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Crítica | Uncharted: Fora do Mapa

 

E chegou a vez da Sony com a “Playstation productions” tentar algo novo, e a missão inicial não é nada fácil, adaptar uma das franquias de games mais famosas da última década para o cinema. Já temos bagagem suficiente para saber que adaptar jogos de vídeo games para o cinema quase nunca rende um saldo positivo, seja por roteiros extremamente preguiçosos, ou por uma mudança completa de contexto, mas a Sony sempre acerta com seus exclusivos nos vídeo games, logo a missão de transformar UNCHARTED em um filme já gera uma bela de uma expectativa.

Expectativa alta sempre é um problema, mas calma, já adianto que no saldo, Uncharted Fora do Mapa é uma boa adaptação, que faz muito bem o papel de introduzir e consolidar o nome de Nathan Drake em uma nova mídia, e que comete alguns erros que precisam ser corrigidos nas continuações, que com certeza virão.  

Uncharted: Fora Do Mapa conta a história do jovem Nathan Drake (Tom Holland) em sua primeira aventura de caça ao tesouro. Para realizar essa façanha, Drake conta com a companhia do seu parceiro Victor “Sully” Sullivan (Mark Wahlberg). O filme mescla ação e aventura por todo o mundo, ao contar sobre a perigosa busca pelo ‘maior tesouro nunca encontrado’, enquanto os dois rastreiam pistas que podem levar ao irmão há muito perdido de Nathan.


Tom Holland está em alta, e não há dúvidas que ele foi uma excelente escolha para dar vida ao Nathan Drake, tanto pela aparência quanto pela atuação, Tom consegue dar vida a um jovem Nate muito parecido com o que conhecemos nos games, as expressões faciais marcantes, seja contando piadas sem graça, resolvendo enigmas ou descendo a porrada nos inimigos são recriadas com perfeição. Ao seu lado como coadjuvante temos um Mark Wahlberg encaixando como uma luva no enigmático Sully. Em tela os dois possuem uma química perfeita, que agradará os antigos fãs da franquia e as novatos que conhecerão o universo de Uncharted a partir do filme. 

Por falar em novatos, o filme tem o papel já esperado de realizar uma introdução, nesse quesito temos um primeiro ato com um ritmo mais lento em que os personagens são devidamente apresentados juntamente com a instauração do plot. Pegando e misturando referências dos 4 principais jogos da franquia. Temos A história de Nate e seu irmão Sam bem contadas e seguindo o “Roteiro” do games. Sully, rapidamente é envolvido na história deixando um ar de curiosidade em saber a origem do personagem, nem de longe isso é uma falha do roteiro que claramente tem a intenção de fazer de Sully um personagem enigmático.

Personagens introduzidos é hora de estabelecer o plot. Este se desenvolve em torno da busca de Sully por um tesouro. Sully conta com a ajuda de Nate que aproveita a busca para tentar encontrar pistas de seu irmão desaparecido. O segundo ato o filme se desdobra com Nate mostrando sua aptidão em resolver enigmas, enquanto “fortalece” sua relação desconfiada com Sully. Assim como nos games temos tesouros, caderno de anotações, armadilhas, resoluções de enigmas e algumas lutas contra a gangue de mercenários do Santiago Moncada, personagem antagonista interpretado por Antonio Bandeiras, que aqui ficou meio apagado.


Plot estabelecido, enigmas resolvidos é hora do confronto final, que pode ser resumido em APOTEÓTICO. O último ato do filme é "quase" o que todo mundo que é fã da franquia esperava, sequências de ação de tirar o fôlego, planos abertos incríveis, música tema do game tocando, ambientes extremamente verdes e uma cena de Nate caindo do avião gravada em IMAX que te faz ficar boquiaberto com o balé das câmeras, lindo e empolgante, vale muito ser visto nos cinemas.

Porém, eu disse "quase" tudo o que o fã da franquia esperava, e esse “quase” amargo vem pelo fato do filme simplesmente ignorar uma das principais Skills do personagem nos games. Mesmo usando um coldre, o Nate do menino Tom simplesmente não dá um tiro com arma de fogo, e não mata de forma consciente nenhum dos seus inimigos. Sem dúvidas essa foi uma ação necessária para que o filme tivesse uma classificação LIVRE, e que com certeza vai amargar o coração dos gamers que já mataram 500.000 inimigos com diversas armas nas longas jogatinas de Uncharted.

Uncharted: Fora do Mapa traz a essência de aventura dos games para o cinema, desliza no quesito ação mas tem tudo para corrigir a rota nos próximos filmes e se tornar uma franquia de sucesso também nos cinemas.

Nota 4.0/5.0

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