CRÍTICA | BESOURO AZUL
No cenário "saturado" de filmes de super-heróis, "Besouro Azul" consegue se destacar ao entregar uma experiência de origem divertida, leve e despretensiosa. Com um protagonista cativante e uma imersão bem-vinda na cultura latino-americana, o filme traz um fôlego refrescante ao gênero, explorando uma história de herói que é tanto uma jornada de autodescoberta quanto um mergulho cômico nas suas tradições familiares.
A narrativa começa com a história de Jaime Reyes (Xolo Maridueña), um jovem latino recém-formado que retorna à sua cidade natal, Palmera. A cidade, com suas luzes vibrantes e estética cyberpunk, cria um cenário visualmente atraente, que cativa os espectadores e os faz desejar uma visita a esse ambiente único, ("Uma pena que essa visita é impossível, já que a cidade é fictícia"). Ao se deparar com desafios familiares, Jaime é lançado em uma jornada improvável de heroísmo quando se torna o hospedeiro de um escaravelho azul alienígena, concedendo-lhe um traje superpoderoso e habilidades extraordinárias.
O filme acerta ao explorar a rica cultura latina de maneira autêntica, homenageando tradições e referências, incluindo a icônica figura de "Chapolin Colorado" e uma novela bem conhecida por nós brasileiros a famosa "Maria do Bairro". Além disso, a cidade fictícia de Palmera serve como um ambiente vivo e atrativo, adicionando uma camada adicional de carisma ao filme.
A dinâmica da família Reyes é um dos pontos altos da história. Com diálogos carregados de piadas que podem parecer forçadas, mas que ainda conseguem trazer o sorriso, a comédia é uma parte bem presente no filme. Essa abordagem acaba sobressaindo as partes mais intensas da trama, criando uma atmosfera mais cômica do que sombria, esse ponto pode desagradar alguns que esperavam mais batalhas ou lutas épicas, a dinâmica da família Reyes sobressai as próprias batalhas do herói contra o vilão, mostrando a força do núcleo familiar na trama.
Xolo Maridueña entrega uma performance inocente como Jaime Reyes, trazendo um toque de autenticidade à sua jornada de autodescoberta. Sua química com Bruna Marquezine, que interpreta Jenny Kord, é palpável e adiciona uma dimensão curiosa ao enredo. Por falar em Marquezine, a atriz brasileira manda super bem, com um papel importante para a trama ela proporciona uma representatividade importante aos brasileiros e contribui para a diversidade latina do elenco.
Se o filme tem como base uma cultura latina a trilha sonora não poderia ficar de fora, repleta de boas músicas, ela contribui para o ritmo empolgante do filme, elevando as cenas de ação e os momentos mais emocionais, obviamente assistir o filme em uma boa sala de cinema faz toda a diferença, cada detalhe de som é meticulosamente projetado para proporcionar uma imersão completa na experiência.
"Besouro Azul" é um triunfo em muitos aspectos. Com uma abordagem descontraída e repleta de referências culturais, ele entrega uma narrativa de super-herói divertida e emocionalmente envolvente. O filme não só celebra a cultura latina, mas também introduz um herói latino-americano há muito aguardado, proporcionando uma representatividade necessária no gênero. Com seu elenco carismático, estética vibrante e mensagem positiva sobre a importância da família, "Besouro Azul" voa alto e dá um fôlego ao universo de super-heróis.
Deixe o seu comentário