CRÍTICA | TWISTERS
"Twisters" é a mais recente tentativa de Hollywood em reviver clássicos dos anos 90, desta vez ressuscitando o filme "Twister" de 1996. Dirigido agora por Lee Isaac Chung, o filme tenta equilibrar a nostalgia com uma nova visão. No entanto, "Twisters" acaba sendo uma mistura desigual que luta para justificar sua existência em um cenário cinematográfico moderno, em meio ao caos global vivenciado atualmente.
O filme começa com a meteorologista Kate Cooper (interpretada por Daisy Edgar-Jones) tentando domar um tornado com uma equipe de amigos. A missão fracassa tragicamente, resultando em perdas devastadoras. Cinco anos depois, Kate é atraída de volta ao mundo dos caçadores de tempestades por seu amigo Javi (interpretado por Anthony Ramos), que desenvolveu um novo sistema de sensores para prever tornados. Relutante no início, Kate acaba se unindo ao excêntrico youtuber "tornado wrangler" Tyler Owens (interpretado por Glen Powell). Juntos, eles enfrentam uma série de tempestades devastadoras.
A narrativa de "Twisters" é marcada por coincidências forçadas e um desenvolvimento superficial dos personagens. A relação entre Kate e Tyler, que deveria ser o núcleo emocional do filme, parece clichê e forçada, refletindo a estrutura desgastada de muitos romances de Hollywood. A protagonista feminina só encontra seu verdadeiro eu através do relacionamento com um homem simples, mas de bom coração, que sempre precisa salvá-la.
Visualmente, "Twisters" é competente, mas não inovador. A cinematografia de Dan Mindel e os efeitos especiais criam cenas de destruição impressionantes, levando o espectador a uma realidade vivida atualmente em locais atingidos por desastres naturais. No entanto, a falta de amplitude nos cenários e a previsibilidade das sequências de ação diminuem seu impacto. Os tornados ocorrem na mesma região do estado de Oklahoma, que se torna um ponto turístico devido ao sucesso do youtuber Tyler. O uso de tecnologia moderna, como transmissões ao vivo no YouTube e super aparelhos de coleta e armazenamento de dados, adiciona um toque contemporâneo importante, mas não é suficiente para revitalizar uma fórmula que já parece datada.
Daisy Edgar-Jones entrega uma performance incrível, destacando-se no elenco, mas é prejudicada por um roteiro que não lhe dá material suficiente para explorar profundamente seu personagem. Glen Powell, o mais novo queridinho de Hollywood, como Tyler, é reduzido a um estereótipo de caipira charmoso, e sua química com Daisy é fraca. Anthony Ramos e Sasha Lane são tão talentosos que fazem com que seus personagens secundários cresçam de forma inesperada, mas ainda assim são subutilizados e mal desenvolvidos, servindo apenas como suporte para a trama central.
Daisy Edgar-Jones entrega uma performance incrível, destacando-se no elenco, mas é prejudicada por um roteiro que não lhe dá material suficiente para explorar profundamente seu personagem. Glen Powell, o mais novo queridinho de Hollywood, como Tyler, é reduzido a um estereótipo de caipira charmoso, e sua química com Daisy é fraca. Anthony Ramos e Sasha Lane são tão talentosos que fazem com que seus personagens secundários cresçam de forma inesperada, mas ainda assim são subutilizados e mal desenvolvidos, servindo apenas como suporte para a trama central.
"Twisters" sofre de uma crise de identidade. Tenta ser uma homenagem ao original enquanto busca sua própria relevância, mas falha em ambos os aspectos. A narrativa previsível e os personagens bidimensionais não conseguem engajar o público além das espetaculares, porém repetitivas, cenas de tempestade. A tentativa de inserir uma crítica sobre mudanças climáticas é breve e superficial, uma oportunidade desperdiçada de dar profundidade ao filme.
"Twisters" pode satisfazer os fãs da temática e os hardcore do original, além daqueles que buscam um entretenimento leve e cheio de ação. Em uma sala Imax, os efeitos visuais devem ser impressionantes. Contudo, para os que esperam uma experiência cinematográfica mais rica e inovadora, o filme deixa a desejar. É um exemplo de como a nostalgia e a modernização nem sempre resultam em um produto coeso e significativo.
Nota: 2.5/5.0
Não gostei, vários tornados forçados sem explicação
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