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Crítica | Batman

The Batman, ou simplesmente Batman, chega aos cinemas trazendo o olhar autoral e diferente do diretor Matt Reeves para o Cavaleiro das Trevas.

Batman (The Batman, no original) segue o segundo ano de Bruce Wayne (Robert Pattinson) como o herói de Gotham, causando medo nos corações dos criminosos, levando-o para as sombras de Gotham City. Com apenas alguns aliados de confiança - Alfred Pennyworth (Andy Serkis) e o tenente James Gordon (Jeffrey Wright) - entre a rede corrupta de funcionários e figuras importantes da cidade, o vigilante solitário se estabeleceu como a única personificação da vingança entre seus concidadãos. Mas em uma de suas investigações, Bruce acaba envolvendo o Comissário Gordon e ele mesmo em um jogo de gato e rato ao investigar uma série de maquinações sádicas, uma trilha de pistas enigmáticas, revelando que Charada estava por trás disso tudo. Porém, a investigação acaba o levando a descobrir uma onda de corrupção que envolve o nome de sua família, pondo em risco sua própria integridade e as memórias que tinha sobre seu pai, Thomas Wayne. Conforme as evidências começam a chegar mais perto de casa e a escala dos planos do perpetrador se torna clara, Batman deve forjar novos relacionamentos, desmascarar o culpado e fazer justiça ao abuso de poder e à corrupção que há muito tempo assola Gotham City.


É Praticamente impossível começar a falar de Batman sem falar do ator escolhido para interpretar o personagem, Robert Pattinson foi motivo de chacota por anos depois de seu papel na saga Crepúsculo e ao ser escolhido para dar vida ao Batman fez a internet questionar os rumos do homem morcego nas telonas. Eis que o filme chega e somos positivamente surpreendidos. Pattison brilha na noite escura e chuvosa de Gotham “ba dum tss” e entrega um Batman muito melhor que o do Ben Affleck. Pattison transparece em sua atuação o tom solitário e sofrido de um personagem que deixou uma vida tranquila de lado para focar em vingança. 


Além de Pattison, todo o elenco se encaixa bem com a proposta investigativa do filme, destaques para Jeffrey Wright que entrega um excelente Gordon, Zoë Kravitz e sua mulher gato atraente e misteriosa, Andy Serkis e seu Alfred mais jovem, que mesmo aparecendo pouco em tela consegue evidenciar o seu papel como o querido mordomo do Bruce Wayne, Colin Farrell irreconhecível e brilhante como Pinguim e por fim, Paul Dano com o sua versão psicopata do charada que embora tenha pouco tempo de tela, sustenta todo o plot vilanesco do filme e entra para o hall da fama dos vilões marcantes do homem morcego.



Ao longo de quase 80 anos de história do personagem tem duas coisas que estamos cansados de saber, a primeira é a origem do personagem, a segunda é que o Batman é um detetive incrível, e graças ao roteiro escrito por Matt Reeves finalmente temos um filme que explora o lado detetive do Batman de uma forma legal e que não reconta a origem do personagem, economizando tempo para mostrar melhor a politicagem corrupta de Gotham e ir direto ao que realmente importa, sem barriga em uma história fluída que te prende do início ao fim nos mistérios envolvendo a máfia e a família Wayne e a trama armada pelo charada.


Sem dúvidas, o ponto que mais chama atenção nesse novo Batman é a estética, Greig Fraser assume a fotografia e traz para a tela uma Gotham cheia de luzes fortes que misturam o preto da cidade suja com o vermelho do terror e o sépia do clima noir necessário. Além das cores marcantes, somos convidados a prestar atenção aos detalhes de cada cena com closes intimistas dos personagens e dos detalhes investigativos das cenas, algo bem diferente do que estamos acostumados e que transforma The Batman praticamente em um cult particular de Matt Reeves e Greig Fraser. 


Compondo toda a beleza da fotografia temos a trilha sonora de Michael Giacchino que consegue criar um tema marcante para filme, facilmente os acordes da música principal do filme entram na cabeça e após a sessão vão direto para a playlist onde ficarão por um bom tempo.


Uma Gotham cheia de crimes exige um Batman violento e então, elenco, estética e música se fundem em sequências de ação de tirar o fôlego, onde a porradaria come solta de forma dinâmica e bem coreografada. Por falar em coreografia, obviamente o Batmóvel se faz presente em uma sequência curta, mas memorável que merece ser vista e revista.


The Batman é o que DC faz de melhor, é a visão autoral do Matt Reeves com um visual arrebatador, uma trilha sonora marcante e a violência que Gotham exige. É o Batman das HQs em toda sua essência, do início ao fim.

Nota 4.5/5.0

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