Depois de nos deixar pensativos sobre Inteligência Artificial em Ex Machina (2014) e nos levar para uma expedição colorida e tenebrosa em Aniquilação (2018) chegou a vez de Alex Garland nos apresentar a sua visão de um terror misturado com um thriller psicológico e com uma pitada surrealista.
Após uma tragédia pessoal, Harper (Jessie Buckley) decide ir sozinha para um retiro no meio de um belo campo inglês, na esperança de encontrar um lugar para se curar. Mas alguém ou algo da floresta ao redor parece estar perseguindo ela. O que começa como um pavor fervente se torna um pesadelo, habitado por suas memórias e medos mais sombrios.
Uma proposta diferente em um clima interessante
‘MEN’ tem o potencial de nos deixar imersos e interessados em sua potencial narrativa nos primeiros minutos de filme, prendendo a atenção do espectador e sustentando um bom misterio por um bom tempo. Com sua proposta diferente, o filme ainda tem uma fotografia peculiar e chamativa, os cenários verdes da casa de campo alugada por Harper trazem visualmente a tranquilidade e a paz que o filme exige. Junto a isso temos excelentes planos abertos e alguns momentos de calma onde são exploradas a natureza inglesa em closes de ambiente a lá “A Arvore da vida” de Terrence Malick.
Harper vs MEN
Com praticamente dois atores contando toda a história do filme, Jessie Buckley se destaca e entrega uma Harper realmente amedrontada e perturbada, só de aparecer em tela a atriz consegue transparecer que existe algo de errado em seu passado e a narrativa do filme vai evidenciando o que aconteceu em seu passado ao longo de flashbacks que invadem o seu pensamento, ponto positivo para Jessie Buckley. Atrapalhando o monólogo de Harper, temos Rory Kinnear, interpretando vários personagens que tiram o o sossego de Harper.
Homens são todos iguais
Cheio metáforas e metalinguagem o filme tem como o principal ponto passar a ideia de que todos os homens são iguais, e para passar essa sensação de forma consistente, Rory Kinnear interpreta de uma forma legal vários homens, e cada um deles tem uma interação diferente com Harper, alguns são gentis, outros são chatos, outros são medonhos, mas todos atacam Harper de alguma forma.
Gore na medida do possível
Plots estabelecidos, personagens apresentados e cade o terror? Vem agora… Ao ficar sozinha na casa de campo uma das versões interpretadas por Rory Kinnear tem a missão de assustar Harper e fazer com que o plot do filme se desenrole em terror, essa versão em alguns momentos tenta invadir a casa de campo de Harper, e o debandar dessas tentativas sempre são gore e as vezes até nojentas, confesso que em uma das cenas eu fechei o olho dada a agonia que o take causa. Porém, nem tudo são flores, enquanto algumas cenas de gore te fazem sentir agonia, mais para o final do filme o diretor perde a mão… o gore fica forçado e temo um take de parto bem mal feito, o CGI não ajuda e o que era para ser medonho acaba ficando engraçado e “Geleioso”, digo ”Geleioso” pois o filme abusa de efeitos práticos, e para fazer com esse take do parto fosse medonho, o excesso de geleia foi grande…
A face injusta do final
Com uma premissa que tinha tudo para dar certo, não foi só o gore que perdeu a mão, a história que ia bem durante 2/3 do filme se perde no ato final, entregando um último ato fraco e com um final aberto e mal e detalhado.
MEN - Faces do Medo não é um filme para qualquer um, é um filme que te deixa agoniado, mantém um gore elevado e deve ser assistido de forma descompromissada e sem grandes expectativas.
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