Já disse que comedias românticas costumam não errar, seguem uma fórmula gostosa de ser assistida, emociona, traz uma pitada realista e engraçada da vida real e no fim diverte o espectador, e “Mais Que Amigos”, novo filme dirigido por Nicholas Stoller que chega aos cinemas essa semana não é diferente exceto pelo fato que o filme é orgulhosamente feito para o público LGBTQIA+ e traz além dos clichês uma quebra de tabus e uma representatividade enorme a toda uma comunidade.
Bob Leiber (Billy Eichner) e Aaron (Luke Macfarlane) são dois homens com problemas amorosos que descobrem que é possível encontrar o amor em meio à loucura. Eles entrarão em um relacionamento surpreendente, diferente de tudo que já viveram com outras pessoas antes. Uma história cheia de bom humor e novas descobertas.
Sem medo de mostrar o que precisa mostrar
Para dar vida a relação estranha e diferente de Bob e Aaron o filme assume a postura de mostrar o que precisa mostrar sem medo algum, em tela isso se resume em beijos, brigas, discussões, erros, acertos, reparações e varias cenas de sexo, incluindo uma cena de sexo grupal com quatro homens. E por assumir esse risco de mostrar tudo sem medo, o filme encanta pela leveza e pela realidade que transmite, tudo finda em amor e aprendizados de como as pessoas escondem seus verdadeiros sentimentos.
Um elenco que se encaixa
Por ser um filme LGBTQIA+ outro grande acerto do filme é contar um elenco de atores LGBTQIA+, o próprio roteiro brinca com isso ao contar piadas de como gays são interpretados por heteros bonitões e famosos em filmes de grandes bilheterias como “O Segredo de Brokeback Mountain” e “Me Chame Pelo Seu Nome”. Billy Eichner se entrega no projeto e se mostra em casa ao protagonizar um Bob Leiber sensível, humano e verdadeiro, ponto para o ator que traz ainda mais realidade a essa ficção.
Piadas e mais piadas
Nem só de realidade vive uma comédia romântica, afinal o termo comédia deve fazer sentido e nesse quesito o filme vai do 8 ao 80, algumas piadas arrancam um belo sorriso do espectador, principalmente as piadas de referências que brincam com a cultura pop e com a realidade da vida das pessoas apaixonadas. Por outro lado algumas piadas são específicas para a comunidade LGBTQIA+ e nem todas são possíveis de ser entendidas e outras são forçadas demais e acabam ficando sem graça.
O amor é o mesmo independente do gênero
Um dos fatos que o filme evidência é que o Amor é sempre o mesmo independente de cor, raça, gênero ou escolha, afinal amar é sorrir, brincar, discutir, abrir mão e muito mais, ao longo de quase 120 minutos Mais que amigos torna ainda mais palpável que todo mundo ama em algum momento da vida e junto com esse amor nascem varias descobertas sobre a vida e os gostos e desejos de cada individuo.
Um ritmo de altos e baixos
Entre os altos e baixos da relação de Bob e Aaron o filme oscila muito em seu ritmo, em certos momentos você está grudado na tela em outros você está viajando e desconectado em outros está se identificando e assim vai seguindo até o fim, tornando esse um dos principais pontos fracos do filme, a falta de constância incomoda mas obviamente não tira o brilho do filme.
Mais que amigos é uma boa comédia romântica, feita para quebrar tabus e orgulhosamente feita para comunidade LGBTQIA+, é um filme que não tem medo de mostrar o que precisa mostrar, e que traz uma representatividade enorme para comunidade, faz piadas com preconceitos e exalta que no fim o que importa é o Amor. É uma pena que não é um filme para todos, justamente por que muitas pessoas não vão assitir por preconceito.
Nota: 4.0/5.0
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