Crítica | Wicked: Parte II
Wicked: Parte II é… aquela estreia que eu esperei demais e que, por isso mesmo, acabou me lembrando por que expectativa alta nem sempre é amiga do coração.
Nunca fui grande fã de musicais, mas Wicked 1 virou minha chave. Três horas que passaram voando: produção impecável, músicas que grudavam e personagens tão bem construídos que a jornada de Glinda e Elphaba encanta a gente. Quando terminou, ficou aquela sensação de “quero mais” e a promessa de uma continuação que só aumentou a ansiedade.
Pois bem: depois de um bom tempo de espera, Wicked 2 finalmente chegou… e junto veio o peso do próprio passado. Porque, sim, ele carrega o fardo do primeiro filme. E isso dá pra sentir o tempo todo.
Antes de tudo: o design de produção continua perfeito. Visualmente, é um deslumbre. Glinda e Elphaba continuam sendo o grande brilho da história — Cynthia Erivo e Ariana Grande têm uma química absurda, funcionam demais juntas e realmente seguram o filme sempre que estão em tela.
Mas aí vem a parte amarga.
As músicas são legais, mas nenhuma chega perto de marcar. Elas cumprem função narrativa, mas não conquistam. Você assiste, entende, mas não sai cantarolando, não pesa, não arrepia. Nada aqui chega perto de um “Defying Gravity”. Falta aquele momento que te puxa pela alma.
Em 2h20, o filme parece ter pressa onde deveria ter pausa. Personagens aparecem sem tempo de apresentação. A linha do tempo fica confusa. Coisas importantes acontecem sem impacto emocional. E novos elementos entram e saem antes mesmo de você entender quem são ou o que representam.
O resultado? Wicked 2 vira um filme de nicho, feito para quem já conhece Oz, já ama musicais, já sabe onde cada peça se encaixa. Ele perde justamente o charme do primeiro: ser uma porta de entrada acessível e encantadora pra quem nunca tinha pisado nesse universo.
No fim, Wicked 2 é um filme para fãs.
Visualmente lindo, com duas protagonistas que carregam tudo nas costas, mas com um ritmo atropelado e músicas que não chegam a brilhar.
Saí da sala com aquela sensação agridoce: feliz por revisitar esse mundo… mas com a certeza de que faltou espaço para a história respirar como merecia.



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