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CRÍTICA | A HORA DO DESESPERO

Sabe quando você sai pra fazer uma simples caminhada ou uma coisa que te dê prazer e do nada a vida da uma de suas reviravoltas? A hora do desespero trata exatamente de uma dessas reviravoltas estranhas que a vida dá, nos colocando na pele de uma mãe desesperada em saber se seu filho está ou não entre as vítimas de um tiroteio na escola em que estuda. 

Em A Hora do Desespero, uma mãe recentemente viúva, Amy Carr, está fazendo o possível para restaurar a normalidade na vida de sua filha e de seu filho adolescente em sua pequena cidade do interior. Enquanto ela está fazendo sua corrida matinal na floresta, ela encontra sua cidade no caos quando um tiroteio ocorre na escola de seu filho. A quilômetros de distância, a pé na floresta densa, Amy corre desesperadamente contra o tempo para salvar seu filho. Superando lesões enquanto faz o que pode para sair do local, enquanto manda várias chamadas telefônicas e mensagens de texto na esperança de descobrir se sua filha Emily (Sierra Maltby) e seu filho adolescente Noah (Colton Gobbo) estão seguros. Mas sem sinal e com poucas informações, jogadas por policias e jornalistas, que conseguiu no caminho, Amy se vê em um dilema de mãe: Seria meu filho um assassino dentro de sua própria escola?



Ao tratar de temas sensíveis como tiroteios escolares, o cinema normalmente tenta nos colocar o mais próximo possível do drama vivido entre os alunos ou na perspectiva de alguém que está no olho do furacão dentro da escola, não explorando o drama vivido por outras perspectivas, como por exemplo os pais ou parentes dos alunos. E é ai que vem o grande diferencial de A Hora Do Desespero, com uma ideia realmente diferente, o filme não aborda o centro do tiroteio mas sim os minutos de desespero de uma mãe que saiu para fazer uma caminhada e recebeu a notícia de um tiroteio na escola em que seu filho estuda pelo celular.


O filme tem como objetivo principal criar um ambiente de tensão, e nesse quesito não podemos reclamar, a tensão é constante, são 80 minutos sem ar acompanhando a mãe Amy Carr interpretada por Naomi Watts, um celular e diversas ligações desencontradas em busca de informações. Com o foco total no desespero de Amy o roteiro pode acabar deixando uma sensação de superficialidade uma vez que alguns assuntos não são explorados e algumas histórias são citadas mas não aprofundadas.



Por mais que a tensão seja constante e o foco do espectador seja no desespero sofrido pela personagem principal, alguns furos no roteiro acabam se destacando como por exemplo, a caminhada matinal da Amy Carr que em alguns minutos viram 6 ou 7 km, a bateria do celular que acaba na hora em que não deveria acabar, a falta de um contanto qualquer para dar uma carona e vários outros furinhos que acabam deixando aquela sensação de que estamos vendo um filme e que tudo que acontece é meio forçado em prol de criar mais tensão.


Em 90% do filme estamos ao lado de Amy Carr e Naomi Watts segura bem as pontas transparecendo o realismo necessário para criar o clima desejado pelo diretor Phillip Noyce, a trilha sonora e a fotografia conversam bem e também ajudam na criação e sustentação do clima tenso e desesperador do filme, sendo assim, mais uma vez entendemos que se o objetivo era ser tenso e desesperador o objetivo foi concluído com sucesso.

A hora do desespero é aquele filme que te deixa grudado na tela, sem ar mas que não deve ser levado a serio para não quebrar o clima de tensão proposto.


Nota 3.5/5.0

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