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CRÍTICA | ARMAGEDDON TIME

Depois de Kenneth Branagh dirigir e roteirizar a sua própria história em 2021 no filme Belfast que inclusive foi um dos destaques do Oscar 2022, James Gray segue a mesma fórmula e nos traz a sua história em Armageddon Time, filme que já arrancou aplausos em festivais e que provavelmente será um dos indicados ao Oscar. 

Em Armageddon Time, na Nova York dos anos 1980, antes de Ronald Reagan ser eleito presidente dos Estados Unidos, uma família vive no Queens e precisa passar por um processo profundamente pessoal. Traçando uma trajetória intensa de amadurecimento, o longa aborda a força da família e a busca que atravessa gerações pelo "sonho americano". A história do filme é baseada na infância do diretor e roteirista, com uma trama sobre lealdade e amizade. 

A amizade
A trama de uma amizade legal e que vai te fazer ir mais longe é uma das coisas que chamam atenção em Armageddon Time, contando sua auto biografia temos Paul, ou praticamente um jovem James Gray que desenrola a trama através do seu olhar inocente, que conta com Johnny seu fiel amigo que o impulsiona a crescer e a entender melhor o mundo.


A visão inocente de um mundo cruel
Johnny e Paul são amigos bem parecidos ambos são rebeldes e possuem personalidade forte, o que difere realmente os dois é que enquanto Paul é um menino branco e com vários privilégios, Johnny é uma menino negro sem privilégios, e ao longo do filme vamos acompanhando de perto como a desigualdade racial vai sendo mostrada através do olhar inocente de Paul, que não entende ao certo o preconceito e os motivos que o fazem ser diferente de Johnny. Toda essa trama contada ao olhar infantil traz ao filme uma sensibilidade incrível, é difícil assistir ao filme e não ficar emocionado com a delicadeza apresentada em evidenciar uma discriminação racial sob um olhar de inocência.

Um elenco e tanto
Se a ideia é ser um filme tocante, um elenco de peso não poderia ficar de fora, tudo começa com as crianças, Paul é interpretado por Banks Repeta, que anda ganhando espaço no cenário e que mais uma vez chama atenção, já Johnny é interpretado por Jaylin Webb, que consegue transmitir com exatidão o peso de ser uma pessoa negra que sofre preconceitos. Além das crianças mais uma vez o destaque é para Anthony Hopkins que não brinca em nada que faz, interpretando Aaron avó de Paul, Hopkins brilha no carinho com o seu neto e na passagens de valores essenciais a um ser humano, enquanto os pais de Paul são bem mais distantes nesse quesito.

       
A dificuldade de se conectar com todo mundo.
O filme se passa em Nova York na década de 80 e a ambientação junto com a fotografia amarelada traz um certo tom de nostalgia que vai agradar a algumas pessoas, mesmo Paul e Johnny tendo a simpatia necessária para encantar o público, a trama é muito poética e cabe a cada espectador buscar uma conexão com o filme, sendo esse talvez o único ponto de atenção, já que nem todos vão se encontrar na trama.

Armageddon Time é um filme sensível, uma auto biografia que surfa na onde de Belfast e que provavelmente deve aparecer no Oscar de 2023, seja por roteiro, ou até mesmo para Hopkins como ator Coadjuvante. 

Nota 4.0/5.0  
   

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