Crítica | Abigail
"Abigail" chega aos cinemas trazendo uma ousada e diferente incursão no mundo dos vampiros, desafiando algumas convenções do gênero ao abraçar o cômico e o absurdo com fervor. Sob a direção de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, e com a produção de Chad Villella, o filme mergulha os espectadores em uma jornada vertiginosa repleta de humor e sangue jorrando em proporções épicas, tão épicas que o longa foi classificado para maiores de 18.
A trama começa com um enredo aparentemente familiar: um grupo de criminosos aceita um trabalho para sequestrar a filha de um homem poderoso. No entanto, a reviravolta vem quando descobrem que a doce e inocente Abigail, a bailarina de doze anos, esconde um segredo sombrio - ela é uma vampira insaciável, sedenta por sangue e jogos de caça. Alisha Weir brilha no papel de Abigail, misturando a graça de uma bailarina com a brutalidade vampiresca e essa mistura é o charme do filme, ao mesmo tempo fascinante e hilária.
O elenco de apoio se destaca, com performances notáveis e bem engraçadas de Dan Stevens como o astuto Frank e Melissa Barrera como a empática Joey. Destaque também para Giancarlo Esposito, que mesmo com um papel de figurante de luxo, deixa sua marca nos minutos que aparece. Kevin Durand como Peter traz uma dose adicional de humor a cada momento em que está em tela. Enquanto alguns filmes de terror falham ao tentar ser excessivamente sérios, "Abigail" triunfa ao abraçar o lado lúdico e até mesmo bobo de seus personagens, mérito total deste elenco de apoio que consegue te fazer rir e deixar tenso com as situações enfrentadas na trama.
A abordagem de terror se faz presente em cenas sangrentas e vívidas que homenageiam os grandes clássicos do gênero. Desde explosões de corpos até chuvas de vísceras e entranhas, "Abigail" oferece um espetáculo visualmente impressionante para quem gosta do horror e do gore. Como um bom terror cômico o filme consegue equilibrar o macabro com a diversão, resultando em uma experiência que oscila entre sustos genuínos e boas risadas.
Embora o roteiro possa se tornar um pouco prolixo em sua exposição e diálogos, ele mantém o público engajado com plot-twists inteligentes e referências divertidas à cultura pop do terror e vampiresca, vamos de "Nosferatu" a "Crepúsculo" em minutos. E, em meio a toda a carnificina, há um tema emocional subjacente de conexão entre pais e filhos, que adiciona uma certa profundidade à trama.
"Abigail" não tem medo de ser diferente. Desde seu início mais cadenciado até seu explosivo e caótico terceiro ato, o filme é uma explosão de diversão e terror com uma talentosa bailarina, que na verdade é uma vampira sanguinária. Seu humor irreverente e sua abordagem diferente das convenções vampirescas fazem dele uma adição refrescante ao universo dos vampiros no cinema. Para quem busca uma mistura de terror, comédia e um toque de lúdico, "Abigail" é uma escolha certeira.
Nota: 4.0/5.0
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