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Crítica | Casa Gucci

 

Todos já ouvimos falar da famosa marca de roupas GUCCI, mas, saber da conturbada história de traições e interesses por trás do nome acredito que seja para poucos, afinal, estamos falando de fatos que aconteceram há mais de 25 anos e não são mais comentados na mídia. E na minha opinião, não saber absolutamente nada dessa história transforma CASA GUCCI em filme surpreendente.

O legado da grife de moda Gucci começou em Florença na Itália, no ano de 1921. Apesar de sua moda impecável, a família do criador não ficou fora de grandes escândalos. Nas décadas de 80 e 90, o neto Maurizio Gucci (Adam Driver) resolveu tocar os negócios do avô. No entanto, após muitos conflitos, o casamento e o divórcio turbulento entre Patrizia Reggiani (Lady Gaga) e Maurizio Gucci traz consequências inimagináveis para a família e para a marca.

Adaptando o livro "The House of Gucci” escrito por Sara Gay Forden, os roteiristas Roberto Bentivegna e Becky Johnston detalham a fundo o romance de Maurizio Gucci e Patrizia Reggiani. Passeando por três décadas de história em 2 horas e 40 minutos de filme, temos tempo de sobra para aprofundar na história dos dois, passando pelo primeiro encontro em uma festa, o primeiro beijo, o casamento, a gravidez, o conflito de interesses, o divórcio e as consequências inimagináveis desse romance. E além de detalhar a vida de Maurizio e Patrizia o roteiro ainda se encarrega de contar a história gananciosa da família GUCCI montando um grande tabuleiro de xadrez onde cada peça age estrategicamente para obtenção de poder e pelo respeitado nome GUCCI.

Dando vida a família GUCCI temos um excelente elenco, Lady Gaga consegue impressionar logo nos primeiros minutos de tela evidenciando em sua atuação os reais desejos e os trejeitos cômicos de sua personagem que consegue arrancar risos e passar uma sensação sombria em suas ações, aqui ela é a famosa ROUBA A CENA, indicações ao OSCAR virão. Adam Driver interpreta de forma segura um Maurizio Gucci centrado e que deixa visível sua mudança ao longo dos anos. Já Jared Leto se destaca pela química com Al Pacino com quem divide tela em boa parte do filme, e pela maquiagem que o deixa irreconhecível na pele de Paolo Gucci, um personagem extremamente caricato e engraçado.

Apoiando roteiro e elenco outro ponto que chama atenção são os aspectos visuais e a trilha sonora do filme. O figurino é excelente e não poderíamos esperar menos uma vez que estamos falando da GUCCI. Em termos de ambientação anos 70, 80 e 90 são demonstrados de uma forma realista, como se realmente estivéssemos vendo um filme gravado nos respectivos anos e com uma seleção de músicas que combinam com cada uma das décadas.

Na direção, Ridley Scott sai das ficções científicas e batalhas medievais onde já se consolidou para apresentar uma história baseada em fatos reais, é como se fosse a hora de experimentar algo novo, algo diferente, sem Aliens e Replicantes.

Chegado aos cinemas dia 25/11, Casa GUCCI tem uma trama envolvente, excelentes atuações e um final surpreendente para quem não conhece a história da GUCCI, para quem já conhece a história o filme é uma forma de ver a "realidade" sombria dos fatos em uma adaptação bem feita.

Nota 4.5/5.0


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