CRÍTICA | O SEQUESTRO DO VOO 375
"O Sequestro do Voo 375" chega aos cinemas de uma forma corajosa e inovadora, mergulhando em um evento pouco conhecido da história do país. Baseado em eventos reais ocorridos durante o Plano Sarney em 1986, o filme narra o sequestro do voo 375 da VASP por Raimundo Nonato Alves da Conceição, interpretado de maneira envolvente por Jorge Paz.
O diretor Marcus Baldini opta por não apenas retratar o drama aéreo, mas também contextualizar a situação do sequestrador, oferecendo uma visão humanizada de um homem movido pelo desespero e pelas dificuldades econômicas da época. Paz entrega uma interpretação poderosa, transmitindo o nervosismo e a falta de controle de Nonato sobre a situação, quebrando a tradicional representação unidimensional de vilões em histórias de sequestro.
O contraponto dramático é muito bem conduzido por Danilo Grangheia, que interpreta o piloto Murilo. Sua atuação convincente retrata a angústia e a responsabilidade de pilotar um avião sob ameaça, culminando em manobras arrojadas e inéditas para evitar uma tragédia. As cenas dentro da aeronave, filmadas em um Boeing da VASP já extinto, oferecem uma imersão notável, com sequências tão realistas que provocaram reações físicas nos espectadores.
O roteiro também se aventura nos bastidores da crise, explorando as discussões sobre a possível interceptação do avião e a luta de poder entre autoridades e conselheiros de Sarney. Gabriel Godoy, no papel do delegado de polícia federal, adiciona uma camada adicional de complexidade ao enredo, enquanto o filme tenta equilibrar tensão e exposição.
No entanto, o filme revela algumas vulnerabilidades em momentos fora da aeronave. Diálogos excessivos sobre decisões de alto escalão e uma representação exagerada dos líderes militares podem parecer um tanto forçados, desviando a atenção da intensidade do sequestro. Além disso, algumas frases de efeito, embora destinadas a enaltecer o heroísmo do piloto, às vezes parecem desnecessárias.
O roteiro também se aventura nos bastidores da crise, explorando as discussões sobre a possível interceptação do avião e a luta de poder entre autoridades e conselheiros de Sarney. Gabriel Godoy, no papel do delegado de polícia federal, adiciona uma camada adicional de complexidade ao enredo, enquanto o filme tenta equilibrar tensão e exposição.
No entanto, o filme revela algumas vulnerabilidades em momentos fora da aeronave. Diálogos excessivos sobre decisões de alto escalão e uma representação exagerada dos líderes militares podem parecer um tanto forçados, desviando a atenção da intensidade do sequestro. Além disso, algumas frases de efeito, embora destinadas a enaltecer o heroísmo do piloto, às vezes parecem desnecessárias.
A produção, financiada pela Star+ com um orçamento significativo de aproximadamente 15 milhões, aproveita recursos tecnológicos para oferecer uma experiência visual imersiva. As cenas aéreas, especialmente as manobras do avião, são impressionantes e mantêm o espectador à beira do assento. O uso inteligente do slow motion contribui para amplificar a dramaticidade nos momentos cruciais, elevando o impacto emocional.
"O Sequestro do Voo 375" não apenas recria um evento marcante da história brasileira, mas também destaca a coragem do piloto Murilo, que muitas vezes passou despercebida. Apesar de alguns tropeços o filme se destaca como um marco no cinema nacional, explorando um capítulo pouco conhecido e oferecendo uma experiência intensa. Um filme que não apenas entretém, mas também traz à luz uma história incrível que merece ser lembrada e reconhecida.
Nota: 4.0/5.0
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