Header Ads

CRÍTICA | NAPOLEÃO


Dirigido por Ridley Scott, "Napoleão" oferece um olhar original e pessoal sobre as origens e ascensão do lendário líder francês. Interpretado de forma magnífica por Joaquin Phoenix, Napoleão Bonaparte é apresentado como um homem complexo, cujo gênio militar contrasta com sua vida pessoal tumultuada, especialmente seu relacionamento conturbado com Josephine, interpretada por Vanessa Kirby.

O filme segue a jornada notável de Napoleão, partindo de um oficial de artilharia do exército francês até sua derrota e exílio na ilha de Santa Helena. A narrativa destaca suas táticas brilhantes no campo de batalha, conquistando o mundo para tentar conquistar o amor de Josephine. O enfoque na cruzada romântica adiciona uma dimensão humana ao retrato do líder militar, mostrando suas vulnerabilidades e conflitos internos.

Joaquin Phoenix oferece uma atuação deslumbrante, capturando a essência contraditória de Napoleão - um estrategista brilhante, mas também um homem em busca desesperada de amor. Sua abordagem sutil e fala mansa adiciona uma camada de complexidade ao personagem, afastando-se de retratos convencionais e destacando sua insegurança e natureza anti-social.


O roteiro, escrito por David Scarpa, desvia a atenção não apenas para as conquistas militares de Napoleão, mas também para o relacionamento com Josephine. A intensidade da paixão entre os dois é evidente, tornando-se um elemento central na narrativa. A decisão de Scott e Phoenix de adotar um tom ameno, retratando Napoleão como um jovem petulante e genial, proporciona uma abordagem única à figura histórica.

O filme apresenta cenas de batalha espetaculares, com a direção de Scott utilizando o formato widescreen de maneira impactante. As sequências de combate, preenchendo toda a tela, proporcionam uma experiência visual envolvente, destacando a perspicácia militar de Napoleão. No entanto, a narrativa não se limita apenas às guerras, mas também explora eventos significativos na vida do líder, desde a guilhotina de Maria Antonieta até seu exílio em Santa Helena, visualmente falando, temos uma obra prima.

Vanessa Kirby brilha como Josephine, desempenhando um papel crucial na trama. A decisão de dar a ela a última palavra na narrativa, mesmo após sua morte, destaca a importância do relacionamento para a história de Napoleão. O filme mergulha nas complexidades da paixão deles, mostrando como Josephine permaneceu no centro da vida de Napoleão, mesmo apesar das adversidades.


A abordagem de Scott, embora ambiciosa, pode parecer incompleta e, em alguns momentos, revisionista demais. O filme parece sacrificar a precisão histórica em prol do espetáculo, deixando questões sem resposta e ambiguidades sobre as escolhas do diretor, um outro detalhe que pode parecer estranho para alguns é a diferença de idade entre o ator Joaquin Phoenix e o seu personagem, Joaquin de 49 anos interpreta um Napoleão na casa dos 27 e para alguns isso pode parecer estranho.

"Napoleão" oferece uma perspectiva intrigante sobre a vida do líder francês, destacando não apenas suas conquistas militares, mas também seu tumultuado relacionamento com Josephine. Com atuações notáveis e cenas de batalha impressionantes, o filme proporciona uma experiência visual envolvente, embora sua abordagem ambiciosa possa deixar alguns espectadores em busca de uma representação mais equilibrada e precisa da história. Ridley Scott, mais uma vez, nos presenteia com um filme marcante e digno de reflexão.

Nota: 4.5/5.0

Nenhum comentário