CRÍTICA | THOR: AMOR E TROVÃO
Nada apoteótico, mas entregando aquele básico que a gente ama, Thor: Amor e Trovão chega aos cinemas surfando no amadurecimento de Taika Waititi, homenageando Guns N’ Roses, arrancando boas risadas e mostrando mais uma vez a importancia do amor.
“Thor: Amor e Trovão”, acompanha o Deus do Trovão em uma jornada diferente de tudo que ele já enfrentou, a procura pela paz interior. Mas a reforma de Thor é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que procura a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Rei Valkiria, de Korg e da ex-namorada Jane Foster, que para surpresa de Thor empunha inexplicavelmente o seu martelo mágico, Mjolnir, e se intitula a Poderosa Thor. Juntos, eles embarcam numa angustiante aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais.
Pelo titulo, já era de se esperar que o “AMOR” estivesse no ar no quarto filme solo do Thor, o que não sabíamos era que literalmente o AMOR ditaria o ritmo do filme do início ao fim. Seja demonstrando o lado mais doloroso ou o lado mais cômico, a nova aventura do Deus do trovão consegue de uma forma interessante transitar entre a comedia brega, o drama e a ação sempre usando o AMOR como chave e sem deixar a peteca cair.
Logo nos 5 primeiros minutos de filmes o vilão Gorr interpretado incrivelmente pelo Bruce Way… quer dizer, Christian Bale, é apresentado, e nesse prólogo temos o primeiro grande rito de AMOR do filme, o AMOR entre Pai e Filho que dá origem ao Gorr de uma forma super concisa, fazendo o espectador se conectar com a história do vilão e até ficar um pouco do lado dele. Não se limitando apenas a boa origem, a interpretação de Gorr por Christian Bale é admirável, Bale consegue passar o medo e o peso que o vilão exige, sempre que aparece em tela o filme assume um tom pesado e escuro, deixando um clima denso e lembrando muito Voldemort em Harry Potter o pensamento instantâneo ao vê-lo é “deu ruim”!
Vilão apresentado e clima denso instaurado, vamos ao segundo grande rito de AMOR do filme, Thor e o que podemos chamar de amor próprio. Dando continuidade aos acontecimentos pós Ultimato, temos Thor atuando junto com os guardiões da galáxia e focado em se encontrar no universo, fazendo meditação e se preservando de encontrar um novo AMOR, para não sofrer. Mais uma vez o filme se conecta com o espectador, afinal, quem nunca sofreu e se blindou de AMAR alguém com medo de sofrer? Nesse momento o clima denso do vilão é deixado completamente de lado e temos uma veia cômica nível Ragnarok assumindo o estilo do filme.
Por outro lado, temos o terceiro grande rito de AMOR, Jane Foster e o AMOR pela vida. Diagnosticada com câncer assim como nos quadrinho, Jane segue os tratamentos que não são muitos efetivos, e ouve um chamado do mjolnir virando meio que “do nada” a poderosa Thor, e nesse ponto temos uma certa ressalva, ao roteiro que não explica muito bem como as coisas acontecem, simplesmente do nada, Jane está empunhando a mjolnir e se intitulando a Poderosa Thor, tudo muito rápido e superficial.
Depois de todos esses ritmos de AMOR que ditam o filme, temos o desdobramento da historia com o encontro do Thor com a Poderosa Thor se unindo para enfrentar o Gorr e impedir que ele atinja o seu grande objetivo. No meio do caminho temos aparições interessantes e cartunescas, como por exemplo o Zeus interpretado por Russell Crowe que é comedia pura, e os bodes que puxam a carruagem do Thor que são um verdadeiro meme ambulante, certeza que desses bodes gritando ninguém vai esquecer.
O filme explora toda a criatividade bizarra do Taika Waititi, algumas sequências são incrivelmente lindas, como destaque uma das batalhas do Thor e da Poderosa Thor contra o Gorr acontece em um mundo sem cores, e essa sequência é visualmente perfeita, daquelas que dão gosto de ver e que deixam cinéfilas de boca aberta. Outro ponto que deve ser citado é a trilha sonora, que esbanja Guns N’ Roses e que dá o ritmo certo ao filme.
O ponto que realmente pode desagradar alguns é culpa da proporia Marvel que nos acostumou mal, sempre criando uma convergência entre os filmes que resultaria em um "Vingadores”, ou apresentando grandes vilões que serviriam de ponte entre filmes ou algo assim. E nessa nova fase estamos longe der ver isso acontecer, Thor: Amor e Trovão é um filme realmente solo do Thor, que deixa ainda mais claro que a fase 4 do MCU não está com pressa em trazer um novo vingadores.
Thor: Amor e Trovão é sobre AMOR em várias formas, transita entre comédia e drama dando continuidade a história do Deus do trovão pós ultimato, mas sem se preocupar com o futuro do MCU.
Nota 4.0 / 5.0
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