CRÍTICA | UM LUGAR BEM LONGE DAQUI
Se procuram um filme diferente do que estão acostumados assistir, Um Lugar Bem Longe Daqui com certeza vai te deixar com uma pulga atrás da orelha do início ao fim.
Dizem por aí que Um Lugar Bem Longe Daqui é um ótimo romance, pois eu não o considero um romance. Um Lugar Bem Longe Daqui é um filme sobre o comportamento humano. Mas como assim? segue a leitura que eu te explico.
O preconceito e o medo do desconhecido
Kya Clarke é uma garota que vive sozinha em um brejo. Quando criança Kya foi abandonada por seus pais e irmãos e teve que sobreviver sozinha no brejo em que morava com a família. Como se já não bastasse ter sido abandonada Kya foi totalmente rejeitada e isolada da sociedade, ao mesmo tempo em que era ridicularizada por ser analfabeta e por andar descalça e suja. Podemos dizer que a sociedade a privou de direitos que ela tinha simplesmente por ela ser "diferente". Aí entra preconceito, o preconceito nos impede de conhecer o outro, levando-nos até a inventar histórias para afastar quem ou o que é diferente de nossa comunidade, tribo ou quem julgamos que não se enquadra nos padrões sociais. Mas vamos continuar...
O início da trama
Assim como existe o comportamento de exclusão, existe o comportamento de acolhimento. Já adulta Kya se reencontra com Tate, um garoto que havia conhecido ainda criança quando seu pai ainda morava com ela. Tate se aproxima de Kya e a acolhe, a ensina a ler e escrever e os dois logo se apaixonam e começam a viver um romance. Tate deu a Kya pela primeira vez o direito de amar. Logo depois ela conhece Chase Andrews e os dois também começam a se relacionar, até que um dia, Chase é encontrado morto no brejo e Kya se torna a principal suspeita do crime.
Suspense do início ao fim
O filme inteiro se passa durante a prisão e julgamento de Kya, e toda sua história é contada de seu ponto de vista. Aqui o filme acerta em cheio, não deixa a peteca cair e consegue segurar o suspense até o final. Daisy Edgar-Jones atua excepcionalmente e passa de forma bem real os sentimentos de solidão, exclusão e medo, nos fazendo emocionar a cada acontecimento da vida de Kya. A fotografia reforça esses sentimentos com planos abertos que mostram a imensidão do brejo.
Um pouco longo, perguntas sem respostas
Já falei que o filme não deixa a peteca cair né, mesmo durante suas longas 2h 5m, porém nem todo este tempo é capaz de responder todas as nossas perguntas.
Um lugar bem longe daqui sustenta um mistério envolvente do início ao fim, além de trazer um olhar diferente sobre solidão, crescimento e amor. Com certeza ao final do filme você vai se pegar em um devaneio quanto às suas ações, quanto à sociedade e as regras impostas por ela.
Assistam e se emocionem com a história de kya Clark!
NOTA 4.0/5.0
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