Crítica | Halloween Ends

É chegada a hora de dar um “Fim”… ou será que não? Ao quase imortal Michael Myers, Halloween Ends chega aos cinemas no dia 13 de outubro encerrando uma saga que teve inicio em 1978 e que da lá pra cá passou por vários baixos e alguns altos, mas entre mortos e feridos, Michael Myers e o mal vivem.

Em Halloween Ends, quatro anos após os eventos de Halloween Kills: O Terror Continua (2021), Laurie (Jamie Lee Curtis) agora vive com sua neta Allyson e está terminando seu livro de memórias. Michael Myers nunca mais foi visto. Depois de permitir que a sombra de Michael pairasse ao longo de sua existência por décadas, ela finalmente decidiu se libertar do medo e da raiva e se voltar para a vida. Mas quando um jovem, Corey Cunningham, é acusado de ter assassinado um menino de quem cuidava, uma onda de terror e violência pairam sobre a cidade, forçando Laurie a se juntar com outras pessoas para combater o mal. Mas dessa vez, Laurie terá de lidar com Myers e acabar com ele, de uma vez por todas, para que o mal nunca mais volte para a cidade e ela possa, enfim, ter uma vida normal e sem medo, promovendo a paz para sempre.

A passagem de bastão

Que Michael Myers é quase imortal a gente já tinha uma ideia, afinal o bicho tá ai, vivão mesmo depois de apanhar bastante, tomar tiro, ser queimado, perfurado e tudo mais, mas se o filme tem em seu titulo a palavra fim, é esperado que a trama tenha um fim, e o tão aguardado sossego de Laurie Strode chegue em sua vida, mas é aí que o roteiro de Halloween Ends dá uma reviravolta que vai dividir a galera. Na tentativa de termos um novo Michael Myers e de passar uma ideia de passagem de bastão o filme introduz  de uma forma interessante o personagem Corey Cunningham, personagem esse que é bem desenvolvido ao longo da trama e que deixa claro que na realidade o mal sempre vai existir ele só vai mudar de forma.

Mais Corey Cunningham do Michal Mayers

Para desenvolver a história de Corey Cunningham e como ele poderá ser um novo Michael Mayers, o filme acaba tomando a decisão de focar mais em Corey do que em Myers, e issssso com certeza é de longe um dos grandes ponto de desagrado dos fãs, afinal, o que era esperado de uma última noite de Halloween de Myers acaba sendo uma boa historia de origem que repagina a história de Strode e Mayers para uma versão moderna e repaginada entre Corey e Allison Nelson neta de Strode que ganha mais profundidade nesse filme.

O Passado deixado de lado

Nessa tentativa  de repaginar o Mal que habita o universo de Halloween Corey Cunningham acaba tendo Myers como “Tutor”, e o filme mostra passo a passo de como Cunningham desenvolve e dá lugar ao mal, ao longo do filme a essência gore de Halloween aparece e não deixa a desejar, o Jumpscare está presente em vários momentos e a lição que ronda o filme é imersiva, por um longo tempo aceitamos que talvez a ideia de ter um novo Michael Myers é promissora visto o nível alto add violência apresentado por Corey, nesse sentido o filme se supera e manda bem.

Novo Michael Mayers é o Kr@!0

Porem aí o roteiro nos surpreende novamente, não vou entrar em spoilers, mas tudo que é desenvolvido ao longo do filme é meio que desperdiçado no seu ultimo ato para dar um fim de verdade ao mal que assombra Laurie Strode. No Ultimo ato temos o Michael Myers que conhecemos, fazendo o que sempre fez de melhor, correndo atrás de Laurie e evidenciando que o titulo de Michael Myers não deve ser passado a frente. Mas a história tem um fim? Então, não vou escrever sobre isso, assista…..

Jamie Lee Curtis, a Strode fodona que não é aproveitada

Não posso encerrar esse texto sem falar de Jamie Lee Curtis, a nossa Strode está incrível e se mostra uma mulher foda ao enfrentar o medo, algo que com certeza não foi muito bem aproveitado por aqui já que o foco foi desviado de Strode para a historia de  Corey com sua neta, mas mesmo assim, sempre que em tela ela passa mais medo que o próprio Corey, ponto para Jamie Lee Curtis que nasceu para ser a Laurie Strode.

Mas e ai? 

Halloween Ends é o fechamento de um ciclo que ao invés de focar no importante acaba criando uma excelente sub história que não serve para nada no fim, tem um nível de terror legal, um gore excelente e vários sustos que vão agradar varias pessoas que curtem o gênero, mas que vai deixar alguns fãs revoltados por não focar no que trouxe a franquia até aqui, Michael Myers.

Nota 3.5/5.0