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O ALVORECER DOS ASSASSINOS! - ASSASSIN'S CREED ORIGINS (REVIEW)



Depois de um ano de hiato após o lançamento de Assassin’s Creed Syndicate, a Ubisoft nos brinda com a renovação mais brutal da sua principal franquia. Trazendo novos elementos que se diferem totalmente dos títulos anteriores, mas mantendo antigos que preservam a essência da saga, Assassin’s Creed Origins trouxe novo vigor ao já desgastado Credo dos Assassinos.

História
    
Neste novo capítulo da saga dos assassinos, acompanhamos a história de Bayek de Suiá, um dos últimos Medjai do Antigo Egito. Após vivenciar um trauma que abala completamente sua vida, ele inicia uma incansável busca por vingança contra os que lhe fizeram mal e se vê envolto numa trama política e religiosa, muito maior do que imaginava, que pode mudar os rumos do Egito e levará o jogador pelos primórdios da origem do credo. Bayek é corajoso, destemido, honrado, passional, de personalidade forte e dedicado a ir até o fim em tudo que se propõe, características mais do que suficientes para torna-lo um dos protagonistas mais carismáticos da franquia. Também temos a presença de Aya, esposa do protagonista e peça fundamental da trama, e como é de costume, temos a presença de personagens históricos bem relevantes, dentre eles Ptolomeu, Cleópatra e Júlio César.

O Presente não foi esquecido e desta vez podemos jogar com Layla, uma misteriosa jovem em busca das origens da Irmandade dos Assassinos, apesar desta parte continuar mal aproveitada desde a morte de Desmond em Assassin’s Creed 3, Layla apresenta potencial para uma história bem desenvolvida em próximos títulos.



Jogabilidade

A Jogabilidade sofreu consideráveis mudanças, em especial no combate, que teve seus comandos totalmente modificados, algo que pode causar estranheza aos mais veteranos na franquia (como eu) porém, algumas horas de gameplay já conseguem situar o jogador aos novos modos de combate. Bayek pode correr, saltar obstáculos, escalar e descer construções ao melhor estilo Parkour (característica marcante da série), atacar, defender, atacar com mais força, usar a visão de águia (agora aqui chamada Pulso Animus) para procurar itens pelo cenário e usar cavalos e camelos como montaria. Uma adição muito útil e bem vinda é Senu, a fiel águia de Bayek, com o apertar de um simples botão você passa a controlá-la e pode fazer um verdadeiro “pente-fino” no cenário, descobrindo itens do local, objetivos de missão, localizando alvos e marcando inimigos; com as habilidades certas adquiridas as possibilidades de Senu se ampliam, ela poderá atordoar inimigos, atormentá-los para lhe dar a chance de atacar e prever o caminho que o alvo está fazendo, definitivamente a melhor adição à Jogabilidade e espero que nos próximos títulos este recurso possa existir e ser ainda mais aprimorado. 




A de Assassin’s e de ARPG

Assassin’s Creed sempre foi um game de ação-aventura com elementos de stealth, mas agora isso mudou, Origins é definido como um game do gênero ARPG, o que não é bem uma novidade para a franquia que sempre flertou com elementos de RPG à medida que mais títulos eram lançados, essa mudança fez um bem enorme ao gameplay. Agora temos uma Barra de Experiência para aumento de nível que enche à medida que executamos tarefas básicas como descobrir um local no mapa, matar inimigos ou completar missões, as armas também possuem nível e características únicas, sendo essencial estratégia para montar o seu conjunto de equipamentos antes de enfrentar inimigos de nível mais forte ou numerosos, principalmente quando se entra em um dos inúmeros fortes espalhados pelo mapa. Junto a isso temos uma árvore de habilidades, compradas com os Pontos de Habilidade, que por sua vez são obtidos com aumento de nível ou conclusão de tumbas e outros. Esta nova roupagem caiu como uma luva para a franquia.



Arma é o que não falta

Bayek possui um vasto arsenal a seu dispor, podemos usar espadas comuns, espadas duplas, lanças, machados, arcos de três tipos diferentes (Caçador, Leve e Guerreiro), escudos e ferramentas que compõem dardos envenenados, tranquilizantes e bombas de fogo. Cada arma possui atributos como capacidade de incendiar o inimigo, envenenar, causar dano crítico com mais facilidade, defender com mais precisão os ataques de longa distância, regenerar a vida, entre outras; isso abre um leque gigante de possibilidades estratégicas de batalha, tornando o combate mais versátil e imprevisível, tirando a monotonia do mesmo.




O amigo do Povo!

Por ser um Medjai, Bayek acaba por ajudar bastante os cidadãos de todos os lugares por onde passa, rendendo numerosas e variadas Side Missions como procurar por alguém perdido, livrar um vilarejo do ataque de animais selvagens, encontrar itens, escoltar alguém etc...,que irão consumir muito tempo de jogo e render boas recompensas ao serem concluídas, e caso você se sinta enjoado das missões, pode se aventurar em corridas no hipódromo ou disputar brutais batalhas nas arenas de gladiadores.




