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CRÍTICA | Tuesday - O Último Abraço


"Tuesday - O Último Abraço" é uma obra que surpreende tanto pela sua originalidade quanto pela profundidade emocional com que trata temas universais como a perda, o luto e a resiliência. Dirigido e roteirizado por Daina Oniunas-Pusic, o filme nos leva por uma jornada delicada e sensível ao lado de Zora (Julia Louis-Dreyfus) e sua filha adolescente, Tuesday (Lola Petticrew).

Logo de início, a direção de Oniunas-Pusic se destaca por sua habilidade em combinar elementos de fantasia com uma narrativa profundamente humana. A escolha de representar a Morte como um pássaro falante desafia as expectativas e oferece uma visão inovadora e metafórica do ciclo da vida. Essa personificação inesperada da Morte, que poderia facilmente se tornar caricata, é tratada com sutileza e profundidade, adicionando uma camada de complexidade à trama.

Julia Louis-Dreyfus entrega uma performance comovente como Zora. Sua interpretação traz à tona a vulnerabilidade e a força de uma mãe enfrentando o inevitável, e sua química com Lola Petticrew é palpável. Petticrew, por sua vez, dá vida a Tuesday com uma autenticidade que captura perfeitamente a turbulência emocional da adolescência confrontada com a mortalidade.


O roteiro equilibra momentos de dor e esperança, permitindo ao espectador uma imersão completa na jornada das personagens. A relação entre mãe e filha é o coração do filme, e é tratada com uma honestidade que ressoa profundamente. A abordagem da Morte como um elemento quase natural, sem os clichês de terror, proporciona uma nova perspectiva sobre a aceitação e a redenção.

A cinematografia também merece destaque. As cenas são cuidadosamente compostas, com uma paleta de cores que reflete a transição emocional das personagens. A trilha sonora complementa perfeitamente a atmosfera do filme, reforçando os momentos de tensão e alívio.

"Tuesday - O Último Abraço" é um filme diferente que combina magistralmente elementos de fantasia com uma narrativa emocionalmente rica. É um lembrete poderoso de que, mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras, é possível encontrar força e resiliência. O filme não só oferece uma nova visão sobre a Morte, mas também celebra a vida em todas as suas complexidades e nuances.

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