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Crítica | ETERNOS



Ao longo de 25 filmes e 4 séries a Marvel Studios veio moldando os fãs no que ficou conhecido como a “fórmula Marvel”, e foi seguindo essa receita que a Marvel levou multidões a loucura no final da terceira fase do universo cinematográfico. Eis que chegamos na quarta e ao que tudo indica a mais ousada fase desse universo.

Logo de início ficou claro que coisas diferentes viriam, e isso foi se consolidando após o lançamento das séries: Wanda Vision, Loki, Falcão e o Soldado Invernal e What-If... que arriscaram com propostas diferentes. No cinema, a fórmula de sucesso seguiu tanto em Viúva Negra quanto em Shang Chi, o que nos fazia pensar se a ousadia ia ficar somente nas séries, mas graças a Eternos, podemos concluir que não.
 
Originários dos primeiros seres a terem habitado a Terra, Os Eternos fazem parte de uma raça modificada geneticamente pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais. Dotados de características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, eles são frutos de experiências fracassadas de seus próprios criadores, que também foram responsáveis por gerar os Deviantes, seus principais inimigos.
 
Eternos é sem dúvidas o filme mais diferente, diverso e ousado da Marvel Studios, e a responsável por isso tem nome e sobrenome, Chloé Zhao. A diretora e também co-roteirista se enquadrou de fazer um filme que traz vários elementos novos ao MCU, dentre eles vale destacar a representatividade, temos aqui o mesmo número de heróis e heroínas, uma heroína surda que se comunica por linguagem de sinais, um herói abertamente declarado gay, um beijo entre dois homens, uma cena de sexo, um herói indiano e entre outras dezenas de elementos representativos e novos no contexto Marvel.   


Desenvolvido com uma narrativa não linear o filme vai passeando rapidamente por 7 mil anos de história da humanidade, ligando grandes fatos históricos aos Eternos, Celestiais e Deviantes, explicando suas origens e os conectando aos poucos ao MCU. O roteiro cuidadoso e detalhista se encarrega de contar tudo nos mínimos detalhes e tira dúvidas simples que vão surgindo ao longo do filme, como o motivo de “Heróis” tão poderosos não terem aparecido antes no MCU para ajudar os Vingadores contra a ameaça de Thanos. 
   
Por falar nos eternos, o filme acompanha dez deles, Ikaris (Richard Madden), Sersi (Gemma Chan), Ajak (Salma Hayek), Duende (Lia McHugh), Thena (Angelina Jolie), Kingo (Kumail Nanjuani), Gilgamesh (Ma Dong-seok), Druig (Barry Keoghan), Makkari (Lauren Ridloff) e Phastos (Bryan Tyree Henry). Com tantos personagens o único problema do filme é saber dosar o tempo e o aprofundamento de suas histórias, alguns personagens acabam ganhando mais destaque e outros mais carismáticos ficam como coadjuvantes.


Com cenas de ação de tirar o fôlego, e excelentes efeitos sonoros Eternos é um filme para ser assistido no cinema e de preferência em IMAX. Ao longo de suas 2 horas e 36 minutos de duração temos uma vasta coleção de belas imagens, planos sequências e efeitos especiais incríveis, inclusive outro elemento novo que Eternos traz é a escolha de locações reais ou invés de filmagens em estúdio, o que torna o filme realmente um absurdo visual.

Mas vamos com calma, por mais que seja diferente, obviamente a fórmula Marvel se faz presente, em menor escala, mas se faz. O filme tem diversas piadas, e referências absurdamente legais a personagens da DC Comics e a Star Wars.

Eternos abre uma gama de possibilidades legais e diferentes para a fase quatro do MCU, tem uma história fechada, intensa, cheia de diversidade e que garante uma excelente diversão a quem o assiste. Ahhh tem 2 cenas pós créditos, não vai sair antes viu!!

Nota 4.5/5.0

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