Gráficos

A parte gráfica de Assassin’s Creed Origins é altamente competente, com expressões faciais bem-feitas, personagens detalhados e movimentação plástica e natural, mas onde os gráficos brilham de verdade é nos cenários, a Ubisoft caprichou na beleza deles. De oásis paradisíacos a desertos áridos, o esmero com simples grãos de areia é notório e as paisagens são de cair o queixo, os efeitos de sombra e luz são maravilhosos e a transição entre dia e noite acontece com naturalidade. Você irá usar e abusar do modo fotografia do game e se deleitar com a incrível experiência de escalar e descer deslizando uma das pirâmides ao pôr-do-sol, visitar a emblemática Esfinge, desbravar tumbas milenares à procura de tesouros ou um simples passeio pelas ruas da cidade de Alexandria; também existe a possibilidade de usar cavalos e camelos como montaria para ir de um lugar a outro do mapa, apreciando as paisagens e contemplando o anoitecer ou amanhecer egípcio quando não se quiser fazer uso de viagens rápidas ou quando a distância até seu objetivo é curta. A fauna do game é bem variada, desde garças dóceis a leões e elefantes bem hostis. A gigante francesa mostrou mais uma vez sua competência em reproduzir as ambientações de seus games de forma a encher os olhos do jogador.






Trilha Sonora

A talentosíssima Sarah Schachner é a responsável pela envolvente trilha do game, já havendo trabalhado em outros títulos da franquia como Assassin’s Creed Unity e Black Flag, e também tendo participado na composição de trilhas para filmes como Homem de Ferro 3, Truque de Mestre e Os Mercenários 2, Sarah em sua vasta experiência, conseguiu captar todo o mistério e esplendor do Egito Antigo em composições melódicas misturadas com fortes batidas  enaltecendo os belíssimos sons de instrumentos musicais tipicamente árabes, como o Alaúde e o Bouzouki.


Nem tudo São Oásis...

Em games  de RPG e ARPG, os atributos dos equipamentos são um ponto importante e fazem parte da estratégia de combate e evolução do personagem, porém aqui as roupas e peças de roupas não tem função alguma, são puramente perfumaria, algo muito elogiado em Unity, onde cada peça da roupa de Arno possuía atributos especiais e dependendo da peça nova que se pegava, essas características iam se balanceando em conjunto com as outras peças da roupa dele, como por exemplo um capuz que pode aumentar a percepção da visão de águia enquanto  o casaco aumenta o fator furtividade, e o cinto a barra de vida. Senti que este seria o game da franquia que mais poderia se valer desse recurso, uma pena não ter sido implementado, algo que seu “irmão francês” fez com muita competência, as partes da “armadura” de Bayek podem ser upadas, melhorando barra de vida, força de ataque etc..., porém está longe do leque de possibilidades visto em Unity.

Outro Ponto Negativo do game é a falha de Level Design, temos um mapa imenso, que não é explorado com mais afinco pela história, que te leva somente a alguns pontos dele entre vai e vêm, e a menos que você seja muito curioso, muitos pontos do mapa você sequer terá interesse de explorar, o game não te dá motivações suficientes para isso (apenas se seu objetivo for a  platina), o que é uma pena, um mapa imenso que poderia ter sido melhor aproveitado pela história e pelas side missions, também existe uma má distribuição de pontos de exploração do mapa, em determinada parte existem milhares de coisas a se fazer enquanto outro é apenas um espaço vazio.



Mas o principal “calcanhar de Aquiles” de Origins  em minha opinião é sua dublagem em Português do Brasil. Vozes que não combinam em nada com a personalidade dos personagens, entonações erradas, má dicção e até tentativas frustradas dos dubladores de disfarçar seus sotaques, são alguns dos problemas desta dublagem que de longe é a pior feita para um game da Ubisoft, é definitivamente um retrocesso e não dá para entender o trabalho amador feito aqui, principalmente depois de dublagens primorosas como as de Assassin’s Creed Syndicate e Rogue e títulos de suas outras franquias como Watch_Dogs 2 e Ghost Recoon: Wildlands, principalmente em um ano em que somos brindados com as dublagens excelentes de Injustice 2 e The Evil Within 2. Se você não quer comprometer sua experiência e imersão no game, opte pelo áudio original.


Conclusão

A decisão da Ubisoft de dar uma pausa em sua principal franquia provou-se acertadíssima, Assassins’s Creed Origins traz um novo vigor e renovo para a saga que já vinha mostrando desgaste há um tempo e ao abraçar um novo gênero de game, a curiosidade de jogadores novos e veteranos foi aguçada e a experiência provou-se muito satisfatória. O game é polido e muito caprichado em todos os seus aspectos. Com uma história densa e imersiva, personagens carismáticos, gameplay refinado e um Egito lindo e altamente explorável, Assassin's Creed Origins é compra garantida e consagra-se como um dos melhores títulos da franquia, trazendo a Irmandade dos Assassinos novamente para os holofotes, figurando como um dos melhores games de 2017.

PRÓS:

+ PERSONAGENS CARISMÁTICOS
+ HISTÓRIA ENVOLVENTE
+ GAMEPLAY REFINADO
+ GRÁFICOS DE ENCHER OS OLHOS
+ MUITAS SIDE MISSIONS
+ VARIEDADE DE ARMAS
+ ADIÇÃO DA ÁGUIA SENU AO GAMEPLAY

CONTRAS:

- A OPORTUNIDADE DE USAR ATRIBUTOS DE ROUPAS PARA AMPLIAR O GAMEPLAY COMO EM AC UNITY FOI DESPERDIÇADA.
- DUBLAGEM SOFRÍVEL E TOTALMENTE DESCARTÁVEL QUE PODE ATÉ PREJUDICAR A EXPERIÊNCIA DO JOGADOR.
- MAL APROVEITAMENTO DE UM MAPA IMENSO.

NOTA: 9,5




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