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Crítica | Maxxxine



"Maxxxine" é a aguardada sequência dos filmes "X - A Marca da Morte" (2022) e "Pearl" (2022), e mais uma vez traz Mia Goth no papel da complexa e enigmática Maxine. Neste terceiro capítulo, dirigido por Ti West, a narrativa muda de direção, abandonando o horror explícito dos filmes anteriores e mergulhando em um thriller policial ambientado na Los Angeles de 1985.

A trama acompanha Maxine, a única sobrevivente de uma filmagem pornográfica que deu terrivelmente errado alguns anos atrás. Determinada a alcançar a fama, ela vê uma oportunidade de brilhar na indústria do entretenimento e agarra-a com todas as suas forças. No entanto, um misterioso assassino, conhecido como Night Stalker, começa a perseguir algumas mulheres, deixando um rastro de sangue e ameaçando expor o passado sombrio de Maxine.

Mia Goth mais uma vez entrega uma atuação cativante e poderosa, encarnando uma personagem que parece ter nascido para interpretar. Sua performance é, sem dúvida, um dos pontos altos do filme, conseguindo transmitir toda a complexidade e a determinação de Maxine. A frase marcante "I will not accept a life I do not deserve" encapsula perfeitamente a essência da personagem, que não se conforma e luta incessantemente por aquilo que deseja.


Diferente dos filmes anteriores, "Maxxxine" opta por um tom mais sóbrio e menos gore, caracterizando-se mais como um thriller policial do que um terror macabro. Essa mudança pode surpreender os fãs que esperavam uma continuidade na linha dos horrores anteriores. No entanto, a direção de Ti West merece destaque por sua ousadia em criar uma trilogia com estilos e gêneros distintos, proporcionando uma experiência rica e variada.

A ambientação nos anos 80 é um deleite à parte. A estética do filme e a trilha sonora são impecáveis, transportando o espectador para uma época repleta de nostalgia. A utilização de uma fita VHS como elemento chave do enredo e as cenas ambientadas em locadoras são toques geniais que reforçam essa imersão oitentista. A fotografia também merece menção, com a inteligente mistura de formatos de tela 4:3 para as cenas do passado e o presente capturado em uma Hollywood vibrante e fiel ao período.

Além de Mia Goth precisamos falar de Kevin Bacon, que interpreta um personagem caricato que, apesar do pouco tempo de desenvolvimento, consegue ser impactante, cômico e ainda ter uma morte "trágica". Sua presença adiciona uma camada extra de interesse ao filme. O apoio do elenco coadjuvante também não passa despercebido, com cada ator contribuindo para a construção de um universo convincente e envolvente, onde cada interação e reação são cuidadosamente trabalhadas para enriquecer a narrativa.


A revelação final da identidade do Night Stalker em "Maxxxine" é um momento crucial que, infelizmente, acaba por decepcionar. Após uma construção meticulosa do mistério ao longo do filme, a revelação se desenrola de maneira previsível e simplista, não correspondendo ao impacto esperado. Isso resulta em um desfecho que pode parecer anticlimático para os espectadores que aguardavam uma reviravolta mais complexa e satisfatória.

Embora o desenrolar do filme seja relativamente simples, "Maxxxine" se destaca por sua direção, estética e a forte atuação de Mia Goth. É uma continuação que traz uma proposta diferente e corajosa, mas que pode desapontar os fãs que esperavam sustos e o gore característico dos filmes anteriores.

Nota: 3.5/5.0

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