CRÍTICA | Campeões
De todos os filmes que eu escrevi até hoje, esse é sem sombra de dúvidas um dos mais emocionantes. Eu fui sem expectativa nenhuma, até porque não fazia ideia do que se tratava o filme, pensei que seria apenas mais um filme de basquete, mas não! Na verdade era uma lição de vida.
Campeões é uma comédia dramática que vai muito além das expectativas iniciais. Dirigido por Bobby Farrelly e estrelado por Woody Harrelson, o filme traz uma história emocionante que cativa o espectador desde o primeiro momento. A trama fala sobre um ex- técnico de uma liga secundária do basquete, que recebe uma sentença de treinar uma liga de jogadores com deficiência intelectual, o que parecia ser um castigo acaba se tornando uma lição e oportunidade de aprender, afinal cada um dos jogadores tem suas histórias e com isso vemos Marcus se empenhando para fazer do time o melhor da liga.
Uma das grandes qualidades de Campeões é a sua representatividade autêntica. O elenco conta com atores que realmente possuem necessidades especiais, o que traz uma autenticidade incrível para as performances. A sociedade muitas vezes exclui essas pessoas, mas o filme as coloca no centro da narrativa, mostrando suas habilidades e desafiando estereótipos. É uma abordagem sensível e respeitosa, que certamente emociona e desperta reflexões sobre inclusão e igualdade.
Woody Harrelson certamente foi uma escolha muito boa para o papel principal, acredito que outros atores poderiam interpretar essa história, mas eu não sei explicar muito bem, o Woody tem uma feição de quem já sofreu bastante, e eu fiquei surpreso ao descobrir que ele já está com 61 anos, parece que Hollywood tem colocado os atores para dormir em formol ou seria algo mais complexo? Harrelson retrata Marcus, o treinador teimoso e cabeça-quente, com uma maestria impressionante, sendo capaz de transmitir as dúvidas e preconceitos iniciais do personagem de forma convincente, mas também mostra sua transformação gradual ao perceber o potencial dos jogadores. Sua performance é cheia de nuances e emoção, elevando o filme a um nível superior.
Além disso, a direção de Bobby Farrelly é digna de elogios. Ele equilibra habilmente momentos engraçados com cenas mais tocantes, criando uma atmosfera cativante que mantém o público envolvido do início ao fim. A abordagem sensível de Farrelly em relação aos personagens e à temática da deficiência intelectual é admirável, evitando estereótipos e explorando a individualidade de cada jogador.
O roteiro é outro grande trunfo do filme, pois consegue abordar um tema sério como a deficiência intelectual de forma leve e sutil. Ao invés de explorar o drama de maneira pesada, o roteiro encontra um equilíbrio perfeito entre momentos de humor, ternura e emoção. Essa abordagem delicada permite que o público se conecte de forma mais genuína com os personagens e suas jornadas, tornando a experiência cinematográfica ainda mais envolvente. O roteiro consegue transmitir mensagens poderosas sem ser excessivamente didático, resultando em uma narrativa cativante e profundamente tocante.
O filme é muito bom, eu inicialmente admito ter pensado que teria todos os clichês de filmes que envolvem qualquer tipo de jogo, desde basquete à futebol, porém ele nos mostra que mais importante que vencer é trabalhar em equipe e ajudar uns aos outros, e a maneira como trouxe a inclusão de pessoas com necessidades especiais, me fez pensar, quantas vezes julgamos pessoas assim por elas simplesmente parecerem diferentes? Eu certamente vou repensar minha forma de como ver e lidar com essas pessoas, pois elas podem e são capazes de realizar grandes feitos, e é de grande emoção ver essa representatividade sendo trazida para o cinema de uma forma tão descontraída.
Por fim, Campeões, é um filme que não promete nada e entrega tudo, é um grande tapa na indústria cinematográfica e eu tenho que dizer que entre Campeões e mais um filme de carros explodindo eu iria assistir campeões sem dúvida nenhuma!
Nota: 5.0/5.0
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