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CRÍTICA | ATÉ OS OSSOS

 


Um romance aterrorizante e canibal, talvez essa seja a melhor definição em poucas palavras para “Até os ossos”, dirigido por Luca Guadagnino e estrelado por Taylor Russell e Timothée Chalamet o filme chega aos cinemas no dia 01 de dezembro trazendo um misto de sensações. 


Até os Ossos é a história do primeiro amor de Maren (Taylor Russell), uma jovem mulher aprendendo a sobreviver à margem da sociedade, e o intenso Lee (Timothée Chalamet), um andarilho sem amarras... Eles se encontram e se unem numa odisseia de mil e quinhentos quilômetros por estradas secundárias, passagens ocultas e alçapões na América de Ronald Reagan. Mas apesar de seus esforços, todas as estradas os levam de volta aos seus passados traumáticos, e a uma reta final que vai determinar se o amor deles pode sobreviver às suas diferenças.


Um primeiro ato que aguça a curiosidade
Confesso que fui assistir ao filme sem ver nenhum trailer e sem ler nenhuma sinopse, logo, não sabia o que iria assistir e ao ver o pôster logo imaginei que seria um romance teen na pega de “Call me by your name”, mas logo de início o roteiro se encarrega de aguçar a curiosidade do espectador revelando que na verdade esse “romance” vai bem além de uma simples história de amor adolescente, e para trazer esse sentimento de forma rápida e nos apresentar a verdadeira Maren, o filme traz uma cena que te gruda na cadeira ao mostrar sem medo e com belos efeitos especiais a natura nua, crua e canibal de Maren, depois desse primeiro ato, o filme ganha atenção do espectador de um jeito impressionante.



Hora de sair de casa
Depois de apresentar a natureza de Maren no primeiro ato, temos então um “road movie” em busca de respostas, Maren é abandonada pelo pai que deixa algumas fitas contando sua história em resumo desde o nascimento e algumas pistas de sua mãe, nesse momento Maren vai atras de respostas percorrendo milhares de quilômetros na tentativa de encontrar sua história e o por que ela é o que ela é. Nessa busca Maren se encontra com Lee que a ajuda nessa longa jornada de amadurecimento e autoconhecimento.


As coincidências que fraquejam
Se por um lado o filme aguça a curiosidade, por outro ele entrega os mistérios de mão beijada e com coincidências nada haver, talvez esse sem dúvidas seja o ponto mais fraco do roteiro que tinha tudo para sem excelente. Maren no primeiro ato não sabia o que ela era, ao ir em busca de suas origens a primeira pessoa que ela encontra é um devorador igual a ela, coincidência não é mesmo? 16 anos sem saber o que ela era e por que fazia o que fazia e na primeira saída de casa ela tem todas as respostas na mão… e não para por ai todos os sub mistérios que o roteiro cria são entregados com facilidade, isso faz com que o espectador narre alguns fatos do filme na mente antes mesmo deles acontecerem e é inevitável o sentimento de “Sabia que isso ia acontecer.”   




Visceral e Romântico
Maren e Lee em sua trajetória de quilômetros vão aprendendo sobre a vida, sobre suas necessidade e sobre seus extintos, tudo é feito de uma forma simpática e a química entre Taylor Russell e Timothée Chalamet se destaca, os dois formam um belo casal, que nasceram para aprender e crescer juntos, mas na essência, são devoradores (Canibais) e nesse quesito o romance se mistura com a brutalidade fazendo com que dois gêneros opostos se encontrem de uma forma muito intensa temos a junção do 8 com o 80, do romance com o terror, e o terror não é aquele de dar sustinhos é o terror gore, sangrento para pessoas com estômago forte. Ponto positivo para os efeitos especiais e para fotografia que realça o gore o deixando ainda mais nojento.


Poético, cult e cheio de metáforas
Ao longo do filme vamos vendo a historia ser contada com muitas metáforas sobre o amadurecer adolescente, sobre os extintos humanos e sobre a busca de nossas origens, tudo sob o olhar de um cineasta cult que casa os elementos cinematográficos no intuito de ganhar Oscar, logo, é um filme que para muitos não vai ser entendido facilmente, é um filme que exige atenção e que deve ser assistido duas ou mais vezes.  

Nota: 4.0/5.0

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