Tom Hanks é um ator que em praticamente todos os seus filmes tende a ser uma pessoa bondosa e disposta a tudo para ajudar as pessoas, até mesmo quem ele mal conhece, isso fez com que o ator fosse reconhecido de longe pelas suas atuações, desde "Forest Gump" até "Um Lindo Dia Na Vizinhança". Seguindo esse estilo e reforçando ainda mais o jeito Tom Hanks gentil de ser, chega ao cinemas no dia 26 de janeiro o filme "O pior vizinho do mundo" que é uma adaptação do livro "Um Homem Chamado Otto" e uma releitura do filme sueco de mesmo nome.
Neste filme acompanhamos um viúvo sistemático, reservado, e que é responsável pelos cuidados da vizinhança onde vive, e acaba incomodando os vizinhos por conta disso, mas tudo acaba mudando quando uma nova família se muda para a casa da frente, o casal Marisol (Mariana Treviño) e Tommy (Manuel Garcia-Rulfo), são um tanto quanto energéticos e exóticos que começa a ter diversas interações com o Otto, interpretado por Tom Hanks.
O longa é básico e emocionante em muitos aspectos do roteiro a execução, e toda essa simplicidade passa a sensação de cairmos em um clichê gostoso e prático, Otto insiste em se isolar do mundo exterior e morrer em paz para voltar para sua amada, que já está falecida, ele acaba sempre sendo "salvo" e retirado do seu exílio, por mais impactante que pareça ser, a simplicidade na execução traz a emoção necessária para o filme.
Embora tudo seja simples temos aqui uma ótima direção e montagem realizada por Marc Forster, que mescla o passado e o presente de Otto, alternando entre suas memórias ao lado de sua antiga amada e a sua vida atual e solitária. Todo o elenco se entrega no projeto com atuações impecáveis, os personagens apresentados dão relevância a história, ninguém está ali só por estar, tudo faz sentido o tempo todo.
O roteiro de David Magee é simplesmente a melhor parte do filme, completamente carregado de emoções, desde as mais felizes até as mais tristes, o filme trata o luto e a superação de maneira delicada, explorando bem o talento cômico e dramático do elenco sendo praticamente uma verdadeira sessão de terapia.
Assim como na adaptação sueca, o filme tem muito humor em cenas que deveriam ser trágicas, em muitas cenas, Otto tenta tirar sua própria vida, e sempre falha por algum motivo cômico, embora não seja muito agradável ver o protagonista a beira de um suicídio, todas essas cenas acabam com algo otimista e encantador, que acaba servindo como um gancho para impedir que Otto tente o ato novamente, uma verdadeira lição de vida.
"O pior vizinho do mundo" é uma obra que se destaca por sua abordagem emocionalmente intensa, superando a lógica racional. Um dos seus principais méritos é justamente não tentar forçar uma imagem de maior intelectualidade do que realmente possui, mantendo-se autêntico em sua proposta de transmitir sentimentos e sensações. Emocionante, simples e bem executado, o filme abraça a proposta original da obra em confortar o público, e não solucionar o problema insolúvel envolvendo o luto.
Nota: 5.0/5.0
Amei o filme.
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