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CRÍTICA | O URSO DO PÓ BRANCO


 “O Urso do Pó Branco”, só de ler o nome do novo projeto da diretora Elizabeth Banks já imaginamos que algo inusitado viria por aí, e não foi diferente, o longa que tem como base uma história real, apresenta um novo olhar dos fatos sob uma ótica completamente ficcional, e o resultado é uma mescla divertida e assustadora que não teme o absurdo.

Em 1985, um avião carregado de cocaína cai em algum lugar no meio do nada em uma floresta da Geórgia. Então, os mais de 200 quilos de drogas e potencialmente muito dinheiro teoricamente estariam perdidos para sempre, mas os donos da droga, um punhado de criminosos, não querem correr riscos e preferem jogar pelo óbvio, ir atrás da carga. Na busca pela valiosa substância, eles percebem que um enorme urso preto foi mais rápido do que eles e agora está completamente chapado. Turistas, alguns adolescentes, policiais e até os bandidos da droga se encaixam perfeitamente no esquema de presas do monstruoso animal, restando somente uma coisa: sobreviver e torcer para que a máquina de combate peluda acabe indo embora. O Problema é que o urso desenvolveu um gosto pela substância e quer mais e mais do pó branco.


As definições de baseado em fatos reais foram atualizadas.
A premissa de pegar uma historia real que poucos conhecem e usar a criatividade para apresentar um ponto de vista novo e completamente absurdo dos fatos é um dos principais méritos de  "O Urso do Pó Branco”, a partir dessa liberdade criativa temos 90 minutos de uma história completamente inusitada que nem de perto é parecida com o que realmente aconteceu mas que abusa da ficção para dar vida a um filme engraçado e sangrento.


As vantagens de não temer o absurdo
Desde o início percebemos que o filme não teme o absurdo e isso vai ficando mais claro a cada novo arco de história contado, a abordagem usada em relação ao gore é bastante singular, já que as cenas de violência extrema são frequentemente entrelaçadas com momentos cômicos. Essa mistura de gêneros pode parecer estranha à primeira vista, mas acaba funcionando bem dentro da proposta do longa. Ao tornar as mortes absurdas e exageradas, o filme consegue criar um senso de humor obscuro que ajuda a aliviar a tensão em certos momentos, sem nunca perder de vista o clima de horror. Para quem curte esse tipo de humor mais irreverente, "O Urso do Pó Branco" pode se revelar uma experiência cômica e surpreendente, arrancando boas risadas do público ao mesmo tempo que gera uma certa repulsa.


Excentricidade dos personagens
Ao longo do filme somos guiados por diversos núcleos de personagens que vão ligar pequenos e diferentes contextos ao Grande Urso, o interessante que todos os personagens tem a excentricidade como característica comum, todos são muito exagerados e caricatos, desde os traficantes de drogas que se vestem como personagens de desenho animado até os policiais incompetentes que parecem ter saído de uma comédia pastelão, todos os personagens são desenhados com traços bem definidos e quase grotescos, os adolescentes que se tornam alvo do urso também são bastante estereotipados e possuem até um certo tom nostálgico para os mais velhos. Mesmo com toda essa excentricidade, todos personagens têm suas particularidades e os excessos na interpretação acabam contribuindo para a trama.


O protagonista é o antagonista
O elenco faz um bom trabalho ao interpretar personagens variados que são colocados em situações extremas mas o destaque aqui é o próprio urso, que se torna um antagonista ameaçador e assustador. Confesso que a equipe de efeitos visuais poderia ter trabalhado um pouco mais na criação do urso  para deixá-lo mais realista e crível, obviamente em alguns momentos o CGI é notável, mas em sua maioria isso não atrapalha em nada, ainda mais se levarmos em conta a premissa do filme.


Uma floresta viva

Outro ponto técnico que chama atenção é a forma como os sons são explorados no filme, o som é usado de maneira inteligente para criar tensão e gerar sustos no espectador. A trilha sonora tem um papel importante nesse sentido, alternando momentos de calmaria com outros de intensidade máxima. Quando o urso está em cena, por exemplo, a música se torna mais agitada e tensa, criando uma atmosfera de ameaça iminente. Já em momentos de alívio cômico, a trilha sonora acompanha o tom divertido do filme, com canções que remetem ao universo pop da época. O som ambiente também é bastante eficiente criando uma sensação de imersão no ambiente da floresta, com sons da natureza, folhas ao vento, o canto dos pássaros e o rugido do urso, tudo isso contribuindo para uma ambientação realista. 


O Urso do Pó Branco abraça o cômico e o absurdo sem nenhum medo de ser feliz, trazendo personagens excêntricos em situações inusitadas o filme garante 90 minutos de diversão sob um ponto de vista fictício de uma história real.


Nota: 4.0/5.0

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