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Crítica | Marighella


A história de um dos principais nomes da luta armada contra a ditadura militar finalmente chega aos cinemas brasileiros, depois de sua estreia em grandes festivais como o de Berlim, onde o filme foi aplaudido de pé, chegou a nossa vez de assistir ao aclamado Marighella. 

Neste filme biográfico, acompanhamos a história de Carlos Marighella, em 1969, um homem que não teve tempo pra ter medo. De um lado, uma violenta ditadura militar. Do outro, uma esquerda intimidada. Cercado por guerrilheiros 30 anos mais novos e dispostos a reagir, o líder revolucionário escolheu a ação. Marighella era político, escritor e guerrilheiro contra à ditadura militar brasileira.

Adaptado da biografia "Marighella - O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo" escrita por Mário Magalhães, o filme tem consigo a grande missão de apresentar os últimos 5 anos de vida de Carlos Marighella à um público mais jovem que por algum motivo, nunca sequer tinha ouvido esse nome.

A frente dessa missão estão grandes nomes do cenário nacional, encabeçando a lista temos Wagner Moura, o eterno "Capitão Nascimento" que dessa vez não atua, mas estreia como diretor. Logo em seguida temos um elenco de nome que conta com Seu Jorge, Bruno Gagliasso e Adriana Esteves.




E é na junção entre direção e elenco que temos um dos pontos mais legais de Marighella, a união do elenco e o carinho perceptível que as pessoas envolvidas tem pelo projeto. Seu Jorge se mostra maduro e entrega em sua atuação um excelente líder, nos colocando na pele de Carlos Marighella de uma forma completamente imersiva, passando sensação de que esse papel só podia ser dele. Por outro lado, temos Bruno Gagliasso interpretando o "Vilão" da história de Marighella, e confesso que ele fez tão bem o papel do antagonista que só de aparecer em tela temos repulsa do personagem.    
 



Por se passar em uma época tão marcante para o Brasil, Marighella não tem medo de exibir cenas de tortura e crueldade, e para dar uma sensação ainda mais angustiante a tortura da época, Wagner Moura e o diretor de fotografia Adrian Teijido abusam de planos sequência e close nos rostos dos personagens passando durante todo o filme um tom intimista, fechado, preso como se realmente estivéssemos em uma panela de pressão que explodirá a qualquer momento, representando sentimentos do que provavelmente foi a época da ditadura militar.  
 
Ao longo de 2 horas e 35 minutos de filme, somos levados de volta a 1969 e convidados a conhecer um pouco mais da história do nosso país, em certos momentos temos cenas de tirar o fôlego em outros temos um marasmo na história que acaba deixando o filme para alguns longo demais ou até mesmo arrastado.

Marighella não é um filme para qualquer um, principalmente pelo momento político do país, certamente teremos uma certa divisão entre amar e odiar. Vale pela história difícil retratada no filme que deixa ainda mais claro o quanto sempre fomos e seremos divididos, infelizmente. 

Nota 4.0/5.0


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