zona de conforto e faz o que sabe de melhor, entrega uma atuação grandiosa e dono de três estatuetas do Oscar (entre elas as obras-primas Lincoln e Sangue Negro).
A atriz Vicky Krieps faz um trabalho com elegância ao se deslumbrar entre os mais variados figurinos sofisticados, ao mesmo tempo que nos passa uma personagem submissa que confronta as ordens e as imposições de Reynolds.
Lesley Manville, que também está indicada ao Oscar, entrega uma personagem misteriosa e bastante intrigante. Ela é a irmã que trabalha lado a lado com Reynolds, possui um ar misterioso que ora parece acatar as decisões de Reynolds, ora confrontar.
O trio principal encarnam personagens
que possuem uma dinâmica bélica envolvente: é uma guerra verbal em meio à
elegância hipócrita da aristocracia, e cada farpa trocada entre eles causa um
misto de incômodo e humor.
Outros grandes destaques merecedores: a direção de arte, a começar pela montagem de uma Londres dos anos 50 completamente estonteante, com detalhes e cenários muito bem trabalhados. A fotografia também é bastante apreciável e não deixa a desejar. E a trilha sonora composta por Jonny Greenwood (guitarrista e membro da banda Radiohead) é de uma beleza incrível, juntamente com a leveza e a suavidade dos pianos.
Trama Fantasma é intenso, doentio e suficientemente abstrato para nos fazer duvidar das intenções reais do roteiro, dos personagens e do sentimento que move a história. Alcançando um misto entre o charme e a sensação de repugnância, Paul Thomas Anderson cria, mais uma vez, algo que só ele seria capaz de fazer.
Nota: 9.0/10.0
Cada dia que passa tenho mais certeza que vc nasceu para o cinema! Produções! Enfim! Tá de PARABÉNS!
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