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CRÍTICA | MUSSUM O FILMIS



Depois de conquista diversos prêmios no festival de gramado,  Mussum, o Filmis chega aos cinemas de todo o brasil no dia 02 de Novembro. Esta emocionante cinebiografia lança luz sobre a vida fascinante de Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido como Mussum. Feito com maestria em todos os aspectos, o filme se destaca por sua sensibilidade e habilidade de transportar o espectador para uma era de nostalgia, ao mesmo tempo que nos apresenta a trajetória de um dos maiores humoristas negros do Brasil.

Se há um aspecto que imediatamente chama a atenção desde o início, é a brilhante construção da narrativa, desenvolvida com cuidado e sem pressa. Cada elemento da história é tratado com precisão e dedicação, resultando em uma trama envolvente e bem estruturada. As esquetes de comédia, inspiradas nas obras clássicas de Mussum, são um autêntico deleite, proporcionando risos e uma dose saudável de nostalgia. Esta fusão entre a narrativa emocional e as esquetes cômicas apresenta a dualidade perfeita entre a vida de Antônio Carlos e a persona de Mussum. É algo verdadeiramente esplêndido e uma sacada genial que mantém o ritmo proposto pela trama, sem comprometer a integridade da história.


Ao longo de 115 minutos passamos por praticamente toda a vida de Antônio Carlo e o trio de atores que interpreta Mussum em diferentes fases de sua vida merece destaque. Thawan Lucas Bandeira, como o jovem Mussum, é genuíno e criativo, capturando a essência do personagem. Yuri Marçal traz um Mussum jovem e travesso, adicionando camadas à complexidade do personagem. No entanto, é Ailton Graça que se destaca ao assumir o papel na fase adulta. Sua interpretação é absolutamente envolvente, demonstrando um comprometimento e entrega que elevam o filme a um nível superior.

Sabemos que uma Mãe tem sempre seu lugar na nossas vidas e a abordagem da influência materna na vida de Mussum é um dos pontos mais comoventes e surpreendentes do filme. Cacau Protásio e Neusa Borges, como a mãe de Mussum em diferentes fases da vida, transmitem uma gama de emoções de forma arrebatadora, deixando o espectador visivelmente tocado. É impossível conter as lágrimas diante da dedicação e sofrimento que ambas as atrizes entregam em suas performances.


Com um meticuloso recorte dos anos 60, 70 e 80, a ambientação do filme é uma verdadeira viagem no tempo, percorrendo momentos históricos da televisão, desde os primórdios em preto e branco até o emblemático surgimento da TV Globo e, posteriormente, a icônica era dos Trapalhões. Além disso, a narrativa nos conduz por uma envolvente jornada pela rica tapeçaria da música brasileira, apresentando figuras lendárias como Elza Soares e Jorge Ben Jor. Por falar de música, a trilha sonora, permeada pelo ritmo contagiante do samba, é uma reverência justa a um homem cuja vida esteve inseparavelmente entrelaçada à música. Ela não apenas ambienta, mas também ressoa com a alma do protagonista, proporcionando uma dose merecida de samba para todo mundo que assiste ao filme.

É importante ressaltar que ao mergulharmos na vida de Antônio Carlos, somos levados à origem do personagem Mussum e descobrimos como ele foi criado e se tornou tão querido de uma maneira autêntica e simples. Isso acrescenta ainda mais profundidade à história. A jornada de Mussum, um homem que batalhou incansavelmente pela sua arte, é uma fonte de inspiração, especialmente ao considerarmos os desafios que enfrentou como um artista negro.

Por fim, "Mussum, o Filmis" é uma obra que o cinema nacional pode se orgulhar. Oferece não apenas uma história dramática rica em lições de vida, mas também celebra um ícone cultural que moldou a comédia brasileira. Este filme é uma homenagem merecida a Antônio Carlos Bernardes Gomes e uma lembrança da força do talento e da determinação na busca pelos nossos sonhos.

Nota: 5.0/5.0 ASSISTAM FILMES NACIONAIS!

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