CRÍTICA | CREED 3
Depois de uma longa espera, Creed III finalmente chega aos cinemas mostrando que o universo de Rocky Balboa tem potencial para ir ainda mais longe, contando boas historias, desenvolvendo personagens complexos e obviamente mostrando de uma forma bem imersiva uma boa luta de boxe.
Em Creed III, continuação do longa de 2018, Michael B. Jordan volta a interpretar Adonis Creed. Depois de dominar o mundo do boxe, Adonis Creed vem prosperando tanto na carreira quanto na vida familiar. Quando um amigo de infância e ex-prodígio do boxe, Damian (Jonathan Majors), ressurge depois de cumprir uma longa sentença na prisão, ele está ansioso para provar que merece sua chance no ringue. Damian pede a ajuda de Creed para que ele o ajude a voltar para os campeonatos de luta. Apesar de tudo, dezoito anos na prisão mudam a pessoa e Damian não está nada satisfeito que Creed "tomou seu lugar" no ringue de boxe. Dois velhos amigos então vão lutar para enfrentar seus passados juntos e enfrentar o futuro que os aguarda. Para acertar as contas, Adonis deve colocar seu futuro em risco para lutar contra Damian - um lutador que não tem nada a perder.
O Retorno
A franquia Creed já havia impressionado o público com seus dois primeiros filmes, mas agora com a terceira parte, a narrativa se aprofunda ainda mais e ganha um novo olhar. O filme traz de volta o talentoso Michael B. Jordan, que já provou seu talento principalmente como Adonis , agora se aventura por trás das câmeras e mostra que tem habilidades tanto na frente quanto atrás das telas.
Majors é o Cara
A escolha de Jonathan Majors para interpretar o "antagonista" Damian não poderia ser melhor. O ator entregou uma performance convincente e emocionante, mostrando o impacto que o tempo na prisão pode ter na vida de uma pessoa. A dinâmica entre Majors e Jordan é um dos pontos mais altos do filme, e é interessante ver dois atores tão talentosos trabalhando juntos em um projeto tão ambicioso. De fato só de olhar para Damian ficamos com medo do que o brutamonte pode fazer, afinal Majors se dedicou e cresceu bastante para interpretar Damian na medida certa.
Família em primeiro lugar
O roteiro de Creed III acerta em cheio ao explorar o contraponto entre a vida de Adonis longe dos ringues e a importância da família em sua vida. Essa abordagem acrescenta uma camada de complexidade ao protagonista, tornando-o mais humano e acessível ao público. A excelente atuação de Tessa Thompson como esposa de Adonis contribui significativamente para essa dinâmica, e juntos eles conseguem criar uma sensação de proximidade com a audiência, especialmente nas cenas em que interagem com a filha surda do casal, usando a linguagem de sinais. A dedicação de Adonis em cuidar de sua família é uma parte fundamental da trama, mostrando que mesmo fora do ringue, ele é um lutador incansável, disposto a fazer tudo para garantir o bem-estar de sua esposa e filha. Essa abordagem também serve para mostrar o lado mais sensível do personagem, criando um equilíbrio emocional com as cenas de luta que se aproximam. É interessante notar como a narrativa consegue balancear esses elementos, sem que um se sobreponha ao outro, resultando em uma história mais rica e completa.
O som de uma boa luta
Durante todo o filme, o som é utilizado de forma criativa para ajudar a criar o clima e a atmosfera perfeita. Nas cenas de luta, o som dos socos e dos golpes é capturado de uma maneira que faz com que pareça que os golpes estão sendo desferidos bem ao lado do espectador. Isso ajuda a criar uma sensação de tensão e empolgação, fazendo com que o público fique na ponta da cadeira durante todas as sequências de luta. Além disso, a trilha sonora é usada de forma muito inteligente para ampliar a emoção das lutas, com músicas intensas que combinam perfeitamente com o ritmo das cenas, tudo é cuidadosamente capturado para ajudar a transportar o espectador para dentro da história.
Roteiro, Som e Imagem
Se tanto o roteiro quanto o som são bem feitos não podemos deixar de falar da fotografia que consegue capturar com precisão as emoções dos personagens, com enquadramentos e luzes que refletem o estado de espírito de cada um. Isso é particularmente evidente nas cenas em que Adonis e Damian estão lutando, onde a fotografia reflete a tensão e o antagonismo que existe entre eles, ajudando a criar uma atmosfera envolvente e imersiva que ajuda a contar a história de uma forma visualmente impactante.
Creed III marca a estreia de Michael B. Jordan como diretor em um filme emocionante, cativante e que mantém a essência da saga "Rocky" enquanto apresenta novos personagens e grandes conflitos. É um exemplo perfeito de como uma franquia pode se renovar e continuar a cativar o público mesmo depois de tantos anos.
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