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CRÍTICA | Força Bruta: Sem Saída


Em "Força Bruta: Sem Saída," dirigido por Lee Sang-yong, a fórmula de sucesso da franquia "The Roundup" é reiterada, apresentando o carismático e imponente policial Ma Seok-do (Ma Dong-seok) em mais uma eletrizante e brutal aventura. Sete anos após os eventos de uma captura no Vietnã, Ma Seok-do se une a um novo esquadrão policial, liderado pelo Detetive Ma (Kim Min-jae), para investigar um misterioso caso de assassinato que rapidamente se entrelaça com a fabricação e distribuição de uma droga sintética devastadora. O vilão da vez, Joo Sung-chul (Lee Jun-hyuk), juntamente com o gangster japonês Ricky (Aoki Munetaka), promete mergulhar a Coreia em um caos sem precedentes.

A trama, como já esperado, é relativamente simples: Ma Seok-do enfrenta uma rede de traficantes que envolve a Yakuza japonesa, o clã coreano White Shark e policiais corruptos, tudo isso enquanto tenta deter a nova droga "Hiper," que está devastando a cena noturna da Coreia. Este enredo básico, embora cativante para os fãs do gênero, acaba por revelar uma estrutura repetitiva que limita a profundidade narrativa do filme.

A ação é, sem dúvida, o ponto forte de "Força Bruta: Sem Saída." As cenas de luta são bem coreografadas e oferecem uma dose saudável de adrenalina. Ma Dong-seok, com sua presença física impressionante, domina as sequências de ação com um estilo que mistura brutalidade e humor seco. Ele não é um lutador ágil, mas sua força bruta e habilidade de nocautear oponentes com um único soco trazem uma dinâmica interessante, destacando-se em um gênero que muitas vezes valoriza a acrobacia.


A direção de Lee Sang-yong mantém a clareza nas cenas de combate, essencial em um filme de ação. A câmera coloca o público na posição dos adversários de Ma, criando uma experiência que é ao mesmo tempo assustadora e cômica. Contudo, o ritmo do filme sofre em alguns momentos, com uma narrativa que se arrasta entre as cenas de ação, diminuindo o impacto da trama.

Os vilões, como Ricky e Joo Sung-chul, são uma parte vital do filme. Munetaka Aoki, como Ricky, traz uma intensidade única, oferecendo algumas das cenas de ação mais impactantes, como uma luta sangrenta onde usa uma katana. Joo Sung-chul, por sua vez, representa uma frieza calculada que contrasta com a impulsividade de Ma, mas ambos acabam caindo em estereótipos, tornando-se figuras unidimensionais que carecem de desenvolvimento. 

Um tema que permeia a franquia é a xenofobia latente. Os vilões frequentemente são retratados como ameaças estrangeiras, enquanto Ma Seok-do representa a força bruta que mantém a ordem. Embora a introdução de Joo Sung-chul, um coreano corrupto, ofereça uma nuance, o filme não escapa de um certo maniqueísmo cultural.


Um dos aspectos que distingue "Força Bruta: Sem Saída" é o talento de Ma Dong-seok para equilibrar humor e brutalidade. Seu personagem é um herói que intimida, mas que nunca perde o toque cômico, especialmente quando confrontado com a ineficiência burocrática ou a tolice de seus inimigos. No entanto, apesar de sua carisma, a falta de profundidade emocional e narrativa impede que o filme se destaque em meio a outros títulos do gênero.

"Força Bruta: Sem Saída" entrega exatamente o que promete: ação desenfreada e cenas de luta brutais. Para os fãs da franquia e do trabalho de Ma Dong-seok, o filme será uma adição satisfatória à saga de Ma Seok-do. No entanto, aqueles que buscam uma narrativa mais elaborada ou um enredo inovador podem se sentir desapontados com a simplicidade da trama e a repetição da fórmula. O filme é divertido enquanto dura, mas dificilmente deixará uma impressão duradoura, exceto pela força irresistível de seu protagonista. Em suma, "Força Bruta: Sem Saída" é uma obra que, embora não inove, ainda consegue entreter, fazendo jus à tradição de ação que a franquia representa.

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