Crítica | TOC TOC TOC - Ecos do Além
"TOC TOC TOC - Ecos do Além" leva os espectadores em um intrigante cenário de suspense e mistério, apresentando uma trama que promete mergulhar nas profundezas do terror psicológico. A história gira em torno de Peter, um jovem atormentado por problemas de bullying e abusos psicológicos, vivendo uma vida de isolamento ao lado de seus pais, Mark e Carol. A narrativa inicialmente se concentra nas relações familiares tensas, com o filme explorando de maneira perspicaz a dinâmica entre escola, família e desenvolvimento infantil, trazendo à tona questões sociais importantes.
A atuação de Woody Norman como Peter é notável por sua capacidade de transmitir a angústia e a vulnerabilidade do personagem. O ator traz uma inocência tocante aos olhos do jovem, capturando a audiência com sua atuação convincente. No entanto, é Antony Starr, conhecido por seu papel em "The Boys", que realmente se destaca como Mark. Ele empresta sua habilidade de retratar personagens perturbados e ameaçadores, misturando essa característica com uma aura de normalidade. Infelizmente, o filme não aproveita totalmente o potencial de seu talento, já que sua personagem não é explorada a fundo, deixando um gosto de desperdício.
A atmosfera sombria e tensa é habilmente construída, com a casa antiga e a plantação de abóboras criando uma sensação de isolamento e inquietação. As cenas iniciais de Peter ouvindo batidas misteriosas nas paredes amplificam a sensação de mistério, alimentando as expectativas do público por respostas. A relação entre Peter e a voz oculta que ele começa a interagir também adiciona uma camada intrigante à narrativa, à medida que segredos sobre seus pais são revelados lentamente.
No entanto, o filme começa a perder sua firmeza narrativa à medida que se aproxima do terceiro ato. A transição abrupta para um tipo diferente de terror, com a introdução de uma entidade semelhante à 'Momo', é onde o enredo começa a tropeçar. Essa mudança desajeitada de foco tira o peso do suspense psicológico construído anteriormente, transformando a história em um filme de monstros genérico. O roteiro, embora comece com promessa, falha em sustentar a tensão inicial, deixando pontas soltas e questões sem respostas satisfatórias.
O filme também enfrenta problemas técnicos, principalmente em suas cenas escuras. A falta de clareza visual em alguns momentos prejudica a experiência do espectador, interferindo na apreciação das atuações e na compreensão da trama. Essa escolha estética, apesar de talvez visar maximizar recursos limitados, acaba afetando negativamente a atmosfera geral do filme.
"TOC TOC TOC - Ecos do Além" é um filme que começa com grande potencial ao explorar questões sociais relevantes e construir uma atmosfera inquietante. As atuações sólidas de Woody Norman e Antony Starr contribuem para essa experiência, oferecendo momentos genuinamente angustiantes. No entanto, o filme tropeça em sua transição de suspense psicológico para um terror de monstros mais genérico, resultando em uma narrativa desigual e decepcionante.
Nota: 2.0/5.0
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