Crítica | O Beco do Pesadelo
Nas mãos do aclamado diretor Guilhermo Del Toro, O Beco do Pesadelo, adaptação do livro homônimo escrito por William Lindsay Gresham em 1946 chega aos cinemas dia 27 de janeiro, trazendo consigo um elenco de peso, uma estética noir de cair o queixo e uma história misteriosa que deixa uma pulga atrás da orelha sobre o qual real pode ser essa ficção.
Quando o carismático, mas sem sorte, Stanton Carlisle se torna querido para a vidente Zeena e o seu marido mentalista Pete numa feira itinerante, ele ganha um bilhete dourado para o sucesso, usando o conhecimento adquirido com eles para ludibriar a elite rica da sociedade de Nova Iorque dos anos 1940. Com a virtuosa Molly lealmente ao seu lado, Stanton planeja enganar um magnata perigoso com a ajuda de uma psiquiatra misteriosa que pode vir a ser sua melhor adversária.
Del Toro é amplamente conhecido pelas esquisitices e a estética inusitada dos seus filmes, não é de hoje que essa é uma marca registrada do diretor. O Labirinto do Fauno, A Forma Da Água, Mama e vários outros filmes de sua filmografia não nos deixa mentir, e atrelar o diretor ao estilo estranho e inusitado é uma prática comum e mais uma vez isso acontece em O Beco do Pesadelo. Por mais que a história não tenha seu foco em monstros estranhos, Del Toro consegue incluir elementos bizarros que ajudam na narrativa e dão um toque peculiar à obra.
Por falar em estética, esse é outro ponto que deve ser exaltado, Dan Laustsen assina a fotografia e abusa de tons lavados para criar um clima noir místico no filme. Ao seu lado Luís Sequeira comanda o figurino que traz vida a Nova Iorque de 1940, fazendo com que o design de produção do longa seja um dos indicados ao Oscar.
Apesar da estética chamativa e do elenco que também merece créditos pela entrega, principalmente Bradley Cooper, Cate Blanchett, Toni Collette e Willem Dafoe que dão um show a parte, o filme se perde mesmo é no roteiro arrastado e cansativo que transforma as 2 horas e 20 minutos de filme em uma sensação de infinito, desenvolvendo lentamente os personagens, focando em detalhes muitas vezes superficiais e que nem mereciam ser mostrados. Mas que mostra em suas entre linhas a dualidade entre ficção e realidade e como essas linhas podem se cruzar.
O Beco Do Pesadelo se destaca na estética, traz o estilo característico do diretor e deve agradar aos fãs do Guilherme Del Toro. Desliza em seu ritmo e em seu desenvolvimento mas merece ser assistido principalmente pelas atuações e pela história misteriosa.
Nota 3.5/5.0
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