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CRÍTICA | FURIOSA

"Furiosa: Uma Saga Mad Max" apresenta-se como uma ambiciosa expansão do universo pós-apocalíptico criado por George Miller. Com uma duração extensa de 2 horas e 28 minutos, o filme oferece uma narrativa detalhada e episódica, focando na origem da Imperatriz Furiosa, explorada em cinco capítulos que se desenrolam ao longo de 15 anos antes dos eventos de "Mad Max: Fury Road".

Uma das principais qualidades de "Furiosa" é a profundidade da construção do mundo. Miller demonstra um compromisso impressionante em enriquecer o universo de "Mad Max", oferecendo uma nova perspectiva e um contexto histórico mais profundo para a personagem de Furiosa. Esta abordagem oferece uma camada adicional de complexidade à saga, permitindo aos fãs um mergulho mais profundo no lore da série.

As performances de Ayla Browne e Anya Taylor-Joy, que interpretam Furiosa em diferentes fases de sua vida, são dignas de destaque. Taylor-Joy, em particular, traz uma intensidade e vulnerabilidade à personagem, ajudando a ancorar a narrativa emocionalmente. A caracterização das atrizes como Furiosa é tão bem feita que, em um certo momento de transição de uma para a outra, a mudança é quase imperceptível.

Embora Anya Taylor-Joy seja um destaque, é Chris Hemsworth que realmente rouba a cena como Dementus. Sempre que aparece, Dementus traz uma presença vilanesca cômica, com frases de efeito e o empoderamento que um grande antagonista necessita. Em contraste, Lachy Hulme apresenta um Immortan Joe mais tímido e reservado em comparação com o Immortan Joe  icônico do filme anterior.

A mudança de enfoque para uma narrativa mais fragmentada e episódica pode ser vista como um ponto fraco. Os fãs que esperam a frenética ação característica de "Mad Max: Fury Road" podem encontrar um ritmo mais pausado e uma estrutura episódica desanimadora. A ausência de uma ação contínua e visceral, que é o que a maioria das pessoas esperam, pode deixar alguns espectadores desapontados.


Outro aspecto que pode desapontar os fãs de "Fury Road" é a trilha sonora. Apesar de ajudar a criar a atmosfera do filme, ela não possui a presença impactante que as cenas de ação demandam. A sonoplastia, que se destacava quase como um personagem independente no universo de "Fury Road", é relegada a um papel secundário em "Furiosa".

Por outro lado, a fotografia do filme é deslumbrante. Miller continua a utilizar o cenário desértico de maneira magistral, com imagens de tirar o fôlego que capturam a desolação e a beleza crua de um mundo pós-apocalíptico. A cinematografia consegue equilibrar momentos de quietude com explosões de ação, criando mais uma vez um visual intrigante.

Em sua ambiciosa expansão do universo pós-apocalíptico de "Mad Max", "Furiosa: Uma Saga Mad Max" oferece uma narrativa detalhada e emocionante, explorando a origem da Imperatriz Furiosa ao longo de 15 anos em cinco capítulos distintos. Embora possa desapontar alguns fãs com sua abordagem episódica e uma trilha sonora menos impactante, o filme compensa com performances cativantes, uma construção de mundo impressionante e uma cinematografia deslumbrante, mantendo-se fiel ao estilo visual marcante de George Miller.

Nota: 4.0/5.0

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